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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Anabolizantes e Imagem Corporal


Postado por Monique Carregosa


A imagem corporal tanto é constituída de auto-observação, percepções, pensamentos e sentimentos acerca do próprio corpo como também é construída a partir da influência social. Todavia, se exagerada e influenciada por outras variáveis, a exemplo do uso de anabolizantes, essa visão altamente subjetiva e representativa pode acarretar, dentre outros distúrbios, na vigorexia, a qual é classificada como transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e vincula-se à insatisfação corporal, ocasionando a distorção de sua percepção física e alimentando as práticas de dosagem de anabolizantes, com o intuito de ganhos musculares ilimitados.



terça-feira, 24 de junho de 2014

Compulsão Alimentar

Postado por Mariana Menezes

Compulsão alimentar. Já ouviu falar? Sabe que tipo de transtorno é esse? Comer é maravilhoso e é uma das atividades que mais nos dá prazer. Mas até essa atividade, que torna nossa vida mais prazerosa e que é tão essencial para a sobrevivência, pode indicar um sério problema de saúde. Comer sem estar com fome, apenas por que deu vontade e fazer isso com frequência pode indicar a presença de problemas emocionais e psicológicos. É o que o vídeo a seguir explicará melhor. A compulsão alimentar é um transtorno para o qual se precisa estar atento, pois suas consequências afetam a saúde de quem é portador desta doença, com consequências que podem variar desde o excesso de gordura até um infarto, ou ainda desencadear outras doenças.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Fragilidade Social e Psicologia da Saúde

Resenhado por Marcelle Leite

Teixeira, J. A. Carvalho e Correia, A..R. Fragilidade social e psicologia da saúde: um exemplo de influências do contexto sobre a saúde. Aná. Psicológica [online]. 2002, vol.20, n.3, pp. 359-365. ISSN 0870-8231.

 O intuito do artigo é chamar atenção para a importância de atenuar o stress frente às diversas situações de fragilidade social, sendo necessário o enfoque, também nas diferentes intervenções de reabilitação e inserção social.
As práticas em psicologia da saúde são muito diversas em suas organizações. É válido ratificar a centralização dos serviços de saúde na medicina, havendo, também uma focalização na doença, exceto pelas práticas da psicologia que evidenciam a promoção da saúde (prevenção de doenças primárias e na mudança dos comportamentos dos doentes). O artigo aponta para a necessidade de se ter uma orientação psicossocial, devido à perspectiva que evidencia a influência dos fatores sociais, culturais e ambientais nos comportamentos.
Assim, estudos psicológicos sobre distintas visões de proteger a saúde e de lidar com a doença em indivíduos advindos de distintos contextos sociais e culturais são fundamentais para psicologia. O presente artigo aborda o contexto de fragilidade social e sua relação com a saúde. Sendo conceituada como situações onde se há o risco de ruptura da integração (equilíbrio entre o indivíduo e o meio). Esta situação pode constituir a fase inicial do processo de exclusão social (definido pela presença de rupturas sucessivas). São exemplos de fragilidade social: a pobreza, desemprego de longa duração, doenças mentais entre outras.
Além da fragilidade social, outro fator que influencia a saúde é o fator socioeconômico, devido às diferenças que existem entre as classes sociais como o nível de stress, coesão social, controle social, os hábitos alimentares, a concentração de comportamentos de risco a saúde (tabaco, álcool e sedentarismo), exposição a situações violentas, condições de trabalho entre outros fatores.
As diferenças entre as classes sociais atingem até a definição de saúde, as classes menos favorecidas têm uma visão solitária de saúde (restringi ao físico), as classes favorecidas têm uma visão dualista (integra o físico e o mental) e as classes elevadas têm uma visão múltipla (integra o físico, mental, emocional, social e espiritual).

Verifica-se influência do gênero em relação à saúde (as doenças apresentam-se em diferentes frequências), já que percebe-se distinção em relação ao estilo de vida como é o caso de mulheres vítimas de violência doméstica e ou sexual que desenvolvem stress pós-traumático.
Diante dos argumentos citados, a influência cultural, o conceito de saúde e a forma de lidar com a doença variam de acordo com a cultura. Em grupos minoritários, algumas doenças (diabetes, obesidade e stress) têm riscos acrescidos. Enfim, o stress pode afetar a saúde, por ser um fator de risco para o desenvolvimento de doenças e seus efeitos podem ser psicofisiológico ou comportamentais. O stress está atrelado à fragilidade social, como por exemplo, no caso em que após uma situação estressante não havendo um conforto social, acaba-se por aumentar a sua intensidade.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Morbidade Hospitalar por ingestão de Esteróides Anabólico-Androgênicos (EAA) no Brasil

Resenhado por Monique Carregosa

Silva Junior, S. H. A. (2013). Morbidade Hospitalar por ingestão de Esteróides Anabólico-Androgênicos (EAA) no Brasil. Rev Bras Med Esporte, 19, 108-111.
                                                                
           O artigo em questão objetivou descrever as principais características da morbidade por ingestão de Esteróides Anabólico-Androgênicos (EAA) no Brasil, no período de 2000 a 2010. Para tal intento,  utilizou-se das informações dos bancos de dados informatizados do Ministério da Saúde acerca das internações hospitalares. Essas informações sobre as internações ocorridas estão inseridas na Autorização de Internação Hospitalar (AIH), um instrumento preenchido nos hospitais, o qual é obrigatório para a internação de pacientes e financiado pelo sistema público de saúde.
           Com o intuito de identificar as causas de internação e analisar a ingestão de EAA como diagnóstico principal e secundário de hospitalização, utilizou-se os códigos E28.1 (excesso de andrógenos), E34.5 (síndrome de resistência a andrógenos), T38.7 (intoxicação por andrógenos e anabolizantes congêneres) e Y42.7 (efeitos adversos de andrógenos e anabolizantes congêneres) do CID-10. Como o cálculo das taxas de internações foi realizado com base na população residente na área, utilizou-se os dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE).
           Como resultado do estudo, encontrou-se que as hospitalizações por EAA no Brasil,  nestes 11 anos analisados, foram responsáveis por 0,001% do total de 1.319 internações (média = 119,9, DP = 99,01), sendo o ano de 2002 o de maior índice. Como principal causa de permanência no hospital destaca-se a síndrome de resistência a andrógenos, visto que corresponde a 55,8% do total. Intoxicação por andrógenos e anabolizantes congêneres e excesso de andrógenos alcançaram, respectivamente, 41,35% e 2,6% do total de internações.
           Dentre os pacientes internados, 1% evoluiu para óbito e o tempo máximo de permanência foi de 47 dias (média = 3,8 e DP = 4,7). A média de idade foi de 27,7 anos (DP = 19,5 anos). Nos anos de 2002 a 2007, os estados de Minas Gerais, Maranhão e Espírito Santo possuíram as maiores taxas de internações por 1.000.000 de habitantes. Já o estado do Tocantins, em 2002, chegou a uma taxa de 8,3 por 1.000.000 de habitantes.
           Assim, no geral, pode-se concluir que os resultados do referido estudo indicaram uma hospitalização por ingestão de EAA relativamente baixa, uma vez que mulheres e indivíduos na faixa etária de 15 a 29 anos obtiveram as maiores taxas no periodo estudado, 82,5% e 37,7%, respectivamente.
            Em relação às possíveis causas associadas à morbidade por ingestão de andrógenos, constatou-se que 11,9% refere-se principalmente às condições do modo de vida. Queda (3,3%) e estreitamento e atresia da vagina 1,4%, também foram causas significativas.
           O autor defende que a motivação ao uso dos EAAs é, em sua maioria, de natureza estética e que por mais que a literatura científica há tempos venha associando essas substâncias a inúmeros malefícios, é difícil atestar que estes sejam os principais causadores. Além disso, argumenta que a conclusão hospitalar ou óbitos precisam ser mais claros, pois segundo ele existem poucos dados sobre o efeito dessas substâncias ao longo da vida dos indivíduos. Isso pode justificar o porquê da taxa de hospitalização por ingestão de EAA no Brasil ter sido relativamente baixa, já que não ocorre o preenchimento de AIH nos atendimentos de pronto-socorro e este grande problema não é compulsoriamente denunciado.
           A leitura é recomendada para os profissionais de saúde e estudiosos da área, visto que revela dados importantes à luz do CID-10, bem como falhas do sistema público de saúde como a subnotificação, o sub-registro, a falta de completitude dos campos e a cobertura do sistema, os quais devem ser imediatamente solucionados, a fim de que dêem  dados mais precisos e mostrem a verdadeira relevância e magnitude das doenças. Para a Psicologia da Saúde, a importância do estudo também é notória por envolver questões como a imagem corporal e a autoestima associadas ao uso de esteróides anabólico-androgênicos.


quarta-feira, 18 de junho de 2014

Super mães estão mais sujeitas a depressão

Postado por Luana Santos

Um estudo da Universidade de Michigan (EUA), com 113 mulheres que responderam um questionário sobre depressão e sentimentos sobre sua competência materna, descobriu que, em relação à reação frente as expectativas da sociedade sobre a maternidade, as mulheres que viam a maternidade com seus aspectos positivos e negativos tinham mais disposição a pedir ajuda, enquanto as que se preocupavam muito em demonstrar um bom cumprimento do papel de mãe estavam mais sujeitas a terem depressão.



Furar a orelha do bebê ou o choro sem parar no supermercado ou em outro local público são situações que podem deixar as mães preocupadas em como são vistas pelos outros como "mãe". Como a mulher avalia e lida com esse momento desafiador da maternidade pode determinar se ela é suscetível à depressão, de acordo com um novo estudo da Universidade de Michigan (EUA).Segundo Elizabeth Thomason, principal autora do estudo, as mães estão muitas vezes excessivamente preocupadas em se mostrar perfeitas com base nas expectativas da sociedade. Essas esperanças irrealistas e a pressão podem afetar negativamente a saúde mental da mulher. "As crianças devem ser perfeitas e bem comportadas, e se isso não é o caso, reflete-se negativamente em você", afirma a pesquisadora.O estudo pediu a 113 mulheres que preenchessem um questionário sobre depressão e como elas se sentiam em relação a suas competências como mães. Elas deveriam responder se concordavam ou não com afirmações como: "Outras mães têm menos dificuldades com os filhos do que eu" e "Eu me sinto culpado quando eu coloco minhas necessidades antes das necessidades do meu bebê".A pesquisa descobriu que as mulheres que estavam muito preocupadas em demonstrar aos outros o quanto são boas mães estavam mais suscetíveis a ficarem deprimidas. Já mulheres que entendiam que ser mãe não é sempre uma experiência positiva estavam mais dispostas a pedirem ajuda.Para a pesquisadora é necessário fazer estudos adicionais, mas a pesquisa é um primeiro passo para examinar como as mulheres reagem as expectativas da sociedade sobre a maternidade.

domingo, 15 de junho de 2014

TOC

Postado por Iracema Freitas


Para muitos pode parecer ritual supersticioso ou uma mania, mas o portador do transtorno obsessivo compulsivo apresenta comportamento repetitivo, incontrolável, que causa ansiedade e medo. O único alívio é a execução do comportamento.



Diagnóstico de TDAH Muito Menos Utilizado no Reino Unido

Postado por Laís Almeida

Pesquisa feita no Reino Unido questiona se a prevalência de transtornos como o TDHA e o TEA nos países é resultado de tendência cultural, já que no Reino Unido menos crianças são diagnosticadas com TDHA que nos Estados unidos, mas em compensação há um maior número de diagnósticos de transtornos do espectro autista. O texto ressalta a importância de se identificar as tendências de diagnósticos e as razões por trás delas, de analisar os contextos culturais e que se, de fato, o número de sintomas em crianças estiverem aumentando, deve-se descobrir os fatores ambientais ou sociais para então elaborar um modo de prevenção.



Um novo estudo sugere que as crianças são muito menos propensas a serem diagnosticados com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) no Reino Unido do que nos EUA – mas mais crianças são diagnosticadas com transtorno do espectro autista (TEA) no Reino Unido.
Na pesquisa, os investigadores questionam se a prevalência de TDAH ou TEA é um resultado de tendência cultural.
Pensa-se que TDAH seja a doença mais comum da infância. Um estudo de 2009 nos EUA descobriu que 6,3% das crianças de 5-9 anos de idade foram diagnosticados com TDAH. Em contraste, apenas 1,5% dos pais no Reino Unido relatou um diagnóstico de TDAH em crianças com idades entre 6-8 anos.
A taxa de prevalência do Reino Unido para o TDAH foi determinada pela análise dos dados do UK Millennium Cohort Study, uma amostra de mais de 19.000 crianças acreditavam ser representativa da população.
Ginny Russell, Ph.D., autora principal do estudo, disse: “Nossos resultados revelam que os médicos no Reino Unido são muito menos propensos a implantarem o rótulo de TDAH do que os seus homólogos americanos. Esta diferença pode ser resultado de fatores culturais.
“Por exemplo, são usados ​​critérios mais rigorosos para o diagnóstico de TDAH no Reino Unido, ou pode ser que as preocupações dos pais sobre o uso de drogas como a Ritalina para tratar pacientes mais jovens signifique que eles resistam ao diagnóstico de seus filhos.
“É importante identificar as tendências de diagnóstico e as razões por trás delas, ao que vários critérios em diferentes contextos culturais podem significar que as crianças estão perdendo em serviço de saúde – o rótulo do diagnóstico pode determinar o apoio que as famílias recebem”, disse Russell, da Universidade de Faculdade de Medicina de Exeter.
“De igual modo, é importante que as crianças não sejam sobre–diagnosticadas.”
O mesmo estudo mostra que o diagnóstico do autismo está em ascensão. Alguns 1,7% dos pais relataram que crianças de 6-8 anos foram identificadas como tendo um TEA.
“O aumento da conscientização sobre o autismo, o desestigmatização do TEA, e o diagnóstico de crianças em uma idade mais jovem podem estar todos contribuindo para o rótulo do TEA ser usado cada vez mais no Reino Unido”, disse Russell.
A descoberta sugere uma tendência crescente no Reino Unido por aplicar o rótulo de TEA o que pode ser devido a uma combinação de uma maior conscientização, diagnóstico sucessivo de crianças mais jovens, os critérios de ampliação e/ou diminuição do estigma social associado com o rótulo.
Perguntas permanecem sobre se os aumentos nos diagnósticos de TEA refletem os aumentos “reais” na freqüência dos distúrbios ou se são inteiramente devido às mudanças de critérios de diagnóstico e uma maior sensibilização.
Russell está atualmente a analisar os dados de dois estudos de grupo de nascimento do Reino Unido para tentar ajudar a estabelecer se houve um aumento nos sintomas ou simplesmente um aumento da notificação e do diagnóstico.
“É importante estabelecer se existe um aumento real em crianças com sintomas porque podemos então tentar descobrir os fatores ambientais ou sociais por trás do aumento, a fim de tomar medidas preventivas”, disse Russell.
O estudo foi publicado online na Journal of Autism Developmental Disorders.

Texto de RICK NAUERT PHD, Editor Sênior de Notícias
Revisado por John M. Grohol, Psy.D., em 29 de Agosto de 2013
Fonte: PsychCentral

Quando a ansiedade torna-se uma doença?


Resenhado por Rafael Matos

D’el Rey, G.J.F. (2005) - Quando a ansiedade torna-se uma doença? Integração: Ensino, Pesquisa e Extensão. 11, 379-382.

O presente texto traz ponderações gerais acerca da ansiedade e em especial sobre o transtorno de ansiedade generalizada. Quanto a este é mostrado pelo autor noções sobre definições, possíveis causas e tratamento.
A ansiedade é definida como um estado emocional que faz parte do espectro normal das experiências humanas, uma vez que se sentir ansioso é uma experiência comum a qualquer ser humano. Este é dotado de um equipamento biológico e psicológico, o qual é acionado diante de situações específicas que exigem uma atitude mais incisiva e imediata. Entretanto, faz-se necessário para que este estado seja considerado normal que logo após estas situações, a pessoa deixe de sentir-se ansioso.
Destarte, a ansiedade pode ser entendida como um componente necessário para a sobrevivência e adaptabilidade do sujeito. No entanto, possui um limiar em que no extremo está os transtornos de ansiedade. Considerando o que foi  dito no parágrafo anterior, se mesmo depois de ter passado a situação, a pessoa permanecer em estado constante de ansiedade, este fato pode ser um indicativo de que a mesma esteja passando por algum transtorno de ansiedade. Desta forma é possível falar sobre duas categorias de ansiedade: uma normal, desejável e adaptativa e outra patológica, inadaptativa e prejudicial à qualidade de vida.
Segundo os autores, a ansiedade possui quatro componentes que estão presentes em sua manifestação, a saber: manifestações cognitivas (pensamentos de que a situação terá um desfecho negativo, levando a apreensão), manifestações comportamentais (inquietações, comportamentos de evitação diante da situação), manifestações somáticas (tensão muscular) e manifestações emocionais (vivência subjetiva de desprazer e/ou desconforto).
Além das manifestações, a ansiedade é classificada em diversos transtornos: transtornos de ansiedade sem especificação, transtorno de pânico com ou sem agorafobia, agorofobia sem história de transtorno de pânico, fobia social, fobia específica, transtorno de estresse agudo, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno de ansiedade devido a uma condição física ou uso de substância psicoativa e transtorno de ansiedade generalizada.
Este último é o mais detalhado no presente texto, sendo caracterizado pela persistência dos sintomas de ansiedade durante numerosas situações da vida. No que concerne a sua causa ainda não está clara. Existem evidências de que fatores biológicos tenham sua parcela na origem deste transtorno, entretanto, não se tem pesquisas conclusivas quanto a isso. Pesquisadores tem mostrado que fatores ambientais têm um peso maior que os biológicos.
O transtorno de ansiedade generalizada por está contido na categoria de ansiedade patológica merece tratamento, uma vez que este é capaz de causar danos à saúde do indivíduo. Estudos têm mostrados que a terapia da abordagem cognitiva comportamental tem sido eficaz na maioria das pessoas com estes transtornos. Suas técnicas de reestruturação cognitiva, relaxamento muscular progressivo, treinamento de habilidades sociais mostra-se eficazes na maioria dos casos, em outros casos é comum o uso conjunto de farmacoterapia. 
Um grande empecilho para o tratamento ainda é o fato deste transtorno ser encarado como uma fraqueza pessoal e/ou falta de vontade, devendo ser enfrentado pelos indivíduos.Quando diagnosticado e tratado é demonstrado uma substancial melhora nos sintomas deste transtorno, o que possibilita uma melhora na qualidade de vida do sujeito.


quarta-feira, 11 de junho de 2014

The future of Self-esteem


Resenhado por Luana Santos

Owens, T., & Stryker, S. (2001). The future of Self-esteem. In T. Owens, S. Stryker & N. Goodman (Orgs.), Extending Self-esteem theory and research: sociological and psychological currents (pp. 1-9). New York: Cambridge University Press.

The future of Self-esteem é o primeiro capítulo do livro Extending Self-esteem theory and research: Sociological and psychological currents, que busca fazer um exame profundo do conceito de autoestima, ampliando o entendimento sobre o mesmo e explicando-o com foco nos trabalhos de Morris Rosenberg.
Owens e Stryker introduzem autoestima como um conceito incompreendido e desapropriado, visto que é onipresente e, entretanto, tem sido pouco estudado cientificamente. Assim, o presente capítulo visa a, especificamente, introduzir o tema e delinear a importância do seu estudo científico.
O discurso típico sobre a relação entre autoestima e problemas sociais e emocionais é uma via dupla. Se, por um lado, autoestima elevada dá uma garantia às pessoas contra os efeitos nocivos decorrentes de muitos problemas da vida, por outro, autoestima baixa torna as pessoas mais suscetíveis a influências negativas. É como se quanto maior a autoestima maior a ocorrência de comportamentos mais socialmente aceitáveis, e vice-versa. A premissa é simples, se amar um objeto faz com que queiramos protegê-lo, o mesmo vale pra nós mesmos, pois a autovaloração que tivermos vai nortear o quanto nos esforçaremos para nossa proteção.
Ainda assim, as ligações entre autoestima e comportamento carecem de melhores explicações, visto que existem controvérsias em torno do construto, por exemplo o fato de pesquisadores colocarem a autoestima em seus estudos como uma variável explicativa e depois encontrarem-na como um preditor fraco. Há ainda a falta de argumentos sobre como a autoestima deve ser empregada, quantos e que tipos de dimensões possui, e quão necessários são cada uma delas, ou ainda se deve empregar-se concepções gerais ou específicas das suas funções. Para os autores, o desinteresse no estudo da autoestima entre alguns pesquisadores é, em parte, função da sua própria popularidade.
William James, em 1890, foi quem primeiro delineou o conceito de autoestima a partir do seu estudo sobre self, e desde então o construto é abordado por outros grandes nomes como Bandura, Copersmith, Gergen, Wylie e Rosenberg, entre outros. Porém, a popularização do conceito talvez tenha enfraquecido sua abordagem no meio científico, já que o mau entendimento do conceito leva a diversas aplicações ingênuas da teoria e métodos, e culmina na falsa crença de que autoestima é uma variável de pouca importância.
Enfim, é justamente por todas as falácias em torno da autoestima que os autores propõem ampliar e entender melhor o conceito, subdividindo o livro em cinco sessões que abrangem vários aspectos relacionados ao construto: o quadro geral, questões conceituais e metodológicas, contextos sociais e curso de vida, desigualdades sociais e problemas sociais, sessões de 1 a 5, respectivamente.
O livro, como um todo, é uma importante fonte de dados para estudantes ou profissionais que buscam aprofundar estudos sobre autoestima, permitindo, no decorrer da narrativa, uma visão global e, ao mesmo tempo, específica tanto dos pontos fortes e das lacunas que ainda existem no seu estudo, além de ser um roteiro bem elaborado dos aspectos que norteiam o construto.




terça-feira, 10 de junho de 2014

Estresse pós-traumático está ligado à doença cardíaca


Postado por Laís Santos

O transtorno de estresse pós-traumático diz respeito a lembranças persistentes de um trauma, evitação constante dos estímulos associados ao evento, bem como a presença de excitação e insensibilidade a situações gerais. Estudo feito com veteranos de guerra nos Estados Unidos mostra que os sujeitos acometidos pelo transtorno de estresse pós-traumático estão mais suscetíveis a desenvolver doenças cardíacas.  Os dados encontrados neste estudo se mostram ainda mais relevantes na medida em que esse transtorno pode atingir sujeitos que vivenciem situações, tais como abuso sexual, catástrofes naturais ou outros tipos de violência.


Pacientes que sofrem de stress pós-traumático correm mais risco de desenvolver problemas cardíacos. É o que revela um estudo feito com veteranos de guerra nos Estados Unidos. A pesquisa, publicada no periódico médico American Journal of Cardiology, analisou 637 veteranos, em sua maioria homens, com idade média de 60 anos, com suspeita de ter doenças cardíacas.O resultado apontou para a evolução mais rápida da doença cardíaca nos veteranos de guerra. Também foi constatado que esses pacientes estavam mais propensos a morrer em decorrência de qualquer doença nos próximos três anos. "Durante muito tempo ostress pós-traumático foi basicamente conhecido como um distúrbio psicológico ou psiquiátrico", disse Ramin Ebrahimi, do  Veterans Administration Medical Center, de Los Angeles, que conduziu o estudo. "Pouco a pouco percebemos que esses pacientes realmente têm uma boa quantidade de outros problemas de saúde."O especialista acrescentou que a pesquisa é importante pois o stress pós-traumático também atinge vítimas de estupro, catástrofes naturais e de outros tipos de violência. Segundo o Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, por volta de um a cada 30 adultos americanos pode sofrer do transtorno em algum um período de sua vida.Exames de varredura de cálcio mostraram que a maioria dos pacientes tem algum tipo de acúmulo de placa em suas artérias coronárias. Mais de 75% dos veteranos com stress pós-traumático tinham estreitado suas artérias, ante 59% entre os demais. O pesquisador Joseph Boscarino, da Geisinger Health System, em Danville, na Pensilvânia, confirma, em novo estudo, as conclusões anteriores. “Os hormônios do estresse relacionado ao stress podem afetar as chances de doenças cardíacas, ou talvez o comportamento das pessoas, como maiores taxas de uso consumo de álcool e tabaco, colocando-os em maior em risco”, disse ele.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Psychological distress as a risk factor for cardiovascular events: Pathophysiological and behavioral mechanisms.


Resenhado por Geovanna Souza

Hamer, M., Molloy, G. J., & Stamatakis, E. (2008). Psychological distress as a risk factor for cardiovascular events: Pathophysiological and behavioral mechanisms. Journal of the American College of Cardiology, 52, 2156-2162.

Há inúmeros fatores psicossociais que podem interferir na hipertensão arterial, tais como os hábitos de saúde, o estresse e a ansiedade. Eles podem se constituir como variáveis psicológicas de vulnerabilidade para a hipertensão arterial, apesar de não haver ainda nenhuma comprovação científica. Diversos estudos buscam investigar a relação do estresse psicológico com as doenças cardiovasculares, e conhecer quais os impactos que um exerce sobre o outro.
É importante que se conheçam os modos como os processos comportamentais e fisiológicos interferem na relação entre estresse e doenca cardiovascular. Assim, a compreensão desses processos torna-se essencial para o tratamento de distúrbios psicológicos em uma tentativa de reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
O presente trabalho procurou estudar até que ponto os fatores de risco comportamentais e fisiopatológicos poderiam explicar a associação entre estresse e incidentes cardiovasculares. Para isso, o estudo utilizou uma metodologia prospectiva, ao longo de sete anos. Sua amostra foi composta por 6576 participantes escoceses de ambos os sexos, e com média de idade de 51 anos. Os participantes foram convidados a participar da pesquisa por caixa postal e por endereço. Eles foram selecionados de acordo com caracteristicas demográficas e fatores de risco semelhantes.
Os pesquisadores buscaram medir os níveis de estresse psicológico e marcadores fisiológicos para hipertensão. Para isso, o instrumento utilizado para medir o estresse psicológico foi o General Health Questionnaire (GHQ-12) e uma medida de auto-relato composta por 12 itens que incluem questões sobre nível de felicidade, ansiedade, depressão e perturbações do sono nas ultimas 4 semanas. Buscou-se também investigar a história clínica dos participantes e as caracteristicas demográficas, bem como comportamentos relacionados à saúde.  A interpretação dos resultados se basearam numa escala bimodal, ou seja, na ausência ou presença de sintomas.
O principal resultado a ser avaliado foi a ocorrência de eventos cardiovasculares, fatais e não fatais. Durante a pesquisa (7 anos) ocorreram um total de 223 episódios de doenca cardiovascular, sendo 63 fatais. Apresentando os principais resultados da pesquisa, foi observado que o risco de doença cardiovascular aumentava quando havia presença de estresse em modelos ajustados tanto por idade, quanto por sexo, e os fatores comportamentais (atividade física, alimentação saudável) explica melhor esse fenômeno do que os fatores fisiológicos. Dessa forma, a associação entre esses dois fenômenos (estresse e doenças cardiovasculares), foi em grande parte explicada pelos aspectos comportamentais, devendo haver um foco em mudanças de comportamentos para se promover saúde.

Vale ressaltar que os estudos apresenta suas limitações, uma vez que o nível de estresse só foi medido uma única vez e juntamente aos aspectos fisiológicos. É sugerido pelos autores que se usem em novos estudos, medidas clínicas como complemento da avaliação dos sintomas depressivos, que podem exercer influência junto a esses construtos apresentados até aqui. Deve-se aprimorar também o estudo desses aspectos comportamentais, a fim de obter dados mais específicos a respeito de seus benefícios e malefícios. 

domingo, 8 de junho de 2014

Satisfação Conjugal prediz ganho de peso no início do casamento

Resenhado por Lucila Moraes

Meltzer, Andrea L.; Novak, Sarah A.; McNulty, James K.; Butler, Emily A.; Karney, Benjamin R. (2013) Marital satisfaction predicts weight gain in early marriage. Health Psychology, Vol 32(7), 824-827. doi: 10.1037/a0031593. 

O estudo teve como objetivo avaliar se a satisfação do casal está associada positiva ou negativamente com o aumento de peso. Apesar de o casamento ser constantemente associado com inúmeros benefícios à saúde, ele também se associa a um risco de saúde em específico, se comparado com casais não casados, que é a elevada chance de aumento de peso.
As teorias e pesquisas existentes ressaltam o papel da satisfação do casal no matrimônio em tal aumento de peso, porém eles divergem quanto à como se dá essa relação entre satisfação e aumento de peso. O Modelo de Regulação da Saúde sugere que relacionamentos satisfatórios facilitam o apoio e regulação funcional do casamento, promovendo assim, saúde. Assim, casais devem ser mais propensos a ganho de peso quando a satisfação de um dos parceiros diminui, pois a tensão conjugal causa estresse, o que interfere na autorregulação. Ou seja, assim como novos casais têm o risco de ganho de peso, eles também têm o risco de sofrer um declínio na satisfação matrimonial.
Outra teoria é a do Modelo de Mercado do Acasalamento, é baseado na ideia de que a manutenção de peso é motivada, primeiramente, pelo desejo de atrair um parceiro. Especialmente, porque recém-casados satisfeitos já atraíram seu parceiro desejável, eles não passam a se preocupar tanto com exercícios ou dietas. Assim, bem como as pessoas priorizam serem magras antes do casamento ou quando este acaba, os cônjuges podem priorizar serem magros quando um dos parceiros está insatisfeito com o casamento, como forma de atrair novamente a atenção de um parceiro. Um estudo feito por Lundborg, Nestedt e Lindgren (2007), comprovou bem esta teoria demonstrando que pessoas casadas em países com alto índice de divórcio pesam menos que aqueles que se encontram em países com baixas taxas de divórcio.
O estudo comparou ambos os conceitos, levando em consideração que cada pessoa, individualmente, pode estar associada a uma dessas teorias, dependendo de como esta reage a situações de estresse matrimonial e insatisfação no casamento. O presente estudo então se inspirou em oito ondas de dados de casais recém-casados ​​durante seus quatro primeiros anos de casamento para avaliar as duas possibilidades. Foram recrutados para o estudo 169 recém-casados pela primeira vez e sem crianças, para um estudo longitudinal do casamento. Em média, os maridos tinham 25.6 anos e as mulheres 23.4 anos. Foi enviado aos casais um pacote de questionários, que continham um autorrelatório de peso e altura, satisfação conjugal, estresse conjugal, passos dados para o divórcio (propensão ao divórcio), e diversas covariáveis. A cada 6 meses, pelos próximos 4 anos ( 8 ondas de dados no total), os casais completavam as mesmas medidas primárias e eram pagos entre 40 a 70 dólares.
Os resultados confirmaram a teoria do Modelo de Mercado do Acasalamento para dar conta das associações entre satisfação conjugal e ganho de peso no início do casamento. Quando o sujeito ou seu cônjuge estão mais satisfeitos que o usual, eles ganham pesam, e quando ele ou seu parceiro estão menos satisfeitos que o habitual, eles perdem peso, confirmando a ideia de que casais estão mais propensos a perder ou manter o peso quando confrontados com a possibilidade de ter que achar um novo parceiro. Essas associações foram medidas por mudanças no grau de como cada cônjuge contempla o divórcio ao longo dos quatro anos de estudo. Essa teoria derruba a ideia de que todo relacionamento de qualidade promove, necessariamente, a saúde do casal; sugerindo na verdade que relacionamentos mais românticos e satisfatórios podem ter um importante estimulador para manutenção de peso, que é o desejo de atração do parceiro.
Este estudo se mostrou muito interessante, por tentar sistematizar e aprofundar melhor as teorias de associação entre satisfação matrimonial e ganho de peso, dando um direcionamento sobre quais das duas teorias se mostrou mais presente durante o processo. A leitura é recomendada para todos que se interessarem no assunto em questão, principalmente pessoas casadas, divorciadas ou em um relacionamento sério.


Diabetes e Depressão

Postado por Ariane de Brito

Mais do que uma restrição alimentar, o Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica de alta prevalência no mundo. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que existam  cerca de 11 milhões de portadores de diabetes no Brasil, sendo que 7,5 milhões já sabem que tem a doença. O excesso de açúcar no sangue pode acarretar sérias complicações (retinopatia e nefropatia diabética, pé diabético etc.). Além destas, existe ainda uma estreita relação entre diabetes e depressão. Sabe-se que 20% a 30% dos diabéticos desenvolvem depressão, e que as mulheres diabéticas tem maior chance de apresentar um quadro depressivo e, com isso, maiores complicações na doença. A origem fisiológica ou psicológica dessa relação ainda não é esclarecida.
          

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Timidez ou Fobia Social?




Postado por Rafael Matos

A Fobia Social (FS) atualmente é reconhecida como um transtorno psiquiátrico. Pesquisadores e investigadores têm teorizado sobre a relação entre FS e a timidez, esta última segue sendo um conceito menos definido, que geralmente está associado a uma característica de personalidade. Estudos têm revelado que a timidez faz parte de uma mesma linha continua em que no extremo estão os indivíduos com Fobia Social, que é vista como uma extrema timidez. Os indivíduos com FS além da timidez possuem outros sintomas acentuados e são mais afetados pelo desconforto perante situações sociais que os tímidos. A timidez passa a ser vista como uma condição subclínica e um traço normal de personalidade não sendo considerado como patológico.


terça-feira, 3 de junho de 2014

Crianças em Risco de Transtorno Bipolar Reagem Mal aos Antidepressivos

Postado por Grasielle Rocha

É fato que há pessoas que desconhecem ou confundem o verdadeiro significado de transtorno bipolar com a depressão, isso por haver semelhanças. O curioso é o resultado do estudo citado no noticiário: crianças com alto risco de desenvolvimento de transtorno bipolar estão propensos a sofrer reações negativas a medicamentos antidepressivos. Tal achado é importante pois nem sempre as pessoas sentem-se bem ao tomar antidepressivos, cujos efeitos colaterais podem prejudicar o funcionamento cognitivo.

Crianças com alto risco de desenvolvimento de transtorno bipolar são muito propensos a sofrer uma reação negativa a medicamentos antidepressivos, de acordo com um novo estudo.
O transtorno bipolar causa mudanças abruptas no humor, energia, níveis de atividade e da capacidade de realizar tarefas básicas. Embora algumas pessoas têm seus primeiros sintomas durante a infância, a doença se desenvolve normalmente no final da adolescência ou início da vida adulta.
Durante o estudo, a reação negativa mais comum que levaram à descontinuação antidepressiva foi irritabilidade aumentada, o que ocorreu em sete crianças.
Cinco dos participantes experimentaram um aumento da agressão, enquanto dois tinham aumentado impulsividade, dois desenvolveram psicose, um desenvolveu ideação suicida, uma insônia, e um havia aumentado hiperatividade. Dois pacientes foram admitidos no hospital por agressão, como também foi o paciente que desenvolveu ideação suicida.
Mais da metade das crianças do estudo tiveram que interromper o tratamento, disse o pesquisador Jeffrey Strawn, MD, da Faculdade de Medicina da Universidade de Cincinnati, Ohio, e colegas na revista Bipolar Disorders.
Os pesquisadores iescobriram que a probabilidade de que uma criança precisa parar de tomar um antidepressivo é especialmente elevado entre as crianÇas mais jovens – as chances aumentam de 1,8 vezes para cada 1 ano diminuído na idade.
Na verdade, a chance de uma má reação a um antidepressivo é de 97% em uma criança de 9 anos de idade, mas apenas 4% para cerca de 20 anos de idade, apesar de advertir que “a probabilidade de qualquer idade particular é necessariamente bastante imprecisa dada a pequeno tamanho da amostra.”
Os 21 participantes do estudo que já estavam tomando medicamentos antidepressivos foram retirados de um grupo de 118 jovens, com idades entre 9 e 20 anos, que tiveram pelo menos um dos pais com transtorno bipolar I.
As crianças tinham começado o tratamento com antidepressivos para uma variedade de razões – mais comumente por causa de uma depressão ou transtorno de ansiedade -, mas também por um distúrbio de comportamento disruptivo ou distúrbio de hiperatividade com déficit de atenção. Doze foram diagnosticados com mais do que uma desordem.
Os pesquisadores observam que “dada a baixa tolerabilidade dos antidepressivos na juventude [de alto risco] apresenta com transtornos de ansiedade e depressão, as intervenções psicoterapêuticas que são atualmente recomendadas para essas condições podem ser tentadas antes de antidepressivos.”

Texto de TRACI PEDERSEN, Editora Associada de Notícias
Revisado por John M. Grohol, Psy.D., em 21 de Agosto de 2013
Fonte: PsychCentral

Transtornos de ansiedade em mulheres: gênero influencia o tratamento?


Resenhado por Laís Santos

Kinrys, G., &Wygant, L. E. (2005). Revista Brasileira de Psiquiatria, 27, 43-50.

Os transtornos de ansiedade são os mais comuns dentre os transtornos psiquiátricos. De acordo com o DSM IV, eles se subdividem em: Fobia Social, Transtorno do Pânico, Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), Transtorno de Ansiedade generalizada (TAG), Agorafobia, Fobias Específicas e Transtorno de Estresse Pós-Ttraumático (TEPT). Estudos realizados nos EUA apontam que as mulheres são mais suscetíveis a adquirir transtornos de ansiedade. Diante de tal resultado, se faz necessário identificar não só as características, mas também os fatores geradores de tais transtornos.
Muitas pesquisas estimam que os fatores genéticos, bem como sua associação com questões ambientais, podem agir como desencadeadores desses transtornos. Acredita-se que as variações hormonais exerçam influência no desenrolar de tais distúrbios. Em termos práticos, as mulheres apresentam maior probabilidade de desenvolver os seguintes transtornos: TAG (6%), Transtorno do Pânico (7,7%), TEPT (12,5%), TOC (3,1%), Fobia Social (15,5%). Apesar dos dados quantitativos referentes a essa questão, ainda há grande carência quanto a trabalhos que investiguem a verdadeira causa dessa variação quanto à ocorrência de tais transtornos.
O Transtorno de Ansiedade Generalizada, diz respeito a uma ansiedade exacerbada direcionada a diversas atividades e questões, cujos sintomas permanecem por mais dias e por pelo menos por seis meses. Retomando a questão de gênero, estudos apontam que as mulheres têm duas vezes mais chances de desenvolver o TAG, e que aquelas de mais idade (45 ou mais) tendem a estar mais propensas a adquirir tais transtornos. Além disso, o sexo feminino está mais suscetível a desenvolver transtornos psiquiátricos comórbidos. Em relação ao tratamento medicamentoso, por conta da alta comorbidade com a depressão, os antidepressivos são muito prescritos, bem como, benzodiazepínicos e diversos ansiolíticos.
O Transtorno do Pânico é caracterizado por ataques inesperados recorrentes, além da persistência de uma preocupação exagerada quanto à recorrência desses ataques e/ou suas consequências. Estudos nos EUA mostram que 4,7% das pessoas, ao longo da vida, adquirem o Transtorno do Pânico; dentre essa porcentagem, 70% correspondem ao sexo feminino. Além disso, pesquisas apontam que entre as mulheres os ataques de pânico ocorrem com maior frequencia e tendem a ser concomitante com a agorafobia. Com relação à idade de início, em geral, as mulheres acabam desencadeando esse transtorno de forma mais tardia, em termos de idade, que os homens. De modo geral, quanto à sintomatologia durante o ataque, as mulheres experimentam sintomas quanto à respiração. Estima-se ainda que o gênero feminino tem maior risco de apresentar comorbidade com outros transtornos psíquicos (fobia social, depressão, TAG, etc.), do que os homens. O tratamento farmacológico em geral, é feito com antidepressivos tricíclicos, benzodiazepínicos, inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs) e inibidores da monoamino-oxidase (IMAO).
            A Fobia Social (FS) é o transtorno de ansiedade mais comum, além de ser considerado o terceiro transtorno psíquico mais prevalente. Ela é caracterizada como um medo exagerado a situações sociais ou de desempenho, nas quais o sujeito é submetido a pessoas desconhecidas ou a algum tipo de avaliação. Assim como nos outros transtornos, as mulheres têm uma probabilidade maior (1,5 vezes) do que os homens de terem fobia social. As mulheres apresentam mais medos sociais graves e quanto a situações especificas. Além disso, o gênero feminino apresenta maior comorbidade com outras doenças (agorafobia, fobia simples, por exemplo), do que o masculino.
            O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), diz respeito a obsessões entendidas como pensamentos, imagens, persistentes, geralmente associados a questões de higiene, limpeza, que geram sofrimento ao sujeito. Estudos apontam que após a menarca o índice de mulheres com TOC aumenta bastante. Além disso, eles mostram que o TOC pode ser mais episódico e menos grave para as mulheres, entretanto, pode ter um começo mais agudo. Como dado adicional estima-se que as mulheres tenham mais ataques de pânico e maior frequencia de obsessões de agressão após o início da doença. De modo geral, acredita-se que o TOC tem seu início, desenvolvimento e gravidade no que tange as mulheres, diretamente influenciados por conta dos ciclos hormonais femininos.
            O transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) corresponde a lembranças persistentes de um trauma, evitação constante dos estímulos associados ao evento, bem como a presença de excitação e insensibilidade a situações gerais. As mulheres possuem duas vezes mais chances de adquirir o TEPT ao longo da vida. A causa mais comum em mulheres está ligada a abuso físico na infância e abuso sexual. Quanto à sintomatologia, o sexo feminino apresenta maior probabilidade de manifestar o critério geral de insensibilidade, assim como o de excitação generalizada. Estudos apontam que o gênero feminino pode ter maior risco durante a gestação, em caso de TEPT.
            Em suma, os dados quantitativos apontam que há diferença quanto à manifestação dos transtornos de ansiedade, bem como de seu desenvolvimento e gravidade. Porém, faltam estudos que revelem de forma concreta as causas de tal distinção.


domingo, 1 de junho de 2014

Prática sexual combate hipertensão?

Postado por Geovanna Souza

Uma das doenças que teve crescimento significativo nos últimos anos foi a Hipertensão Arterial. Ela demanda um enorme gasto de patrimônio público e de atenção, por parte do próprio indivíduo e dos profissionais envolvidos em seu tratamento. Em 2010, o então ministro da saúde, José Gomes Temporão, comentou em uma campanha de prevenção contra a Hipertensão, que "fazer sexo ajuda" e que "as pessoas têm que se mexer. A pelada do final de semana não deve ser a única atividade. Os adultos devem praticar exercícios, caminhar, dançar, fazer sexo seguro". Esse comentário provocou polêmicas na época, já que não existia nenhuma evidência na literatura científica que comprovasse que a quantidade semanal de sexo tenha um impacto direto na pressão arterial. Ele ainda sugeriu que as pessoas fizessem sexo cinco vezes por semana. A doença, que avançou no país e agora atinge cerca de 24,4% da população, está associada a hábitos alimentares, sedentarismo, estresse, entre outros.