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domingo, 25 de janeiro de 2015

Medicalização na infância

Postado por Lucila Moraes


A medicalização e patologização na infância são cada vez mais frequentes em nossa sociedade, na qual se considera ‘normal’ uma pessoa possuir um ou mais transtornos numa idade cada vez mais precoce.  Porém, há algo nesse dado bastante preocupante: Por que será que o número de crianças que possuem um distúrbio ou transtorno aumentou tão drasticamente nos últimos anos? É preciso ficar atendo nos interesses farmacêuticos envolvidos nesse número crescente de doenças infantis, pois tais indústrias buscam, especialmente, o lucro. Além disso, é preciso alertar os profissionais da saúde sobre a linha tênue entre o normal e patológico, para evitar o excesso de medicalização da vida.  Marcia Angell, professora do Departamento de Medicina Social de Harvard, publicou diversos artigos e livros que alertam sobre o perigo do excesso de prescrição de drogas antipsicóticas para crianças; sendo seu principal livro titulado ‘ A verdade sobre os laboratórios farmacêuticos. ’ 





terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Pesquisa sobre anabolizantes é publicada em revista nacional.

Postado por Monique Carregosa

O tema anabolizantes cada vez mais tem ganhado força no meio científico. No Brasil, ainda há pouca literatura na área, todavia, esta realidade parece estar mudando.  A presente notícia trata de uma pesquisa nacional realizada por um professor da Unoeste, em parceria com a Unesp de Assis, a qual foi publicada numa revista brasileira de renome.
O estudo chama-se “Análise do potencial mutagênico dos esteroides anabólicos androgênicos (EAA) e da L-carnitina mediante o teste do micronúcleo em eritrócitos policromáticos” e revela que o uso de esteroides tem ligação com o surgimento de câncer, principalmente no fígado, uma vez que eles promovem danos no DNA. Portanto, trata-se de mais uma evidência do potencial risco que a substância pode causar naqueles que a utilizam de forma inapropriada.




Em busca de obter desempenho físico melhor e mais rapidamente, pessoas continuam usando, indiscriminadamente, os anabolizantes – as populares bombas. Em razão disso, pesquisadores aprofundam-se cada vez mais no assunto para provar, cientificamente, que os produtos fazem mal. Uma recente contribuição para dar visibilidade aos problemas, em nível celular, que ocorrerão no futuro com os usuários, é um estudo do professor doutor Décio Gomes de Oliveira, dos cursos da saúde da Unoeste. Foi publicado na Revista Brasileira de Medicina do Esporte, e pode ser lido, na íntegra, nesta página.
A pesquisa, intitulada de “Análise do potencial mutagênico dos esteroides anabólicos androgênicos (EAA) e da L-carnitina mediante o teste do micronúcleo em eritrócitos policromáticos”, é feita em parceria com a Unesp de Assis, com coautoria da Dra. Edislane Barreiros de Souza, Douglas Fernandes da Silva, Rodrigo Pinheiro Araldi e Thais Biude Mendes. “Os resultados permitem dizer que a utilização dos anabólicos esteroides pode resultar em danos ao DNA, que traz toda a bagagem genética. Então, pode levar a um processo carcinogênico, demonstrando uma relação do uso desses esteroides anabólicos e a incidência do câncer”, declara Oliveira. A probabilidade de aparecer câncer é principalmente no fígado, pois é o órgão responsável pela metabolização.
Até em âmbito mundial há poucos estudos que envolvem avaliações clastogênica (fragmentação de cromossomos) e genotóxica (ação tóxica sobre o DNA) dos anabólicos esteroides, conforme o professor. Por isso, ele avalia que é necessário manter as pesquisas. “A Unoeste é muito forte em pesquisa e essa divulgação a coloca ao lado de instituições públicas, que também dão importância aos profissionais da Unoeste, convidando-os para que façam parte dos grupos”. Oliveira acredita que o reconhecimento nacional da Unoeste em um veículo científico de grande renome é positivo para a comunidade científica, para a docência e para os acadêmicos, pois receberão a experiência trazida pelo professor e ganharão mais estímulo para se tornarem pesquisadores.
Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Pais de crianças com diabetes tipo 1: Percepções do envolvimento paternal a partir de uma perspectiva de promoção da saúde.

Resenhado por Ariane de Brito


Boman, A., Povlsen, L., Dahlborg-Lyckhage, E., Hanas, R., & Borup, I. K. (2014). Fathers of children with type 1 diabetes: Perceptions of a father’s involvement from a health promotion perspective. Journal of Family Nursing, 20, 337–354. doi: 10.1177/1074840714539190


Este estudo teve como objetivo analisar como os pais de crianças com diabetes tipo 1 compreendem a sua participação na vida diária de seus filhos e discutir suas percepções a partir de uma perspectiva de promoção da saúde. O diabetes tipo 1 (DM1) é uma doença metabólica crônica que se manifesta através do aumento dos níveis de glicose no sangue e afeta o metabolismo da criança. A nível mundial, a Suécia é um dos países com os mais altos índices de DM1 infantil do mundo. O DM1 tem grandes implicações para a vida cotidiana da criança e da família, uma vez que requer tratamento rigoroso para equilibrar os níveis de glicose no sangue, injeções de insulina diárias, alimentação equilibrada e prática de atividades físicas. Para tanto, as crianças aprendem e adotam valores, normas e estratégias para a vida cotidiana, e o grau de envolvimento dos pais é essencial para o tratamento e controle da doença.
Na perspectiva de promoção da saúde, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS; 1986), ambos, pais e mães, são essenciais para o bem-estar de seus filhos e desempenham papéis importantes na criação dos mesmos. Existem poucos estudos sobre pais de crianças com DM1, sendo que alguns deles revelaram que o envolvimento paterno no tratamento do diabetes aumenta o estresse parental e a ansiedade dos pais, especialmente entre os que têm baixa escolaridade. Além disso, foi relatado também que o envolvimento dos pais no cuidado de seu filho DM1 tem impacto positivo sobre o bem-estar da criança e o funcionamento familiar. Envolvimento paternal alto foi correlacionado com menor impacto da doença na família, enquanto que o mau controle metabólico esteve associado com o pai que percebe a família como disfuncional.
Os pais participantes do estudo foram selecionados a partir de três clínicas de diabetes suecas. Vinte e quatro pais deram o seu consentimento para participar, os quais responderam a dois instrumentos: Questionário demográfico e Questionário de Responsabilidade Parental (PRQ). Todos os 24 pais tiveram pontuação elevada no PRQ, e por esse motivo, foram marcadas entrevistas com os mesmos para participação da segunda etapa de coleta de dados. Vale destacar que quatro pais se recusaram a participar, devido a limitações de tempo. Na entrevista, os 20 pais foram inicialmente solicitados a descreverem os dias normais com o filho, e, em seguida, responderam questões sobre a participação deles no cuidado do diabetes do filho. As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra, e tiveram duração média de 70 minutos.
O processo de análise envolveu a codificação e a categorização das entrevistas, tendo sido utilizado o OpenCode, programa de computador projetado para a análise qualitativa. A categorização revelou dois temas gerais: (1) envolvimento parental geral dos pais e (2) envolvimento devido ao diabetes dos pais. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética de Gotemburgo, Suécia.
Sobre a categoria ‘envolvimento parental geral dos pais’, todos os pais expressaram a importância da família e do seu envolvimento com a criança. Os pais enfatizaram ainda seu desejo de estarem presentes com seus filhos, e vários salientaram os esforços que fizeram para cumprir isso. Alguns pais adaptaram os seus horários de trabalho, sem reduzir as horas de trabalho, para estarem disponíveis para seus filhos.
Os pais explicaram sua paternidade em geral com o seu desejo de repassar conscientemente a seus filhos, as competências, valores e normas que seguem e acreditam. Eles envolvem a criança nas tarefas domésticas e lhes dão responsabilidades, acreditando que isso pode ajudar a criança a desenvolver tanto autoconfiança quanto autoestima. Os pais também enfatizaram seu desejo de incutir valores e normas em seu filho, transmitindo a eles o que acham de importante na vida. Além disso, vários pais explicaram sua participação observando sua relação com seu próprio pai e os valores que este tinha passado para eles.
Já sobre o envolvimento dos pais com o diabetes, alguns pais relataram que eles precisam saber mais sobre seus filhos com diabetes do que os outros pais. Alguns pais revelaram que queriam que os filhos estivessem sempre por perto, pois as preocupações surgem quando eles estão fora de seu controle. Os pais sentem-se seguros quando as crianças estão próximas e compartilham suas experiências com eles.
Em geral, percebeu-se que o envolvimento dos pais devido ao diabetes da criança incluiu planejamento e estruturação do cotidiano de suas famílias e das crianças, além de ter deixado os pais mais acessíveis no que refere a manter contato com o filho diabético, ou sobre ele. Os pais sempre podem ser contatados por telefone, e vários deles relataram que eles acabam sendo a primeira opção de escolha da escola quando é necessário o contato com os pais. Como exemplo, tem-se um pai que costumava esperar na sala ao lado quando o seu filho (13 anos de idade) participava das atividades da escola; outro permaneceu no salão da pré-escola até que seu filho tivesse começado o pequeno almoço. Ambos os pais marcaram alto envolvimento no PRQ, no entanto suas práticas parecem ser equivocadas quando se leva em conta a busca pela autonomia da criança e/ou adolescentes diabéticos.
Os pais perceberam a responsabilidade de preparar a criança para gerenciar os diabetes no futuro, e sentem que o seu envolvimento inspirou a criança a controlar a doença em suas vidas presentes, e também para o futuro. “Eu quero que ele sinta que ele está no controle, e não a doença”. (Pai de um menino de 8 anos de idade)
Os pais descreveram os esforços que eles fizeram em sua vida diária para ter contato com e estar disponível para a criança, que é semelhante a descobertas de estudos anteriores. Além disso, é de suma importância para a saúde e o bem-estar das crianças com diabetes que os pais implementem estratégias que permitam manter o controle metabólico e ao mesmo tempo possibilitar uma boa qualidade de vida para seus filhos. Sobre isso, os pais expressaram duas perspectivas: controle da saúde da criança e o desenvolvimento da autonomia da mesma.

Como conclusão, o estudo pontua que há uma linha tênue entre o envolvimento dos pais a partir de uma perspectiva de promoção da saúde e com sua participação no controle do diabetes segundo uma perspectiva de ajuda equivocada. Mais áreas precisam explorar a temática do envolvimento dos pais na vida diária de seus filhos doentes crônicos. Para ampliar o conhecimento sobre o envolvimento dos pais no tratamento do diabetes do filho, é importante que os futuros estudos investiguem tal envolvimento também em pais solteiros ou pais imigrantes, por exemplo, pois suas participações na vida diária de seus filhos se constituem uma área ainda pouco explorada na literatura, fazendo necessárias novas e futuras pesquisas.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Prevalencia de trastornos de ansiedad y depresión en una muestra de personas mayores residentes en la comunidad.

Resenhado por Laís Santos


Cerrato, M. I.,, Benítez, N. ,R., Baltar, L. A. &,&, González, M. M. (2001). Prevalencia de trastornos de ansiedad y depresión en una muestra de personas mayores residentes en la comunidad. MAPFRE MEDICINA, 12,19-25.

Os transtornos de ansiedade são transtornos comuns em todas as faixas etárias. Com relação à população idosa, eles parecem ser mais comuns que os transtornos de humor, ao contrário da crença de alguns profissionais a respeito. Porém, faltam estudos de caráter epidemiológico que analisem a população idosa, a fim de dar um parecer mais conciso acerca da prevalência dos transtornos de ansiedade nessa população.
Um estudo realizado com idosos estimou que 17,0% dos homens e 21,5% das mulheres apresentavam ansiedade em um nível grave, necessitando, assim, de intervenção. Em uma revisão sistemática de vários estudos epidemiológicos, conclui-se que 10,0% a 20,0% dos idosos apresentam sintomas expressivos de ansiedade.
Entre os transtornos de ansiedade, o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é certamente o mais comum entre os idosos. A principal característica do TAG é a de corresponder a uma preocupação exagerada e incontrolável sobre diversos temas do dia-a-dia, ou seja, não há um foco específico.
Desse modo, o presente estudo buscou identificar a prevalência de ansiedade em um grupo de idosos selecionados por amostragem aleatória. Buscou, também, ressaltar a importância dos transtornos de ansiedade e dos vários distúrbios que podem estar associados a eles, bem como, o sofrimento acarretado na vida desses sujeitos.
            Assim, a amostra foi composta por 109 idosos, 41,3% homens e 58,7 % mulheres. Os dados foram coletados, em sua maioria, no Clube de Pessoas Idosas Reina Sofía, lugar que concentra todas as atividades organizadas para os idosos, localizado em Majadahonda, Espanha.  Os outros sujeitos que por algum motivo não puderam ser entrevistados no Clube, foram entrevistados em suas residências. AAs entrevistas foram realizadas de modo individual. Todos responderam a uma entrevista geral, a fim de coletar dados sociodemográficos; a uma entrevista semi-estruturada, baseada nos critérios diagnósticos do DSM-IV; a um Inventário de Preocupação Penn (PSWQ) e a Escala de Depressão Geriátrica, assim como ao mini exame do estado mental (MEC), a fim de excluir possíveis indivíduos com distúrbios cognitivos.
            Os resultados apontam que os três transtornos de ansiedade com maior prevalência foram o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) 7,2%; fobia específica 4,2% e transtorno do pânico com agorafobia 1,0%. Além disso, 4,4% da amostra atendeu aos critérios do DSM-IV, pelo menos em um transtorno de ansiedade ou estado humor. Mais especificamente, 11,3% apresentavam um ou mais transtornos de ansiedade e 8,2% apresentavam algum transtorno de humor.
             O transtorno com maior comorbidade é o TAG, com uma taxa de 57,1% de comorbidade com depressão. Além disso, 4,1% de indivíduos apresentaram ansiedade sub-clínica e outros 6,2% depressão sub-clínica. Desse modo, entende-se que os índices significativos de ansiedade e depressão sub-clínica revelam que há um sofrimento expressivo na vida desses sujeitos.

            Por fim, esse estudo nos revela que tanto os problemas emocionais, em geral, quanto à ansiedade, em particular, podem gerar problemas mais graves na vida desses idosos. Além disso, é evidente a relação próxima da ansiedade crônica e da depressão, ratificando a ideia da existência da comorbidade entre ansiedade e depressão. Em suma, ainda faltam estudos que dêem um panorama mais específico quanto à incidência de ansiedade de modo geral. Assim, com a existência de estudos mais concisos, poderá se criar novos mecanismos de prevenção e tratamento mais eficazes e mais adequados para as especificidades da população idosa.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Transtorno de Ansiedade de Separação (TAS)

Postado por Rafael Matos
O Transtorno de Ansiedade de Separação (TAS) é caracterizado pela ocorrência de ansiedade excessiva envolvendo o afastamento de casa ou de figuras importantes de vinculação. Tal transtorno é comumente encontrado em crianças. Estas quando apresentam o TAS frequentemente expressam o medo de se perderem e de jamais voltarem a ver seus pais. Em algumas crianças pode haver relutância e até mesmo a recusa a comparecer à escola ou acampamentos, visitas ou pernoites em casa de amigos.
(Por motivos técnicos o vídeo não foi postado aqui, mas segue o link)

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Depressão já é a causa mais incapacitante, afirma a OMS

Postado por Iracema Freitas


Uma pesquisa apresentada em Londres, pelo diretor do Instituto de Psicologia Clínica e Psicoterapia da Technische Universitaet de Dresden, Alemanha, analisou dados de 30 países entre 2001 a 2011 para medir o tamanho das doenças mentais e seus custos. Os resultados indicaram que 400 milhões de pessoas são atingidas pela depressão, que além de incapacitar o doente, cria um sobrecarga aos familiares que também são afetados pelos efeitos da doença. O estudo apresenta ainda o impacto da depressão na economia, traça o perfil da população mais sujeita a desenvolver a doença e os principais motivos da depressão entre diagnosticados e familiares.