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sábado, 28 de novembro de 2015

Morte, separação, demissão: entenda o luto para superá-lo.

Postado por Geovanna Souza
O luto se apresenta em qualquer tipo de perda, seja diante da perda de uma pessoa, de um objeto, animal ou qualquer outra coisa que tenha algum valor sentimental para a pessoa. Ele está presente em todos os momentos que as pessoas precisam se desprender de algo importante de sua vida, como num término amoroso ou numa demissão do emprego. Cada pessoa reage de forma diferente diante de uma perda, porém diante da suspeita de que o luto evoluiu para algo mais grave, o indicado é buscar ajuda. Nesse contexto, cabe avaliar até que ponto o sofrimento está impedindo a pessoa de realizar tarefas cotidianas e afetando sua relação com pessoas próximas.
Fonte:http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2014/05/29/morte-separacao-demissao-entenda-o-luto-para-supera-lo.htm

O ex-funcionário continua destilando palavras de ódio contra a empresa meses após ser demitido. O filho fica sem ação ao receber a notícia da morte da mãe. O namorado traído não consegue se envolver em um novo relacionamento. Todas essas situações fictícias envolvem experiências de perdas. E quem passa por algo parecido vivencia exatamente o mesmo processo psicológico: a vivência do luto.O luto, ao contrário do que se imagina, não faz referência apenas à reação que se tem diante da morte de alguém querido. "O luto é um processo relacionado a todas as perdas significativas que sofremos", diz a psicóloga Elaine Gomes dos Reis Alves, professora e pesquisadora do Laboratório de Estudos Sobre a Morte, do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo). Ela explica que essas privações podem ocorrer tanto no plano concreto –quando ocorre a perda de um emprego, por exemplo– quanto no simbólico –quando "morre" a figura idealizada da namorada.
Segundo Gabriela Casellato, psicóloga pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo e cofundadora do Instituto de Psicologia 4 Estações, instituição particular na capital paulista, o luto se apresenta como um conjunto de reações associadas à perda."Na esfera física, podem surgir fadiga, queda de resistência imunológica e alterações de sono, alimentação, atenção e concentração. As alterações emocionais incluem tristeza, angústia, ansiedade, raiva, medo e insegurança. Também pode ocorrer isolamento social ou, ao contrário, a necessidade de falar continuamente sobre a perda. Há, ainda, pessoas que têm a fé abalada nessas situações, que perdem a esperança e questionam valores antes arraigados", diz Gabriela.
De fato, cada pessoa pode reagir de maneira diferente a uma perda que, para ela, tenha um valor importante. Mas, na década de 1960, uma psicóloga suíça chamada Elisabeth Kübler-Ross (1926-2004) descreveu cinco fases que, de maneira geral, compõem o processo do luto:
- Negação: a pessoa tenta negar a existência do problema ou situação e, às vezes, evita até falar sobre o assunto. "Isso não pode ser verdade!", pensa.
- Raiva: é comum aparecer revolta e ressentimento quando a pessoa se dá conta da perda. "Por que eu?" é o pensamento recorrente.- Negociação: quando a hipótese da perda começa a se concretizar, é comum que a pessoa tente reverter a situação tentando um acordo consigo, com outra pessoa ou divindade. - Depressão: ocorre quando a pessoa toma consciência de que a perda é inevitável. Tristeza, desolação, apatia e medo são sentimentos comuns nessa fase. Não deve ser confundida com a doença diagnosticada como depressão, que envolve um desequilíbrio químico e tratamento específico. Por isso, a psicóloga Elaine prefere usar o termo "tristeza".- Aceitação: é a fase em que pessoa aprende a viver sem aquilo que perdeu. Não significa esquecer ou não sentir mais tristeza ao se lembrar do fato. "Um pai nunca vai aceitar a morte de um filho", exemplifica a psicóloga Elaine. Nesse contexto, aceitar é apenas conseguir continuar tocando a vida. Elaine Alves explica que essas fases não devem ser vistas como obrigatórias e também não seguem necessariamente uma sequência. Podem, inclusive, se sobrepor umas às outras. A fase descrita como depressão está, com maior ou menor ênfase, presente em todas as outras. "O processo é sofrido, mas necessário para a superação da perda. A tristeza precisa ser vivenciada. O problema, hoje, é que toda tristeza é tratada como depressão", diz ela. Você não tem que ser forte. Perdeu um filho? "Você tem que ser forte!" Está sofrendo por um amor? "Isso vai passar". Perdeu o emprego? "Foi melhor para você". Levaram o carro em um assalto? "Não fique assim, o importante é que você está com saúde".Apesar de estarem sempre carregadas de boas intenções, essas tentativas de consolar alguém que sofre uma perda quase nunca funcionam, segundo Elaine. Ao contrário. A tentativa de amenizar o sofrimento do outro pode até prejudicar o processo de luto dele. "É muito ruim quando a pessoa se sente desvalorizada em sua dor. Os pequenos lamentos também precisam ser acolhidos", diz a psicóloga.
Nesse momento, ajudar é reconhecer o direito de quem sofre a ser fraco e expor sua dor ou, ao contrário, o direito a silenciá-la. Assim, tão prejudicial quanto inibir o sofrimento pode ser a insistência para que a pessoa que está triste chore. "Quem não consegue chorar sofrerá, além da dor da perda, a culpa por não reagir da maneira esperada", alerta Gabriela Casellato. E em boa parte das vezes, o melhor consolo é o silêncio. "Os judeus, por exemplo, têm o costume de se revezar para ficar em silêncio ao lado da pessoa enlutada", diz Elaine. Quando procurar um especialista?
A psicóloga Elaine diz que as pessoas mais resilientes tendem a reagir melhor ao luto. "Elas geralmente enfrentam melhor as situações de perda", afirma. O conceito de resiliência, emprestado da física, é utilizado para definir essas pessoas que lidam bem com situações adversas.Para a psicóloga Rosane Rodrigues, professora do Departamento de Psicodrama do Instituto Sedes Sapientiae, instituição que oferece cursos para profissionais e atendimento psicológico, de São Paulo, o amadurecimento –não necessariamente ligado à idade– também pode influenciar positivamente na maneira como a pessoa lida com o luto. "O enfrentamento da morte e das perdas vai ficando menos difícil a cada vez que passamos por essas situações", afirma.
O processo de elaboração do luto pode ser longo: não há tempo definido para terminar. Mas as especialistas identificam que o período de um ano costuma ser o mais crítico. É quando diferentes marcos temporais lembrarão a perda sofrida, como o aniversário da pessoa que morreu, o primeiro Natal em situação adversa ou a época de confraternização de final de ano da empresa em que se trabalhou durante tanto tempo. Passados esses meses, é esperado que a pessoa já saiba como é viver e sobreviver à nova realidade e que, aos poucos, consiga ir retomando a sua vida.
Pode ocorrer, no entanto, que pessoas com condição ou histórico prévio de depressão tenham a doença desencadeada ou agravada numa situação de luto. Segundo a psicóloga Gabriela Casellato, três aspectos podem pesar nesse diagnóstico: o tempo do luto, a intensidade das reações e o impacto que elas têm sobre a vida da pessoa. Vale avaliar, por exemplo, até que ponto a tristeza está impedindo quem sofre de desempenhar as atividades que antigamente faziam parte da rotina, afetando os relacionamentos com outros parentes e amigos ou colegas de trabalho.
Diante da suspeita de que o luto evoluiu para algo mais grave, o indicado é buscar ajuda. Gabriela explica que o psicólogo pode propor um trabalho psicoterápico individual ou em grupo. "E mesmo em caso de luto considerado normal, grupos de apoio e autoajuda podem dar um bom suporte no nível do aconselhamento e acolhimento", diz a psicóloga.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Depressão e diabetes mellitus.

Resenhado por Brenda Fernanda
Fráguas, R., Soares, S. M. de S. R., & Bronstein, M. D. (2009). Depressão e diabetes mellitus. Revista de Psiquiatria Clínica, 36, 93-99.
O diabetes mellitus é uma doença crônica caracterizada pela elevação da taxa de glicose no sangue (hiperglicemia), decorrente da resistência à ação da insulina, secreção insuficiente deste hormônio, ou ambos. Acomete aproximadamente 7% da população brasileira, e suas principais formas são o diabetes tipo 1, que ocorre quando existe deficiência absoluta de insulina, e o diabetes tipo 2, caracterizado por resistência à insulina com insuficiente elevação compensatória da secreção desse hormônio. O primeiro compreende cerca de 5% a 10% dos casos de diabetes, ocorrendo habitualmente em crianças e adolescentes. Pacientes com esse tipo de diabetes necessitam diariamente da administração de insulina.  O diabetes tipo 2 é a forma mais comum de diabetes, e compreende por volta de 90% dos casos, dos quais 80% dos pacientes apresentam sobrepeso ou obesidade por ocasião do diagnóstico.
O artigo discorre acerca do quadro clínico, diagnóstico laboratorial e tratamento do diabetes, tanto em relação à dieta balanceada como sua base, como no que diz respeito ao tratamento medicamentoso, feito através da administração de insulina – base do tratamento do diabetes tipo 1 – e dos antidiabéticos orais, que têm demonstrado grande avanço no tratamento medicamentoso do diabetes tipo 2. Além disso, existem tratamentos especiais, como, em alguns casos, o transplante pancreático.
Em relação aos estudos realizados sobre a prevalência da depressão nos quadros clínicos diabéticos, têm-se os seguintes dados: nos estudos controlados, a prevalência de depressão com entrevista estruturada foi de 9%. A depressão na população com diabetes foi mais frequente em mulheres (28%) do que em homens (18%), nos estudos sem grupo controle (30%) do que nos estudos que incluíram um grupo sem diabetes como controle (21%), em pacientes provenientes de serviços de saúde (32%) do que em pacientes da comunidade (20%) e mais frequente quando a avaliação foi realizada por instrumentos de autoavaliação (31%) do que quando feita com entrevistas padronizadas (11%). Não houve diferença na prevalência de depressão entre o diabetes tipo 1 e tipo 2 (Anderson, Freedland, Clouse, & Lustman, 2001).
O diagnóstico da depressão em pacientes com outras condições médicas geralmente é acompanhado da problemática da semelhança entre sintomas da depressão e os da condição médica em questão. Assim, sintomas como perda de peso e apetite, hipersonia, diminuição da libido e retardo psicomotor têm sido citados como próprios do diabetes, independente da depressão. No entanto, a prática vem mostrando que o diagnóstico da depressão no diabetes não é tão controverso como em outras condições médicas. Uma estratégia recomendada na literatura para o diagnóstico preciso é a utilização de outros sintomas depressivos que não os possivelmente decorrentes do diabetes (Lustman, Griffith, & Clouse, 1997).
Além disso, a depressão pode atuar como fator de risco para o desenvolvimento do diabetes, piorar seus sintomas e interferir no autocuidado dos pacientes. Alguns estudos apontam dados que confirmam isso. Uma pesquisa de Eaton et al. (1996) apresentou risco relativo de 2,3 (p = 0,08) para a ocorrência do diagnóstico de diabetes 13 anos depois naqueles que tinham depressão. Um estudo desenvolvido no Japão por Kawakami et al. (1999) encontrou risco de 2,3 (p < 0,05) para a ocorrência do diagnóstico de diabetes tipo 2 num período de 8 anos. Em estudo realizado na Noruega, a depressão em conjunto com a ansiedade foi preditora de diagnóstico de diabetes tipo 2 num período de 10, chamando a atenção para que a comorbidade entre depressão e a ansiedade seja relevante para o aumento de risco para o diabetes (Engum, 2007).
Outro fator relevante é o impacto da depressão no diabetes. Esta tende a comprometer vários domínios da qualidade de vida, incluindo saúde física e psicológica, relacionamento social, entre outros (Eren, Erdi, & Sahin, 2008). Além disso, a presença de depressão em pacientes com diabetes foi associada a um aumento da sintomatologia, isto é, aqueles com depressão apresentavam mais sintomas do que aqueles sem depressão (Ciechanowski, Katon, Russo, & Hirsch, 2003).
No que diz respeito ao tratamento da depressão, uma alternativa é a psicoterapia, que, apesar de benéfica para melhora dos sintomas depressivos, não apresenta evidência de benefício no controle glicêmico. Além disso, os autores ressaltam a necessidade do desenvolvimento de novos estudos a fim de investigar a eficácia da terapia para a depressão associada ao diabetes. Quanto ao tratamento medicamentoso, alguns antidepressivos tendem a aumentar os níveis glicêmicos, outros não interferem na glicemia, e há evidências de que certos tipos melhoram os níveis glicêmicos e podem reduzir a taxa de recaídas. Além disso, a eletroconvulsoterapia também é uma estratégia interessante para esses pacientes, recomendando-se, no entanto, monitorização da glicemia.
Pode-se concluir que o tratamento farmacológico ou psicoterápico da depressão associada ao diabetes é eficaz. Ainda, é válido ressaltar o papel que o psicólogo exerce no tratamento do paciente diabético, auxiliando-o a lidar com suas angústias e compreendendo as dificuldades em lidar com as perdas do corpo saudável e de sua autonomia. 

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

O que é o transtorno do espectro autista (TEA)?

Postado por Ana Celma Dantas

O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição global de desordens no desenvolvimento, que engloba alguns transtornos, a saber: autismo infantil precoce, autismo infantil, autismo de Kanner, autismo de alto funcionamento, autismo atípico, transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação, transtorno desintegrativo da infância e transtorno de Asperger.
 As manifestações do transtorno variam muito dependendo da gravidade da condição autista, do nível de desenvolvimento e da idade cronológica; por isso atualmente adotou-se o termo espectro. Os portadores do TEA apresentam como características essenciais dificuldades nos processos de interação social, atraso na linguagem, dificuldades e resistência a mudanças, bem como apresentam interesses restritos e comportamentos repetitivos. Esses sintomas estão presentes desde o início da infância e trazem limitações e prejuízos ao funcionamento do indivíduo.

Alguns autistas apresentam sensibilidade sensorial mais desenvolvida e, por exemplo, podem ouvir sons que as outras pessoas não conseguem distinguir. Em outros casos, podem ter dificuldades com algumas texturas e sabores, o que pode prejudicar o comportamento alimentar, tornando-o bem restrito.  Além disso, podem apresentar algum tipo de problema de aprendizagem. Por outro lado, há autistas que tem uma capacidade de aprender determinadas áreas do conhecimento com mais facilidade do que muitos indivíduos sem essa condição. Muitos deles, com acompanhamento e tratamento adequado, poderão ter uma vida funcional. 

sábado, 21 de novembro de 2015

'Novembro Azul' conscientiza sobre prevenção do câncer de próstata.

Postado por Geovanna Souza
Outubro foi o mês de combate ao câncer de mama e novembro está se colorindo de azul para lembrar a população masculina sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata. O câncer de próstata está entre as doenças que mais acometem homens no Brasil e mundo. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), referentes a 2014, este tipo de câncer representa 70% dos diagnósticos de câncer em homens brasileiros, registrando em média 70 mil novos casos por ano no país e mais de 13 mil mortes. Sendo assim, é importante conscientizar homens acima de 45 anos a procurar um especialista e realizar os exames preventivos, a fim de diminuir o índice de morbimortalidade masculina e, ainda, traçar estratégias mais eficazes de adesão ao exame do toque retal, que ainda é cercado por muito preconceito.
Fonte: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2015/11/novembro-azul-conscientiza-sobre-prevencao-ao-cancer-de-prostata.html


Exames devem ser feitos regularmente após os 50 anos, diz médico. Chance de cura é alta quando doença é descoberta em estágio inicial.
A prevenção e o combate ao câncer de próstata são o mote para a campanha do 'Novembro Azul'. O mês foi escolhido para lembrar da importância dos exames de prevenção, já que o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata é comemorado no dia 17 de novembro. A campanha, que busca conscientizar os homens para a prevenção da doença, foi destaque no Bom Dia Pernambuco desta quinta-feira (5).
De acordo com o urologista Tibério Moreno Júnior, os homens devem fazer exames de prevenção regularmente, a partir dos 50 anos. “O exame rotineiro de próstata compreende o exame de sangue e o toque retal. A conjunção desses dois exames nos dá uma acurácia em torno de 90% da suspeita do câncer de próstata”, explica.
Moreno Júnior aponta também que o exame de toque é importante porque é a partir dele que se detectam os tumores da doença quando ainda estão em fase inicial. “O tumor avança e pode crescer e chegar no ponto de invadir órgãos adjacentes. Os tumores no estágio inicial a gente tem como tratar e curar, com chance de cura altíssima”, destaca o médico.
Os homens que estão na idade de risco também devem ficar atentos a possíveis sintomas da doença, como dificuldade de urinar ou diminuição da força do jato da urina, por exemplo. Além de hospitais, os exames preventivos também podem ser realizados em postos de saúde.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Facebook: um novo locus para a manifestação de uma perda significativa.

Postado por Catiele Reis

Rousso, R.S., Ramos. D., Frizzo, H.C.F., Santos, M.R., & Bousso, F. (2014). Facebook: um novo locus para a manifestação de uma perda significativa. Psicologia USP, 25, 172-179. doi: 10.1590/0103-656420130022.

            A morte sempre suscitou emoções distintas, dentre elas, a angústia que a finitude tem provocado no ser humano ao longo dos tempos. Isto porque a aceitação da morte é um processo penoso, especialmente na cultura ocidental. A internet, especialmente redes sociais como o facebook, atuam como uma expansão do espaço offline para as manifestações e expressões do sentimento de luto. O avanço dessa chamada sociedade da informação se faz presente em todos os campos do saber e provoca mudanças, inclusive, na forma de pensar o processo de saúde-doença. Diante desta perspectiva, a pesquisa teve como objetivo compreender essa o modo de expressar o luto de forma a auxiliar os profissionais de saúde a aprimorarem suas intervenções para entender e acompanhar àqueles que enfrentam o processo de morte/morrer e luto.
            Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, de abordagem qualitativa e analisado segundo a proposta de Bardin. Foi desenvolvida na rede social Facebook, mais precisamente na página de um usuário falecido com 88 anos de idade, casado e com dois filhos, identificado por fazer parte da rede de amigos de um dos pesquisadores. É importante ressaltar que todas as informações contidas foram publicamente disponíveis, uma vez que houve o consentimento dos usuários quando aceitaram os termos de contrato e privacidade da rede social. Os resultados permitiram identificar quatro categorias temáticas representadas por discursos dirigidos ao falecido e a família dele. Estas foram: expressar reações emocionais e cognitivas a morte, manter-se conectado ao falecido, divulgar homenagens, eventos e agradecimentos, e expressar condolências aos familiares.
            A análise dos dados permitiu perceber que o uso de tecnologias como as redes sociais podem contribuir para uma mudança na maneira como a sociedade lida com a morte e com enlutado. Para os profissionais de saúde, essa mudança configura-se como um novo espaço de comunicação que permite acompanhar os sentimentos e vínculos presentes e pode ajudar na construção de significados e na elaboração do próprio processo de luto dos pacientes e dos familiares. Pode-se afirmar, então, que as redes sociais trazem benefícios como suporte social e religiosidade. Isto porque as comunidades virtuais aproximam a sociedade do enlutado propiciando o acolhimento quase que imediato e auxiliando o enfrentamento de sua dor. Ou seja, as interações sociais disponíveis nas redes de relacionamento mostram-se como um interessante mecanismo de enfrentamento ao estresse a ao trauma, embora não tenha ficado explícito se essa estratégia é positiva ou negativa.
            Portanto, os sites de relacionamento podem constituir um campo de estudos importante por facilitar o enfrentamento do luto não só como um espaço de expressão com liberdade de discurso e possibilidade de suporte social, mas também por oferecer a oportunidade de interações que ajudam a refletir sobre sua relação com o falecido e suas próprias emoções. 

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Diabetes infantil

       Postado por Mariana Serrão
     
        O vídeo esclarece um pouco sobre o diabetes infantil, mostrando seus sintomas e como funciona. Ao final do vídeo é ressaltada a importância de procurar o médico, mas é importante destacar a importância de outros profissionais, por exemplo o psicólogo, já que a diabetes pode causar um considerável desgaste emocional na criança devido ao intenso e incessante trabalho para o controle da doença, ao medo de possíveis complicações e ao mal estar criado pela doença; a questão de ser “diferente”.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Experiências de Perda e de Luto em Escolares de 13 a 18 anos.

Postado por Laís Almeida

Domingos, B., & Maluf, M. R. (2003). Experiências de Perda e de Luto em Escolares de 13 a 18 anos. Revista Psicologia: Reflexão e Crítica, 16, 577-589. doi: 10.1590/S0102-79722003000300016

Uma das maiores preocupações do homem ocidental é a morte e a perda do outro costuma ser muito problemática, tanto para quem a enfrenta quanto para as pessoas ao redor, que nem sempre sabem como agir frente a alguém enlutado. O luto é entendido como uma constelação de reações psíquicas, conscientes e inconscientes a uma perda significativa. É uma experiência complexa, moldada pelo contexto social que atinge o indivíduo, sua família e os sistemas mais amplos da sociedade dos quais participa. Para os adolescentes, os fatores que influenciam seu luto são o conhecimento que eles têm das causas e circunstâncias da perda, os padrões de relacionamento anterior e a mudança desses padrões. A perda de pessoas próximas e parecidas servem de alerta para a própria vulnerabilidade e mortalidade, principalmente de forem repentinas.
O artigo teve como objetivo examinar as experiências de perda e de luto vivenciadas por um grupo de estudantes que perderam entes queridos. Além disso, buscou-se analisar como, na percepção desses estudantes, comportaram-se a família e a comunidade escolar ao lidar com essa questão. A pesquisa foi realizada em duas escolas públicas de São Paulo com 25 adolescentes do ensino fundamental e médio, de 13 a 18 anos. Foram utilizados dados sociodemográficos e duas entrevistas clínicas que abordaram os seguintes tópicos para posterior análise de conteúdo: circunstâncias da perda; como era o relacionamento com a pessoa falecida; reações à perda; impacto da perda nas atividades escolares e rotineiras e no relacionamento com outrem; a família como suporte/outras redes de apoio e a comunidade escolar como suporte.
O comportamento da família como suporte foi percebido como pouco eficaz e, apesar dos jovens terem recebido algum apoio de colegas e professores, esse apoio se deu em ajuda prática (com provas e trabalhos) e não abordou as necessidades emocionais decorrentes da perda. Na escola o déficit de atenção e concentração aparece como o maior problema enfrentado pela metade dos entrevistados, principalmente por conta da ansiedade, quadro conhecido na literatura sobre luto.
Na maioria dos casos o apego às pessoas que vieram a falecer compensava em parte as necessidades afetivas negligenciadas na família nuclear. As reações de raiva e hostilidade foram mais expressivas nas perdas geradas por homicídio, pois além de serem repentinas, evocam a impunidade dos assassinos, fazendo com que os jovens sintam-se vitimizados e vulneráveis. Perdas por suicídio, envolvimento com drogas e resultantes da AIDS costumam ser menos compartilhadas devido ao preconceito e julgamento moral que circunda o tema, trazendo um sofrimento que o jovem sente a necessidade de esconder.

Por fim, o estudo mostra reações de um grupo de adolescentes estudantes brasileiros frente ao luto e confirma os achados consagrados na literatura sobre morte e luto. Além disso, sinaliza que a família tem que saber lidar com situações que trazem fortes emoções, como o luto, e sugere que a escola aprenda a lidar com a demanda de alunos enlutados.

domingo, 15 de novembro de 2015

Morte por suicídio: Tabu.

Postado por Maisa Silva


Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2014), mais de 800 mil pessoas cometem suicídio por ano, o que se caracteriza por aproximadamente uma morte a cada 40 segundos. Entretanto, considerando a epidemiologia do fenômeno, o maior entrave ao debate e prevenção sobre o assunto são os preconceitos e os fatores culturais que o rodeiam. É necessário compreender que o suicídio é um fenômeno complexo, multifatorial e real. Faz-se importante como medida preventiva a educação sobre o tema, derrubar os tabus e preconceitos que o cercam e, também, compartilhar informações com outras pessoas para que haja a identificação de ideação suicida, compreensão e prevenção do suicídio.



sábado, 14 de novembro de 2015

Psicologia do luto mostra caminhos para lidar com as perdas.

Postado por Brenda Fernanda

O luto foi definido, por Freud, como o conjunto de reações psicológicas, conscientes ou não, que alguém vivencia após enfrentar uma perda. Atualmente, a psicologia aborda o luto como um processo imprescindível e, diferente do que muitos pensam, não se define como superação ou esquecimento, mas como uma readaptação à uma nova realidade. Ainda, o luto não está ligado apenas à morte, mas também pode ser desencadeado por qualquer ruptura emocional forte, como a perda de um ente querido, um divórcio ou um amigo que foi morar longe. O processo é dividido em cinco fases e todas as pessoas irão apresentar pelo menos duas delas: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. A notícia ressalta a importância que a terapia exerce em qualquer fase do luto, oferecendo suporte e auxílio para o paciente superar a dor, apresentando-se como uma ferramenta de reorganização psicológica. Assim, o paciente pode encontrar uma maneira própria de lidar com os sentimentos, por vezes novos e conflitantes, além de entender que não há certo ou errado no modo como se vive ou expressa a dor.




No início do século passado, o psicoterapeuta Sigmund Freud definiu o luto como o conjunto de reações psicológicas, conscientes ou não, que alguém vivencia após enfrentar uma perda. A psicologia atual defende que esse é um processo imprescindível e, ao contrário do que muitos pensam, não se trata de superação ou esquecimento, mas de uma readaptação à uma nova realidade.
Embora as pessoas associem o luto diretamente à morte, para a psicologia, ele é desencadeado por qualquer ruptura emocional forte, seja a perda de alguém querido, um divórcio ou um amigo que foi morar longe. O processo é dividido em cinco fases e todas as pessoas irão apresentar pelo menos duas delas: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação.
Para a psicóloga Lívia Vieira, especialista do Hapvida Saúde, das cinco fases a mais crítica é a depressão, onde a pessoa toma consciência da perda e passa a ter ciência do vazio deixado. Algumas pessoas não conseguem passar por esse estágio sozinhas e, em alguns casos, podem sofrer de problemas como insônia, depressão e queda da imunidade.
Em qualquer fase do luto, a terapia exerce o papel fundamental, no qual oferece suporte e auxílio para o paciente superar a dor, mostrando-se como uma ferramenta de reorganização psicológica. Com ela é possível encontrar sua própria maneira de lidar com os sentimentos, muitas vezes novos e conflitantes e compreender que não há certo ou errado na maneira em como se vive ou expressa a dor.
O processo do luto é uma experiência individual e por isso não tem uma duração estabelecida. “Há quem leve um ano, décadas e os que nunca conseguem encerrar esse ciclo”, explica Lívia. Saber lidar com cada fase é essencial, pois são elas que irão dar forças para a pessoa se readequar a nova vida e conseguir seguir em frente.
Familiares e amigos também são peças-chave nesse momento de readaptação. Cabe a eles o papel de dar suporte emocional e ficar ao lado da quem sofreu essa perda. Muitas vezes são pessoas próximas da rotina de quem passa pelo luto que observam a necessidade de um tratamento psicológico.
Fases do luto
A psicologia considera que qualquer forma de perda ou ruptura, seja a morte ou um divórcio, por exemplo, podem desencadear o processo que é dividido em cinco fases. Embora não sejam necessariamente vivenciados em uma ordem precisa ou por todos que sofrem uma perda, estudiosos afirmam que todas as pessoas apresentam pelo menos dois dos estágios abaixo:
Negação: o indivíduo não consegue aceitar a perda e recusa acreditar no que aconteceu.
Raiva: A perda ainda não foi aceita e começam indagações como “Por que comigo?”
Negociação: A perda ainda é considerada apenas uma possibilidade, não algo real e consumado. A partir desse momento, a pessoa ainda tenta buscar uma maneira de fazer com que as coisas voltem a ser como antes. Nesta fase, é comum o contato com o lado espiritual na tentativa de reverter a situação.
Depressão: Fase mais difícil e delicada, na qual a pessoa toma consciência da perda. A percepção de que as coisas não serão mais como antes, gera a sensação de perda imediata de sonhos, projetos e uma redefinição das lembranças associadas a essa pessoa.
Aceitação: Etapa final do processo de luto. Não há mais desespero ou negação. A perda ganha uma outra perspectiva e é aceita com mais serenidade.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Luto infantil

Postado por Luana Santos

O vídeo traz uma cena do filme “Meu primeiro amor”, retratando o funeral do melhor amigo da protagonista, uma menina de 11 anos. O luto infantil é muitas vezes neglicenciado, muitos adultos adotam a postura de que a criança ainda não tem repertório comportamental suficiente para entender o ocorrido, então a deixam à parte da situação. Entretanto, apesar de muitas vezes não identificado, o luto infantil ocorre e tem características similares aos do adulto.
A reação da criança dependerá de vários fatores, como a relação com a pessoa que morreu ou foi embora, as causas e circunstâncias da perda, o que é contado para ela e as oportunidades dadas para ela falar e questionar, o que mudará na sua dinâmica familiar com a ausência da pessoas, etc. Dentre esses fatores, sua  fase de desenvolvimento também deve ser considerada.
Para Piaget, somente no período operacional (6 a 9 anos), as crianças compreenderão a irreversibilidade da morte, antes disso o conceito existe porém sua interpretação é de que de alguma forma se trata de um fenômeno reversível. Durante a vivência do período, a criança pode sentir-se insegura, com medo de ser abandonada ou perder outro ente querido, ter raiva ou culpa, fantasias e relações que necessitam, assim como nos adultos, serem elaboradas e integradas à vida. Para auxiliar nesse processo, é imprescindível reconhecer e entender sua existência, além de encorajar a criança a se expressar responder  às suas perguntas com sinceridade, discutindo a morte ou a perda de forma que a criança possa entender.

Assim como nos adultos, o processo de luto na criança é pessoal e diferente para cada um, se necessário recomenda-se procurar ajuda especializada para  auxiliar a criança a passar por essa fase conturbada. O profissional entende que o luto infantil não é igual ao adulto e possui ferramentas para identificar suas manifestações (choros repentinos, comer muito ou pouco, dormir muito ou pouco, recusa, isolamento, problemas de conduta e escolares) e tratá-las.


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=xXLoEaCfDV0

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Percepção do corpo, medo da morte, religião e doação de órgãos.

Resenhado por Marcelle Mota

Bendassoli, Pedro F. (2001). Percepção do corpo, medo da morte, religião e doação de órgãos. Revista Psicologia: Reflexão e Crítica, 14, 225-240.

A partir do fim da década de 90 houve um aumento das discussões sobre a doação de órgãos com o intuito de promover novos critérios referentes aos procedimentos de transplante de órgãos. A psicologia social aplicada a saúde infere sobre os desdobramentos oriundos das questões referentes a este tema propondo projeto de intervenção a comunidade.
 Esta pesquisa tem como objetivo geral o levantamento e a investigação dos possíveis motivos que ocasionaria nos estudantes universitários a serem doadores de órgãos ou não. De acordo com a literatura as variáveis são: a percepção o próprio corpo e a maneira como os órgãos figuram nessa imagem, podem influenciar de modo a facilitar ou dificultar o fato de desejarem ou não serem doadores de órgãos. Outro aspecto interessante que exerce influência sobre este tema, a relação  como a cultura ocidental contemporânea lida com a morte.
 Os participantes que não se apresentaram como possíveis doadores órgãos, foi comum encontrar o tema doação de órgãos como uma relação que evocava a morte.   A institucionalização da morte, ou seja, a restrição da morte ao ambiente hospitalar, acaba por favorecer a doação de órgãos por alimentar o desejo contemporâneo de levar a vida até a última instância. A religião é um fator que também irá interferir na decisão de ser um doador de órgãos.  
Com efeito, foram realizados em três estudos interdependentes, sendo o segundo uma continuação do primeiro e o terceiro um aprofundamento das hipóteses do terceiro. Levando-se em consideração o objetivo desta pesquisa, apresentou-se como associação relevante para o favorecimento ou não da doação de órgãos a percepção do próprio corpo; a visão do que recebe a doação; a percepção de morte; cultura; origem. Não houve relação entre se considerar um doador e religião, provavelmente devido ao ambiente de coleta, já que existe a visão de a doação de órgão ser útil para o meio universitário. Inclusive indo de encontro ao esperado pelo senso comum, evangélicos se consideraram doadores e os nãos doadores foram compostos por católicos.
Foi possível perceber neste artigo que entre as pessoas que se consideravam doadores em geral acreditavam na divisão entre corpo e alma; o transplante de órgãos como o retorno da harmonia ao receptor, e o doador como aquele irá ajudá-lo. Já os que não se consideravam doadores, acreditavam que seriam prejudicados pela doação, poderiam ser mortos prematuramente e obtiveram maiores escores em relação às variáveis medo de morrer e medo de ser destruído.

 As limitações deste estudo estão relacionadas à impossibilidade de generalização devido ao número de participantes em cada estudo, ter sido realizado somente com universitários e de sua natureza explanatória. A realização de novas pesquisas sobre este tema é de fundamental importância devido a sua relevância social. Levando-se em consideração as limitações deste estudo seria interessante a realização de pesquisas com amostras populacionais, aonde generalizações seriam possíveis. Estas pesquisas poderiam fundamentar melhor se há ou não influência significativa entre religiosidade e o fato de ser ou não ser um doador de órgãos em potencial. Já que este estudo o fato de ser realizado num ambiente universitário parece ter influenciado na variável religiosidade.  

domingo, 8 de novembro de 2015

As cinco fases do Luto (ou da morte) de Elisabeth Kubler-Ross.

Postado por Catiele Reis

A psiquiatra Elisabeth Kubler-Ross através de uma pesquisa com pacientes terminais propôs cinco estágios para a experiência do luto: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. A negação equivale a uma defesa psíquica em que o indivíduo nega o problema e encontra um jeito de não tocar no assunto. Na fase da raiva o indivíduo revolta-se com tudo não se conformando com o que está acontecendo com ele. A barganha é conhecida como uma fase de negociação tanto com ele mesmo quanto com Deus, sendo esta a fase das promessas. Na penúltima fase, a depressão, a pessoa tem a tendência a se isolar do mundo e sentir-se impotente diante da situação. Por fim, a aceitação é o estágio que o indivíduo tem a clareza do que está acontecendo e começa a enfrentar a situação vivenciada.

É importante esclarecer, no entanto, que essas fases do luto não é sequencial e nem se tem a obrigatoriedade de vivenciar todas as etapas. Na prática, o luto apresenta-se de uma forma distinta para cada uma das pessoas. Algumas, por exemplo, não conseguem ultrapassar alguma das fases e a fase de aceitação apresenta-se como um horizonte distante. O papel do psicólogo é auxiliar as pessoas a elaborar o luto para que ela possa criar mecanismos adaptativos para o enfrentamento das dores e perdas que a vida trás. 



sábado, 7 de novembro de 2015

Cresce nos últimos anos o número de crianças com diabetes do tipo 1.

Postado por Ariane de Brito

            O mês de novembro é também o mês de combate ao Diabetes, doença crônica caracterizada pelos altos índices de glicose no sangue. O diabetes tipo 1 (DM1) é mais comum em crianças e adolescentes e o qual tem apresentado um crescimento no número de casos em todo país. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), na década de 90, estimava-se que uma em cada 15 mil crianças tinha a doença, atualmente a proporção é de uma para cada 8 mil em todo mundo.

Esse aumento se deve, principalmente, a fatores genéticos, a introdução e o contato cada vez mais cedo com os alimentos com alto teor de açúcar, alimentos artificiais, com corantes, conservantes e agrotóxicos. ‘Tudo isso é lesivo ao pâncreas e aumenta a destruição da imunidade do órgão que produz a insulina’, explica o endocrinologista Cristiano Maciel Albuquerque”.


            É preciso diagnosticar e começar o tratamento cedo, para evitar complicações. A boa notícia é que crianças e adolescentes diabéticos quando possuem tratamento e cuidados adequados, podem viver uma vida produtiva, assim como seus pares que não apresentam a doença. 



Um dado preocupante: nos últimos anos, aumentou, e muito, o número de crianças com diabetes tipo 1 no país. Nesse tipo da doença, o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, que é o hormônio que transforma açúcar em energia. É muito importante diagnosticar e começar o tratamento cedo, para evitar complicações.
Quando a bancária Sônia Christoff descobriu que que o filho Guilherme tinha diabetes do tipo 1 foi uma surpresa. Hoje, com 11 anos, ele mesmo sabe o que deve fazer para manter a doença sob controle.
A Sociedade Brasileira de Diabetes estima que só em Belo Horizonte, 5 mil crianças tenham a doença. No hospital infantil João Paulo II, 300 estão em tratamento regular e o que mais preocupa os médicos é que pelo menos 5 novos casos são registrados por semana.
Mais ou menos um terço dos novos casos são de crianças de até quatro anos. Esse aumento se deve, principalmente, a fatores genéticos, a introdução e o contato cada vez mais cedo com os alimentos com alto teor de açúcar, alimentos artificiais, com corantes, conservantes e agrotóxicos. "Tudo isso é lesivo ao pâncreas e aumenta a destruição da imunidade do órgão que produz a insulina”, explica o endocrinologista Cristiano Maciel Albuquerque.
O diabetes do tipo 1, o mais comum em crianças, não tem cura e só pode ser tratado com insulina. A boa notícia é que seguindo o tratamento direitinho, é possível viver bem, quase como uma criança qualquer.
Levantamentos feitos pela Organização Mundial da Saúde apontam que, na década de 90, uma em cada 15 mil crianças tinha a doença. Agora, a proporção é de uma para cada 8 mil.
Quando a Clara foi diagnosticada com diabetes, os pais não acreditaram. Mesmo tendo uma vida saudável, a menina apresentou todos os sintomas. “Sede constante, vontade de urinar constante e perda de peso”, conta o pai Vinícius Frazoli.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

As fases do luto

Postado por Geovanna Souza


Atualmente a morte ainda é considerada uma passagem cheia de mistérios e traz consigo uma série de crenças, ilustrando que muitas pessoas não estão preparadas para lidar com sua principal característica: a finitude. O luto se apresenta em qualquer tipo de perda, ou seja, não somente diante da perda de uma pessoa, mas também de um objeto, animal ou qualquer outra coisa que tenha algum valor sentimental para a pessoa. Geralmente uma pessoa em luto passa por cinco fases: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Essas fases não possuem um tempo predefinido para acontecer, dependendo da perda e da pessoa. Porém, acredita-se que a fase que leva mais tempo é passagem da depressão para a aceitação.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Atenção: modalidades atencionais e a problematização do diagnóstico de TDAH.

Resenhado por Mariana Menezes

Marafon, G., & Papadopoulos, C. R. (2015). Atenção: modalidades atencionais e a problematização do diagnóstico de TDAH. Revista Educação Online, 18, 58-75.

Na sociedade atual somos bombardeados diariamente com várias informações de todos os tipos. Com as crianças não é diferente, pois recebem rapidamente e a todo tempo as muitas informações que circulam na internet e celulares, além de imagens e textos veiculados pela mídia. Elas sofrem uma hiperestimulação e não conseguem se apropriar nem da metade dessas informações. Porém, as atividades pedagógicas privilegiam a focalização, acredita-se que quanto menos estímulos externos o aluno tiver, mais eficaz será sua aprendizagem.
No campo científico, cada vez mais são produzidos discursos que identificam transtornos em crianças e adolescentes e é nesse contexto que se tem desenvolvido o diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção com/sem Hiperatividade (TDAH). O TDAH é definido como um transtorno de desenvolvimento do autocontrole que consiste em problemas com os períodos de atenção, com o controle do impulso e com o nível de atividade. Alguns dos sintomas seriam: não prestar atenção a detalhes ou cometer erros por descuido; ter dificuldade para se concentrar em tarefas e/ou jogos; não prestar atenção ao que lhe é dito; ter dificuldade em seguir regras e instruções e/ou não terminar o que começa; ser desorganizado com as tarefas e materiais, etc. Além disso, seria também característico do transtorno não conseguir apresentar comportamentos como ficar quieto, escutar, obedecer, inibir um comportamento impulsivo, cooperar, organizar ações e seguir completamente as instruções.
Tem havido um aumento considerável de casos de TDAH em crianças, o que contribui para alimentar suspeitas e discussões acerca do diagnóstico. Aqueles que investigam e problematizam a questão do diagnóstico TDAH afirmam que não há análise crítica em torno dos sintomas que sustentam tal diagnóstico e de suas relações com os fenômenos que ocorrem na educação, além do contexto histórico cultural que os determina. A consequência da falta de reflexão tem contribuído significativamente para o aumento do número de crianças diagnosticadas com TDAH e indicadas para o tratamento medicamentoso desse suposto transtorno.
O TDAH ganhou destaque a partir de 1990 e logo foi incluído no DSM-IV (Diagnóstico de Doenças Mentais). A partir daí, o uso de Ritalina como forma de tratamento para o transtorno aumentou consideravelmente. Em 2013, foi lançado o DSM-V, e nele o TDAH foi classificado como transtorno. No mesmo ano, outro medicamento de nome Venvanse começou a ser comercializado para tratar o TDAH. Esses medicamentos são recomendados para crianças a partir dos sete anos de idade, que apresentem pelo menos nove sintomas do que é considerado desatenção e/ou seis sintomas de hiperatividade e três de impulsividade, de uma lista de 18 sintomas, que devem estar presentes durante pelo menos seis meses. No entanto, tanto a ritalina como o Venvanse possuem efeitos colaterais, como qualquer outra droga.
De acordo com a Anvisa, o consumo mensal de metilfenidato sugere alguma relação com os meses letivos do ano. Devido ao grande número de escolares diagnosticados com TDAH em São Paulo, a portaria da Secretaria de Saúde do estado estabeleceu um protocolo clínico e uma diretriz terapêutica para administração do fármaco metilfenidato.
Na escola a ideia central de aprendizagem é a de que a criança não aprende porque não presta atenção, ou seja, acredita-se que para que haja aprendizagem, é preciso que haja primeiramente atenção e boa capacidade de concentração. No entanto, alguns fatores têm contribuído para a produção de uma atenção dispersa, como a velocidade e quantidade de informações que circulam na mídia, o que provoca uma mudança constante no foco da atenção.
Nesse sentido, é preciso ter em mente que dispersão e distração são fenômenos distintos, da mesma forma que concentração é diferente de focalização. O indivíduo disperso não consegue se concentrar porque desloca o foco atencional de um objeto para o outro repetidas vezes. Mas, o distraído é alguém imensamente concentrado que também consegue ter a atenção voltada para outros objetos. Dessa forma, a atenção não se reduz ao ato de prestar atenção, pode haver focalização sem concentração do mesmo modo que pode haver concentração sem foco.

Portanto, é preciso reconhecer que as modalidades atencionais estão mudando e que podem ser transformadas em ferramentas criativas no processo de ensino e aprendizagem, em vez de serem consideradas modalidades patológicas ou deficitárias e acabar por ocasionar uma medicalização da infância.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Apoio psicológico para pacientes de diabetes? Sim. Saiba porque é necessário


Postado por Brenda Fernanda

O Diabetes Mellitus é um dos problemas de saúde mais sérios da atualidade, pois afeta um grande número de pessoas, causando incapacitações e matando prematuramente. Trata-se de uma doença crônica caracterizada pela elevação da taxa de glicose no sangue, sendo esta relacionada a fatores genéticos e ambientais (hábitos de vida). A notícia aborda o fato de que o diabetes é uma doença crônica e, por isso, exige uma série de modificações no cotidiano. Após o diagnóstico, o paciente e os familiares são tomados pelo medo, angústia, tristeza, revolta e insegurança. Em decorrência desse abalo emocional e das implicações e limitações advindas com a doença, é importante compreender o sistema familiar, tornando essa transição menos conturbada. Na assistência ao paciente diabético, o psicólogo é responsável em acolher as angústias do diabético, compreendendo as dificuldades em lidar com as perdas do corpo saudável e de sua autonomia. Frente a tantos sentimentos que decorrem do adoecimento, o psicólogo deve estender esse cuidado à família, dando suporte psicológico a essa rede de apoio, intermediando o diálogo entre a família e a equipe de saúde, informando sobre as especificidades da doença, suas complicações e os cuidados a serem tomados de forma a tornar o enfrentamento possível.


O Diabetes Mellitus é uma doença crônica caracterizada pela elevação da taxa de glicose no sangue. A taxa normal é de aproximadamente 60 a 100 mg/dL e tal elevação está relacionada a fatores genéticos e ambientais (hábitos de vida). Observa-se que, com a presença de outros fatores como a obesidade, infecções bacterianas e viróticas, traumas emocionais ou gravidez, a doença pode aparecer mais cedo.
O Diabetes Mellitus é um dos problemas de saúde mais sérios da atualidade, pois afeta um grande número de pessoas, causando incapacitações e matando prematuramente. Outro agravo é o aumento da prevalência mundial da doença, que atingiu proporções epidêmicas, contabilizando, 120 milhões de pessoas no mundo com o diagnóstico de diabetes. No Brasil, a prevalência da doença é uma crescente; hoje existem aproximadamente 4,6 milhões de diabéticos no país, mas este número deve duplicar, chegando aos 8,9 milhões em 2030, segundo dados do Ministério da Saúde.
O Diabetes Mellitus pode ser do Tipo 1, Tipo 2, Autoimune e Gestacional, atingindo assim crianças, adolescentes e adultos. Seu tratamento inclui reeducação alimentar, prática de exercícios físicos, uso de hipoglicemiantes orais ou aplicação de insulina para o resto da vida. Quando não tratada, desdobra-se em uma série de agravos, como a retinopatia diabética, nefropatia diabética e o pé diabético, uma das complicações que merece mais atenção devido ao impacto na qualidade de vida do paciente.Por ser uma doença crônica e exigir uma série de modificações, após seu diagnóstico, o paciente e os familiares são tomados pelo medo, angústia, tristeza, revolta e insegurança. Em decorrência desse abalo emocional e das implicações e limitações advindas com a doença, é importante compreender o sistema familiar, tornando essa transição menos conturbada. É necessário que a família esteja ativa nessa nova rotina, a fim de auxiliar o ente diabético a aceitar a doença e aderir ao tratamento, uma vez que as modificações no estilo de vida tornam esse processo bastante difícil. Dentre as limitações significativas que afetam o cotidiano do diabético, está aquela relacionada à alimentação, uma vez que há uma perda de autonomia e liberdade de escolha dos alimentos que deseja ingerir.
Além do uso de hipoglicemiantes, da adoção de uma dieta equilibrada e de exercícios físicos, a troca de informações sobre a doença e seu tratamento é fundamental. Diante disso, a educação em saúde de pacientes diabéticos por meio de grupos com práticas interdisciplinares mostram-se efetivas, uma vez que fortalece e encoraja a decisão de seguirem à conduta adequada. No grupo, a possibilidade de expor sentimentos, compartilhar experiências, fazer uso de jogos de linguagem, estimula comportamentos de autocuidado, facilitando a adesão à terapêutica e melhorando sua qualidade de vida.Na assistência ao diabético, é importante considerar sua individualidade, propondo um tratamento que seja adaptado ao seu atual estado de saúde. É relevante também a participação da família no percurso terapêutico de forma a comunicar-se com os profissionais de saúde, uma vez que um bom diálogo permite à família assumir um papel fundamental no controle da doença, proporcionando um cuidar com mais segurança e autonomia.
Um dos principais objetivos no cuidado ao diabético é torná-lo corresponsável pelo tratamento, por meio de um processo educativo contínuo, que inclua diferentes profissionais, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e enfermeiros. O profissional de psicologia deve resgatar sua essência de vida, compreendendo-o, enquanto ser que adoece; acolhendo os sofrimentos físicos e psicológicos que geram conflitos e angústias, tanto para o paciente quanto para sua família.
O psicólogo é responsável em acolher as angústias do diabético, compreendendo as dificuldades em lidar com as perdas do corpo saudável e de sua autonomia. Diante de tantos sentimentos que perpassam o adoecimento, como o medo das complicações em decorrência do diabetes, as hospitalizações e a incerteza do estado de saúde no futuro, o psicólogo deve estender esse cuidado à família, dando suporte psicológico a essa rede de apoio, intermediando o diálogo entre a família e a equipe de saúde, informando por meio da psicoeducação as especificidades da doença, suas complicações e os cuidados a serem tomados de forma a tornar o enfrentamento possível.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

O processo de luto no idoso pela morte de cônjuge e filho.

                                                                                       Resenhado por Maisa Silva

Oliveira, J. B. A., & Lopes, R. G. C. (2008). O processo de luto no idoso pela morte de cônjuge e filho. Psicologia em Estudo, 13, 217-221.

O jovem é considerado o padrão do modelo social pela sociedade moderna, que é pautada no produtivismo e no consumismo, acabando por estigmatizar a velhice. Constantemente renegada, essa negação tem como base o pensamento de que apenas o outro envelhece, desconsiderado a individualidade. Para Kovács (2002), a velhice é uma fase do desenvolvimento que não possui início definido, mas claramente o fim é a morte.  Considerada um tabu por esse modelo social e algo que não se deve debater, o processo de luto também deixou de ser valorizado.
Segundo Parkes (1998), o luto pode ser considerado como um conjunto de reações diante de uma perda, e é algo que precisa ser valorizado e acompanhado, pois faz parte da saúde emocional. Assim como vários outros eventos da vida, o luto também contém diferentes simbolismos, e um deles é a cor. Em nossa sociedade, a cor que predomina essa fase é o preto.
O luto é a fase onde ocorrem as expressões de sentimentos pela perda do ente querido, da aceitação de que a morte é um evento real e que precisa ser refletida.  No presente artigo, o autor menciona algumas fases do luto, as quais são: choque, desejo, desorganização e organização. A fase de choque pode durar horas ou dias, e representa expressividade de sentimentos intensos, onde o indivíduo possui sentimentos como irritabilidade, desespero e amargura, tendendo a confrontá-los com pessoas que venham a partilhar do luto, como uma manifestação de defesa.  A fase do desejo pode durar meses ou anos e é caracterizada pelo constante desejo de busca por qualquer lembrança que remeta à figura perdida, tais como lugares em que frequentava e objetos pessoais.  Na fase de desejo e busca, a desorganização e o desespero se misturam, pois a perda traz outras que são secundárias. Por último, na fase da reorganização, há a aceitação da perda e o pensamento de um recomeço diante do ocorrido. Entretanto, há a possibilidade de momentos de recaídas, embora não sejam frequentes.
Como o luto não é um processo linear, pode durar meses, anos ou até mesmo não ter fim, a depender da intensidade do contato quehavia com o ente perdido. Para o autor, uma forma de amenizar o luto é idealizar boas lembranças que se teve com a pessoa que faleceu, aceitando a morte como real e passando a investir em sua própria vida. Além disso, mesmo não considerando que há definições claras para os tipos de luto, somente enfatizando que é patológico quando é prolongado e com características obsessivas, o autor traz dois tipos de luto: o mal-elaborado e o bem-elaborado.Em perspectivas psicanalíticas,o luto mal-elaborado caracteriza-se pelo desinvestimento gradual da libido objetal (o luto) e a reapropriação da libido no ego. Já o bem-elaborado é caracterizado pelo surgimento de quadros melancólicos, em que o luto apresenta a perda real, mas a melancolia representa o inconsciente, que relaciona-se com o objeto perdido, não sabendo o que verdadeiramente se perdeu.
No idoso, esse processo possui um grande impacto, pois traz perdas pessoais e sociais advindas da estigmatização da velhice. Diante de uma situação em que o cônjuge esteja debilitado por doenças severas, o parceiro (e cuidador) por muitas vezes vive em um dilema paradoxal entre desejar a morte do cônjuge e o desejo de que sobreviva, mas já sentido o luto antecipatório. Entretanto, diante da morte de um filho, o idoso sente-se incapaz, impotente e culpado, pois como progenitor, a ida antecipada do filho é vista como uma ordem inversa da natureza.  Mesmo tendo a velhice como fase da sabedoria e do amadurecimento, não há fortes condições emocionais para a elaboração da perda, pois, em muitos casos a vivência do luto ocorre em solidão, favorecendo alterações emocionais, distúrbios como os do sono e alimentação e até manifestações somáticas, sendo comum falta de ar, dor no peito e insônia, por exemplo.
Por fim, é necessário que o enlutado possua liberdade para expressar seus sentimentos em decorrência da morte, principalmente em meio aos que o ajudam, que são os que mais estarão reafirmando a perda. A vivência desse processo nos idosos também pode ser auxiliada e fortalecida por profissionais, já que com o passar dos anos, esse indivíduo pode não conseguir suportar mais perdas.