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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Psicólogas falam sobre transtornos alimentares e de modos de tratá-los.

Postado por Brenda Fernanda


O Instituto de Psicologia da USP promoveu, durante o período de 23 a 27/09/2013, um minicurso para falar sobre os transtornos alimentares e sua abordagem psicológica. Desse modo, foi apresentada a psicopatologia característica dos transtornos alimentares, que se observam na relação com o corpo e no comportamento alimentar. Os transtornos alimentares atingem principalmente a população feminina, em decorrência da preocupação excessiva com o controle do peso e da importância exagerada dada ao corpo, tornando este palco de manifestações da mente e batalhas psicológicas. Diante deste quadro, começam as mudanças do comportamento alimentar e consequentes alterações clínicas. O que caracteriza o quadro de anorexia nervosa é o baixo peso, devido à inanição imposta pelo próprio indivíduo. Já a bulimia nervosa é caracterizada por episódios recorrentes de compulsão alimentar e, em função da grande importância dada a sua forma física, há a necessidade de compensar o descontrole com a comida, com a purgação (vômito, ingestão de laxantes). Entre as características psicológicas da bulimia está a autoavaliação negativa acompanhada de autocrítica que, possuindo a intolerância a estados afetivos, usam a comida como autorreguladora. É importante ressaltar que o tratamento deve ser feito através de uma abordagem multidisciplinar e multifacetada, isto é, que conte com a presença de profissionais de diversas áreas e que seja direcionado também à família do indivíduo. A necessidade desse tipo de tratamento se dá pelo fato de que os sintomas de portadores de transtornos alimentares não são apenas somáticos, mas também psíquicos.


O minicurso intitulado “Transtornos alimentares: abordagem psicológica individual e familiar”, oferecido pelo IP, teve como conferencistas as psicólogas Christina Morgan e Mariângela Bicudo, ambas membros do Programa de Atenção aos Transtornos Alimentares (Proata) da Unifesp.Centrando o discurso em anorexia e bulimia nervosa, Christina Morgan traçou a psicopatologia característica dos transtornos alimentares, que se verificam na relação com o corpo e no comportamento alimentar. Nestes, que atingem principalmente mulheres, há uma preocupação excessiva com o controle do peso e, devido à importância exagerada que se dá ao corpo, ele se torna palco de manifestações da mente e batalhas psicológicas. Diante deste quadro, começam as mudanças do comportamento alimentar e consequentes alterações clínicas.O que singulariza o quadro de anorexia nervosa é o baixo peso, devido a inanição imposta pelo próprio indivíduo. Geralmente ocorre em momentos de transição, como na adolescência, com pessoas que possuem déficits profundos no autoconceito. Com sintoma egossintônico - fonte de orgulho e força, por isso mantido com dedicação e esforço -, este transtorno não é considerado pela paciente um problema, mas sim uma solução a um impasse no desenvolvimento, e é desse aspecto que decorre a resistência ao tratamento. O ato de comer, para a anorética, há vários significados, entre eles: se entregar a um mundo de desejos desconhecidos e perigosos, ser corrompível e impotente além de se afastar da infância e ser mulher - em razão do corpo feminino. A etiologia, ou como múltiplos fatores interagem no desencadeamento, de ambos os transtornos alimentares é a mesma: como fatores predisponentes estão os aspectos ligados a personalidade, cultura e família, que podem levar a pessoa à vulnerabilidade. Mudanças – ou a falta delas – na puberdade ou eventos estressores são fatores precipitantes do transtorno, que é então mantido pela dieta. No caso da anorexia, com engajamento por ser encarada como um meio de autocontrole, afim que se resolva a vulnerabilidade. Outro fator que contribui para que a dieta seja mantida pela paciente são os ganhos secundários, como o reforço social: “No início [da dieta], as anoréticas são objetos de inveja”. Já a bulimia nervosa é caracterizada por episódios recorrentes de compulsão alimentar e, devido à grande importância dada a sua forma física, há a necessidade de compensar o descontrole com a comida, com a purgação - vômito, ingestão de laxantes, entre outros. Entre as características psicológicas da bulimia está a autoavaliação negativa acompanhada de autocrítica que, possuindo a intolerância a estados afetivos, usam a comida como autorreguladora. Abaixo, o ciclo que é verificado nas pacientes: 
A bulímica sente prazer em comer, mas se sente mal ao purgar, o que contribui ao círculo vicioso. A bulimia nervosa tem um funcionamento chamado dicotômico: é “tudo ou nada” com relação à alimentação. Quem tem este transtorno vive uma tentativa de incorporar o prazer à perfeição e rigidez, que culmina com a purgação. A dificuldade do tratamento surge então pela necessidade de lidar com esses dois níveis do funcionamento dicotômico, além da resistência da paciente em falar sobre os episódios.No tratamento, as psicólogas valorizam a abordagem multidisciplinar e multifacetada, ou seja, que conte com a presença de profissionais de diversas áreas e que seja direcionado também à família do indivíduo. A necessidade desse tipo de tratamento se dá por que os sintomas de portadores de transtornos alimentares são somáticos e também psíquicos e, segundo Christina Morgan: “Levar em conta estas duas dimensões é um desafio”. Além de envolver a família e ser interdisciplinar, Christina e Mariângela acreditam na negociação como uma estratégia do tratamento aos transtornos alimentares. Christina também afirmou que a recuperação do estado nutricional e do peso são aspectos inegociáveis da agenda do tratamento. Este, em seu âmbito psicológico, é composto por duas fases: na primeira deve ser formada uma aliança entre terapeuta e paciente e o psicólogo também tem a responsabilidade de fornecer informação e apoio para suportar a reintrodução dos alimentos. Já na segunda fase o foco muda da recuperação do peso para a normalização do estado dela. Estas etapas são necessárias porque, segundo Christina, as pacientes chegam ao tratamento com medo, desconfiadas, e muitas vezes forçadas por alguém. Mariângela evidencia a importância de tratar a família por que ela está em estado de desespero e complementa “O paciente pede ajuda para uma família extremamente assustada”, e então apresentou a estrutura vigente em “famílias anoréticas e bulímicas”, ou seja, de indivíduos com esses transtornos. No caso da anorexia, percebe-se, segundo Mariângela, fronteiras difusas entre as relações familiares e regras pouco claras. Soma-se a isso uma comunicação velada, com pouca capacidade para resolver conflitos. Nas “famílias bulímicas”, por outro lado, encontram-se fronteiras tão rígidas que pode haver desligamento familiar, e a presença também de segredos familiares. O evento fez parte das atividades da Semana de Psicologia do IPUSP, organizada pelos estudantes do curso de Graduação, que aconteceu de 23 a 27/9/2013.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Experiências Adversas na Infância e Tentativas de Suicídio em Adultos com Obesidade Mórbida.

Resenhado por Marcelle Mota

Maia, A. C. & Silva, S. (2010). Experiências adversas na infância e tentativas de suicídio em adultos com obesidade mórbida. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 32, 69-72.

A relação entre transtornos alimentares e tentativas de suicídio foi corroborada por diversos autores. De acordo com a literatura nos grupos de sujeitos com transtornos alimentares de 13 à 31% dos sujeitos apresentam também como comportamento distorcido e tentativas de suicídio. Apesar da seriedade do assunto, este tema ainda é pouco abordado e debatido na prática clínica.
A obesidade mórbida apesar de não se encontrar no DSM-IV - Manual de Diagnóstico de Estatística das Perturbações Mentais - os fatores psicológicos estão presentes neste crescente problema de saúde pública. No caso de mulheres obesas a associação entre obesidade e tentativas de suicídio é ainda mais forte. Seja pelo estigma da obesidade ser mais forte entre as mulheres, seja pelos fatores de riscos serem diversos entre ambos os sexos.
Este artigo teve como objetivo a caracterização das adversidades da ontologia dos sujeitos e as tentativas de suicídio entre um grupo de obesos mórbidos candidatos à cirurgia bariátrica. A pesquisa em questão se utilizou do instrumento  o Questionário da História de Adversidade na Infância, a coleta de dados foi na região norte de Portugal e a análise desses dados foi realizada pelo software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).
 Diante dos resultados, o estudo obteve uma prevalência de 25% dos sujeitos referente à tentativas de suicídio, sendo que 75% deste grupo já tentou mais de uma vez e é composto predominantemente por mulheres. Percebeu-se também uma alta prevalência de adversidade na infância destes sujeitos, cerca de 50%.  As adversidades consideradas neste questionário estão enquadradas nas categorias: contra os indivíduo, apresentam ambiente familiar disfuncional e negligência física e emocional.

              O estudo corrobora com a literatura ao verificar uma associação significativa entre tentativas de suicídio e obesidade. A partir desta pesquisa percebe-se a necessidade do acompanhamento médico e psicológico de forma longitudinal. A obesidade é um problema de saúde frequente e crescente devendo-se ter uma atenção e cuidado especializado. O apoio psicológico, portanto, é de suma importância no manejo adequado nas experiências e adversidades das pessoas obesas na superação aos problemas derivados do estigma de ser muito acima do peso ideal.  As possíveis consequências deste estigma, está a auto estima baixa que muitas vezes está atrelada a transtornos depressivos.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Bulimia e distorção da autoimagem corporal.

Postado por Catiele Reis

A distorção da autoimagem corporal, ou seja, a percepção do corpo como sendo maior ou menor do que aparenta ser, é visto como um dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento de transtornos alimentares, tais como a Bulimia e a Anorexia. No vídeo é mostrado de maneira sucinta o ciclo bulímico, que possui as seguintes fases: dieta rigorosa, tensão e desejo, ingestão impulsiva de alimentos, comportamentos compensatórios (vômitos, laxantes, diuréticos, exercícios, etc.), seguido da culpabilidade e a vergonha que geralmente é dirigida ao próprio corpo e a alimentação. É necessário que o tratamento de transtornos alimentares, tais como a bulimia, seja feito por uma equipe multiprofissional, devido à quantidade de comorbidades que tais transtornos apresentam.


domingo, 6 de dezembro de 2015

Transtornos Alimentares e a Psicologia.

Postado por Laís Santos


A preocupação pela busca de um corpo perfeito tem influenciado uma série de comportamentos alimentares inadequados, gerando assim transtornos alimentares. A imagem em voga ilustra muito bem o que chamam de ‘visão’ distorcida a respeito de si, o que se refere à aparência corporal. Frente a isso, cabe a Psicologia intervir, utilizando técnicas especificas, a fim de auxiliar esses sujeitos a reorganizarem suas crenças e pensamentos a respeito de sua imagem corporal. Além disso, a Psicologia pode contribuir ativamente, produzindo estudos científicos que discorram sobre o tema, expondo dados, intervenções relacionadas ao mesmo, para que mais estudantes, profissionais e a comunidade entrem em contato com uma temática tão importante e tão comum.



sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Transtornos Alimentares na Infância e na Adolescência.

Resenhado por Maisa Silva

Gonçalves, J. A. , Moreira, E. A. M., Trindade, E. B. S. D. M., & Fiates, G. M. R. (2013). Transtornos alimentares na infância e na adolescência. Revista Paulista de Pediatria, 31, 96-103.

Sabe-se que as preocupações em relação à aparência são presentes e impactam em vários âmbitos da vida de um indivíduo. As constantes influências pelos meios de comunicação e os estereótipos compartilhados pela sociedade acerca de um padrão de beleza considerado ideal atinge a saúde e o psicológico das pessoas, causando o aparecimento de problemas como Transtornos Alimentares e complicações. Esses transtornos atingem principalmente crianças e adolescentes, constantemente pressionados pela mídia que prega um estilo de vida paradoxal, veiculando diversos comerciais incentivando o consumo de alimentos altamente calóricos e, ao mesmo tempo, uma alimentação saudável que consiga atingir os estereótipos que beiram a perfeição. Logo, o objetivo do estudo discutiu quais os fatores de risco associados aos Transtornos Alimentares em crianças e adolescentes, através das análises de artigos situados nas plataformas SciELO e PubMed, com combinação dos termos “crianças”, “adolescentes”, “comportamento alimentar”, “transtorno alimentar”, “bulimia” e “anorexia”.
A anorexia, bulimia nervosa e os transtornos alimentares interrelacionados são doenças em que há um comportamento alimentar e controle de peso inadequados, associados a insatisfações corporais. A anorexia nervosa trata-se de uma fixação pela magreza exacerbada, levando o indivíduo a comportamentos alimentares restritivos e monótonos. Já a bulimia nervosa é caracterizada por episódios de compulsões alimentares seguidas de métodos compensatórios, usando-se de laxantes e induções de vômitos. Ademais, pesquisas constataram o prevalecimento de insatisfações corporais em adolescentes e crianças do sexo feminino.
Os Transtornos alimentares não especificados são considerados clinicamente relevantes, porém não se enquadram em casos de Anorexia e/ou Bulimia. São os casos de anorexia e bulimia nervosas subclínicas, purgação e compulsão alimentar (clínicas ou subclínicas), entre outros. A compulsão alimentar é caracterizada por casos de quantidades elevadas de alimentos, mas difere da bulimia nervosa por não utilizar métodos compensatórios. Pesquisas encontradas mostraram que afetos negativos, baixa autoestima, preocupações com o corpo e depressão prevalecem mais em crianças, além de que elas possuem baixo controle sobre a alimentação. Na purgação o indivíduo utiliza métodos purgativos (laxantes, indução de vômito), mas não é antecedido de compulsão alimentar.  
Por fim, os estudos analisados constataram que o desenvolvimento do comportamento alimentar e dos transtornos são influenciados principalmente por influência do ambiente familiar, onde há a presença de regras alimentares rigorosas, individualização das refeições e cobranças para emagrecer, além da influência da mídia que cultua a magreza e veicula um ideal de beleza inatingível, desconsiderando a diversidade dos biotipos.  

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

O que é o Transtorno da Compulsão Alimentar?

Postado por Marcelle Leite

O transtorno de compulsão alimentar é uma doença mental, apesar da população em geral ainda ter dificuldade de reconhecer como tal, por acreditar ser apenas uma "acomodação" destes indivíduos. Este transtorno é caracterizado pela necessidade de comer mesmo após alcançar a satisfação. Assim, o sujeito acaba por ingerir grandes quantidades de alimentos em um curto espaço de tempo. As consequências são a obesidade e todas as comorbidades que em geral aparecem quando se está bem acima do peso, causando sofrimento físico e psicológico ao sujeito. No vídeo é mostrado de forma clara as características da doença. Os seus sintomas são percebidos a partir do relato da história de vida do sujeito, devendo todo o profissional de saúde, o que inclui o psicólogo, dar a devida importância à situação. 



quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Parent-child relationships in type 1 diabetes: Associations among child behavior, parenting behavior, and pediatric parenting stress

Postado por Ariane de Brito



O Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) é uma das doenças crônicas mais comuns, principalmente entre os jovens. Em 2007 a prevalência de DM1 era de 24,3%, e para 2050 a prevalência conta com um aumento de 144,0% dos casos em todo mundo. De modo geral, a vida cotidiana com DM1 requer monitoramento da glicemia, administração de insulina, cuidados com a dieta (balanceada) e atividade física. A gestão e controle da doença requerem coordenação e cooperação de ambos os pais (pai e mãe) da criança diabética. Sabe-se que consequências de curto e/ou longo prazo para a saúde de um jovem diabético, devido ao mal controle da doença, podem ser graves e impactar em sua qualidade de vida. Altas taxas de não adesão ao tratamento costumam ser comuns na adolescência, o que torna a pré-adolescência um excelente período do desenvolvimento para se investigar as contribuições psicossociais do controle da doença pelos pais e pelas crianças.
Partindo do modelo bioecológico de Bronfenbrenner, os fatores intra e interpessoais contribuem para estados comportamentais e emocionais de toda família envolvida e proporciona uma base para a compreensão da relação entre pais e filhos no que diz respeito ao controle do DM1. Isto é, na relação transacional entre pais e filhos, todos se influenciam e se moldam mutualmente, assim como a aderência e controle do diabetes. A adesão ao regime de tratamento é reforçado pelo envolvimento do cuidador, a autoridade parental e o monitoramento parental de tarefas relacionadas com o diabetes. Alguns estudos têm indicado que sintomas depressivos estão associados com comportamentos específicos do diabetes na família, como discutir sobre as tarefas de gerenciamento da doença. O estresse parental também surge relacionado com comportamentos que podem afetar a aderência e o controle glicêmico. Por outro lado, qualidades positivas da juventude foram associadas com a coesão familiar, gestão e controle do DM1.
Para tanto, o presente estudo examinou as associações entre os comportamentos problemáticos de crianças, comportamentos parentais críticos e estresse parental pediátrico em uma amostra de jovens pré-adolescentes com DM1 e seus cuidadores. Foram participantes 86 pré-adolescentes com DM1 e seus cuidadores primários. Tratou-se de um estudo controlado randomizado (RCT) desenhado para avaliar a eficácia de um programa de promoção de adesão para os pais e pré-adolescentes. Depois de concluir a avaliação inicial, os participantes foram randomizados para o grupo de promoção de adesão ou o grupo de educação em diabetes. Os resultados de ambos os grupos foram comparados entre si.
Os instrumentos utilizados foram um questionário sobre informações demográficas e dados médicos; o Eyberg Child Behavior Inventory (ECBI) para avaliar a percepção dos pais acerca dos comportamentos problemáticos do filho; o Diabetes Family Behavior Checklist (DFBC) que foi utilizado para avaliar comportamentos parentais críticos em relação ao diabetes; e o Pediatric Inventory for Parents (PIP) para mensurar o nível de estresse parental.
Quanto as características da amostra, os resultados indicaram que aproximadamente 15,0% (n = 16 participantes) relataram escores ECBI acima do ponto de corte clínico do inventário, além disso, a maioria relatou uma taxa de comportamentos parentais críticos. Observou-se ainda que os pais de pré-adolescentes (M = 10,8 anos de idade) apresentaram níveis menores de estresse parental pediátrico, do que os pais de crianças um pouco mais velhas (M = 12,9 anos de idade).
As correlações bivariadas entre as medidas de interesse e as variáveis ​​demográficas demonstraram resultados interessantes. O sexo da criança foi significativamente correlacionada com escores do ECBI; os meninos apresentaram comportamentos mais problemáticos do que as meninas. O tipo de tratamento e regime de dosagem de insulina foi significativamente correlacionada com comportamentos parentais críticos, onde o regime convencional esteve associado com a parentalidade mais crítica do que o regime de bólus/basal. A etnia foi significativamente associada com a renda familiar anual e o tipo de regime. A renda familiar anual média foi significativamente correlacionada negativamente com todas as medidas de interesse (parentalidade mais crítica, comportamento da criança mais problemático, maior estresse parental pediátrico).
Ao se testar um modelo de mediação com essas variáveis verificou-se que 55,0% da associação entre problemas de comportamento da criança e comportamentos parentais críticos foi explicada pelo estresse parental pediátrico. Além disso, comportamentos parentais críticos foram significativamente correlacionados com a hemoglobina glicada (HbA1c; r = 0,27, p = 0,02), indicando que a maior HbA1c está correlacionada com a parentalidade mais crítica. No entanto, não foram encontradas relações significativas entre a HbA1c e as variáveis sexo, regime, etnia e renda, o que indica em geral, que apesar das medidas de autocuidado serem imperfeitas, eles não se correlacionam com as variáveis ​​de interesse na amostra pesquisada.

Por fim, concluiu-se que o estresse parental pediátrico medeia parcialmente a relação entre comportamentos de crianças problemáticas e comportamentos parentais críticos. Tal resultado contribui para evidenciar que o estresse dos pais influencia na relação pais-filhos (pré-adolescentes) com DM1. Esses achados podem ser levados para prática clínica, a fim de evidenciar os problemas específicos relacionados com a gestão e controle do DM1 durante a pré-adolescência e, consequentemente, evitar o mal controle glicêmico e a aderência ao tratamento a fase da adolescência.