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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Psicólogas falam sobre transtornos alimentares e de modos de tratá-los.

Postado por Brenda Fernanda


O Instituto de Psicologia da USP promoveu, durante o período de 23 a 27/09/2013, um minicurso para falar sobre os transtornos alimentares e sua abordagem psicológica. Desse modo, foi apresentada a psicopatologia característica dos transtornos alimentares, que se observam na relação com o corpo e no comportamento alimentar. Os transtornos alimentares atingem principalmente a população feminina, em decorrência da preocupação excessiva com o controle do peso e da importância exagerada dada ao corpo, tornando este palco de manifestações da mente e batalhas psicológicas. Diante deste quadro, começam as mudanças do comportamento alimentar e consequentes alterações clínicas. O que caracteriza o quadro de anorexia nervosa é o baixo peso, devido à inanição imposta pelo próprio indivíduo. Já a bulimia nervosa é caracterizada por episódios recorrentes de compulsão alimentar e, em função da grande importância dada a sua forma física, há a necessidade de compensar o descontrole com a comida, com a purgação (vômito, ingestão de laxantes). Entre as características psicológicas da bulimia está a autoavaliação negativa acompanhada de autocrítica que, possuindo a intolerância a estados afetivos, usam a comida como autorreguladora. É importante ressaltar que o tratamento deve ser feito através de uma abordagem multidisciplinar e multifacetada, isto é, que conte com a presença de profissionais de diversas áreas e que seja direcionado também à família do indivíduo. A necessidade desse tipo de tratamento se dá pelo fato de que os sintomas de portadores de transtornos alimentares não são apenas somáticos, mas também psíquicos.


O minicurso intitulado “Transtornos alimentares: abordagem psicológica individual e familiar”, oferecido pelo IP, teve como conferencistas as psicólogas Christina Morgan e Mariângela Bicudo, ambas membros do Programa de Atenção aos Transtornos Alimentares (Proata) da Unifesp.Centrando o discurso em anorexia e bulimia nervosa, Christina Morgan traçou a psicopatologia característica dos transtornos alimentares, que se verificam na relação com o corpo e no comportamento alimentar. Nestes, que atingem principalmente mulheres, há uma preocupação excessiva com o controle do peso e, devido à importância exagerada que se dá ao corpo, ele se torna palco de manifestações da mente e batalhas psicológicas. Diante deste quadro, começam as mudanças do comportamento alimentar e consequentes alterações clínicas.O que singulariza o quadro de anorexia nervosa é o baixo peso, devido a inanição imposta pelo próprio indivíduo. Geralmente ocorre em momentos de transição, como na adolescência, com pessoas que possuem déficits profundos no autoconceito. Com sintoma egossintônico - fonte de orgulho e força, por isso mantido com dedicação e esforço -, este transtorno não é considerado pela paciente um problema, mas sim uma solução a um impasse no desenvolvimento, e é desse aspecto que decorre a resistência ao tratamento. O ato de comer, para a anorética, há vários significados, entre eles: se entregar a um mundo de desejos desconhecidos e perigosos, ser corrompível e impotente além de se afastar da infância e ser mulher - em razão do corpo feminino. A etiologia, ou como múltiplos fatores interagem no desencadeamento, de ambos os transtornos alimentares é a mesma: como fatores predisponentes estão os aspectos ligados a personalidade, cultura e família, que podem levar a pessoa à vulnerabilidade. Mudanças – ou a falta delas – na puberdade ou eventos estressores são fatores precipitantes do transtorno, que é então mantido pela dieta. No caso da anorexia, com engajamento por ser encarada como um meio de autocontrole, afim que se resolva a vulnerabilidade. Outro fator que contribui para que a dieta seja mantida pela paciente são os ganhos secundários, como o reforço social: “No início [da dieta], as anoréticas são objetos de inveja”. Já a bulimia nervosa é caracterizada por episódios recorrentes de compulsão alimentar e, devido à grande importância dada a sua forma física, há a necessidade de compensar o descontrole com a comida, com a purgação - vômito, ingestão de laxantes, entre outros. Entre as características psicológicas da bulimia está a autoavaliação negativa acompanhada de autocrítica que, possuindo a intolerância a estados afetivos, usam a comida como autorreguladora. Abaixo, o ciclo que é verificado nas pacientes: 
A bulímica sente prazer em comer, mas se sente mal ao purgar, o que contribui ao círculo vicioso. A bulimia nervosa tem um funcionamento chamado dicotômico: é “tudo ou nada” com relação à alimentação. Quem tem este transtorno vive uma tentativa de incorporar o prazer à perfeição e rigidez, que culmina com a purgação. A dificuldade do tratamento surge então pela necessidade de lidar com esses dois níveis do funcionamento dicotômico, além da resistência da paciente em falar sobre os episódios.No tratamento, as psicólogas valorizam a abordagem multidisciplinar e multifacetada, ou seja, que conte com a presença de profissionais de diversas áreas e que seja direcionado também à família do indivíduo. A necessidade desse tipo de tratamento se dá por que os sintomas de portadores de transtornos alimentares são somáticos e também psíquicos e, segundo Christina Morgan: “Levar em conta estas duas dimensões é um desafio”. Além de envolver a família e ser interdisciplinar, Christina e Mariângela acreditam na negociação como uma estratégia do tratamento aos transtornos alimentares. Christina também afirmou que a recuperação do estado nutricional e do peso são aspectos inegociáveis da agenda do tratamento. Este, em seu âmbito psicológico, é composto por duas fases: na primeira deve ser formada uma aliança entre terapeuta e paciente e o psicólogo também tem a responsabilidade de fornecer informação e apoio para suportar a reintrodução dos alimentos. Já na segunda fase o foco muda da recuperação do peso para a normalização do estado dela. Estas etapas são necessárias porque, segundo Christina, as pacientes chegam ao tratamento com medo, desconfiadas, e muitas vezes forçadas por alguém. Mariângela evidencia a importância de tratar a família por que ela está em estado de desespero e complementa “O paciente pede ajuda para uma família extremamente assustada”, e então apresentou a estrutura vigente em “famílias anoréticas e bulímicas”, ou seja, de indivíduos com esses transtornos. No caso da anorexia, percebe-se, segundo Mariângela, fronteiras difusas entre as relações familiares e regras pouco claras. Soma-se a isso uma comunicação velada, com pouca capacidade para resolver conflitos. Nas “famílias bulímicas”, por outro lado, encontram-se fronteiras tão rígidas que pode haver desligamento familiar, e a presença também de segredos familiares. O evento fez parte das atividades da Semana de Psicologia do IPUSP, organizada pelos estudantes do curso de Graduação, que aconteceu de 23 a 27/9/2013.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Experiências Adversas na Infância e Tentativas de Suicídio em Adultos com Obesidade Mórbida.

Resenhado por Marcelle Mota

Maia, A. C. & Silva, S. (2010). Experiências adversas na infância e tentativas de suicídio em adultos com obesidade mórbida. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 32, 69-72.

A relação entre transtornos alimentares e tentativas de suicídio foi corroborada por diversos autores. De acordo com a literatura nos grupos de sujeitos com transtornos alimentares de 13 à 31% dos sujeitos apresentam também como comportamento distorcido e tentativas de suicídio. Apesar da seriedade do assunto, este tema ainda é pouco abordado e debatido na prática clínica.
A obesidade mórbida apesar de não se encontrar no DSM-IV - Manual de Diagnóstico de Estatística das Perturbações Mentais - os fatores psicológicos estão presentes neste crescente problema de saúde pública. No caso de mulheres obesas a associação entre obesidade e tentativas de suicídio é ainda mais forte. Seja pelo estigma da obesidade ser mais forte entre as mulheres, seja pelos fatores de riscos serem diversos entre ambos os sexos.
Este artigo teve como objetivo a caracterização das adversidades da ontologia dos sujeitos e as tentativas de suicídio entre um grupo de obesos mórbidos candidatos à cirurgia bariátrica. A pesquisa em questão se utilizou do instrumento  o Questionário da História de Adversidade na Infância, a coleta de dados foi na região norte de Portugal e a análise desses dados foi realizada pelo software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).
 Diante dos resultados, o estudo obteve uma prevalência de 25% dos sujeitos referente à tentativas de suicídio, sendo que 75% deste grupo já tentou mais de uma vez e é composto predominantemente por mulheres. Percebeu-se também uma alta prevalência de adversidade na infância destes sujeitos, cerca de 50%.  As adversidades consideradas neste questionário estão enquadradas nas categorias: contra os indivíduo, apresentam ambiente familiar disfuncional e negligência física e emocional.

              O estudo corrobora com a literatura ao verificar uma associação significativa entre tentativas de suicídio e obesidade. A partir desta pesquisa percebe-se a necessidade do acompanhamento médico e psicológico de forma longitudinal. A obesidade é um problema de saúde frequente e crescente devendo-se ter uma atenção e cuidado especializado. O apoio psicológico, portanto, é de suma importância no manejo adequado nas experiências e adversidades das pessoas obesas na superação aos problemas derivados do estigma de ser muito acima do peso ideal.  As possíveis consequências deste estigma, está a auto estima baixa que muitas vezes está atrelada a transtornos depressivos.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Bulimia e distorção da autoimagem corporal.

Postado por Catiele Reis

A distorção da autoimagem corporal, ou seja, a percepção do corpo como sendo maior ou menor do que aparenta ser, é visto como um dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento de transtornos alimentares, tais como a Bulimia e a Anorexia. No vídeo é mostrado de maneira sucinta o ciclo bulímico, que possui as seguintes fases: dieta rigorosa, tensão e desejo, ingestão impulsiva de alimentos, comportamentos compensatórios (vômitos, laxantes, diuréticos, exercícios, etc.), seguido da culpabilidade e a vergonha que geralmente é dirigida ao próprio corpo e a alimentação. É necessário que o tratamento de transtornos alimentares, tais como a bulimia, seja feito por uma equipe multiprofissional, devido à quantidade de comorbidades que tais transtornos apresentam.


domingo, 6 de dezembro de 2015

Transtornos Alimentares e a Psicologia.

Postado por Laís Santos


A preocupação pela busca de um corpo perfeito tem influenciado uma série de comportamentos alimentares inadequados, gerando assim transtornos alimentares. A imagem em voga ilustra muito bem o que chamam de ‘visão’ distorcida a respeito de si, o que se refere à aparência corporal. Frente a isso, cabe a Psicologia intervir, utilizando técnicas especificas, a fim de auxiliar esses sujeitos a reorganizarem suas crenças e pensamentos a respeito de sua imagem corporal. Além disso, a Psicologia pode contribuir ativamente, produzindo estudos científicos que discorram sobre o tema, expondo dados, intervenções relacionadas ao mesmo, para que mais estudantes, profissionais e a comunidade entrem em contato com uma temática tão importante e tão comum.



sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Transtornos Alimentares na Infância e na Adolescência.

Resenhado por Maisa Silva

Gonçalves, J. A. , Moreira, E. A. M., Trindade, E. B. S. D. M., & Fiates, G. M. R. (2013). Transtornos alimentares na infância e na adolescência. Revista Paulista de Pediatria, 31, 96-103.

Sabe-se que as preocupações em relação à aparência são presentes e impactam em vários âmbitos da vida de um indivíduo. As constantes influências pelos meios de comunicação e os estereótipos compartilhados pela sociedade acerca de um padrão de beleza considerado ideal atinge a saúde e o psicológico das pessoas, causando o aparecimento de problemas como Transtornos Alimentares e complicações. Esses transtornos atingem principalmente crianças e adolescentes, constantemente pressionados pela mídia que prega um estilo de vida paradoxal, veiculando diversos comerciais incentivando o consumo de alimentos altamente calóricos e, ao mesmo tempo, uma alimentação saudável que consiga atingir os estereótipos que beiram a perfeição. Logo, o objetivo do estudo discutiu quais os fatores de risco associados aos Transtornos Alimentares em crianças e adolescentes, através das análises de artigos situados nas plataformas SciELO e PubMed, com combinação dos termos “crianças”, “adolescentes”, “comportamento alimentar”, “transtorno alimentar”, “bulimia” e “anorexia”.
A anorexia, bulimia nervosa e os transtornos alimentares interrelacionados são doenças em que há um comportamento alimentar e controle de peso inadequados, associados a insatisfações corporais. A anorexia nervosa trata-se de uma fixação pela magreza exacerbada, levando o indivíduo a comportamentos alimentares restritivos e monótonos. Já a bulimia nervosa é caracterizada por episódios de compulsões alimentares seguidas de métodos compensatórios, usando-se de laxantes e induções de vômitos. Ademais, pesquisas constataram o prevalecimento de insatisfações corporais em adolescentes e crianças do sexo feminino.
Os Transtornos alimentares não especificados são considerados clinicamente relevantes, porém não se enquadram em casos de Anorexia e/ou Bulimia. São os casos de anorexia e bulimia nervosas subclínicas, purgação e compulsão alimentar (clínicas ou subclínicas), entre outros. A compulsão alimentar é caracterizada por casos de quantidades elevadas de alimentos, mas difere da bulimia nervosa por não utilizar métodos compensatórios. Pesquisas encontradas mostraram que afetos negativos, baixa autoestima, preocupações com o corpo e depressão prevalecem mais em crianças, além de que elas possuem baixo controle sobre a alimentação. Na purgação o indivíduo utiliza métodos purgativos (laxantes, indução de vômito), mas não é antecedido de compulsão alimentar.  
Por fim, os estudos analisados constataram que o desenvolvimento do comportamento alimentar e dos transtornos são influenciados principalmente por influência do ambiente familiar, onde há a presença de regras alimentares rigorosas, individualização das refeições e cobranças para emagrecer, além da influência da mídia que cultua a magreza e veicula um ideal de beleza inatingível, desconsiderando a diversidade dos biotipos.  

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

O que é o Transtorno da Compulsão Alimentar?

Postado por Marcelle Leite

O transtorno de compulsão alimentar é uma doença mental, apesar da população em geral ainda ter dificuldade de reconhecer como tal, por acreditar ser apenas uma "acomodação" destes indivíduos. Este transtorno é caracterizado pela necessidade de comer mesmo após alcançar a satisfação. Assim, o sujeito acaba por ingerir grandes quantidades de alimentos em um curto espaço de tempo. As consequências são a obesidade e todas as comorbidades que em geral aparecem quando se está bem acima do peso, causando sofrimento físico e psicológico ao sujeito. No vídeo é mostrado de forma clara as características da doença. Os seus sintomas são percebidos a partir do relato da história de vida do sujeito, devendo todo o profissional de saúde, o que inclui o psicólogo, dar a devida importância à situação. 



quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Parent-child relationships in type 1 diabetes: Associations among child behavior, parenting behavior, and pediatric parenting stress

Postado por Ariane de Brito



O Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) é uma das doenças crônicas mais comuns, principalmente entre os jovens. Em 2007 a prevalência de DM1 era de 24,3%, e para 2050 a prevalência conta com um aumento de 144,0% dos casos em todo mundo. De modo geral, a vida cotidiana com DM1 requer monitoramento da glicemia, administração de insulina, cuidados com a dieta (balanceada) e atividade física. A gestão e controle da doença requerem coordenação e cooperação de ambos os pais (pai e mãe) da criança diabética. Sabe-se que consequências de curto e/ou longo prazo para a saúde de um jovem diabético, devido ao mal controle da doença, podem ser graves e impactar em sua qualidade de vida. Altas taxas de não adesão ao tratamento costumam ser comuns na adolescência, o que torna a pré-adolescência um excelente período do desenvolvimento para se investigar as contribuições psicossociais do controle da doença pelos pais e pelas crianças.
Partindo do modelo bioecológico de Bronfenbrenner, os fatores intra e interpessoais contribuem para estados comportamentais e emocionais de toda família envolvida e proporciona uma base para a compreensão da relação entre pais e filhos no que diz respeito ao controle do DM1. Isto é, na relação transacional entre pais e filhos, todos se influenciam e se moldam mutualmente, assim como a aderência e controle do diabetes. A adesão ao regime de tratamento é reforçado pelo envolvimento do cuidador, a autoridade parental e o monitoramento parental de tarefas relacionadas com o diabetes. Alguns estudos têm indicado que sintomas depressivos estão associados com comportamentos específicos do diabetes na família, como discutir sobre as tarefas de gerenciamento da doença. O estresse parental também surge relacionado com comportamentos que podem afetar a aderência e o controle glicêmico. Por outro lado, qualidades positivas da juventude foram associadas com a coesão familiar, gestão e controle do DM1.
Para tanto, o presente estudo examinou as associações entre os comportamentos problemáticos de crianças, comportamentos parentais críticos e estresse parental pediátrico em uma amostra de jovens pré-adolescentes com DM1 e seus cuidadores. Foram participantes 86 pré-adolescentes com DM1 e seus cuidadores primários. Tratou-se de um estudo controlado randomizado (RCT) desenhado para avaliar a eficácia de um programa de promoção de adesão para os pais e pré-adolescentes. Depois de concluir a avaliação inicial, os participantes foram randomizados para o grupo de promoção de adesão ou o grupo de educação em diabetes. Os resultados de ambos os grupos foram comparados entre si.
Os instrumentos utilizados foram um questionário sobre informações demográficas e dados médicos; o Eyberg Child Behavior Inventory (ECBI) para avaliar a percepção dos pais acerca dos comportamentos problemáticos do filho; o Diabetes Family Behavior Checklist (DFBC) que foi utilizado para avaliar comportamentos parentais críticos em relação ao diabetes; e o Pediatric Inventory for Parents (PIP) para mensurar o nível de estresse parental.
Quanto as características da amostra, os resultados indicaram que aproximadamente 15,0% (n = 16 participantes) relataram escores ECBI acima do ponto de corte clínico do inventário, além disso, a maioria relatou uma taxa de comportamentos parentais críticos. Observou-se ainda que os pais de pré-adolescentes (M = 10,8 anos de idade) apresentaram níveis menores de estresse parental pediátrico, do que os pais de crianças um pouco mais velhas (M = 12,9 anos de idade).
As correlações bivariadas entre as medidas de interesse e as variáveis ​​demográficas demonstraram resultados interessantes. O sexo da criança foi significativamente correlacionada com escores do ECBI; os meninos apresentaram comportamentos mais problemáticos do que as meninas. O tipo de tratamento e regime de dosagem de insulina foi significativamente correlacionada com comportamentos parentais críticos, onde o regime convencional esteve associado com a parentalidade mais crítica do que o regime de bólus/basal. A etnia foi significativamente associada com a renda familiar anual e o tipo de regime. A renda familiar anual média foi significativamente correlacionada negativamente com todas as medidas de interesse (parentalidade mais crítica, comportamento da criança mais problemático, maior estresse parental pediátrico).
Ao se testar um modelo de mediação com essas variáveis verificou-se que 55,0% da associação entre problemas de comportamento da criança e comportamentos parentais críticos foi explicada pelo estresse parental pediátrico. Além disso, comportamentos parentais críticos foram significativamente correlacionados com a hemoglobina glicada (HbA1c; r = 0,27, p = 0,02), indicando que a maior HbA1c está correlacionada com a parentalidade mais crítica. No entanto, não foram encontradas relações significativas entre a HbA1c e as variáveis sexo, regime, etnia e renda, o que indica em geral, que apesar das medidas de autocuidado serem imperfeitas, eles não se correlacionam com as variáveis ​​de interesse na amostra pesquisada.

Por fim, concluiu-se que o estresse parental pediátrico medeia parcialmente a relação entre comportamentos de crianças problemáticas e comportamentos parentais críticos. Tal resultado contribui para evidenciar que o estresse dos pais influencia na relação pais-filhos (pré-adolescentes) com DM1. Esses achados podem ser levados para prática clínica, a fim de evidenciar os problemas específicos relacionados com a gestão e controle do DM1 durante a pré-adolescência e, consequentemente, evitar o mal controle glicêmico e a aderência ao tratamento a fase da adolescência.

sábado, 28 de novembro de 2015

Morte, separação, demissão: entenda o luto para superá-lo.

Postado por Geovanna Souza
O luto se apresenta em qualquer tipo de perda, seja diante da perda de uma pessoa, de um objeto, animal ou qualquer outra coisa que tenha algum valor sentimental para a pessoa. Ele está presente em todos os momentos que as pessoas precisam se desprender de algo importante de sua vida, como num término amoroso ou numa demissão do emprego. Cada pessoa reage de forma diferente diante de uma perda, porém diante da suspeita de que o luto evoluiu para algo mais grave, o indicado é buscar ajuda. Nesse contexto, cabe avaliar até que ponto o sofrimento está impedindo a pessoa de realizar tarefas cotidianas e afetando sua relação com pessoas próximas.
Fonte:http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2014/05/29/morte-separacao-demissao-entenda-o-luto-para-supera-lo.htm

O ex-funcionário continua destilando palavras de ódio contra a empresa meses após ser demitido. O filho fica sem ação ao receber a notícia da morte da mãe. O namorado traído não consegue se envolver em um novo relacionamento. Todas essas situações fictícias envolvem experiências de perdas. E quem passa por algo parecido vivencia exatamente o mesmo processo psicológico: a vivência do luto.O luto, ao contrário do que se imagina, não faz referência apenas à reação que se tem diante da morte de alguém querido. "O luto é um processo relacionado a todas as perdas significativas que sofremos", diz a psicóloga Elaine Gomes dos Reis Alves, professora e pesquisadora do Laboratório de Estudos Sobre a Morte, do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo). Ela explica que essas privações podem ocorrer tanto no plano concreto –quando ocorre a perda de um emprego, por exemplo– quanto no simbólico –quando "morre" a figura idealizada da namorada.
Segundo Gabriela Casellato, psicóloga pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo e cofundadora do Instituto de Psicologia 4 Estações, instituição particular na capital paulista, o luto se apresenta como um conjunto de reações associadas à perda."Na esfera física, podem surgir fadiga, queda de resistência imunológica e alterações de sono, alimentação, atenção e concentração. As alterações emocionais incluem tristeza, angústia, ansiedade, raiva, medo e insegurança. Também pode ocorrer isolamento social ou, ao contrário, a necessidade de falar continuamente sobre a perda. Há, ainda, pessoas que têm a fé abalada nessas situações, que perdem a esperança e questionam valores antes arraigados", diz Gabriela.
De fato, cada pessoa pode reagir de maneira diferente a uma perda que, para ela, tenha um valor importante. Mas, na década de 1960, uma psicóloga suíça chamada Elisabeth Kübler-Ross (1926-2004) descreveu cinco fases que, de maneira geral, compõem o processo do luto:
- Negação: a pessoa tenta negar a existência do problema ou situação e, às vezes, evita até falar sobre o assunto. "Isso não pode ser verdade!", pensa.
- Raiva: é comum aparecer revolta e ressentimento quando a pessoa se dá conta da perda. "Por que eu?" é o pensamento recorrente.- Negociação: quando a hipótese da perda começa a se concretizar, é comum que a pessoa tente reverter a situação tentando um acordo consigo, com outra pessoa ou divindade. - Depressão: ocorre quando a pessoa toma consciência de que a perda é inevitável. Tristeza, desolação, apatia e medo são sentimentos comuns nessa fase. Não deve ser confundida com a doença diagnosticada como depressão, que envolve um desequilíbrio químico e tratamento específico. Por isso, a psicóloga Elaine prefere usar o termo "tristeza".- Aceitação: é a fase em que pessoa aprende a viver sem aquilo que perdeu. Não significa esquecer ou não sentir mais tristeza ao se lembrar do fato. "Um pai nunca vai aceitar a morte de um filho", exemplifica a psicóloga Elaine. Nesse contexto, aceitar é apenas conseguir continuar tocando a vida. Elaine Alves explica que essas fases não devem ser vistas como obrigatórias e também não seguem necessariamente uma sequência. Podem, inclusive, se sobrepor umas às outras. A fase descrita como depressão está, com maior ou menor ênfase, presente em todas as outras. "O processo é sofrido, mas necessário para a superação da perda. A tristeza precisa ser vivenciada. O problema, hoje, é que toda tristeza é tratada como depressão", diz ela. Você não tem que ser forte. Perdeu um filho? "Você tem que ser forte!" Está sofrendo por um amor? "Isso vai passar". Perdeu o emprego? "Foi melhor para você". Levaram o carro em um assalto? "Não fique assim, o importante é que você está com saúde".Apesar de estarem sempre carregadas de boas intenções, essas tentativas de consolar alguém que sofre uma perda quase nunca funcionam, segundo Elaine. Ao contrário. A tentativa de amenizar o sofrimento do outro pode até prejudicar o processo de luto dele. "É muito ruim quando a pessoa se sente desvalorizada em sua dor. Os pequenos lamentos também precisam ser acolhidos", diz a psicóloga.
Nesse momento, ajudar é reconhecer o direito de quem sofre a ser fraco e expor sua dor ou, ao contrário, o direito a silenciá-la. Assim, tão prejudicial quanto inibir o sofrimento pode ser a insistência para que a pessoa que está triste chore. "Quem não consegue chorar sofrerá, além da dor da perda, a culpa por não reagir da maneira esperada", alerta Gabriela Casellato. E em boa parte das vezes, o melhor consolo é o silêncio. "Os judeus, por exemplo, têm o costume de se revezar para ficar em silêncio ao lado da pessoa enlutada", diz Elaine. Quando procurar um especialista?
A psicóloga Elaine diz que as pessoas mais resilientes tendem a reagir melhor ao luto. "Elas geralmente enfrentam melhor as situações de perda", afirma. O conceito de resiliência, emprestado da física, é utilizado para definir essas pessoas que lidam bem com situações adversas.Para a psicóloga Rosane Rodrigues, professora do Departamento de Psicodrama do Instituto Sedes Sapientiae, instituição que oferece cursos para profissionais e atendimento psicológico, de São Paulo, o amadurecimento –não necessariamente ligado à idade– também pode influenciar positivamente na maneira como a pessoa lida com o luto. "O enfrentamento da morte e das perdas vai ficando menos difícil a cada vez que passamos por essas situações", afirma.
O processo de elaboração do luto pode ser longo: não há tempo definido para terminar. Mas as especialistas identificam que o período de um ano costuma ser o mais crítico. É quando diferentes marcos temporais lembrarão a perda sofrida, como o aniversário da pessoa que morreu, o primeiro Natal em situação adversa ou a época de confraternização de final de ano da empresa em que se trabalhou durante tanto tempo. Passados esses meses, é esperado que a pessoa já saiba como é viver e sobreviver à nova realidade e que, aos poucos, consiga ir retomando a sua vida.
Pode ocorrer, no entanto, que pessoas com condição ou histórico prévio de depressão tenham a doença desencadeada ou agravada numa situação de luto. Segundo a psicóloga Gabriela Casellato, três aspectos podem pesar nesse diagnóstico: o tempo do luto, a intensidade das reações e o impacto que elas têm sobre a vida da pessoa. Vale avaliar, por exemplo, até que ponto a tristeza está impedindo quem sofre de desempenhar as atividades que antigamente faziam parte da rotina, afetando os relacionamentos com outros parentes e amigos ou colegas de trabalho.
Diante da suspeita de que o luto evoluiu para algo mais grave, o indicado é buscar ajuda. Gabriela explica que o psicólogo pode propor um trabalho psicoterápico individual ou em grupo. "E mesmo em caso de luto considerado normal, grupos de apoio e autoajuda podem dar um bom suporte no nível do aconselhamento e acolhimento", diz a psicóloga.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Depressão e diabetes mellitus.

Resenhado por Brenda Fernanda
Fráguas, R., Soares, S. M. de S. R., & Bronstein, M. D. (2009). Depressão e diabetes mellitus. Revista de Psiquiatria Clínica, 36, 93-99.
O diabetes mellitus é uma doença crônica caracterizada pela elevação da taxa de glicose no sangue (hiperglicemia), decorrente da resistência à ação da insulina, secreção insuficiente deste hormônio, ou ambos. Acomete aproximadamente 7% da população brasileira, e suas principais formas são o diabetes tipo 1, que ocorre quando existe deficiência absoluta de insulina, e o diabetes tipo 2, caracterizado por resistência à insulina com insuficiente elevação compensatória da secreção desse hormônio. O primeiro compreende cerca de 5% a 10% dos casos de diabetes, ocorrendo habitualmente em crianças e adolescentes. Pacientes com esse tipo de diabetes necessitam diariamente da administração de insulina.  O diabetes tipo 2 é a forma mais comum de diabetes, e compreende por volta de 90% dos casos, dos quais 80% dos pacientes apresentam sobrepeso ou obesidade por ocasião do diagnóstico.
O artigo discorre acerca do quadro clínico, diagnóstico laboratorial e tratamento do diabetes, tanto em relação à dieta balanceada como sua base, como no que diz respeito ao tratamento medicamentoso, feito através da administração de insulina – base do tratamento do diabetes tipo 1 – e dos antidiabéticos orais, que têm demonstrado grande avanço no tratamento medicamentoso do diabetes tipo 2. Além disso, existem tratamentos especiais, como, em alguns casos, o transplante pancreático.
Em relação aos estudos realizados sobre a prevalência da depressão nos quadros clínicos diabéticos, têm-se os seguintes dados: nos estudos controlados, a prevalência de depressão com entrevista estruturada foi de 9%. A depressão na população com diabetes foi mais frequente em mulheres (28%) do que em homens (18%), nos estudos sem grupo controle (30%) do que nos estudos que incluíram um grupo sem diabetes como controle (21%), em pacientes provenientes de serviços de saúde (32%) do que em pacientes da comunidade (20%) e mais frequente quando a avaliação foi realizada por instrumentos de autoavaliação (31%) do que quando feita com entrevistas padronizadas (11%). Não houve diferença na prevalência de depressão entre o diabetes tipo 1 e tipo 2 (Anderson, Freedland, Clouse, & Lustman, 2001).
O diagnóstico da depressão em pacientes com outras condições médicas geralmente é acompanhado da problemática da semelhança entre sintomas da depressão e os da condição médica em questão. Assim, sintomas como perda de peso e apetite, hipersonia, diminuição da libido e retardo psicomotor têm sido citados como próprios do diabetes, independente da depressão. No entanto, a prática vem mostrando que o diagnóstico da depressão no diabetes não é tão controverso como em outras condições médicas. Uma estratégia recomendada na literatura para o diagnóstico preciso é a utilização de outros sintomas depressivos que não os possivelmente decorrentes do diabetes (Lustman, Griffith, & Clouse, 1997).
Além disso, a depressão pode atuar como fator de risco para o desenvolvimento do diabetes, piorar seus sintomas e interferir no autocuidado dos pacientes. Alguns estudos apontam dados que confirmam isso. Uma pesquisa de Eaton et al. (1996) apresentou risco relativo de 2,3 (p = 0,08) para a ocorrência do diagnóstico de diabetes 13 anos depois naqueles que tinham depressão. Um estudo desenvolvido no Japão por Kawakami et al. (1999) encontrou risco de 2,3 (p < 0,05) para a ocorrência do diagnóstico de diabetes tipo 2 num período de 8 anos. Em estudo realizado na Noruega, a depressão em conjunto com a ansiedade foi preditora de diagnóstico de diabetes tipo 2 num período de 10, chamando a atenção para que a comorbidade entre depressão e a ansiedade seja relevante para o aumento de risco para o diabetes (Engum, 2007).
Outro fator relevante é o impacto da depressão no diabetes. Esta tende a comprometer vários domínios da qualidade de vida, incluindo saúde física e psicológica, relacionamento social, entre outros (Eren, Erdi, & Sahin, 2008). Além disso, a presença de depressão em pacientes com diabetes foi associada a um aumento da sintomatologia, isto é, aqueles com depressão apresentavam mais sintomas do que aqueles sem depressão (Ciechanowski, Katon, Russo, & Hirsch, 2003).
No que diz respeito ao tratamento da depressão, uma alternativa é a psicoterapia, que, apesar de benéfica para melhora dos sintomas depressivos, não apresenta evidência de benefício no controle glicêmico. Além disso, os autores ressaltam a necessidade do desenvolvimento de novos estudos a fim de investigar a eficácia da terapia para a depressão associada ao diabetes. Quanto ao tratamento medicamentoso, alguns antidepressivos tendem a aumentar os níveis glicêmicos, outros não interferem na glicemia, e há evidências de que certos tipos melhoram os níveis glicêmicos e podem reduzir a taxa de recaídas. Além disso, a eletroconvulsoterapia também é uma estratégia interessante para esses pacientes, recomendando-se, no entanto, monitorização da glicemia.
Pode-se concluir que o tratamento farmacológico ou psicoterápico da depressão associada ao diabetes é eficaz. Ainda, é válido ressaltar o papel que o psicólogo exerce no tratamento do paciente diabético, auxiliando-o a lidar com suas angústias e compreendendo as dificuldades em lidar com as perdas do corpo saudável e de sua autonomia. 

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

O que é o transtorno do espectro autista (TEA)?

Postado por Ana Celma Dantas

O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição global de desordens no desenvolvimento, que engloba alguns transtornos, a saber: autismo infantil precoce, autismo infantil, autismo de Kanner, autismo de alto funcionamento, autismo atípico, transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação, transtorno desintegrativo da infância e transtorno de Asperger.
 As manifestações do transtorno variam muito dependendo da gravidade da condição autista, do nível de desenvolvimento e da idade cronológica; por isso atualmente adotou-se o termo espectro. Os portadores do TEA apresentam como características essenciais dificuldades nos processos de interação social, atraso na linguagem, dificuldades e resistência a mudanças, bem como apresentam interesses restritos e comportamentos repetitivos. Esses sintomas estão presentes desde o início da infância e trazem limitações e prejuízos ao funcionamento do indivíduo.

Alguns autistas apresentam sensibilidade sensorial mais desenvolvida e, por exemplo, podem ouvir sons que as outras pessoas não conseguem distinguir. Em outros casos, podem ter dificuldades com algumas texturas e sabores, o que pode prejudicar o comportamento alimentar, tornando-o bem restrito.  Além disso, podem apresentar algum tipo de problema de aprendizagem. Por outro lado, há autistas que tem uma capacidade de aprender determinadas áreas do conhecimento com mais facilidade do que muitos indivíduos sem essa condição. Muitos deles, com acompanhamento e tratamento adequado, poderão ter uma vida funcional. 

sábado, 21 de novembro de 2015

'Novembro Azul' conscientiza sobre prevenção do câncer de próstata.

Postado por Geovanna Souza
Outubro foi o mês de combate ao câncer de mama e novembro está se colorindo de azul para lembrar a população masculina sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata. O câncer de próstata está entre as doenças que mais acometem homens no Brasil e mundo. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), referentes a 2014, este tipo de câncer representa 70% dos diagnósticos de câncer em homens brasileiros, registrando em média 70 mil novos casos por ano no país e mais de 13 mil mortes. Sendo assim, é importante conscientizar homens acima de 45 anos a procurar um especialista e realizar os exames preventivos, a fim de diminuir o índice de morbimortalidade masculina e, ainda, traçar estratégias mais eficazes de adesão ao exame do toque retal, que ainda é cercado por muito preconceito.
Fonte: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2015/11/novembro-azul-conscientiza-sobre-prevencao-ao-cancer-de-prostata.html


Exames devem ser feitos regularmente após os 50 anos, diz médico. Chance de cura é alta quando doença é descoberta em estágio inicial.
A prevenção e o combate ao câncer de próstata são o mote para a campanha do 'Novembro Azul'. O mês foi escolhido para lembrar da importância dos exames de prevenção, já que o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata é comemorado no dia 17 de novembro. A campanha, que busca conscientizar os homens para a prevenção da doença, foi destaque no Bom Dia Pernambuco desta quinta-feira (5).
De acordo com o urologista Tibério Moreno Júnior, os homens devem fazer exames de prevenção regularmente, a partir dos 50 anos. “O exame rotineiro de próstata compreende o exame de sangue e o toque retal. A conjunção desses dois exames nos dá uma acurácia em torno de 90% da suspeita do câncer de próstata”, explica.
Moreno Júnior aponta também que o exame de toque é importante porque é a partir dele que se detectam os tumores da doença quando ainda estão em fase inicial. “O tumor avança e pode crescer e chegar no ponto de invadir órgãos adjacentes. Os tumores no estágio inicial a gente tem como tratar e curar, com chance de cura altíssima”, destaca o médico.
Os homens que estão na idade de risco também devem ficar atentos a possíveis sintomas da doença, como dificuldade de urinar ou diminuição da força do jato da urina, por exemplo. Além de hospitais, os exames preventivos também podem ser realizados em postos de saúde.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Facebook: um novo locus para a manifestação de uma perda significativa.

Postado por Catiele Reis

Rousso, R.S., Ramos. D., Frizzo, H.C.F., Santos, M.R., & Bousso, F. (2014). Facebook: um novo locus para a manifestação de uma perda significativa. Psicologia USP, 25, 172-179. doi: 10.1590/0103-656420130022.

            A morte sempre suscitou emoções distintas, dentre elas, a angústia que a finitude tem provocado no ser humano ao longo dos tempos. Isto porque a aceitação da morte é um processo penoso, especialmente na cultura ocidental. A internet, especialmente redes sociais como o facebook, atuam como uma expansão do espaço offline para as manifestações e expressões do sentimento de luto. O avanço dessa chamada sociedade da informação se faz presente em todos os campos do saber e provoca mudanças, inclusive, na forma de pensar o processo de saúde-doença. Diante desta perspectiva, a pesquisa teve como objetivo compreender essa o modo de expressar o luto de forma a auxiliar os profissionais de saúde a aprimorarem suas intervenções para entender e acompanhar àqueles que enfrentam o processo de morte/morrer e luto.
            Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, de abordagem qualitativa e analisado segundo a proposta de Bardin. Foi desenvolvida na rede social Facebook, mais precisamente na página de um usuário falecido com 88 anos de idade, casado e com dois filhos, identificado por fazer parte da rede de amigos de um dos pesquisadores. É importante ressaltar que todas as informações contidas foram publicamente disponíveis, uma vez que houve o consentimento dos usuários quando aceitaram os termos de contrato e privacidade da rede social. Os resultados permitiram identificar quatro categorias temáticas representadas por discursos dirigidos ao falecido e a família dele. Estas foram: expressar reações emocionais e cognitivas a morte, manter-se conectado ao falecido, divulgar homenagens, eventos e agradecimentos, e expressar condolências aos familiares.
            A análise dos dados permitiu perceber que o uso de tecnologias como as redes sociais podem contribuir para uma mudança na maneira como a sociedade lida com a morte e com enlutado. Para os profissionais de saúde, essa mudança configura-se como um novo espaço de comunicação que permite acompanhar os sentimentos e vínculos presentes e pode ajudar na construção de significados e na elaboração do próprio processo de luto dos pacientes e dos familiares. Pode-se afirmar, então, que as redes sociais trazem benefícios como suporte social e religiosidade. Isto porque as comunidades virtuais aproximam a sociedade do enlutado propiciando o acolhimento quase que imediato e auxiliando o enfrentamento de sua dor. Ou seja, as interações sociais disponíveis nas redes de relacionamento mostram-se como um interessante mecanismo de enfrentamento ao estresse a ao trauma, embora não tenha ficado explícito se essa estratégia é positiva ou negativa.
            Portanto, os sites de relacionamento podem constituir um campo de estudos importante por facilitar o enfrentamento do luto não só como um espaço de expressão com liberdade de discurso e possibilidade de suporte social, mas também por oferecer a oportunidade de interações que ajudam a refletir sobre sua relação com o falecido e suas próprias emoções. 

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Diabetes infantil

       Postado por Mariana Serrão
     
        O vídeo esclarece um pouco sobre o diabetes infantil, mostrando seus sintomas e como funciona. Ao final do vídeo é ressaltada a importância de procurar o médico, mas é importante destacar a importância de outros profissionais, por exemplo o psicólogo, já que a diabetes pode causar um considerável desgaste emocional na criança devido ao intenso e incessante trabalho para o controle da doença, ao medo de possíveis complicações e ao mal estar criado pela doença; a questão de ser “diferente”.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Experiências de Perda e de Luto em Escolares de 13 a 18 anos.

Postado por Laís Almeida

Domingos, B., & Maluf, M. R. (2003). Experiências de Perda e de Luto em Escolares de 13 a 18 anos. Revista Psicologia: Reflexão e Crítica, 16, 577-589. doi: 10.1590/S0102-79722003000300016

Uma das maiores preocupações do homem ocidental é a morte e a perda do outro costuma ser muito problemática, tanto para quem a enfrenta quanto para as pessoas ao redor, que nem sempre sabem como agir frente a alguém enlutado. O luto é entendido como uma constelação de reações psíquicas, conscientes e inconscientes a uma perda significativa. É uma experiência complexa, moldada pelo contexto social que atinge o indivíduo, sua família e os sistemas mais amplos da sociedade dos quais participa. Para os adolescentes, os fatores que influenciam seu luto são o conhecimento que eles têm das causas e circunstâncias da perda, os padrões de relacionamento anterior e a mudança desses padrões. A perda de pessoas próximas e parecidas servem de alerta para a própria vulnerabilidade e mortalidade, principalmente de forem repentinas.
O artigo teve como objetivo examinar as experiências de perda e de luto vivenciadas por um grupo de estudantes que perderam entes queridos. Além disso, buscou-se analisar como, na percepção desses estudantes, comportaram-se a família e a comunidade escolar ao lidar com essa questão. A pesquisa foi realizada em duas escolas públicas de São Paulo com 25 adolescentes do ensino fundamental e médio, de 13 a 18 anos. Foram utilizados dados sociodemográficos e duas entrevistas clínicas que abordaram os seguintes tópicos para posterior análise de conteúdo: circunstâncias da perda; como era o relacionamento com a pessoa falecida; reações à perda; impacto da perda nas atividades escolares e rotineiras e no relacionamento com outrem; a família como suporte/outras redes de apoio e a comunidade escolar como suporte.
O comportamento da família como suporte foi percebido como pouco eficaz e, apesar dos jovens terem recebido algum apoio de colegas e professores, esse apoio se deu em ajuda prática (com provas e trabalhos) e não abordou as necessidades emocionais decorrentes da perda. Na escola o déficit de atenção e concentração aparece como o maior problema enfrentado pela metade dos entrevistados, principalmente por conta da ansiedade, quadro conhecido na literatura sobre luto.
Na maioria dos casos o apego às pessoas que vieram a falecer compensava em parte as necessidades afetivas negligenciadas na família nuclear. As reações de raiva e hostilidade foram mais expressivas nas perdas geradas por homicídio, pois além de serem repentinas, evocam a impunidade dos assassinos, fazendo com que os jovens sintam-se vitimizados e vulneráveis. Perdas por suicídio, envolvimento com drogas e resultantes da AIDS costumam ser menos compartilhadas devido ao preconceito e julgamento moral que circunda o tema, trazendo um sofrimento que o jovem sente a necessidade de esconder.

Por fim, o estudo mostra reações de um grupo de adolescentes estudantes brasileiros frente ao luto e confirma os achados consagrados na literatura sobre morte e luto. Além disso, sinaliza que a família tem que saber lidar com situações que trazem fortes emoções, como o luto, e sugere que a escola aprenda a lidar com a demanda de alunos enlutados.

domingo, 15 de novembro de 2015

Morte por suicídio: Tabu.

Postado por Maisa Silva


Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2014), mais de 800 mil pessoas cometem suicídio por ano, o que se caracteriza por aproximadamente uma morte a cada 40 segundos. Entretanto, considerando a epidemiologia do fenômeno, o maior entrave ao debate e prevenção sobre o assunto são os preconceitos e os fatores culturais que o rodeiam. É necessário compreender que o suicídio é um fenômeno complexo, multifatorial e real. Faz-se importante como medida preventiva a educação sobre o tema, derrubar os tabus e preconceitos que o cercam e, também, compartilhar informações com outras pessoas para que haja a identificação de ideação suicida, compreensão e prevenção do suicídio.



sábado, 14 de novembro de 2015

Psicologia do luto mostra caminhos para lidar com as perdas.

Postado por Brenda Fernanda

O luto foi definido, por Freud, como o conjunto de reações psicológicas, conscientes ou não, que alguém vivencia após enfrentar uma perda. Atualmente, a psicologia aborda o luto como um processo imprescindível e, diferente do que muitos pensam, não se define como superação ou esquecimento, mas como uma readaptação à uma nova realidade. Ainda, o luto não está ligado apenas à morte, mas também pode ser desencadeado por qualquer ruptura emocional forte, como a perda de um ente querido, um divórcio ou um amigo que foi morar longe. O processo é dividido em cinco fases e todas as pessoas irão apresentar pelo menos duas delas: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. A notícia ressalta a importância que a terapia exerce em qualquer fase do luto, oferecendo suporte e auxílio para o paciente superar a dor, apresentando-se como uma ferramenta de reorganização psicológica. Assim, o paciente pode encontrar uma maneira própria de lidar com os sentimentos, por vezes novos e conflitantes, além de entender que não há certo ou errado no modo como se vive ou expressa a dor.




No início do século passado, o psicoterapeuta Sigmund Freud definiu o luto como o conjunto de reações psicológicas, conscientes ou não, que alguém vivencia após enfrentar uma perda. A psicologia atual defende que esse é um processo imprescindível e, ao contrário do que muitos pensam, não se trata de superação ou esquecimento, mas de uma readaptação à uma nova realidade.
Embora as pessoas associem o luto diretamente à morte, para a psicologia, ele é desencadeado por qualquer ruptura emocional forte, seja a perda de alguém querido, um divórcio ou um amigo que foi morar longe. O processo é dividido em cinco fases e todas as pessoas irão apresentar pelo menos duas delas: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação.
Para a psicóloga Lívia Vieira, especialista do Hapvida Saúde, das cinco fases a mais crítica é a depressão, onde a pessoa toma consciência da perda e passa a ter ciência do vazio deixado. Algumas pessoas não conseguem passar por esse estágio sozinhas e, em alguns casos, podem sofrer de problemas como insônia, depressão e queda da imunidade.
Em qualquer fase do luto, a terapia exerce o papel fundamental, no qual oferece suporte e auxílio para o paciente superar a dor, mostrando-se como uma ferramenta de reorganização psicológica. Com ela é possível encontrar sua própria maneira de lidar com os sentimentos, muitas vezes novos e conflitantes e compreender que não há certo ou errado na maneira em como se vive ou expressa a dor.
O processo do luto é uma experiência individual e por isso não tem uma duração estabelecida. “Há quem leve um ano, décadas e os que nunca conseguem encerrar esse ciclo”, explica Lívia. Saber lidar com cada fase é essencial, pois são elas que irão dar forças para a pessoa se readequar a nova vida e conseguir seguir em frente.
Familiares e amigos também são peças-chave nesse momento de readaptação. Cabe a eles o papel de dar suporte emocional e ficar ao lado da quem sofreu essa perda. Muitas vezes são pessoas próximas da rotina de quem passa pelo luto que observam a necessidade de um tratamento psicológico.
Fases do luto
A psicologia considera que qualquer forma de perda ou ruptura, seja a morte ou um divórcio, por exemplo, podem desencadear o processo que é dividido em cinco fases. Embora não sejam necessariamente vivenciados em uma ordem precisa ou por todos que sofrem uma perda, estudiosos afirmam que todas as pessoas apresentam pelo menos dois dos estágios abaixo:
Negação: o indivíduo não consegue aceitar a perda e recusa acreditar no que aconteceu.
Raiva: A perda ainda não foi aceita e começam indagações como “Por que comigo?”
Negociação: A perda ainda é considerada apenas uma possibilidade, não algo real e consumado. A partir desse momento, a pessoa ainda tenta buscar uma maneira de fazer com que as coisas voltem a ser como antes. Nesta fase, é comum o contato com o lado espiritual na tentativa de reverter a situação.
Depressão: Fase mais difícil e delicada, na qual a pessoa toma consciência da perda. A percepção de que as coisas não serão mais como antes, gera a sensação de perda imediata de sonhos, projetos e uma redefinição das lembranças associadas a essa pessoa.
Aceitação: Etapa final do processo de luto. Não há mais desespero ou negação. A perda ganha uma outra perspectiva e é aceita com mais serenidade.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Luto infantil

Postado por Luana Santos

O vídeo traz uma cena do filme “Meu primeiro amor”, retratando o funeral do melhor amigo da protagonista, uma menina de 11 anos. O luto infantil é muitas vezes neglicenciado, muitos adultos adotam a postura de que a criança ainda não tem repertório comportamental suficiente para entender o ocorrido, então a deixam à parte da situação. Entretanto, apesar de muitas vezes não identificado, o luto infantil ocorre e tem características similares aos do adulto.
A reação da criança dependerá de vários fatores, como a relação com a pessoa que morreu ou foi embora, as causas e circunstâncias da perda, o que é contado para ela e as oportunidades dadas para ela falar e questionar, o que mudará na sua dinâmica familiar com a ausência da pessoas, etc. Dentre esses fatores, sua  fase de desenvolvimento também deve ser considerada.
Para Piaget, somente no período operacional (6 a 9 anos), as crianças compreenderão a irreversibilidade da morte, antes disso o conceito existe porém sua interpretação é de que de alguma forma se trata de um fenômeno reversível. Durante a vivência do período, a criança pode sentir-se insegura, com medo de ser abandonada ou perder outro ente querido, ter raiva ou culpa, fantasias e relações que necessitam, assim como nos adultos, serem elaboradas e integradas à vida. Para auxiliar nesse processo, é imprescindível reconhecer e entender sua existência, além de encorajar a criança a se expressar responder  às suas perguntas com sinceridade, discutindo a morte ou a perda de forma que a criança possa entender.

Assim como nos adultos, o processo de luto na criança é pessoal e diferente para cada um, se necessário recomenda-se procurar ajuda especializada para  auxiliar a criança a passar por essa fase conturbada. O profissional entende que o luto infantil não é igual ao adulto e possui ferramentas para identificar suas manifestações (choros repentinos, comer muito ou pouco, dormir muito ou pouco, recusa, isolamento, problemas de conduta e escolares) e tratá-las.


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=xXLoEaCfDV0

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Percepção do corpo, medo da morte, religião e doação de órgãos.

Resenhado por Marcelle Mota

Bendassoli, Pedro F. (2001). Percepção do corpo, medo da morte, religião e doação de órgãos. Revista Psicologia: Reflexão e Crítica, 14, 225-240.

A partir do fim da década de 90 houve um aumento das discussões sobre a doação de órgãos com o intuito de promover novos critérios referentes aos procedimentos de transplante de órgãos. A psicologia social aplicada a saúde infere sobre os desdobramentos oriundos das questões referentes a este tema propondo projeto de intervenção a comunidade.
 Esta pesquisa tem como objetivo geral o levantamento e a investigação dos possíveis motivos que ocasionaria nos estudantes universitários a serem doadores de órgãos ou não. De acordo com a literatura as variáveis são: a percepção o próprio corpo e a maneira como os órgãos figuram nessa imagem, podem influenciar de modo a facilitar ou dificultar o fato de desejarem ou não serem doadores de órgãos. Outro aspecto interessante que exerce influência sobre este tema, a relação  como a cultura ocidental contemporânea lida com a morte.
 Os participantes que não se apresentaram como possíveis doadores órgãos, foi comum encontrar o tema doação de órgãos como uma relação que evocava a morte.   A institucionalização da morte, ou seja, a restrição da morte ao ambiente hospitalar, acaba por favorecer a doação de órgãos por alimentar o desejo contemporâneo de levar a vida até a última instância. A religião é um fator que também irá interferir na decisão de ser um doador de órgãos.  
Com efeito, foram realizados em três estudos interdependentes, sendo o segundo uma continuação do primeiro e o terceiro um aprofundamento das hipóteses do terceiro. Levando-se em consideração o objetivo desta pesquisa, apresentou-se como associação relevante para o favorecimento ou não da doação de órgãos a percepção do próprio corpo; a visão do que recebe a doação; a percepção de morte; cultura; origem. Não houve relação entre se considerar um doador e religião, provavelmente devido ao ambiente de coleta, já que existe a visão de a doação de órgão ser útil para o meio universitário. Inclusive indo de encontro ao esperado pelo senso comum, evangélicos se consideraram doadores e os nãos doadores foram compostos por católicos.
Foi possível perceber neste artigo que entre as pessoas que se consideravam doadores em geral acreditavam na divisão entre corpo e alma; o transplante de órgãos como o retorno da harmonia ao receptor, e o doador como aquele irá ajudá-lo. Já os que não se consideravam doadores, acreditavam que seriam prejudicados pela doação, poderiam ser mortos prematuramente e obtiveram maiores escores em relação às variáveis medo de morrer e medo de ser destruído.

 As limitações deste estudo estão relacionadas à impossibilidade de generalização devido ao número de participantes em cada estudo, ter sido realizado somente com universitários e de sua natureza explanatória. A realização de novas pesquisas sobre este tema é de fundamental importância devido a sua relevância social. Levando-se em consideração as limitações deste estudo seria interessante a realização de pesquisas com amostras populacionais, aonde generalizações seriam possíveis. Estas pesquisas poderiam fundamentar melhor se há ou não influência significativa entre religiosidade e o fato de ser ou não ser um doador de órgãos em potencial. Já que este estudo o fato de ser realizado num ambiente universitário parece ter influenciado na variável religiosidade.  

domingo, 8 de novembro de 2015

As cinco fases do Luto (ou da morte) de Elisabeth Kubler-Ross.

Postado por Catiele Reis

A psiquiatra Elisabeth Kubler-Ross através de uma pesquisa com pacientes terminais propôs cinco estágios para a experiência do luto: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. A negação equivale a uma defesa psíquica em que o indivíduo nega o problema e encontra um jeito de não tocar no assunto. Na fase da raiva o indivíduo revolta-se com tudo não se conformando com o que está acontecendo com ele. A barganha é conhecida como uma fase de negociação tanto com ele mesmo quanto com Deus, sendo esta a fase das promessas. Na penúltima fase, a depressão, a pessoa tem a tendência a se isolar do mundo e sentir-se impotente diante da situação. Por fim, a aceitação é o estágio que o indivíduo tem a clareza do que está acontecendo e começa a enfrentar a situação vivenciada.

É importante esclarecer, no entanto, que essas fases do luto não é sequencial e nem se tem a obrigatoriedade de vivenciar todas as etapas. Na prática, o luto apresenta-se de uma forma distinta para cada uma das pessoas. Algumas, por exemplo, não conseguem ultrapassar alguma das fases e a fase de aceitação apresenta-se como um horizonte distante. O papel do psicólogo é auxiliar as pessoas a elaborar o luto para que ela possa criar mecanismos adaptativos para o enfrentamento das dores e perdas que a vida trás. 



sábado, 7 de novembro de 2015

Cresce nos últimos anos o número de crianças com diabetes do tipo 1.

Postado por Ariane de Brito

            O mês de novembro é também o mês de combate ao Diabetes, doença crônica caracterizada pelos altos índices de glicose no sangue. O diabetes tipo 1 (DM1) é mais comum em crianças e adolescentes e o qual tem apresentado um crescimento no número de casos em todo país. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), na década de 90, estimava-se que uma em cada 15 mil crianças tinha a doença, atualmente a proporção é de uma para cada 8 mil em todo mundo.

Esse aumento se deve, principalmente, a fatores genéticos, a introdução e o contato cada vez mais cedo com os alimentos com alto teor de açúcar, alimentos artificiais, com corantes, conservantes e agrotóxicos. ‘Tudo isso é lesivo ao pâncreas e aumenta a destruição da imunidade do órgão que produz a insulina’, explica o endocrinologista Cristiano Maciel Albuquerque”.


            É preciso diagnosticar e começar o tratamento cedo, para evitar complicações. A boa notícia é que crianças e adolescentes diabéticos quando possuem tratamento e cuidados adequados, podem viver uma vida produtiva, assim como seus pares que não apresentam a doença. 



Um dado preocupante: nos últimos anos, aumentou, e muito, o número de crianças com diabetes tipo 1 no país. Nesse tipo da doença, o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, que é o hormônio que transforma açúcar em energia. É muito importante diagnosticar e começar o tratamento cedo, para evitar complicações.
Quando a bancária Sônia Christoff descobriu que que o filho Guilherme tinha diabetes do tipo 1 foi uma surpresa. Hoje, com 11 anos, ele mesmo sabe o que deve fazer para manter a doença sob controle.
A Sociedade Brasileira de Diabetes estima que só em Belo Horizonte, 5 mil crianças tenham a doença. No hospital infantil João Paulo II, 300 estão em tratamento regular e o que mais preocupa os médicos é que pelo menos 5 novos casos são registrados por semana.
Mais ou menos um terço dos novos casos são de crianças de até quatro anos. Esse aumento se deve, principalmente, a fatores genéticos, a introdução e o contato cada vez mais cedo com os alimentos com alto teor de açúcar, alimentos artificiais, com corantes, conservantes e agrotóxicos. "Tudo isso é lesivo ao pâncreas e aumenta a destruição da imunidade do órgão que produz a insulina”, explica o endocrinologista Cristiano Maciel Albuquerque.
O diabetes do tipo 1, o mais comum em crianças, não tem cura e só pode ser tratado com insulina. A boa notícia é que seguindo o tratamento direitinho, é possível viver bem, quase como uma criança qualquer.
Levantamentos feitos pela Organização Mundial da Saúde apontam que, na década de 90, uma em cada 15 mil crianças tinha a doença. Agora, a proporção é de uma para cada 8 mil.
Quando a Clara foi diagnosticada com diabetes, os pais não acreditaram. Mesmo tendo uma vida saudável, a menina apresentou todos os sintomas. “Sede constante, vontade de urinar constante e perda de peso”, conta o pai Vinícius Frazoli.