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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Percepção dos pais acerca de seus neonatos e sua relação com o desenvolvimento infantil.

Resenhado por Catiele Reis

Hernández-Martinez, C., Sans, J.C., & Fernández-Ballart, J. (2011). Parent’s perceptions of their neonates and their relation to infant development. Child: Care, health and development, 37, 484-492. doi: 10.111/j.1365-2214.2011.01210.x

            A percepção dos pais acerca do bebê recém-nascido é a representação mental que os pais e mães têm sobre seu próprio filho em comparação com a média populacional. Vários fatores podem afetar a percepção dos genitores tais como distúrbios emocionais, sociais e variáveis culturais e isso tem uma relação direta com o desenvolvimento infantil. Sabendo que a percepção dos pais tem uma influência direta com o crescimento mental, psicológico e físico da criança, este estudo teve como objetivo examinar a percepção de pais e mães de neonatos durante o primeiro mês de vida e averiguar se essa percepção, aliada às características sociais e psicológicas das mães são preditores de um bom desenvolvimento infantil.
            Participaram desse estudo pais/mães entre 18 e 36 anos, voluntários de um estudo longitudinal sobre desenvolvimento infantil da cidade de Rovira, na Espanha. As mães, e seus respectivos cônjuges, começaram a ser acompanhados a partir da 39ª semana de gestação perfazendo um total de 222 participantes (111 mães e 111 pais).
            A coleta de dados aconteceu em três fases. Na primeira, que ocorreu durante o último trimestre de gravidez, foi aplicado o Eysenck Personality Questionnaire, que mensura traços neuróticos, psicóticos e ansiosos, além de um questionário socioeconômico. A segunda fase ocorreu logo após o nascimento dos bebês, mais precisamente entre 3 dias a um mês após o parto, sendo aplicado os seguintes instrumentos: Inventário de Percepção Neonatal adaptado para a língua espanhola, o State Trait Anxiety Inventory, que mensura a ansiedade, a escala de depressão de Beck, o Neonatal Behavioral Assessment Scale,  usada como preditor do comportamento infantil e a Bayley Scales for Infant Development, composta por três subescalas que mensuram o desenvolvimento infantil físico, psicológico e mental. A terceira e última fase aconteceu após o quarto mês de vida dos bebês e foi reaplicada a Bayley Scales for Infant Development.
            Os resultados indicaram que a percepção positiva que os pais/mães têm de seus filhos diminuem com o passar do tempo e isto apresentou associação com o sexo dos bebês. Mães tendem a ter percepção mais positiva quando o filho é do sexo masculino do que quando é do sexo feminino. Por outro lado os pais (homens) tem uma percepção mais positiva das meninas do que dos meninos.   
            Evidencia-se que os traços depressivos, ansiosos ou neuróticos das mães afetam a maneira como elas enxergam os bebês e que a percepção dos pais afeta o desenvolvimento infantil e, principalmente a percepção paterna. Sobre este fato, os resultados apontam os filhos de mães depressivas tem um desenvolvimento inferior se comparado com os filhos de mães saudáveis.
A pesquisa afirma também que a forma como o pai (homem) percebe e interage com o filho é o melhor preditor de desenvolvimento na infância. Dessa forma, as crianças que tem o pai (homem) mais presente durante a infância apresenta um desenvolvimento mais acelerado se comparado com aquelas sem presença paterna constante.

            Portanto, nota-se que a percepção dos pais/mães é bastante positiva durante o primeiro mês, mesmo não sendo um fator estável ao longo dos meses. A presente pesquisa também esclarece a importância do pai no desenvolvimento infantil, mesmo tendo este quesito abordado com limitações, pois não demonstra os fatores psicológicos e sociais que influenciam na percepção paterna sobre seus filhos.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O que é Psicose Puerperal?

Postado por Maisa Silva

Chama-se de puerpério o período que compreende a fase pós-parto, em que há alterações físicas e psíquicas na mulher até que ela retorne ao estado anterior à sua gestação. Dura cerca de duas semanas e logo após este período a mulher volta ao seu estado reprodutivo. No vídeo explana-se a condição de Psicose Puerperal, um quadro grave em que há a presença de sintomas de delírio e alucinações durante o Puerpério. Desde que percebidos os sintomas, o tratamento deve ser feito em conjunto com o ginecologista obstétrico, psiquiatra e psicólogo em períodos curtos e intensivos durante e depois do parto. 

domingo, 24 de janeiro de 2016

A Psicologia na Gravidez

Postado por Brenda Fernanda


Como se sabe, a gravidez é um momento da vida em que o corpo da mulher passa por diversas alterações, tanto físicas quanto psicológicas.  É um período muito rico e intenso de vivências emocionais e que traz para o relacionamento familiar novas responsabilidades, sendo essencial o compartilhamento e o esclarecimento das ansiedades e preocupações que envolvem a decisão de ter um bebê. As alterações hormonais muitas vezes causam instabilidade emocional, fazendo com que a mulher se sinta mais sensível e, em certos momentos, incompreendida. Desse modo, assim como é fundamental o acompanhamento médico pré-natal da gestante, faz-se também necessária a assistência e orientação psicológica desta, possibilitando, então, a manutenção da saúde física e mental tanto da mulher quanto do futuro bebê.



sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Fatores relacionados à saúde da mulher no puerpério e repercussões na saúde da criança.

Resenhado por Laís Santos

Andrade, R. D., Santos, J. S., Maia, M. A. C., & Melo, D. F. (2015). Fatores relacionados à saúde da mulher no puerpério e repercussões na saúde da criança. Escola Anna Nery, 19(1), 181-186. doi: 10.5935/1414-8145.20150025

O puerpério é um período de intensas transformações físicas e psíquicas na vida da mulher. Ele compreende o período de seis a oito semanas após o parto e se subdivide em três etapas de acordo com o espaço temporal: imediato (1º ao 10º dia), tardio (11º ao 45º dia) e remoto (após o 45º dia). Com isso, a mulher precisa ser assistida de modo integral, visando à sua totalidade, considerando assim, o contexto familiar e social no qual está inserida. Por sua vez, os profissionais de saúde, cientes da importância dessa fase, devem ofertar um cuidado de qualidade, visando abranger as necessidades da mãe.
O artigo buscou refletir sobre a relação de alguns fatores associados à saúde da puérpera e suas repercussões na saúde da criança, através de uma revisão bibliográfica das publicações entre os anos de 2008 a 2012 contidas na base de dados do Ministério da Saúde e na plataforma SciELO. O texto reflete a temática a partir de quatro temas.
 O primeiro deles é a impossibilidade de separar o cuidado da mãe e da criança. Além de o puerpério ser um período importante para se trabalhar a prevenção de doenças e a mortalidade das mães e crianças, é também um momento propício para se atentar às adversidades às quais as famílias estão suscetíveis. Entre essas adversidades, dá-se destaque as dificuldades socioeconômicas, tão presentes em países subdesenvolvidos como o Brasil.
O outro aspecto ressaltado são os desafios do aleitamento materno (AM). De acordo com o Ministério da Saúde, o AM deve ser exclusivo no período de seis meses e aplicado como um complemento alimentar até os dois anos ou mais. Contudo, a realidade brasileira mostra que apesar do alto número de campanhas de conscientização, o índice de amamentação ainda está muito abaixo do padrão esperado. Nesse período, a influência de fatores como a adaptação à inclusão de mais um membro a família, conselhos diversos sobre o modo correto de se amamentar a criança e influências ambientais, podem interferir no período de aleitamento da criança.
O terceiro ponto é a importância do planejamento familiar. Ressalta-se que um intervalo inferior a dois anos entre os partos pode gerar riscos à próxima gestação. Associado a isto, acredita-se que as famílias com menor renda são aquelas que tendem a ter o maior número de filhos entre intervalos menores, aumentando os custos e diminuindo a possibilidade de consumo, bem estar e qualidade de vida dessa família.
O último ponto se refere às taxas de morbidade das mães e das crianças. Mesmo diante da redução das taxas de mortalidade infantil, ainda existe relativa disparidade quanto às regiões brasileiras e as classes sociais. Boa parte das taxas de mortalidade das mães e dos bebês pode ser contornada diante de um serviço de qualidade durante o período puerpério, tanto por profissionais do hospital quanto dos serviços de atenção primária e de atenção secundária à saúde.

Em suma, o texto chama a atenção do leitor para a importância do período puerpério em relação à saúde da mulher e consequentemente às repercussões na saúde da criança. Conforme enfatizado, o puerpério envolve tanto transformações físicas quanto psíquicas, exigindo assim uma atenção multifacetada, que abranja a maior quantidade de aspectos possíveis. À psicologia, cabe voltar o seu olhar para esta questão e produzir conhecimento fundamentado e adequado que subsidie essas intervenções, otimizando o bem estar da mulher, da criança e de todo o ceio familiar destas.