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sábado, 28 de maio de 2016

Psicologia Positiva: uma nova abordagem para antigas questões

Resenhado por Beatriz Reis

Paludo, S. S. Koller, S. H. (2007). Psicologia Positiva: uma nova abordagem para antigas questões. Paidéia, 17 (36), 9-20. 

Visando promover um reajuste no foco dos estudos e ações da Psicologia, tradicionalmente ligados aos aspectos patológicos, curativos e preventivos, a Psicologia Positiva tem como principal proposta voltar-se para as qualidades do ser humano. Assim, é definida como um movimento científico de entendimento sobre as forças e vivências humanas com foco na felicidade e nas possíveis intervenções no sentido de aliviar as dores e incrementar o bem-estar subjetivo.
A Psicologia Positiva surgiu em 1998, quando Martin Seligman, enquanto presidente da Associação Americana de Psicologia, chamou a atenção para o fato de que a ciência psicológica vinha deixando de lado os aspectos positivos da natureza humana. Esta constatação repercutiu na produção de um artigo científico, publicado na American Psychologist no ano 2000, que visava comunicar ao meio científico as evidências do caminho que a Psicologia vinha traçando, já alertado por Seligmen, e as lacunas presentes nas pesquisas de Psicologia. Além do destaque da necessidade de se dar maior atenção aos estudos sobre os aspectos positivos, tais como esperanças, criatividade, coragem, felicidade, espiritualidade, etc. Desde então, a Psicologia Positiva apresenta-se em pleno processo de expansão dentro da ciência psicológica, a qual possibilita uma reavaliação das potencialidades e virtudes humanas por meio do estudo das condições e processos que contribuem para a prosperidade.
De acordo com essa nova visão, o conhecimento das forças e virtudes poderia propiciar o florescimento das pessoas. O termo florescimento tem sido bastante utilizado pela Psicologia Positiva, sendo definido como a condição que propicie o desenvolvimento pleno, saudável e positivo dos aspectos psicológicos, biológicos e sociais dos seres humanos. Assim, o florescimento significa um estado no qual o indivíduo sente uma emoção positiva pela vida, apresenta um ótimo funcionamento emocional e social e não possui problemas relacionados à saúde mental. Deste modo, esta nova área atua em investigações empíricas em seu objeto de estudo a partir de métodos científicos rigorosos, e os três principais pilares de investigação são 1- a experiência subjetiva, 2- as características individuais e 3- as instituições e comunidades. Considera-se que a investigação destes três fatores pode ser eficaz na prevenção de problemas relacionados ao comportamento humano, uma vez que muito se conhece sobre as diferentes patologias, mas pouco se sabe a respeito de ações preventivas. Este dado se confirma pela escassez de trabalhos sobre os aspectos saudáveis mantidos durante o desenvolvimento da doença.
Uma de suas principais contribuições é a construção de instrumentos de avaliação psicológico que tem como objetivo favorecer recursos para a criação de métodos preventivos, uma vez que tais avaliações tornam conhecidos os fatores protetivos de adoecimentos. Outra contribuição é a Terapia Positiva, modalidade de tratamento que visa fortalecer os aspectos saudáveis e positivos dos indivíduos, (re)construindo as virtudes e forças pessoais e ajudando os clientes a encontrarem recursos inexplorados para mudanças positivas. Neste sentido, a Psicologia Positiva apresenta-se como uma importante perspectiva para a atuação na área da saúde e, por esta razão, merece atenção especial da Psicologia da Saúde, uma vez que ambas se interessam pela compreensão dos aspectos envolvidos no enfrentamento da doença bem como na manutenção da saúde da pessoa.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Imagem corporal e transtornos alimentares entre adolescentes

Resenhado por Laís Santos
 

Zordão, O.P., Barbosa, A., Parisi, T. S.A., Grasselli, C. S. M., Nogueira, D. A., & Silva, R. R. (2015). Associação da imagem corporal e transtornos alimentares em adolescentes de Minas Gerais (Brasil). Nutrición Clínica y Dietética Hospitalaria, 35(2), 48-56. doi: 10.12873/352pizetta
A adolescência é um período marcado por grandes transformações, de cunho físico, psíquico e social. O culto exacerbado por um corpo ideal, muito presente na sociedade ocidental, pode estar atrelado ao aumento da insatisfação com a imagem corporal, podendo comprometer diversos âmbitos da vida dos sujeitos, como o físico e o cognitivo. O padrão exposto nas mídias, modelos de corpos magros, por vezes se distancia do corpo dos pré-adolescentes cujas formas ainda estão em definição.
A percepção corporal está atrelada aos transtornos alimentares ao passo em que muitos adolescentes buscam por um modelo ideal, semelhante ao apresentado na mídia. Este tipo de transtorno tem crescido nos últimos anos, exigindo maior atenção dos profissionais da saúde. A procura desmedida pelo corpo ideal faz com que muitos sujeitos, principalmente os adolescentes, se arrisquem em dietas inadequadas e extremamente restritivas, podendo então causar vários danos à saúde física e psíquica destes. Assim, o objetivo deste artigo foi avaliar a relação entre a distorção da imagem corporal e os transtornos alimentares entre adolescentes do sexo feminino da cidade de Alfenas, Minas Gerais. A amostra foi composta por 335 adolescentes de escolas da rede pública, cujas faixas etárias variaram dos 10 aos 19 anos. Os instrumentos utilizados foram o Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26), a escala de figuras de silhuetas e um questionário de anamnese clínica.
Os resultados da escala de figuras de silhuetas apontaram que 48,4% das adolescentes apresentavam insatisfação quanto ao excesso de peso. Quanto ao EAT-26, 23,28% das entrevistadas se mostraram suscetíveis ao desenvolvimento de distúrbios de conduta alimentar. 28,4% das meninas que apresentavam distorção da imagem corporal também se mostraram predispostas ao desenvolvimento de distúrbios da conduta alimentar.
Em suma, os resultados encontrados mostram que a maioria das meninas apresentava uma auto percepção da imagem corporal destoante com o estado real. As que demonstraram maior insatisfação também tiveram maior percepção de sobrepeso e obesidade. O estudo revelou ainda a relação entre a distorção da imagem corporal e a suscetibilidade de desenvolver algum distúrbio de conduta alimentar. Por fim, a aparência física é um ponto extremamente importante para a formação da identidade entre este público. Com isso, evidencia-se a necessidade de mais estudos que abordem os motivos relacionados à insatisfação corporal entre os adolescentes, a fim de subsidiar estratégias direcionadas ao público em questão, levando em consideração as particularidades dessa fase do desenvolvimento.


quinta-feira, 26 de maio de 2016

Imagem corporal e o ideal de beleza feminino

Postado por Maisa Silva


A relação entre imagem corporal e os estereótipos com relação ao modelo ideal difundido pela sociedade é um assunto altamente discutido, principalmente ao colocar a mulher como foco principal do debate. Os meios de comunicação costumam veicular um modelo de beleza feminino irreal, desconsiderando os diversos tipos de beleza e exaltando um padrão inalcançável, difundindo ideias e influenciando comportamentos doentios, podendo chegar a causar doenças como transtornos alimentares e depressão, por exemplo. A busca doentia pelo corpo perfeito precisa ser tratada com maior atenção, principalmente entre os jovens. É necessário discutir o tema entre os diversos profissionais de saúde – a exemplo do psicólogo – e em diversos meios, como forma de prevenção de doenças e até mesmo do suicídio. 

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Autoimagem corporal está fortemente ligada à felicidade

Postado por Ariane de Brito


            A percepção positiva da autoimagem corporal é considerada fator relevante para a satisfação geral com a vida. Isso é o que demonstrou uma pesquisa realizada com mais de 12.000 adultos norte-americanos. Os resultados encontrados indicaram que quando o indivíduo se encontra insatisfeito com seu peso corporal, isto é, quando possui percepção da autoimagem corporal negativa, menores serão a satisfação com sua vida sexual e sua autoestima geral. Apenas 24,0% dos homens e 20,0% das mulheres participantes da pesquisa relataram satisfação com o próprio peso. Um percentual considerado pequeno pelo autor da pesquisa:

Parece, portanto, que ainda temos um longo caminho a percorrer antes de atingir a meta de [as pessoas se] sentirem realmente felizes com seus corpos (David Frederick )"



Autoimagem corporal

Para descobrir a relação entre a percepção que as pessoas têm de seus corpos e seu nível de felicidade, ou satisfação geral com a vida, pesquisadores entrevistaram mais de 12.000 adultos nos EUA.
As perguntas foram focadas na personalidade, nas crenças acerca dos relacionamentos românticos, na autoestima, nas características pessoais e no tempo que cada pessoa gasta vendo televisão, um indicador indireto do quanto as pessoas cuidam do próprio bem-estar físico.
"Nosso estudo mostra que a sensação que homens e mulheres têm acerca do seu peso e da sua aparência desempenha um papel importante na satisfação que eles demonstram com suas vidas em geral", disse David Frederick, professor de psicologia na Universidade Chapman e principal autor do estudo.
Autoimagem e relacionamentos
As pessoas insatisfeitas com o seu peso relataram uma satisfação substancialmente menor com suas vidas sexuais, além de uma baixa autoestima geral.
Os resultados também mostraram que as orientações das pessoas em relação aos seus relacionamentos - conhecidas como "estilos de apego" - estão associadas com a forma como elas se sentem acerca dos seus corpos.
Pessoas com um estilo de apego "ansioso" estão frequentemente preocupadas com seus relacionamentos românticos e têm medo de que seus parceiros irão deixá-las. As mulheres com estilos de apego "ansioso" e "medroso" se mostraram mais insatisfeitas com sua aparência e peso.

Importância da aparência para homens e mulheres

Para as mulheres, a satisfação com a aparência foi o terceiro indicador mais forte de satisfação com a vida em geral, atrás apenas da satisfação com a situação financeira e da satisfação com o parceiro romântico.
Para os homens, a satisfação com a própria aparência foi o segundo mais forte indicador de satisfação com a vida, atrás apenas da satisfação com a situação financeira.
"Poucos homens (24%) e mulheres (20%) se sentem muito ou extremamente satisfeitos com o seu peso," disse Frederick. "Estes resultados são consistentes com a ênfase colocada na importância de ser magra para as mulheres e de parecer atlético ou esbelto para os homens. Parece, portanto, que ainda temos um longo caminho a percorrer antes de atingir a meta de [as pessoas se] sentirem realmente felizes com seus corpos."


domingo, 22 de maio de 2016

Motivos e prevalência de insatisfação com a imagem corporal em adolescente

Resenhado por Beatriz Reis

Petroski, L. E., Pelegrini, A. & Glaner, F. M. (2012). Motivos e prevalência de insatisfação com a imagem corporal em adolescentesCiência e Saúde Coletiva, 17, 1071-1077.

Entendida como uma construção multidimensional, que representa como os indivíduos pensam, sentem-se e se comportam a respeito do seu corpo, a Imagem Corporal pode ser vista como a relação entre os atributos físicos de uma pessoa e os processos cognitivos como crenças, valores e atitudes individuais. Diversas pesquisas estão sendo feitas sobre a temática. Dentre as populações estudadas, a que tem sido o maior alvo de interesse é a de adolescentes. A principal razão para isso é que pesquisas anteriores já indicam elevada prevalência de insatisfação com a imagem corporal entre eles.
Na adolescência é comum o enfrentamento de transformações biológicas, físicas, psicológicas e sociais, e tais mudanças podem interferir na maneira como o indivíduo avalia o próprio corpo. Atrelado a esse contexto, sabemos da existência da busca rigorosa pelo padrão de beleza estabelecido por nossa sociedade ocidental, um padrão que prevalece a “divinização” do corpo belo e da magreza excessiva. Esta padronização da beleza ligada às inevitáveis mudanças na adolescência têm sido consideradas como as principais razões para o aumento da insatisfação com a imagem corporal nesta população.
Com o objetivo de verificar os motivos e a prevalência de insatisfação com a imagem corporal em adolescentes, foi realizada uma pesquisa com uma amostra de 641 estudantes com idades entre 11 e 17 anos, os quais responderam a escala das nove silhuetas corporais proposta por Stunkard. O conjunto de silhuetas era mostrado aos adolescentes, os quais respondiam a duas perguntas: Qual a silhueta que melhor representa a sua aparência corporal atual (real)? Qual é a silhueta corporal que você gostaria de ter (ideal)? Quando a variação entre a silhueta real e a ideal era igual a zero, os adolescentes eram classificados como satisfeitos; e se diferente de zero, insatisfeitos. Em caso de insatisfação, os adolescentes responderam a mais uma pergunta: Qual o principal motivo da insatisfação?
 Os resultados afirmaram que mais da metade da amostra (F% = 60,4%) apresentou-se insatisfeita com a imagem que possuía a respeito do próprio corpo. Foi observado que o nível de insatisfação entre as meninas foi maior do que entre os meninos (masculino = 54,5%, feminino = 65,7%; p < 0,05). Entre os rapazes (26,4%), a insatisfação corporal estava associada ao desejo de aumentar o tamanho da silhueta corporal, enquanto que as moças (52,4%) desejavam diminuir. Verificou-se maior prevalência (p < 0,05) de insatisfação com a imagem corporal nos adolescentes domiciliados na área urbana (65,2%), em relação àqueles da área rural (53,5%).
Os principais motivos indicados pelos adolescentes que mais influenciam na distorção da imagem corporal e na consequente insatisfação foram a estética, a autoestima e a saúde, tais motivos foram similares entre os sexos (p = 0,156).
Diante do exposto, considera-se importante pesquisas como essas que se propões investigar esta temática tão relevante, e apresentam dados a serem considerados como parâmetros para a atuação dos profissionais do serviço de saúde nos possíveis problemas ligados à insatisfação com a imagem corporal.  Deste modo, destaca-se a necessidade do envolvimento de Psicólogos da Saúde na atuação de políticas de prevenção deste fenômeno, considerando os riscos que a busca pelo corpo ideal podem causar à saúde mental e física do indivíduo, a exemplo do desenvolvimento de transtornos alimentares como a anorexia, bulimia nervosa e vigorexia.

sábado, 21 de maio de 2016

Transtorno Dismórfico corporal

Postado por Laís Santos

O transtorno dismórfico corporal (TDC) diz respeito à percepção distorcida da própria imagem do sujeito. Este transtorno pode acarretar prejuízos para a autoestima das pessoas, bem como, pode estar associado a outras doenças, como por exemplo, a depressão. É importante que os sujeitos que apresentam o TDC busquem não apenas o tratamento medicamentoso, mas também, o psicoterápico. Contudo, apesar de não extinguir a imagem corporal distorcida do sujeito, a psicoterapia o ajuda a lidar melhor com a mesma, podendo então, minimizar os sintomas associados ao transtorno.


"Peso 100 quilos. Tenho braços grossos. Meus ombros e meus quadris são largos demais. Sou muito alta." Assim a jornalista Daiana Garbin, de 34 anos, descreve o próprio corpo. Daiana, como se vê na foto acima, é lindíssima e tem medidas invejáveis para qualquer mulher: 65 quilos perfeitamente distribuídos em 1,70 de altura. A distorção da realidade, porém, está longe de ser imaginária. Ela de fato se vê assim. A alteração visual é atribuída a uma doença psiquiátrica específica e bem definida pela medicina. Chamada de transtorno dismórfico corporal (TDC) ou dismorfia corporal, caracteriza-se justamente pela percepção alterada de si mesmo diante do espelho. "A dismorfia é capaz de causar enormes estragos na autoestima dos pacientes", diz Joana de Vilhena Novaes, psicóloga e coordenadora do Núcleo de Doenças da Beleza da PUC do Rio de Janeiro. Essa doença grave, porém, é ainda muito pouco conhecida. Pelas próprias características que a definem, ela é indevidamente confundida com... excesso de vaidade.Descrita pela primeira vez no fim do século XIX, a dismorfia corporal só agora começou a ser discutida de maneira aberta entre aqueles que sofrem da doença. Recentemente, o britânico Robert Pattinson, ator da saga Crepúsculo, afirmou a uma revista australiana viver incomodado por ser franzino demais (não é), a ponto de preferir não ser visto sem camisa. Pattinson já foi diagnosticado com TDC. No Brasil, Daiana foi a principal responsável pela divulgação do problema ao criar um canal no YouTube, o Eu Vejo. Seus depoimentos francos, intercalados com declarações de outros pacientes, fez o TDC virar notícia e seu programa, referência.O TDC acomete cerca de 2% da população global - no Brasil, seriam cerca de 4 milhões de pessoas. A doença tem traços de compulsão, naturalmente percebidos pelos pacientes mas dificilmente identificados por familiares e amigos. O doente não vê sua imagem distorcida pura e simplesmente. Ele age de forma obsessiva em função dessa percepção. Com o objetivo de camuflar o defeito imaginado - que pode ser do corpo inteiro ou de apenas uma pequena porção dele -, ele checa constantemente a própria aparência no espelho, escova excessivamente o cabelo, exagera nos cuidados estéticos. Diz o dermatologista Jardis Volpe, de São Paulo: "Esse tipo de paciente quer se submeter a inúmeros procedimentos para corrigir problemas mínimos ou inexistentes e, independentemente do resultado, nunca está satisfeito". As medidas tomadas pelos portadores do transtorno podem ser ainda mais dramáticas. Estima-se que um terço deles tenha recorrido a mais de uma cirurgia plástica para "corrigir" sucessivas vezes um mesmo problema. O TDC ainda costuma ser acompanhado de outros distúrbios. Cerca de 90% dos doentes sofrem de depressão; 48% abusam de bebidas alcoólicas e 32% sofrem de anorexia ou bulimia.Homens e mulheres são vítimas do transtorno em igual proporção. A faixa etária mais acometida é a dos 15 aos 20 anos. Uma das possíveis explicações é que nessa fase o cérebro está em plena ebulição. Os estudos mais consolidados indicam uma origem neurológica para o transtorno. O cérebro dos pacientes com TDC sofre de um descompasso de substâncias como noradrenalina, dopamina e serotonina, sobretudo nas regiões relacionadas à visão e ao gerenciamento de emoções. Tais compostos estão associados, por exemplo, aos mecanismos de recompensa, ansiedade, motivação e humor. "Esse tipo de alteração pode elevar o nível crítico da própria imagem", afirma Eduardo Aratangy, psiquiatra do Serviço de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Além disso, as mudanças hormonais drásticas e a necessidade de aceitação durante a adolescência podem ajudar a deflagrar a doença.Não há medicamentos específicos para o transtorno. O tratamento consiste em antidepressivos associados a terapia. A combinação não elimina a percepção distorcida da própria imagem, mas minimiza os efeitos dos sintomas - o paciente consegue evitar que eles interfiram em seus compromissos mais relevantes. Definitivamente, não se trata de uma vaidade qualquer.


quinta-feira, 19 de maio de 2016

Perceber-se positivamente faz bem para a saúde

Postado por Edryenne Matos


Imagem corporal consiste na percepção que o indivíduo tem de si. Provavelmente a percepção negativa, e talvez a consequente distorção, origina-se na comparação entre a imagem corporal ideal e a real. Quando a imagem real não condiz com os padrões de beleza vigentes, as pessoas tendem a buscar várias maneiras de alcançá-los. Isto pode gerar prejuízos significativos na vida dos sujeitos. Muitos autores aprofundam a discussão acerca desse conceito e de suas implicações, pois a percepção distorcida do corpo pode ocasionar diversos problemas de saúde, por exemplo, a Anorexia Nervosa, a Bulimia Nervosa, o Transtorno Dismórfico Corporal, entre outros.


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=LccygwiylS8

terça-feira, 17 de maio de 2016

Conheça a vigorexia: distorção da imagem corporal

Postado por Brenda Fernanda


A vigorexia, também conhecida como Transtorno Dismórfico Muscular, é uma alteração no comportamento que se enquadra nos transtornos dismórficos corporais, tendo características obsessivas-compulsivas. Isso significa que a pessoa tem uma imagem distorcida do próprio corpo e, consequentemente, apresenta comportamentos compulsórios para tentar diminuir a ansiedade relacionada à insatisfação exacerbada com o corpo. Os indivíduos com essa desordem comumente se referem como fracos ou pequenos, mesmo apresentando musculatura acima da média. Como resultado, os indivíduos acabam desenvolvendo dependência pelo exercício físico e uma espécie de obsessão pelo corpo musculoso, visto que nunca se sentem suficientemente fortes ou musculosos. No que diz respeito ao tratamento, pode-se dizer que este é multidisciplinar, envolvendo médico, psicoterapeuta, nutricionista, preparador físico, professores de Educação Física. A terapia cognitivo-comportamental é um recurso eficaz para o paciente identificar as distorções do comportamento e restaurar a autoimagem e a autoconfiança. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de fármacos para controle da ansiedade, depressão e dos sintomas obsessivo-compulsivos.



Vigorexia, conhecido também como o distúrbio já classificado como uma das manifestações do espectro do transtorno obsessivo-compulsivo, nada mais é que uma alteração no comportamento que se enquadra entre os transtornos dismórficos corporais. Isso quer dizer que se trata de uma desordem intimamente ligada a uma imagem distorcida do próprio corpo. Alguns autores usam a terminologia Transtorno Dismórfico Muscular no quadro de transtornos obsessivo-compulsivos, outros assemelham a vigorexia à anorexia, no sentido de que ambas seriam patologias narcisistas. Existem, ainda, autores que atentam para a ausência de critérios diagnósticos para validar essas denominações.Em resumo, a vigorexia caracteriza-se pela distorção da autoimagem do corpo voltada para a questão da força. Os indivíduos com essa disfunção usualmente se descrevem como fracos, pequenos, mesmo tendo desenvolvido musculatura acima da média. O resultado é que os indivíduos acabam desenvolvendo a dependência pelo exercício físico e uma espécie de obsessão pelo corpo musculoso, uma vez que nunca se satisfazem com a condição em que se encontram, ou seja, nunca se sentem suficientemente fortes ou musculosos. A preocupação excessiva com a massa muscular compreende inúmeras alterações comportamentais significativas na rotina, como: grandes períodos nas academias, levantamento de pesos cada vez maiores, uso de dietas comprometedoras como aquelas em que alguns alimentos são priorizados (proteínas, glicídios ou lipídios), o uso de suplementos alimentares ou ainda de esteróides e anabolizantes. Sintomas 
Em geral, os sinais e sintomas da doença estão associados à imagem negativa e distorcida que o paciente tem do próprio corpo. Os mais importantes são cansaço, inapetência, insônia, ritmo cardíaco alterado mesmo em repouso, dores musculares, tremores, queda no desempenho sexual, irritabilidade, depressão, ansiedade e desinteresse por atividades que não estejam ligadas ao treinamento intensivo para atingir o que consideram ser o corpo perfeito. A luta por esse objetivo se reflete na vida social, familiar e profissional. A pessoa se afasta dos parentes, amigos e colegas de escola ou de trabalho. Sua atenção está toda voltada para a prática de exercícios. Na verdade, ela não se interessa por nenhuma atividade ou relacionamento que possam interferir em seu propósito de treinar duro durante todo o tempo. 
Tratamento
O tratamento é multidisciplinar, envolve médico, psicoterapeuta, nutricionista, preparador físico, professores de Educação Física. A pessoa não precisa abandonar totalmente a prática de exercícios, mas o treinamento deve ser orientado por profissionais com experiência na área. A terapia cognitivo-comportamental é um recurso eficaz para o paciente identificar as distorções do comportamento e restaurar a autoimagem e a autoconfiança. Outra medida essencial é convencê-lo de que deve abandonar o uso de anabolizantes e de outras substâncias equivalentes, porque provocam efeitos adversos, como atrofia dos testículos, disfunção erétil e infertilidade, patologias que podem ser irreversíveis. Em alguns casos, pode ser necessário recorrer ao uso de medicamentos (inibidores seletivos de recaptação de serotonina) para controle da ansiedade, depressão e dos sintomas obsessivo-compulsivos. Portadores de vigorexia raramente admitem sua condição. Por isso, o diagnóstico e o início do tratamento costumam ser instituídos tardiamente.