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terça-feira, 26 de julho de 2016

Especialistas comentam a importância do bem-estar psicológico para a felicidade

Postado por Brenda Fernanda

   Sabe-se que a felicidade é uma das situações mais almejadas na vida de qualquer pessoa; e, para alcançá-la, é necessário estar bem consigo mesmo. Nesse sentido, numa pesquisa realizada em Porto Alegre, o bem-estar psicológico foi eleito como a dimensão mais importante para se alcançar o bem-estar. Em segundo lugar, a pesquisa destaca a importância de olhar com atenção para dentro de si. Assim, pode-se dizer que ter uma visão positiva de si mesmo é um dos aspectos mais importantes para se alcançar o bem-estar e a felicidade. No entanto, ressalta-se que estar plenamente feliz não deve se tornar uma busca incondicional, visto que, por fazer parte de nossa condição humana, o mal-estar também é importante. Ademais, outro aspecto que influenciaria diretamente a relação entre bem-estar e felicidade é o cuidado com o corpo, isto é, o bem-estar físico. Nesse contexto, o psicólogo é um profissional fundamental para auxiliar na manutenção do bem-estar psicológico.

Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2013/06/especialistas-comentam-a-importancia-do-bem-estar-psicologico-para-a-felicidade-4158063.html

Viver em estado de bem-estar é uma maiores aspirações de qualquer sociedade. A busca pela felicidade rege as nossas ações e escolhas do cotidiano e perpassa todas as fases da vida. E, para isso, estar em paz com si próprio é fundamental.Não por acaso, o bem-estar psicológico foi eleito como a dimensão mais importante para se alcançar o bem-estar, de acordo com pesquisa IBE (Índice de Bem-Estar), realizada pela Unimed em Porto Alegre (veja na tabela abaixo). Ela também foi a dimensão com melhor avaliação, demonstrando que os porto-alegrenses estão fazendo a lição de casa e cuidando da sua relação com a mente. No segundo lugar da tabela está a dimensão avaliação da vida, reforçando a importância de olhar com atenção para dentro de si.Ter uma visão positiva de si mesmo é, na visão da psicanalista da Associação Psicanalítica de Porto Alegre Cleuza Bueno, o aspecto mais importante para se alcançar o bem-estar e a felicidade. Somente a partir de um avaliação própria positiva é que consegue usufruir das pequenas coisas do cotidiano, das nossas relações, do mundo e do ambiente.— A pessoa que não se vê de forma positiva pode até ter uma vida maravilhosa, estar bem financeiramente e nas relações afetivas, mas se existir algum ponto que não está tão bem, ela tende a focar justamente neste ponto, que ganha uma relevância muito maior do que deveria ter— explica a especialista.Estar plenamente feliz não deve se tornar, entretanto, uma busca incondicional. De acordo com Cleuza, é importante que a felicidade surja como um efeito das ações positivas e não como uma obrigação ou um ideal que precisa ser alcançado. Ter consciência de que nem sempre tudo estará bem é fundamental para o bom aproveitamento da vida.— O mal estar também é importante, ele faz parte da nossa condição humana. No momento em que se admite que o mal é inerente, que uma certa dose de conflito faz parte, a chance de conseguir um melhor aproveitamento para as pequenas experiências da vida serão maiores. Corpo são, mente sãNo caminho para o bem-estar traçado pelos porto-alegrenses, o cuidado com o corpo também tem lugar de destaque. O bem-estar físico ocupa o terceiro lugar entre as 12 dimensões avaliadas pelos entrevistados na pesquisa IBE, alcançando sua melhor posição nas três edições já realizadas do estudo.Esta crescente importância conferida ao corpo nos últimos anos pode estar relacionada ao modelo de vida da nossa sociedade atual, de acordo com o chefe do Departamento de Educação Física da UFRGS, Clézio Gonçalves. Segundo ele, além de percebermos uma maior preocupação das pessoas com seu estado físico nos dias atuais, a alta velocidade com que os eventos do cotidiano ocorrem atualmente geram mudanças na nossa relação com o físico.— A ampla evolução tecnológica que vivemos recentemente nos permite estar em vários lugares ao mesmo tempo e nós acabamos perdendo o contato com a percepção corporal mais imediata. Neste cenário, a atividade física cresce em importância, pois leva o cérebro a produzir neurotransmissores que geram uma sensação de bem-estar que hoje falta para as pessoas — explica.

domingo, 24 de julho de 2016

Uma questão de ponto de vista

Postado por Iracema R. O. Freitas


   O Bem-estar subjetivo tem sentido amplo por abranger os âmbitos fisiológico (boa saúde), social (realizações) e psicológico (valores e enfrentamento). Para a psicologia positiva a habilidade dos indivíduos para lidar com as adversidades interfere no bem-estar subjetivo que está além da boa saúde ou da realização social. Tanto os pensamentos quanto os comportamentos frente às contingências do dia-a-dia contribuem para a manutenção ou redução do bem-estar subjetivo, quadro que pode comprometer a saúde mental e física. Por fim, a psicologia tem o papel de buscar a promoção da melhoria nas crenças dos indivíduos, refletindo então, na saúde mental dos sujeitos.




sábado, 23 de julho de 2016

Educação recebida no cárcere é potencializadora do bem-estar

Postado por Edryenne Amaral

O Bem-Estar Subjetivo (BES), conceito abordado pela Psicologia Positiva, aborda a maneira como os indivíduos interagem com as suas vivências, seja através da interpretação subjetiva ou da influência causada por fatores externos. O BES contribui substancialmente para a saúde das pessoas e o seu estudo pode proporcionar a descoberta de práticas que auxiliem a promoção do bem-estar e a demonstração da eficácia de práticas já existentes. Em razão do exposto, três estudos foram conduzidos com o objetivo de investigar a relação entre a educação recebida por alunos em situação de privação de liberdade e o bem-estar subjetivo. Salienta-se que os participantes perceberam a escola como um ambiente acolhedor e possibilitador de recursos para retornar à sociedade, ou seja, a educação possui a capacidade de potencializar o bem-estar subjetivo.


Fonte: https://www.unoeste.br/Noticias/2016/3/educacao-recebida-no-carcere-e-potencializadora-do-bem-estar

Educação recebida no cárcere é potencializadora do bem-estarPesquisa de âmbito nacional espera contribuir com estratégias educativas para pessoas privadas de liberdadeEm três estudos de âmbito científico, voltados para investigar a importância atribuída pelo aluno privado de liberdade à educação recebida no cárcere e as possíveis associações de tais concepções com o bem-estar subjetivo, Sônia de Lurdes Draguette Hillesheim pode constatar que a educação de pessoas privadas de liberdade é potencializadora do bem-estar. A pesquisa foi desenvolvida nos últimos dois anos junto ao Programa de Mestrado em Educação, vinculado à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste.A orientação dos estudos foi da Dra. Camélia Santina Murgo, com a dissertação “Significados da educação escolar para homens privados de liberdade: associações com o bem-estar subjetivo”, avaliada na manhã desta terça-feira (22) pelos doutores Alex Sandro Gomes Pessoa e Daniel Bartholomeu, convidado junto ao Centro Universitário da Fundação Instituto de Ensino para Osasco (Unifieo), com sua participação a distância, pela internet, direto de Osasco, na Grande São Paulo.O primeiro estudo consiste em um levantamento de trabalhos científicos nacionais da última década sobre a educação escolar no sistema prisional. O desenvolvimento da pesquisa deu-se a partir da coleta de materiais bibliográficos, tendo sido utilizado, para tanto, as bases de dados Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Biblioteca Virtual de Saúde Psicologia (BVS-Psi) e Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD).No total, foram recuperados 21 trabalhos que atenderam aos critérios de busca, sendo: 12 artigos, sete dissertações e duas teses. O conteúdo da produção analisada possibilitou identificar que entre as temáticas mais recorrentes sobre a educação no contexto prisional, encontram-se as práticas educativas desenvolvidas, os motivos que levam os presos a desejarem estudar, o histórico e a regulamentação do ensino nas prisões.No segundo estudo, foi analisado o nível de afetos positivos e negativos, bem como de otimismo e pessimismo dos estudantes privados de liberdade de uma penitenciária do Estado do Paraná. Com a realização dessa investigação buscou-se medir o nível de bem-estar subjetivo de 50 educandos privados de liberdade, com a finalidade de selecionar os participantes para o estudo três, pois tinha-se como indagação o seguinte ponto: se os homens com maiores pontuações de afetos negativos e mais pessimistas, descreveriam suas trajetórias de escolarização como menos significação.Como instrumentos de coleta de dados foram utilizadas as escalas Zanon de afetos positivos e negativos e a escala LOT-R (Life Orientation Test) que avalia otimismo. As estatísticas descritivas apontaram que os participantes obtiveram maiores pontuações nos fatores afetos positivos (M=42,6) e otimismo (M=27,05) e menores pontuações em afetos negativos (M=14,22) e pessimismo (M=5,76). O terceiro estudo teve como objetivo conhecer o que o aluno privado de liberdade pensa a respeito da educação no cárcere e também verificar as possíveis associações com o bem-estar subjetivo.Para tanto, foram participantes do estudo oito homens selecionados a partir dos resultados do estudo dois, ou seja, quatro homens que obtiveram alta pontuação em otimismo e afetos positivos e quatro homens que obtiveram alta pontuação em afetos negativos e pessimismo. Como instrumento de coleta de dados foi utilizada uma entrevista semiestruturada. Sendo assim, os dados possibilitaram concluir que não foram identificadas diferenças nas respostas dos participantes com maior escore de afetos negativos e pessimismo.Os dois grupos de participantes referem-se à escola como um espaço formativo, acolhedor e possibilitador de recursos para retornar para a sociedade. Falam de liberdade de expressão, de respeito, de vínculos com os docentes, de estabelecimento de metas e de sonhos. A escola parece ter uma função potencializadora de bem-estar. Espera-se que o estudo colabore para a criação de estratégias educativas que possam favorecer a sensibilização e a preparação de alunos privados de liberdade quanto à importância da educação na vida e no retorno à sociedade. Novas investigações são recomendadas a fim de que se possam construir bases teóricas que subsidiem uma organização escolar efetiva no contexto prisional.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Estudo relacional entre o bem-estar subjetivo e o coping em adultos

Resenhado por Juliane Ishimaru

Albuquerque, F.J.B., Martins, C.R., & Neves, M.T.S. (2008). Bem-estar subjetivo emocional e coping em adultos de baixa renda de ambientes urbano e rural. Estudos de Psicologia, 25(4), 509-516.  

Os estudos sobre bem-estar ainda são muito recentes. Provindo da Psicologia positiva, o bem-estar conquistou espaço através de estudiosos como L. Terman, T. Watson e C. Jung. A partir da década de 60, ganhou força começando a ser vista com um status científico. Desde então, os estudos sobre o tema cresceram exponencialmente adquirindo grande importância e possibilitando um melhor entendimento do indivíduo. Embasados nisso, Alburquerque, Martins e Neves (2008) desenvolveram um estudo no qual foi evidenciada a correlação de bem-estar subjetivo emocional com o coping em adultos com idades entre 40 e 55 anos, de classe baixa, em um comparativo entre o ambiente rural (Areia - Paraíba) e urbano (João Pessoa - Paraíba).
Primeiramente, deve-se entender que bem-estar é composto por um conjunto de fenômenos que juntos produzem julgamentos de satisfação global com a vida.. Cientificamente, ele foi dividido entre em dois tipos: eudaimônica, que é o bem-estar psicológico (BEP), e hedonista, que é o bem-estar subjetivo (BES). Em uma definição mais específica, o bem-estar subjetivo é classificado como a frequência de estados afetivos e emocionais experienciados por um indivíduo (Diener et al., 1997; Diener et al., 1999; Diener & Biswas-Diener, 2000; Diener, Scollon & Lucas, 2003; Pavot & Diener, 1993) que podem ser divididos em cognitivos  - satisfação com a vida - e emocionais – afetos positivos (alegria, orgulho, prazer) e negativos (tristeza, ansiedade, depressão) e distress, por exemplo. O enfoque do estudo foi no bem-estar subjetivo emocional vinculado ao distress.
A partir da década de 70, estudos sobre estresse e coping começaram a se desenvolver. Defini-se estresse como um evento natural e necessário a todos, mas que quando em excesso pode causar prejuízos, sendo este chamado de  distress. O enfoque da pesquisa nesse tema objetivou entender quais fatores causam o distress e quais as estratégias utilizadas para enfrentá-lo (coping).  A ideia de vincular coping ao BES emocional é pela existência de situações estressoras que são vivenciadas por algumas pessoas de forma mais fácil e por outras de forma mais difícil, buscando entender quais fatores influenciam esse comportamento. Nesse estudo, o coping foi analisado a partir de três categorias, a saber: coping focalizado no problema, evasivo ou de evitamento e práticas religiosas.
Os resultados apontaram que de forma abrangente, que os entrevistados pontuaram valores elevados em relação ao bem-estar subjetivo emocional tanto em no ambiente urbano quanto no rural. Para chegar aos resultados, investigaram-se quais seriam os eventos que mais causam distress na amostra populacional. Concluiu-se que a situação econômica, a preocupação com o futuro dos filhos e as relações conjugais são os eventos de maior influência no distress. Especificamente o fator econômico é um ponto destoante quando comparado o ambiente urbano com o rural.
De acordo com o estudo, por não possuírem um padrão de vida tão desigual, os adultos do ambiente rural tendem a ser mais conformados e a enfrentarem o problema de forma mais direta. Os adultos do ambiente urbano, por diariamente experienciarem o contato com diversas situações de conquista social, possuem maior desejo de ascender e conquistar espaço socialmente, o que reflete uma diminuição da prática de coping focado no problema, mesmo que ainda seja majoritário em relação às outras estratégias.  Portanto, os adultos do ambiente rural apresentam um maior nível de bem-estar subjetivo emocional do que os adultos do ambiente urbano.
Nesse contexto, entende-se que bem-estar subjetivo emocional é alterado quando vinculado ao distress. O distress é causado por diversos fatores que variam desde sociais - econômicos, políticos, culturais - até o individual - a percepção que se tem diante de qualquer evento estressor. Como forma de diminuir os impactos da experiência estressora utiliza-se o coping, principalmente o focalizado no problema, mas ainda assim há uma grande variedade de estratégias que são igualmente eficazes. O BES emocional possui índices mais baixos quando os indivíduos estão expostos a padrões sociais, que no estudo é a realidade dos adultos do ambiente urbano. Por fim, conclui-se que possuir bem-estar subjetivo emocional proporciona melhor qualidade de vida para os sujeitos. Com isso, estudos como este, ancorados na psicologia positiva, além de estarem aos poucos adquirindo mais espaço no meio científico, tem direcionado novas estratégias de intervenção em saúde, voltadas para os aspectos positivos do homem.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Otimismo e o pessimismo

Postado por Laís Santos



A charge em questão trata do otimismo, um dos temas bastante estudados pela Psicologia Positiva, que está intimamente relacionado ao bem-estar subjetivo. O otimismo diz respeito à uma visão positiva sobre a percepção do mundo. Os otimistas tendem a ter percepções mais favoráveis e positivas, esperando assim, mais coisas boas do que ruins. Por outro lado, há também pessoas que acumulam ao longo de suas vidas mais expectativas negativas do que positivas, e tendem a esperar que mais coisas ruins aconteçam, sendo, portanto, denominadas pessimistas. Essa nova perspectiva de estudo, voltada para os aspectos positivos do homem, favorece o desenvolvimento de novas ações em saúde, proporcionando mais qualidade de vida e bem-estar para os sujeitos.





segunda-feira, 18 de julho de 2016

O que queremos dizer quando falamos de felicidade?

                                                                             Postado por Maisa Silva

Pertencente a um leque de construtos da Psicologia Positiva, o Bem-Estar Subjetivo (BES) é um aspecto que pode melhorar substancialmente a maneira em como as pessoas veem a si mesmas e aos outros, podendo resultar em alterações no modo como se relacionam e vivem. Acredita então que o bem-estar subjetivo pode estar relacionado à menor probabilidade de desenvolver doenças. Logo, a importância da potencialização e entendimento das emoções positivas (e negativas) torna-se fundamental para se favorecer o bem-estar, a felicidade e os relacionamentos.

Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/01/14/ciencia/1452776913_989265.html

Diferentes correntes filosóficas identificaram duas formas de conseguir o bem-estar: uma é pela via hedônica, que consiste em desfrutar de tudo o que envolve um prazer imediato (uma refeição, uma paisagem, um encontro entre amigos, etc.); e a outra é a via eudaimônica. Essa última reside na satisfação a longo prazo, gerada como resultado das conquistas obtidas, de conseguir os frutos que surgem a partir do esforço, do trabalho e do planejamento. Conseguir sucesso na carreira, um diploma ou superar um mau hábito são alguns exemplos. Atualmente, além da ciência estabelecer essa divisão, a chamada psicologia positiva a especifica através de três vias: a da vida prazerosa; a da vida com compromisso; e a da vida com significado.Para estudar o ser humano em toda a sua complexidade, é necessário uma disciplina que não só resolva seus problemas, mas também ajude a construir qualidades positivas, que permitam destacar os pontos fortes das pessoas. Se queremos melhorar nossas vidas, devemos rejeitar algumas ideias falsas que são contraproducentes ao bem-estar. Uma delas consiste em pensar que podemos encontrá-lo de repente. Pelo contrário, o bem-estar é construído e, geralmente, essa construção exige grande esforço. Outra ideia comumente afirmada é que o bem-estar é algo que se tem ou não se tem, sem meio termo; mas, na verdade, podemos considerar que existe um continuum entre o mal-estar e o bem-estar que sentimos ao longo do dia e, mais ainda, durante a vida. Por último, nós erroneamente tentamos modificar as circunstâncias da vida (dinheiro, vida amorosa, etc.) acreditando que isso trará consigo um bem-estar definitivo. Precisamos saber que, produto da adaptação hedônica (nossa capacidade em assimilar grandes transformações na vida), essas mudanças “externas” não produzirão bem-estar duradouro.
Como aumentar o bem-estarExistem numerosas atividades que podemos realizar para aumentar o bem-estar e a saúde emocional. Isso significa que podem ser treinadas, ou seja, podem ser desenvolvidas e isso depende em grande medida da vontade. Graças à neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de criar novas conexões neuronais e até mesmo gerar novos neurônios ligados à experiência, essas atividades também podem produzir mudanças estruturais e funcionais no cérebro.O exercício físico é muito bom para a saúde, já que reduz a ansiedade, o estresse e o risco de se contrair doenças. Também tem um papel importante nas funções cognitivas como a consolidação de lembranças e a memória de longo prazo. O exercício físico, por sua vez, melhora o fluxo cerebral em estados de repouso, até mesmo a partir de períodos curtos de treinamento. Ainda assim produz bem-estar em curto e médio prazo, já que o exercício gera endorfinas, os hormônios que geram sensação de prazer e bem-estar, além de ter um efeito analgésico no organismo.Numerosas pesquisas comprovam que meditar regularmente modifica positivamente a estrutura e o funcionamento cerebral. Esses resultados também sugerem que a meditação cumpre um papel na plasticidade sináptica, ou seja, na capacidade dos neurônios de gerar um maior número de “conversas” entre eles. A meditação também se relaciona com níveis maiores de bem-estar e um menor número de doenças.Ter e potencializar as emoções positivas é um recurso que também favorece o bem-estar. Nos últimos anos começamos a conhecer o papel fundamental das emoções positivas em nossa vida. Uma teoria muito aceita demonstra que não só nos fazem sentir bem como ampliam nosso repertório de recursos positivos e promovem a construção de novas estratégias para melhorar a qualidade de vida. De modo que quando realizamos uma ação que produz um resultado positivo, a emoção associada nos leva a querer repeti-la no futuro. Podemos dizer que a ciência está comprovando que a expressão “ver a vida em cor-de-rosa” não estaria tão longe da realidade. Um estudo provou que quando alguém sorri, o cérebro processa a informação proveniente de nossos rostos com uma expressão emocional neutra da mesma forma do que quando processa rostos alegres.Manter relações sociais amistosas, afetivas e amorosas também é considerado fundamental pela ciência para conseguir o bem-estar. É sabido que a presença de seres queridos altera positivamente a resposta do cérebro a situações de ameaça. Foi demonstrado que as pessoas que atravessam uma situação estressante e recebem apoio verbal de pessoas queridas têm menores quantidades de cortisol no organismo, um hormônio relacionado ao processo ativado em momentos de estresse, do que aquelas que passam pela mesma situação, mas recebem apoio verbal de um estranho ou não recebem nenhuma forma de apoio.Alguns dos pontos essenciais para se conseguir construir uma vida plena estão ligados à utilização de nossas próprias forças para conseguirmos a satisfação. As forças de caráter são traços positivos que todas as pessoas têm em maior ou menor medida. A bondade, a gratidão, o amor, a integridade, a curiosidade, a valentia e a generosidade são algumas delas. Ser generoso, por exemplo, produz uma sensação de bem-estar que ativa um circuito neuronal associado ao prazer e à recompensa, além de ativar diferentes “químicos” ligados à felicidade como a dopamina e a oxitocina. As pessoas generosas dizem ter mais amizades, dormir melhor e superar mais facilmente os obstáculos do que as pessoas mesquinhas. Mas vale a pena dizer que o essencial disso é que, além do favor particular, causam um bem-estar geral porque promovem benefícios a toda a sociedade. Assim, maximizar nossas potencialidades solidárias ajuda todos nós a ficarmos bem.Como um círculo virtuoso, podemos reiterar que sentir-se bem contribui ao nosso bem-estar. Ainda que pareça algo evidente, na verdade sobeja na ideia de que a maneira em que pensamos é como nos sentimos. Uma possibilidade de escrever nossa própria história com final feliz. 




quinta-feira, 14 de julho de 2016

O otimismo é um aliado da saúde?

Postado por Mariana Menezes

Otimismo diz respeito a uma experiência subjetiva que permite a experimentação de pensamentos e sentimentos positivos com mais frequência. O otimista é alguém que está, na maior parte do tempo, a espera que coisas boas aconteçam com ele e com todos ao seu redor. É comprovado que o otimismo melhora a saúde das pessoas, pois tem estreita ligação com a motivação da pessoa para cuidar da própria saúde e seguir recomendações médicas. No entanto, em alguns casos, o otimismo ao invés de melhorar a saúde, pode acabar comprometendo-a. Quando irrealista, o otimismo pode ser prejudicial para a saúde. O vídeo a seguir, nos conta sobre esse estado psicológico, pontuando suas vantagens para a vida e para a saúde, mas também explica quando o otimismo pode ser perigoso.


quarta-feira, 13 de julho de 2016

Envolvimento Religioso e Bem-Estar Subjetivo em Idosos

Resenhado por Brenda C.
       
Cardoso, M. C. S., & Ferreira, M. C. (2009). Envolvimento Religioso e Bem-Estar Subjetivo em Idosos. Psicologia Ciência e Profissão, 29 (2), 380-393.

A longevidade tem aumentado consideravelmente nas últimas décadas e com isso tem crescido o número de idosos. É comum também a presença de visões negativas sobre a velhice, geralmente fazendo associação à degeneração progressiva e irreversível. Diante desse quadro, a OMS (2002) preocupou-se em promover medidas que aproveitassem as competências de idosos, melhorando também sua qualidade de vida física e social.

Atualmente, estudos sobre qualidade de vida têm se preocupado com critérios de julgamento pessoal, tais como o nível de bem-estar e satisfação com a vida, ao invés de visar somente indicadores objetivos (econômicos e/ou sociodemográficos) que apenas descrevem as condições de vida do sujeito. Esses critérios de julgamento pessoal foram denominados Bem-Estar Subjetivo, e, por sua vez, a religião destaca-se entre as variáveis sociodemográficas que mais interferem nesse construto. Sendo a religiosidade um fator altamente benéfico capaz de contribuir para a manutenção do bem-estar, integração psicossocial e até mesmo para melhorias cognitivas dos idosos, o presente estudo buscou em primeiro plano investigar as inter-relações do envolvimento religioso com o bem-estar subjetivo em idosos. Procurou também verificar, em amostras brasileiras de idosos, as características psicométricas das três diferentes escalas: Escala de Satisfação com a Vida, Escala de Afetos Positivos e Negativos e Escala de Envolvimento Religioso.

A amostra foi composta de 256 idosos, destes 197 eram mulheres, todos com idades entre 60 e 87 anos, 43,8% eram católicos, todos residentes na cidade do Rio de Janeiro. Para a avaliação de satisfação com a vida foi utilizado um questionário com 28 itens adaptados das Escalas de Lawton (1975) e de Neugarten, Havighurst e Tobin (1961). Foi adotada também a Escala PANAS, de autoria de Watson, Clark e Tellegen (1988), para medir afetos positivos e negativos, com 20 itens. A avaliação de religiosidade foi realizada através da escala de Chatterset al. (1992), com 12 itens distribuídos em três fatores: religiosidade organizacional, religiosidade não-organizacional, e religiosidade subjetiva.

A Escala de Satisfação com a Vida obteve um coeficiente Alfa de Cronbach igual a 0,76. A escala foi corrigida no sentido da satisfação, ou seja, quanto maior o escore, maior a satisfação com a própria vida. Na Escala de Afetos Positivos e Negativos (PANAS), obtiveram-se coeficientes Alfa de Cronbach iguais a 0,79 e 0,70, respectivamente. Tais fatores foram corrigidos no sentido da característica mensurada, e, assim, quanto maior o resultado, maior o grau daquela característica. A Escala de Envolvimento Religioso obteve os coeficientes Alfa de Cronbach iguais a 0,73 e 0,69, respectivamente. Os resultados mostram que as escalas validadas são precisas, podendo ser utilizadas na etapa de análise dos dados da pesquisa.

A análise dos dados evidenciou uma correlação positiva entre religiosidade subjetiva e satisfação com a vida em idosos. Para explicar esse resultado, os pesquisadores citaram Ellison (1991) que afirmou que a religiosidade subjetiva atuaria tanto em nível cognitivo quanto afetivo, ou seja, influenciaria a percepção de mundo do indivíduo, levando-o, assim, a experimentar maiores níveis de satisfação com a vida e de afetos positivos e negativos. Os autores ressaltaram a importância de novas pesquisas que se aprofundem o estudo dos fatores que interferem no bem-estar subjetivo de idosos, sugerindo a análise em outros grupos religiosos, em faixas etárias mais amplas e em idosos com perfis distintos (ativos, sedentários, asilados, não asilados, etc.).

terça-feira, 12 de julho de 2016

Quem é feliz vive, de fato, mais e tem menos chances de desenvolver doenças

Postado por Ariane de Brito


Um estudo longitudinal norte-americano desenvolvido pela Universidade de Illinois com 5.000 estudantes universitários durante 40 anos, revelou que pessoas felizes de fato tendem a viver mais e ter uma vida mais saudável que os infelizes. O resultado desta pesquisa só reforça outros achados sobre a influência do bem-estar subjetivo da pessoa em sua saúde.

Segundo Ed Diener, o bem-estar subjetivo da pessoa, ou seja, o fato de ela encarar a vida de forma positiva, está relacionado diretamente a uma maior longevidade e a melhores condições de saúde. A ansiedade, a depressão, a falta de entusiasmo com a vida diária e o pessimismo, por outro lado, estão todos associados ao desenvolvimento mais rápido de doenças mortais.

O impacto do humor na saúde também foi observado em testes com animais de laboratório, e resultados semelhantes foram obtidos. Em relação ao estresse, verificou-se que quanto mais estressadas eram as cobaias, mais chances elas tinham de desenvolver, por exemplo, problemas cardíacos. Assim, para os humanos, basta tentar diminuir os níveis de estresse humano para se conseguir humores mais positivos, resultando em mais tempo de vida. No entanto, outros hábitos de saúde são necessários para a prevenção de doenças e para o tratamento de condições clínicas que já estejam instaladas.

 “O psicólogo adverte, porém, que a felicidade não é um remédio mágico, e que ela não necessariamente cura ou previne nenhuma doença, mas está apenas ligada às chances de estas se desenvolverem ou não. “Os estudos atuais estão focados em quatro alertas: evite a obesidade, coma direito, não fume e faça exercícios. Talvez seja a hora de adicionar ‘seja feliz e evite a raiva crônica e a depressão’ à lista”, disse.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Determinantes do Bem-Estar Subjetivo



Resenhado por Edryenne Matos

Woyciekoski, C., Stenert, F., Hutz, C. S. (2012). Determinantes do Bem-Estar Subjetivo. Psico, 43(3), 280-288.

O bem-estar subjetivo é um conceito estudado e concebido de forma distinta por diversas óticas. Dentre essas, encontram-se as tradições hedônica e eudaimonica e as teorias bottom-up e top-down. Para a tradição eudaimonica o bem-estar é apreendido sob a ótica do funcionamento psicológico global, surgindo assim o conceito de bem-estar psicológico. Já a tradição hedônica ressalta a satisfação com a vida e as emoções prazerosas, sendo o bem-estar subjetivo uma relativa ausência de estados desprazerosos. Para a perspectiva das teorias top-down, a interpretação subjetiva dos eventos é o que influencia majoritariamente o bem-estar subjetivo. Em outras palavras, a teoria do  top-down prima pelo estudo dos processos internos do indivíduo, sendo em razão disto, chamada de teoria dos fatores intrínsecos do bem-estar subjetivo. O modelo proposto pelas teorias bottom-up é o da investigação do modo como os fatores externos podem influenciar e predizer a felicidade.
Os autores debruçaram-se sobre a incerteza acerca dos determinantes do bem-estar subjetivo a fim de apontar os principais determinantes apresentados na literatura. Para tanto, foi realizada uma revisão de literatura com artigos publicados entre 1980 e 2011 no banco de dados Web of Science. Os artigos encontrados indicam dois conjuntos de fatores que influenciam o bem-estar subjetivo, a saber: fatores intrínsecos e fatores extrínsecos ao sujeito associados ao bem-estar subjetivo.
Em continuidade, os autores pontuaram e explicaram quais os fatores intrínsecos associados ao bem-estar subjetivo mais citados na literatura. Em relação ao primeiro deles, a personalidade, dados indicam que a influência desta no bem-estar é substancial. Muitos dos estudos realizados guiam-se pelo modelo dos Cinco Grandes Fatores de personalidade, a saber: Extroversão – relaciona-se significativamente com o afeto positivo e negativo, mas principalmente o positivo; Neuroticismo – associa-se significativamente com o afeto negativo; Socialização e Realização – são traços que ocasionam experiências de conquistas e de situações sociais mais positivas e, por fim, Abertura para Experiência – configura um preditor significativo de afeto positivo e correlaciona-se com afeto negativo.
Outro fator intrínseco associado ao bem-estar subjetivo foi o otimismo, vinculado ao desenvolvimento de estratégias de coping ativas e direcionadas à resolução de problemas. Algumas teorias de coping sugerem que aspectos cognitivos evidenciam importantes implicações na produção do bem-estar. Entende-se que pensamentos e comportamentos construtivos e adaptativos podem influenciar o bem-estar, uma vez que estes moldam as interpretações das situações e consequentemente a atribuição de significado e afeto. Os últimos fatores elencados pelos autores foram a espiritualidade e a religiosidade. A literatura indica que a contribuição dada por estes origina-se na crença religiosa e não na afiliação religiosa em si.
Dentre os fatores extrínsecos relacionados ao bem-estar subjetivo estão as condições socioeconômicas. Alguns estudos indicam que a pobreza interfere no bem-estar tanto quanto a riqueza, em razão das diferentes características dos países. Ademais, percebe-se que a satisfação com o trabalho é um melhor preditor da felicidade e da satisfação da vida, pois está relacionada à realização e à identidade pessoal. Outro fator abordado foi o suporte social. Alguns estudos indicam a presença de uma associação entre bem-estar subjetivo e suporte social, ou seja, relações de suporte social tendem a elevar os níveis de bem-estar e de saúde. Por último, os autores pontuam a existência de pesquisas que relacionam o bem-estar a eventos de vida e a maneira como estes irão reverberar na vida dos indivíduos.
Destaca-se que o bem-estar subjetivo é um processo singular atravessado por questões culturais, sociais, de gênero, e afins. Então, estudá-lo a partir da Psicologia da Saúde e da Psicologia Positiva possibilita uma melhor compreensão do fenômeno e a construção de práticas interventivas com a finalidade de assessorar o indivíduo no processo saúde-doença.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Bem-Estar Subjetivo e Terceira Idade: Os relacionamentos afetivos como preditores do envelhecimento saudável

Postado por Matheus Fernandes

O Bem-Estar Subjetivo (BES) diz respeito a um dos construtos da Psicologia Positiva, sendo objeto de pesquisas em conjunto com diversos outros construtos a ele relacionado, como por exemplo a felicidade, o prazer com a vida, a satisfação, os afetos positivos, a percepção subjetiva da qualidade de vida, etc. Nesse contexto, a satisfação com a vida e os relacionamentos afetivos surgem como um dos principais preditores do BES, sendo importantes fatores de proteção para o enfrentamento ou a prevenção de quadros depressivos, bem como servindo como suporte para lidar com os demais eventos estressores. Nesse contexto, o vídeo abaixo traz o psiquiatra Robert Waldinger descrevendo seus estudos sobre felicidade e relacionamentos afetivos, além de sugerir ideias para construir uma vida mais saudável. Esperamos que esse vídeo satisfaça vocês!




segunda-feira, 4 de julho de 2016

How do simple positive activities increase well-being?

Resenhado por Luana Santos

Lyubomirsky, S., & Layous, K. (2013). How do simple positive activities increase well-being?. Current Directions in Psychological Science, 22, 57-62. doi: 10.1177/0963721412469809.

Teorias sugerem que pessoas tem capacidade de aumentar seus níveis de felicidade a partir de atividades positivas intencionais simples, como por exemplo expressar gratidão ou praticar atos de bondade. Assim, começou-se a investigar quais seriam as condições ideais nas quais ocorreria esse aumento de felicidade e que mecanismos gerenciam esse aumento.
Deste modo,  os autores postulam um modelo com quatro variáveis mediadoras dos níveis de felicidade: emoções positivas, pensamentos positivos, comportamentos positivos e satisfação. Esse modelo se baseia nas evidências teóricas e empíricas com o objetivo de trazer uma descrição geral das características, tanto das atividades quanto das pessoas, que tornam uma ação positiva plenamente eficaz, além de quais mecanismos fundamentariam as atividades positivas eficazes na otimização do bem-estar.
Ressalta-se que o nível em que qualquer recurso influencia o sucesso de uma atividade positiva dependerá do ajuste entre a pessoa e a ação, fator que vai desde a motivação da pessoa para realização do ato positivo até características específicas deste ato como variedade, frequência etc. É provável que pessoas que são livres para escolher o tipo de atividade que considerem que aumentará sua felicidade ou bem-estar, não as verão como tão desagradáveis e as realizarão por mais tempo e com maior frequência.
Embora pesquisadores estejam concentrando mais esforços em entender sob quais condições atividades positivas aumentam o bem estar, com várias evidências empíricas apresentadas no texto, ainda se sabe pouco sobre isso. É postulado pelos autores que talvez o nível de felicidade só aumente a medida que uma atividade positiva estimula aumento de emoções positivas, pensamentos positivos, comportamentos positivos e satisfação de necessidades.
Embora engajar-se em atividades positivas leva as pessoas a interpretar os eventos de vida de forma mais positiva, mais pesquisas são necessárias para determinar o papel desses mediadores e sob quais condições são eficazes. Quanto mais os pesquisadores conseguirem entender sobre esse assunto, que é tão visado pela população, mais condições existirão para que profissionais possam ter posições mais acuradas e melhores estratégias para usar nas clínicas e organizações, contribuindo para promoção do bem-estar e aumento dos níveis de felicidade.


sábado, 2 de julho de 2016

Felicidade e Bem-Estar Subjetivo

Postado por Beatriz Reis
Um dos principais construtos estudados pela Psicologia Positiva é o Bem-Estar Subjetivo. Outro interesse por parte deste novo campo de pesquisa é a investigação dos fatores e dos seus níveis de atuação na promoção do bem-estar subjetivo. Além da preocupação de afirmar que tal estado, de bem-estar, não caracteriza a ausência de eventos adversos ou estressores, e sim a capacidade de lidar com tais eventos de maneira a não perder a percepção de satisfação pela vida. Desta maneira, pensar positivo pode ser um caminho de enfrentamento diante de situações estressoras, tais como o adoecimentos. Por esta razão, a Psicologia da Saúde tem ficado atenta aos caminhos que a Psicologia Positiva indica para a promoção do Bem-Estar Subjetivo e, por consequência, para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.  
http://novasinapse.com/felicidade-e-bem-estar-subjetivo/
O campo científico da Psicologia Positiva funda uma nova epistemologia ao apontar sua pesquisa para o bem-estar — o funcionamento saudável e adaptativo do ser humano –, interessando-se pelos traços psicológicos e experiências consideradas positivas.Esta mudança de foco na Psicologia abre espaço para o estudo das “habilidades positivas”, como defende Martin Seligman, o criador dessa vertente científica, redirecionando o enfoque para a promoção da qualidade de vida.Bem-estar e felicidadeHá uma relação de complementaridade entre o bem-estar e a felicidade. A pessoa que sente-se bem, que se exercita, que ama, que mantém a saúde em dia, se alegra com as experiências da vida e irradia a felicidade.E também a pessoa intimamente feliz, resiliente e adaptativa a despeito de eventuais crises — as superações da vida –, angaria para si um bem-estar subjetivo, que torna-se parte de sua estrutura enquanto ser.Bem-estar: uma escolha pessoalUma maneira de encarar os fatos é tratar o bem-estar como escolha pessoal. Não implica cair na alienação, usar lentes cor de rosa, visão poliana nem o extremo da autocobrança doentia ou da vitimização. Se uma experiência ruim torna-se aprendizado para próximas oportunidades, o sentimento que fica é bom, a superação torna-se autocura e a energia parada se recicla, transmuta.A maturidade se consolida com a pedagogia do erro. Sentir-se culpado é a negação da mudança possível. Bem-estar é, enfim, fruto deste bem-estar subjetivo, que se reapruma diante das intempéries, que aprendeu o sentido de ser resiliente.Por outro lado, bem-estar não é uma quantia, uma meta ou um resultado. Porque o bem-estar não é um fim em si mesmo. É necessário esse crescimento para lidar com a vida e com os fatos e aprender com eles, sem querer controlá-los todos.Só é possível conscientizar para o funcionamento saudável e adaptativo do ser humano através dos traços psicológicos potenciais e das experiências consideradas positivas. Esperar um quadro disfuncional para só então atuar na problemática é mais doloroso e mais incerto.Fórmula da felicidade e do bem-estar?Pelas pesquisas científicas, a felicidade depende 50% da genética, 40% das atividades e somente 10% das circunstâncias. A conclusão dos estudos é que ser feliz depende muito mais de nós mesmos que das circunstâncias, que passam.Há uma distinção clara entre prazer (alegria) e felicidade (bem-estar subjetivo). O prazer é momentâneo, ligado aos sentidos. Dificilmente a mera satisfação de uma necessidade física, emocional e/ou intelectual produzirá felicidade. Uma pessoa irritada, com fome, que acaba de se alimentar, pode relaxar com a dopamina que o cérebro libera. Um estado de “estar feliz” que difere do estado de “ser feliz”.A felicidade é ligada a prazeres duradouros, que tem relação direta com valores e sentido de vida. Ser feliz implica capacidade para lidar com os altos e baixos da vida sem que isso impossibilite a sensação de que a vida vale à pena. Se para ser feliz não pudéssemos jamais vivenciar uma perda, sofrimento ou momento desagradável, jamais alguém seria feliz. Nunca!Felicidade não é ausência de tristeza.Um bom percentual de nossa felicidade (40%) depende diretamente de nossa vontade. Algumas ações vão levar ao prazer e outras a felicidade. Prazeres costumam ser intensos e imediatos, surgindo facilmente e indo embora de forma rápida, sem deixar realizações ou algo construído. São mero consumo de energia.Por outro lado, a felicidade exige esforço e habilidade no uso de nossas forças pessoais. Embora os resultados sejam duradouros e conquistados a médio e longo prazo, estes são fontes constantes de felicidade. Quanto menos atalhos, melhor!


sexta-feira, 1 de julho de 2016

Influência da família e amigos no bem-estar e comportamentos de risco: Modelo explicativo



Resenhado por Geovanna Souza

Tomé, G., Camacho, I., Matos, M. G., & Simões, C. (2015). Influência da família e amigos no bem-estar e comportamentos de risco: Modelo explicativo. Psicologia, Saúde & Doenças, 16(1), 23-34. doi: 10.15309/15psd160104

Sabendo que a adolescência é considerada uma fase onde surgem maiores oportunidades e desafios associados à saúde, estudos com este público têm aumentado consideravelmente com o passar dos anos. Por ser um período de transição da infância para a fase adulta, é visível que se trata de um período no qual os jovens estão mais suscetíveis à influência do ambiente e das pessoas mais próximas, influenciando decisivamente sua saúde. É também neste período que diversos indicadores de saúde apresentam um pico, como as lesões não intencionais, a condução sob o efeito de álcool e as infeções por DST’s. Dada a importância do tema, os autores do presente estudo decidiram analisar a influência da relação dos adolescentes com os pais e amigos no envolvimento em comportamentos de risco e na saúde.
Para tanto, a amostra total foi 5.050 jovens, porém só houve monitoramento parental em 3.494 jovens, constituindo, a amostra deste estudo. Os jovens estudavam o 8º e 10º ano do ensino público regular de Portugal e tinham uma média de idade de 14 anos. Os jovens participaram do estudo HBSC- Health Behaviour in School – aged Children, em 2010, em Portugal, o qual tinha variáveis associadas à relação dos adolescentes com a família, amigos, satisfação com a vida, sintomas físicos e psicológicos, além de comportamentos de risco. O questionário foi aplicado em sala de aula, pelos professores das respectivas turmas, de forma anônima e voluntária. Para analisar o modelo proposto, utilizou-se o modelo de equações estruturais (Structural Equations Modeling), de forma a avaliar a qualidade de mediação de um conjunto de variáveis, com o auxílio do programa estatístico EQS.
Os resultados mostraram que 46,4% dos jovens são do sexo masculino e 53,6% são sexo feminino. Foi possível observar que uma boa comunicação com os pais tem um maior efeito protetor, principalmente se associada à satisfação com a vida e à saúde dos adolescentes. Já a boa comunicação com os amigos surge relacionada com uma menor percepção de satisfação com a vida e aumento de sintomas psicológicos.
Os autores ressaltam que o papel dos pais parece ser mais relevante para as variáveis associadas ao bem-estar e à saúde dos adolescentes, já que a comunicação com os pais surge como fator com maior impacto no bem-estar dos adolescentes. Tais resultados ressaltam a importância da comunicação e do relacionamento positivo com os pais e, embora, alguns amigos possam ser considerados fator de risco, estes não devem ser ignorados e sim acompanhados com atenção, de forma que permita que os adolescentes desenvolvam maior resistência à pressão dos amigos e de pares, impedindo um efeito negativo na sua saúde e em seu bem-estar.