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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

O Nordeste e a Microcefalia

Postado por Maisa Carvalho


A Microcefalia é uma doença cujo cérebro e a cabeça da criança são menores do que o tamanho ideal para a sua idade, prejudicando o desenvolvimento mental e suas capacidades. O nordeste concentra 77,2% (n = 5520) dos casos notificados pelo Ministério da Saúde, tornando-se a região líder em números de casos de microcefalia no país. Não existe cura essa doença, porém, o início do tratamento logo nos primeiros anos de vida da criança pode contribuir positivamente para o desenvolvimento e a melhora da qualidade de vida dessa. O psicólogo pode atuar antecipadamente, promovendo ações que contribuam para a prevenção da doença em mulheres grávidas. Além disso, pode também atuar nos casos em que a microcefalia já foi detectada, podendo auxiliar no desenvolvimento neuropsicomotor da criança, no auxílio aos cuidadores, principalmente os pais da criança junto à equipe multidisciplinar. 


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=GLGX-5xIm_o

domingo, 29 de janeiro de 2017

Se doenças 'normais' fossem tratadas como a depressão...

Postado por Laís Santos

Nesse mês celebra-se o mês Janeiro branco com vista a conscientização da necessidade de promoção de saúde mental. A charge abaixo chama a atenção da população para uma conduta bastante comum que é reduzir a importância e as consequências relacionadas aos transtornos mentais, como a depressão. Estudos como o de Gomes e Reis (2016) avaliam os níveis de depressão em diversos extratos da população, como por exemplo o público idoso. De acordo com Gomes et al. (2016), a depressão é o transtorno mental mais comum entre idosos (varia de 5% a 35%) desencadeando vários problemas para a vida dessa população. A pesquisa em questão avaliou o nível de depressão e ansiedade entre 32 idosos residentes em asilos dos municípios de Itapetinga, Jequié e Vitória da Conquista, ambos no interior da Bahia. Os resultados apontaram que dos 32 participantes, 74,2% (n = 23) apresentaram depressão nos níveis leve a moderado. O trabalho de prevenção direcionado à saúde mental é extremamente importante visto que os transtornos mentais, como a depressão, podem estar associados à outras doenças físicas e psicológicas. Assim, chamamos a atenção de profissionais da saúde para a importância de voltar o olhar para tais transtornos, a fim de reduzir a incidência de novos casos e assegurar um melhor prognóstico da população já acometida por algum transtorno mental.

Fonte: Gomes, J. B., & Reis, L. A. dos. (2016). Descripción de los síntomas de Ansiedad y Depresión en ancianos institucionalizados en el interior de Bahia, Brasil. Revista Kairós Gerontologia, 19(1), 175-191.


sábado, 28 de janeiro de 2017

Tentativas e mortalidade por suicídio no interior da Bahia


Resenhado por Iracema R. O. Freitas

Souza, V. S., M. S., Silva, L. A., Lino, D. C. S. F., Nery, A. A., Casotti, C. A. (2011). Tentativas de suicídio e mortalidade por suicídio em um município no interior da Bahia. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 60(4), 294,300. Doi:10.1590/S0047-20852011000400010


            O suicídio é definido como o ato de dar fim a própria vida. Esse comportamento envolve atos intencionais de autoagressão que nem sempre resultam em morte, o que se caracteriza como uma tentativa de suicídio. Dados da OMS no ano 2000, mostraram que 1 milhão de pessoas cometeram suicídio no mundo, quanto a tentativas de suicídio estima-se que 10 a 20 milhões de pessoas tentam o suicídio anualmente. Os países com maior índice de suicídio são: Franca, China, Suíça, Bélgica, Áustria, Estados Unidos e o Leste Europeu. No Brasil, as maiores taxas de suicídio estão nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Goiás. A região nordeste, apresentou um aumento de 130% entre 1980 e 2006.
Esse estudo foi realizado no município de Jequié, localizado na região Sudoeste da Bahia, com uma população de 151.921 habitantes. O método utilizado foi o epidemiológico descritivo, com dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) obtidos na 13ªDiretoria Regional de Saúde da Bahia (13ª DIRES) e do 8º Grupamento de Bombeiro Militar de Jequié/BA, complementados com dados do Instituto Medico Legal (IML) e do Sistema de Informação Hospitalar (SIH) do DATASUS.
Entre os anos de 2006 a 2010, foram registrados no município de Jequié 24 suicídios (taxa media de mortalidade de 3,19 por 100.000 habitantes) e 26 tentativas de suicídio, com um pico no ano de 2009. Os resultados apontaram um número maior de suicídios na faixa etária de 40 anos ou mais, já as tentativas de suicídio foram mais comuns entre os 20 e 39 anos. Os meios mais utilizados foram enforcamento (58,33%), seguido de arma de fogo, envenenamento e queda de altura, com o mesmo percentual de (12,5%) e queimadura (4,17%). Os suicídios ocorreram com maior frequência no inverno (29,17%) e no verão (29,17%), principalmente nos dias de quinta-feira (20,83%), sexta-feira (16,87%) e domingo (16,87%). Quanto ao local do suicídio, que ocorreram o principal era o domicilio (83,33%), estando mais relacionado a enforcamentos (65%), lesões por armas de fogo (15%), envenenamentos (10%), queimaduras (5%) e queda de altura (5%). Já as tentativas ocorreram, mais frequentemente, no outono (26,92%) e primavera (26,92%), prevalecendo os dias de sábado (23,1%) e terça-feira (19,23%), com predomínio da precipitação de altura (69,23%), estando estas relacionadas com os ambientes próximos ao local de residência, como pontes, viadutos, telhados e sacadas. Nesse município o predomínio de precipitações ocorreram em uma elevação rochosa do município, sugerindo que os fatores geográficos podem favorecer a escolha do método. As tentativas de suicídio sofreram intervenção da equipe de bombeiros e da população local (religiosos, familiares, vizinhos, amigos e pessoas que passavam no local), uma vez que se tratava de um espaço aberto.
Os resultados apresentam uma diferenciação entre as características do perfil das tentativas de suicídio e mortalidade por suicídio, especialmente segundo o sexo, faixa etária e meios utilizados. As mulheres jovens apresentaram maiores índices de tentativas de suicídio. Enquanto os homens acima dos 40 anos representaram o recorte populacional com maior índice de consumação do suicídio. Sendo comum que as mulheres possam ter a interrupção do suicídio em virtude dos métodos escolhidos, que em geral são mais suaves e lentos (envenenamento e queda de altura). Já os homens por utilizarem métodos mais violentos e letais geralmente não dão margem a algum tipo de intervenção que evite a morte.
O estudo corrobora os dados levantados por outras pesquisas na área e reitera a necessidade de um olhar diferenciado para os potenciais suicidas, bem como para um treinamento de profissionais na área de saúde e também de segurança.

           
           


sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Relações entre Autoestima e Sentido de vida: Estudo com amostragem domiciliar em Aracaju (SE)

Resenhado por Catiele Reis

Santos, L.C., & Faro, A. (2015). Relações entre autoestima e sentido de vida: Estudo com amostragem domiciliar em Aracaju (SE). Clínica e Cultura, 4(11), 54-69.

Conceitua-se a autoestima como a avaliação positiva ou negativa que o indivíduo faz de si mesmo. Pode-se dizer que a autoestima é um processo de autovaloração que envolve tanto a esfera afetiva (sentimento), quanto a esfera cognitiva (pensamento), resultando em um comportamento (ação) que objetiva a afirmação desse autovalor. Destaca-se a importância do estudo da autoestima em momentos que o sujeito precisa adaptar-se a um novo contexto, pois em contextos de alteração do status adaptativo, a autoestima sofre o impacto dessas experiências, funcionando tanto como moderador do ajustamento (aumentando ou reduzindo o impacto do estressor), quanto sendo afetada pelo desfecho do enfrentamento (modificação da relação self-percebido e ideal). Paralelamente à importância do estudo da autoestima por seu valor adaptativo, outros fenômenos podem fazer parte desse escrutínio da capacidade de ajustamento, sendo um deles o sentido de vida. Assim, o presente estudo buscou: 1. Conhecer a distribuição social da autoestima e do sentido de vida em uma amostra representativa da população, domiciliar e de adultos; 2. Analisar as relações entre esses construtos e variáveis componentes do perfil sociodemográfico e clínico dos participantes, e 3. Identificar as principais variáveis associadas à autoestima e ao sentido de vida na amostra pesquisada.
A amostra desse estudo foi composta por 646 indivíduos adultos entre 18 e 65 anos, residentes de 15 bairros na cidade de Aracaju (SE), sendo que a amostra final alcançou margem de confiabilidade em 95%. Para avaliação da autoestima, aplicou-se a Escala de Autoestima de Rosenberg, disponibilizada em Hutz e Zannon (2011) e para a avaliação do sentido de vida foi utilizada a versão reduzida do Teste de Propósito de Vida (PilTest-12), desenvolvido incialmente por Crumbaugh (1968), com 20 itens, e adaptado em versão brasileira por Aquino (2009). Administrou-se também um questionário Sociodemográfico.

Observou-se que houve associação entre autoestima e sentido de vida, e em tal associação é estatisticamente esperado que a significância se dê nos dois casos (com a autoestima ou o sentido de vida como variável dependente). Entretanto, o presente estudo não aprofundou as análises em vias de definir a possível retroalimentação da associação ou direção causal, permitindo apenas a conclusão de associação de dupla-via entre os construtos. Assim, sugere-se que sejam conduzidos futuramente estudos longitudinais, por exemplo, para fins de aprofundamento da avaliação das relações entre os construtos. Outra sugestão para novos trabalhos se direciona ao mapeamento de doenças e situações produtoras de variabilidades adaptativas, tais como contextos estressores específicos a determinados grupos. 

Ceará – Estado com maior índice de suicídio do país

Postado por Iracema R. O. Freitas

No artigo intitulado “Programa de apoio à vida (PRAVIDA): integrando pesquisa, intervenção e ensino para a prevenção do suicídio”, publicado pela Revista Internacional de Humanidades Médicas, o programa é apresentado como um modelo de intervenção, prevenção e suporte à indivíduos acometidos por ideação suicida ou que tentaram suicídio. O trabalho desenvolvido no Ceará é resultado de uma mobilização dos profissionais de saúde frente a um contexto em que o suicídio assume proporções acima da média nacional.



quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Prevalência de depressão em idosos atendidos em ambulatório de geriatria da região nordeste do Brasil (São Luís-MA)

Resenhado por Brenda Fernanda

Gonçalves, V. C., & Andrade, K. L. (2010). Prevalência de depressão em idosos atendidos em ambulatório de geriatria da região nordeste do Brasil (São Luís-MA). Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 13(2), 289-299. doi:10.1590/S1809-98232010000200013

A depressão apresenta-se como a doença psiquiátrica mais comum entre os idosos, associada ao maior risco de morbimortalidade, aumento na utilização dos serviços de saúde, negligência no autocuidado, má adesão e maiores riscos de suicídio. O aparecimento da depressão relaciona-se a fatores biopsicossociais, como histórico depressivo anterior, perda de suporte social, bem como o uso de medicações que ocasionem perturbações do humor. Doenças físicas ou incapacitantes também podem ser fatores desencadeantes para a depressão e, nos idosos, este transtorno é frequentemente secundário a alguma outra patologia.
Foram avaliados 102 idosos na faixa etária entre 60 e 91, com média de 71,5 anos e predomínio do sexo feminino (71,6%) do município de São Luís, MA. Observou-se que 50% dos idosos apresentaram pontuações sugestivas de depressão. Entre estes, 13,7% foram apontados com índices de depressão grave. Foi observada associação negativa significante entre depressão e qualidade de vida. Outro dado relevante diz respeito à associação da depressão com atividade física, visto que os idosos que praticavam atividades regulares (87%) apresentavam baixos índices de depressão (13%), enquanto que os sedentários ou que praticavam atividade com irregularidade apresentaram taxas de depressão acima de 80%.
Deste modo, conclui-se sobre a importância de se atentar para os casos de depressão na terceira idade, havendo necessidade de preparo dos profissionais para a correta identificação e consequente encaminhamento e tratamento. Os autores citam também a necessidade da criação de programas para os idosos, visando promover o envolvimento com atividades culturais, desportivas e de lazer, buscando a diminuição da sintomatologia depressiva neste grupo etário.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Ceará é líder no nordeste em casos de suicídio

Notícia por Michelle Leite

Com 533 casos registrados em 2015, o Estado teve um crescimento de 9,2% em relação a 2014, quando 488 pessoas tiraram a própria vida.
De acordo com o Anuário sobre a Segurança Pública, o estado do Ceará ocupa o primeiro lugar no ranking de estados com a maior quantidade de suicídios. A notícia sinaliza que a desagregação e desestruturação familiar, o abuso de álcool e outras drogas, e a falta de estrutura da rede de saúde são causas para o aumento dos casos de suicídio nesse estado. Além disso, também pontua a relação existente entre alguns transtornos mentais – a saber: depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, entre outros – e o suicídio. Ressalta-se a importância de uma mudança na rede de saúde, tornando-a mais estruturada, para que se possa melhorar os atendimentos às pessoas com ideações suicidas. Saiba mais a partir da notícia abaixo:
Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/cidade/online/ceara-e-lider-no-nordeste-em-casos-de-suicidio-1.1645751

O Ceará é o estado do Nordeste com a maior quantidade de suicídios. Com 533 casos registrados em 2015, o Estado teve um crescimento de 9,2% em relação a 2014, quando 488 pessoas tiraram a própria vida. Se a análise levar em conta as taxas de ocorrências por 100 mil habitantes, o Estado permanece no topo do ranking, com seis casos. A média nacional é de 4,2 por 100 mil habitantes, conforme o 10° Anuário Sobre a Segurança Pública.
De acordo com o psiquiatra do Hospital Universitário Walter Cantídio e coordenador do Programa de Apoio à Vida (Pravida), Fábio Gomes de Matos e Souza, o número aumentou em todo o Brasil, mas esse acréscimo foi maior no Ceará em decorrência de existir aqui maior desagregação, desestruturação familiar, abuso de álcool e droga e pela falta de estrutura da rede de saúde para tratar transtornos associados ao suicídio.
“São dois grandes grupos preditores do suicídio: os que tentaram previamente e os portadores de transtornos mentais. Os cinco principais transtornos mentais associados ao suicídio são: depressão, transtorno bipolar, abuso de álcool e outras drogas, esquizofrenia e transtorno de personalidade, principalmente o borderline. Se há uma falha no sistema, se não há medicação e terapia, há um agravamento desses transtornos. Fica crônico e muitas vezes o paciente vê nisso a única saída”, explica Fábio, que também é professor Titular de Psiquiatria da Universidade Federal do Ceará (UFC)PerfilO especialista aponta que o suicídio acontece em todas as classes sociais e em idades, mas que já um aumento entre mulheres jovens. Há ainda que se destacar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que 90% dos casos são evitáveis, o que reforça a necessidade de se olhar com cuidado para o dado. “Se não houver uma mudança na rede, se não colocarmos proteção em pontes e viadutos, aumentarmos o controle de receitas e proibir a venda de chumbinhos, esses números vão aumentar”, alerta.
No Ceará, o atendimento ao suicida acontece nos Centros de Atenção Psicossociais (CAPS). Na Capital, são 14 (sendo seis Álcool e Droga, seis gerais e dois infantis). O Projeto de Apoio à Vida (Pravida), coordenado pelo professor Fábio Gomes, é uma das iniciativas com o foco à assistência terapêutica e prevenção a pessoas que tentam suicídio.Com 12 anos de existência, o projeto atende por semana de 25 a 30 pacientes. Com o máximo de 12 sessões com alunos capacitados, a intenção é ter tempo de amenizar a crise do paciente e encaminhá-lo para outros serviços e garantir a continuidade do trabalho. “É um número muito pequeno diante de uma população de Fortaleza com 2,5 milhões de habitantes”, conclui.
Outro serviço existente é do Centro de Valorização à Vida (CVV), organização que tem como missão a prevenção do suicídio. A unidade de Fortaleza existe há 30 anos e conta com 32 voluntários no atendimento telefônico de pessoas com problemas emocionais.
 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A saúde de professores universitários da Paraíba

Resenhado por Mariana Menezes

Coêlho, R. D. F. N., de Sousa, F. L., & Coêlho, I. N. (2016). A saúde de professores universitários no sertão nordestino–Brasil: Investigando suas características clínico-comportamentais. Mneme-Revista de Humanidades, 17(38), 83-102.

A profissão docente é considerada uma das mais antigas em todo o mundo. No entanto, a categoria enfrenta muitos problemas para exercer o seu trabalho. Algumas das dificuldades enfrentadas pelos professores dizem respeito à imposição de metas produtivistas, sobrecarga, prolongamento e intensificação da jornada de trabalho e precarização das condições de trabalho. Tais fatores parecem estar diretamente ligados à danos para a saúde física e mental dos docentes.
Nesse sentido, essa pesquisa buscou avaliar a saúde de professores efetivos de uma Instituição Federal de ensino localizada no sertão da Paraíba através da análise de características clínico-comportamentais e da qualidade de vida (QV).
Participaram do estudo 240 docentes sendo que 81,3% tinham menos de 50 anos, 52,2% eram do sexo masculino e 60% eram brancos. Os instrumentos utilizados foram: Questionário Sociodemográfico, Medical Outcomes Study 36, Escala de Resiliência e Entrevista Diagnóstica M.I.N.I Plus (Mini Internacional Neuropychiatric Inerview).
Os resultados indicaram que: 1. A população de professores estudada apresentou alta pontuação em todos os domínios de Qualidade de Vida. 2. Maior tempo na docência esteve relacionado com maior comprometimento nos domínios Estado Geral de Saúde e Capacidade Funcional. 3. Foi evidenciada alta pontuação para resiliência nos professores avaliados. 4. Episódio Depressivo Maior (EDM), Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e Transtorno Misto de Ansiedade e Depressão foram os transtornos mais frequentes. 5. Resiliência e QV não se mostraram associadas aos transtornos mentais.
A elevada qualidade de vida pode ter explicação no nível de escolaridade da amostra, pois devido ao conhecimento, os professores poderiam estar menos vulneráveis a problemas climáticos e sociais característicos do sertão nordestino, ou seja, estariam menos vulneráveis às condições ambientais e sociais adversas próprias da região capazes de afetar a QV. Além disso, outra possível explicação para os resultados encontrados pode ser o uso de estratégias de enfrentamento ante aos acontecimentos adversos da vida.

Portanto, visando à criação de programas de suporte aos professores universitários do nordeste, a pesquisa promoveu melhor conhecimento a cerca da saúde desses profissionais uma vez que contribuiu para a detecção de aspectos que podem comprometer a saúde deles. 

domingo, 15 de janeiro de 2017

Ansiedade em universitários de Vitória da Conquista/BA

Postado por Sara Andrade


As novas demandas sociais têm exigido das pessoas maior nível de adaptação, seja física ou mental. No âmbito universitário essa urgência por adaptação se verifica amplamente e a resposta adaptativa mais experienciada por estudantes é a ansiedade, que se configura enquanto estado de alerta a um perigo eminente, mas ainda não real. A ansiedade em si não é prejudicial, mas elevados níveis dela podem levar o indivíduo à experiência dos transtornos de ansiedade. Em relação a isso, o estudo de Medeiros e Bittencourt (2017) com 110 alunos ingressantes no ensino superior, em faculdade particular na cidade de Vitória da Conquista/BA, encontrou em seus resultados a presença de ansiedade em quase metade dos respondentes, com um índice mais elevado entre as mulheres. Em geral entre os participantes, 28,8% apresentaram ansiedade leve, ansiedade moderada em 9,6% e ansiedade severa em 2,7%.

Dados retirados de: Medeiros, P. P., & Bittencourt, F. O. (2017). Fatores associados à Ansiedade em Estudantes de uma Faculdade Particular. Id on Line Revista Multidisciplinar e de Psicologia10(33), 43-55.


sábado, 14 de janeiro de 2017

Janeiro Branco: Vamos falar sobre?

Postado por Edryenne Amaral

O Projeto Janeiro Branco objetiva proporcionar discussões e ações acerca do cuidado da saúde mental. Fazem parte da construção desse projeto psicólogos, psiquiatras, estudantes de psicologia e colaboradores da área. Em Teresina, Piauí, o enfoque dos envolvidos com o projeto é trabalhar com o suicídio e a depressão, pois a ocorrência de suicídios na cidade a coloca em primeiro lugar, a respeito da quantidade de casos, na região Nordeste. A importância em também debater sobre a depressão está relacionada a correlação dessa com o suicídio. Enquanto futuros profissionais da saúde, compreende-se a relevância em projetos como este os quais propiciam a disseminação do conhecimento científico e a realização de ações com o intuito de intervir a fim auxiliar no cuidado com a saúde mental.

Fonte: http://capitalteresina.com.br/noticias/saude/janeiro-branco-projeto-discutira-cuidados-com-a-saude-mental-48742.html

Janeiro Branco: Projeto discutirá cuidados com a saúde mentalO projeto traz a proposta de mostrar que as pessoas podem se comprometer com uma vida mais felizTERESINA - O Projeto Janeiro Branco foi lançado no ano de 2014 pelo psicólogo Leonardo Abraão, e está trazendo para a população ações e discussões sobre a importância de cuidar da saúde mental. Participam do projeto psicólogos, estudantes de psicologia e amigos da saúde mental.De acordo com a coordenadora do projeto no Piauí, Lêda Trindade, o Janeiro Branco traz a proposta de mostrar que as pessoas podem se comprometer com uma vida mais feliz cuidando da sua saúde mental.A coordenadora lembra que o Piauí e Teresina têm números alarmantes quanto aos casos de suicídio e que é importante a população discutir as causas. “O Piauí é o quinto estado do Brasil em casos de suicídios e Teresina é o primeiro do Nordeste. As pessoas têm de entender e discutir a depressão, que é a principal causa de suicídio. Esse é um assunto que precisa ser discutido. Temos também de desmistificar a ida ao psicólogo e ao psiquiatra, muita gente ainda tem preconceito”, explica.Lêda lembra da campanha da Organização Mundial de Saúde (OMS) deste ano que é “Depressão: vamos conversar sobre isso”. “Daí você percebe a importância de se falar sobre o assunto, de acabar com preconceitos. Os cuidados com a saúde mental devem ser feitos assim como são feitos os cuidados com o corpo”, observa.A escolha do mês de janeiro e da cor branca para o projeto reflete sobre os pensamentos de fim de ano de como foi o ano que está chegando ao fim. Esse é um movimento pessoal, subjetivo, mas que conta com uma ajuda da cultura do brasileiro de em todo final de ano, todos pararem para fazer balanços gerais de suas vidas. E quando o réveillon chega, as pessoas fazem uma espécie de limpeza propondo resgatar sonhos, construir projetos e realizar tudo o que sempre desejaram. “Esse e um momento de reflexão, quando se pergunta o que fez e planeja novos projetos”, conta a coordenadora.“Nas ações queremos conversar com a população sobre a saúde mental, sobre o bem-estar. Em Teresina temos instituições que auxiliam no atendimento as pessoas que precisam. Mas temos de entender que dentro de casa também é importante ter o trato pessoal para se sentir bem. Dos pais passarem um tempo com os filhos, conversas. As pessoas estão muito preocupadas em conquistas materiais, estão em uma busca que não termina nunca, sempre querem mais. Além disso existem as tecnologias, é importante deixar o meio virtual um pouco de lado e buscar contato direto com as pessoas”, diz Lêda.


sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Ideação suicida na adolescência: Um enfoque psicossociológico no contexto do ensino médio

Resenhado por Maisa Carvalho

Araújo, L. D. C., Vieira, K. F. L., & Coutinho, M. D. P. D. L. (2010). Ideação suicida na adolescência: um enfoque psicossociológico no contexto do ensino médio. Psico USF, 15(1), 47-57.

Em definição, o suicídio é um fenômeno multifatorial e voluntário, em que o indivíduo possui a intenção de morrer e pode acabar provocando a própria morte. A classificação do comportamento suicida é dividido nas fases de ideação, tentativa e suicídio consumado. De acordo com dados da OMS (2000), estima-se que a taxa mundial de suicídio seja de 16 por 100 mil habitantes - podendo variar conforme os dados sociodemográficos -, onde há cerca de 20 tentativas para cada ato consumado. Assim, o suicídio vem-se constituindo como um problema de saúde pública, com estatísticas crescentes de óbitos todos os anos, especialmente entre jovens e adolescentes. Referente ao contexto, a pesquisa em questão objetivou apreender as representações sociais da ideação suicida com adolescentes do ensino médio, além de identificar a presença desta na população.
Participaram do estudo 90 estudantes do ensino médio de uma escola pública em João Pessoa – PB. Dentre os 22,2% identificados com a presença de ideação suicida, 55% (n = 11) eram do sexo feminino e com faixa etária entre 17-19 anos, além de 45% (n = 9) estarem no 2° ano do ensino médio e 70% (n = 14) afirmaram ser católicos. As respostas relativas à ideação suicida evocadas pela população feminina foram representadas como “falta de amor”, “desespero”, “tragédia” e “saudade”. Para o sexo masculino, as respostas evocadas foram “fraqueza”, “problema”, “ruim” e “alívio”. Ambos os sexos se autorrepresentaram como pessoas sozinhas, além de associar a ideação a sentimentos de solidão e desesperança, também expressando pedidos de ajuda.

Por fim, mediante os resultados expostos, é perceptível a importância de investigar o suicídio entre adolescentes, bem como, compreender o que eles pensam/sentem sobre este fenômeno, pois entende-se que seja uma forma preditiva ao ato, o que facilita uma possível modificação de comportamentos que poderiam levar ao suicídio. 

domingo, 8 de janeiro de 2017

Estresse e saúde mental – Estudo em Aracaju (SE)

Postado por Juliane Ishimaru

O estresse é definido como uma reação normal do corpo diante de situações adversas. Quando em excesso é chamado de distresse e pode desencadear diversas doenças, sendo considerado um dos indicadores de saúde mental mais importantes relacionados ao desenvolvimento de transtornos mentais comuns. Frente a isso o estudo de Faro (2015) avaliou o nível de autopercepção de estresse e distresse na cidade de Aracaju – SE. A amostra foi composta por 2135 adultos e os instrumentos utilizados foram a Escala de Faces (sete pontos). Os resultados apontaram que 15,1% dos participantes apresentaram distresse. Observou-se também que as pessoas com menor renda, de sexo feminino, tabagistas e aqueles que não praticavam atividade física, além de pontuarem mais na Escala de Faces, tiveram maiores chances de apresentar distresse. Em termos práticos, as mulheres apresentaram 1,6 vezes mais chances que os homens, de desenvolverem distresse, os tabagistas 2,2 vezes mais que os não tabagistas, sujeitos com renda superior a 10 salários mínimos 2,5 vezes menos e os que praticam alguma atividade física tem 1,4 menos chances de apresentar distresse. Assim, estudos como o de Faro (2015) são relevantes para o meio científico, pois, além de ajudar no rastreio de fatores ligados aos altos níveis de distresse, subsidiam intervenções na área a fim de reduzir os riscos e comorbidades relacionados aos distresse.
Dados retirados de:
FARO, André. (2015). Estresse e distresse: Estudo com a escala de faces em Aracaju (SE). Temas em Psicologia, 23(2), 341-354. doi: 10.9788/TP2015.2-0



quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Câncer de próstata é a doença que mais mata homens no Nordeste

Postado por Catiele Reis


            O vídeo abaixo aponta o câncer de próstata como a principal causa da mortalidade de homens no Nordeste. A justificativa encontrada para o número exacerbado de pessoas com a patologia é a resistência que muitos homens tem de fazer o exame do toque retal, que é uma das técnicas mais utilizadas para a identificação precoce da doença. Mas, o que interfere no comportamento de fazer o exame? Para responder a essa pergunta a Teoria da ação planejada e a Teoria da ação racional, teorias que visam predizer ou explicar comportamentos em saúde, tem sido importantes aliadas da psicologia para explicar e lidar com esse contexto. 


Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=gdJWHcXYuGk

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Estado de Pernambuco possui os índices mais altos de depressão do Nordeste

Postado por Brenda Fernanda


Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Pernambuco apresenta os índices mais altos de depressão da região Nordeste, com aproximadamente 434 mil pessoas diagnosticadas. A notícia pontua alguns sintomas do transtorno depressivo, como humor deprimido, perda do prazer e interesse pelas atividades cotidianas, redução ou aumento do apetite, insônia ou excesso de sono, bem como presença de pensamentos negativos, diminuição da capacidade de concentração, memória e atenção. Ressalta-se que a depressão é uma enfermidade que pode acometer pessoas de qualquer idade, sendo mais recorrente durante a adolescência. Deve-se destacar a importância da intervenção, tanto psicológica quanto psiquiátrica, nos casos de depressão, visto que esta é uma doença que causa sofrimento e incapacidade social e física e, em seus casos mais graves, pode levar até à morte.

Fonte: http://cremepe.org.br/2016/07/31/estado-e-campeao-de-depressao-no-nordeste/

De acordo com o IBGE, o Estado é campeão no número de pessoas acometidas por depressão no Nordeste. São 434 mil pernambucanos diagnosticados. Os jovens, a partir dos 18 anos, são os alvos mais comuns, já que a doença costuma ter os primeiros episódios na adolescência ou até mesmo na infância.Da lista de sintomas, dois são definidores no quadro da doença: o humor deprimido e a perda do prazer. “Alguns chegam a sofrer de desorientação por desinteresse. Não sabe que dia é, que momento do mês. Uma baixa na serotonina e uma série de fatores hormonais cognitivos, contamina a forma de pensar. A pessoa pensa sempre negativamente. Acredita que tudo de ruim vai acontecer a ela”, detalha o presidente da Associação Pernambucana de Psiquiatria, Everton Sougey.Os pacientes também podem ter uma redução de apetite, em 70% dos casos, ou aumento, nos outros 30%. Além dos sintomas físicos, há a sensação de ansiedade e angústia.Na lista dos sintomas cognitivos, há a diminuição da capacidade de concentração, memória e atenção.O diagnóstico, explica, começa com o descarte de doenças clínicas que geram cansaço físico, insônia e desânimo. “A depressão pode ser confundida com viroses, como a mononucleose, ou como hipotireoidismo. Mas os sintomas não passam com o descanso. E quando se faz uma análise detalhada da vida do paciente encontra se algum indício da origem desse mal-estar. É uma análise clínica completa com estudos complementares.”Na pele
Do primeiro bullying à tentativa de suicídio se passaram menos de 15 anos. Os apelidos inventados pelos próprios irmãos minavam a autoestima dele e o faziam acreditar que era incapaz de qualquer felicidade. De ter amigos. Chegou a passar cinco dias sem sair do quarto, negligenciando a higiene e a alimentação. Foi encontrado no chão do quarto, inconsciente, depois de a depressão levá-lo a ingerir mais de 50 comprimidos para dormir. Francisco*, hoje com 39 anos, começou a sentir os efeitos da depressão na adolescência.Tirava boas notas na escola e era paquerado, mas não sentia que ele era suficiente. “Eu notava os olhares, mas não me sentia bonito, não me sentia capaz. Quando comecei a minha primeira faculdade foi que a situação ficou mais séria. Me sentia constantemente mal, como se fosse desmaiar. Era uma dor que não tinha lugar no corpo”, explicou.Procurou um neurologista, e passou a tomar um estabilizador de humor, mas não houve resultado. As emoções variavam sem razão e ele chorava por motivos banais. Posteriormente, teve ajuda psiquiátrica. Remédios para dormir e cápsulas de serotonina foram incorporados à sua rotina. “O começo é doloroso, o psiquiatra vai direto na ferida. Não é fácil. É muito importante ter paciência, respeitar seu momento e sentimentos, porque a melhora é progressiva. A terapia e os medicamentos permitem que você se supere aos poucos.”Dez anos depois da tentativa de suicídio, Francisco, recuperado, enxerga a doença e a cura como definidores da pessoa que se tornou. “Foi uma época escura, mas importante e eu faço questão de não esquecer. Naquele dia morreu quem precisava morrer para que eu renascesse como alguém mais seguro e confortável comigo mesmo”, refletiu. “Procurar um profissional de saúde é importante, porque muitos não têm uma segunda chance, como eu tive.”Everton Sougey reconhece o sentimento de Francisco como uma etapa comum entre os pacientes que se curam. “As pessoas se sentem voltando à vida quando os sintomas da depressão passam. É como se diz: só sabe quem passa”, conta.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Doação de órgãos entre adolescentes de Recife - PE

Resenhado por Laís Santos


Monteiro, A.M.C., Fernandes, E.C., Araújo, E.C., Cavalcanti, A.M.T.S., & Vasconcelos, M.G.L. (2011). Doação de órgãos: Compreensão na perspectiva de adolescentes. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 11(4), 389-396.

A doação de órgãos é uma prática comum que vem sendo aperfeiçoada ao longo dos anos, ajudando a melhorar a qualidade de vida de muitos cidadãos. Ao passo que se cresce o número de inovações tecnológicas e científicas, as práticas profissionais também são afetadas e as equipes passam a trabalhar cada vez mais em conjunto para ofertar o melhor cuidado possível. Especificamente em relação à doação de órgãos, mesmo com todos os avanços, existe um grande montante de transplantes que não são efetivados, seja pela recusa familiar ou até pela incompatibilidade entre doador e receptor.
Estudar a doação de órgãos entre adolescentes parece ser uma opção vantajosa, ao passo que se entende que estes podem ser os potenciais doadores no futuro, ou mesmo, influenciar familiares e amigos sobre a importância de doar órgãos. Frente a isto, o estudo em questão avaliou a percepção de 13 adolescentes estudantes do ensino médio da cidade de Recife (PE) sobre a doação de órgãos. A pesquisa teve caráter descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa. Utilizou-se um roteiro semiestruturado com duas perguntas, uma sobre o que o adolescente entende quanto à doação de órgãos e o que ele pensava sobre a doação de seus órgãos e os de seus familiares.
No total, a amostra foi de 11 meninas, todos os 13 de Recife (PE) e estavam no terceiro ano do ensino médio. Ao analisar o conteúdo das entrevistas, observou-se a presença de quatro categorias: 1) Concepções que podem salvar vidas; 2) Conhecimentos revelados; 3) Sentimentos facilitadores e complicadores à doação de órgãos; 4) Outras influências que repercutem na decisão de doar órgãos.
Os dados analisados chamam a atenção para a expressão de que a doação de órgãos está associada ao salvamento de várias vidas. Ademais, também notou-se a presença do desejo altruísta de ajudar o outro e a solidariedade, que pode vencer a dor de perder um familiar. Observou-se também que os conhecimentos dos entrevistados estavam baseados na ciência, e até mesmo em suas experiências e influencias do meio. A respeito do acesso à informação, sabe-se que o conceito de morte encefálica é um tema bastante complexo, que gera muitas dúvidas para familiares e potenciais doadores. Assim, ressalta-se a importância de que as equipes profissionais estejam bem preparadas, de modo a prestarem todas as informações necessárias à população. Além disso, vê-se a necessidade de pesquisas, campanhas e programas de conscientização direcionadas não apenas ao público adulto, como também aos adolescentes – potenciais doadores a longo prazo.
Com isso, apesar dos grandes avanços, ainda há a necessidade de se investir em treinamento das equipes profissionais, bem como na oferta de informações de qualidade que possam orientar os familiares sobre todo o processo da doação de órgãos. Com uma maior conscientização da população, estima-se que mais cidadãos venham a manifestar o seu desejo de serem doadores, fator que pode ser decisivo na hora de a família autorizar o transplante.