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quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Estresse e estressores na pós-graduação: Estudo com mestrandos e doutorandos no Brasil

Postado por Milena Bahiano

Faro, A. (2013). Estresse e estressores na pós-graduação: Estudo com mestrandos e doutorandos no Brasil. Psicologia: Teoria e Pesquisa29, 51-60. doi.org/10.1590/S0102-37722013000100007

Por vezes, a tensão e pressão exercidas em mestrandos e doutorandos podem vir a contribuir para o aumento dos níveis de estresse na pós-graduação e comprometer o desempenho e saúde mental dos pós-graduandos. Nesse ambiente, os elementos estressores podem se associar às expectativas criadas em relação ao futuro profissional, à tentativa de conciliação do tempo entre os estudos e a vida pessoal, bem como o lidar com a limitação de recursos financeiros e cumprimento dos prazos instituídos pelos programas de pós-graduação.  
Em 2010, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) apontou o crescimento dos números de cursos de pós-graduação stricto sensu no Brasil, e o consequente aumento do quantitativo de mestres e doutores titulados no país. Resultante ao crescimento do número de pesquisadores e estudantes de mestrado e doutorado, nota-se também no cenário brasileiro, o aumento de produções científicas em diversas áreas do conhecimento. Em geral, para a qualificação e manutenção de um programa de pós-graduação stricto sensu torna-se importante para os orientandos, orientadores e coordenadores de curso a elaboração e produção crescente de materiais bibliográficos.
O objetivo do presente estudo foi identificar os principais estressores na pós-graduação e apontar os índices e variáveis relacionadas ao estresse em mestrandos e doutorandos no país. Participaram 2.157 estudantes de programas de pós-graduação stricto sensu no Brasil, sendo 61,9% mestrandos e 38,1% doutorandos. Quanto à instituição pertencente, 66,1% (n = 1425) dos participantes eram de universidades federais, 28,4% (n = 613) de universidades estaduais, 3,4% (n = 74) de instituições privadas e 2,1% (n = 45) advindos de institutos de pesquisa. O sexo feminino compôs 71% da amostra. Os instrumentos utilizados foram a Escala de Estresse Percebido, uma lista abarcando 28 prováveis estressores na pós-graduação, bem como coleta de dados sociodemográficos.
Dentre os resultados apontados, os principais estressores foram descritos por uma Escala de Preocupações e o Indicador de dificuldades que puderam contribuir na testagem dos efeitos preditivos dos elementos estressores sobre o estresse. A partir dessa análise, tempo, recursos financeiros, supervisão e desempenho foram apontados como os maiores estressores na pós-graduação. Entre os dados apresentados sobre o estresse, observou-se que 22,6% dos pós-graduandos apresentaram nível muito alto de estresse, e no nível alto, o percentual foi de 24,2%. Portanto, esse dado indica um índice significativo de 46,8% de estudantes com estresse percebido na pós-graduação, que podem apresentar problemas no desempenho e agravos psicológicos devido à vivência constante do estresse na pós-graduação. 

Saúde mental do trabalhador e a necessidade de práticas de preventivas

Postado por Gabriela de Queiroz Cerqueira Leite

No mundo contemporâneo, é comum que o emprego seja o centro da vida de muitas pessoas, no entanto, isto tem se tornado um problema crescente no Brasil e no mundo. No Brasil, no intervalo de 2012 à 2016 constatou-se mais de 55 mil afastamentos do trabalho devido a diagnósticos de algum transtorno psicológico, sendo os transtornos de ansiedade e depressão responsáveis por mais de 27 mil destes afastamentos. Com base nestes dados, o adoecimento mental passa a ser 3ª causa de auxílios-doença e aposentadoria por invalidez no Brasil.

Alguns fatores podem ser considerados as principais causas de tais transtornos: cargas de trabalho excessivas; falta de clareza na definição das funções; falta de participação do trabalhador na tomada de decisões que lhe afetam diretamente; má gestão de mudanças organizacionais; insegurança laboral; comunicação ineficaz; falta de apoio da parte de chefias e colegas e, por fim, assédio psicológico ou sexual e violência de terceiros.

Diante do número crescente de diagnósticos nesta parcela da população, algumas estratégias de promoção e prevenção a saúde foram propostas pelo Ministério do Trabalho, tais como: treinamento de lideranças e trabalhadores para a melhora contínua da comunicação e das relações interpessoais, iniciativas de redução de estresse – ginástica laboral e atividades de relaxamento , investimento em alimentação saudável, lazer e cultura nos períodos de folga, e principalmente a oferta de uma equipe de apoio especializada, para realizar orientação, diagnóstico e tratamento precoces aos colaboradores das instituições, de forma que se sintam mais confortáveis e envolvidos em seus ambientes de trabalho.

Além destas propostas que devem ser adotadas por parte dos empregadores, é de extrema importância que o trabalhador contribua para ter uma rotina mais saudável. Para isto, recomenda-se que profissional observe se os fatores de risco citados estão presentes em sua rotina, se existem casos de transtorno mental acometendo os colegas; e se achar que sua saúde mental estar em risco, procurar ajuda profissional o quanto antes.

É importante salientar que mesmo mantendo hábitos saudáveis no ambiente de trabalho, não se deve descartar uma rotina de vida que priorize a saúde mental, mantendo a prática de atividades físicas, alimentação balanceada, horas reservadas para o lazer e a manutenção de relacionamentos saudáveis entre familiares e amigos.




 


sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

O que é psicoterapia e como ela pode te ajudar?

Postado por Brenda Fernanda

            Ainda hoje, discute-se sobre o papel da psicoterapia e sobre os estigmas relacionados a ela. No contexto em que vivemos, percebe-se que tal procedimento se torna cada vez mais necessário, fazendo-se importante compreender melhor essa ferramenta de ajuda e desmistificar algumas crenças sobre ela. O papel do psicólogo basicamente é o de auxiliar uma pessoa que está em sofrimento a melhorar seu enfrentamento para lidar com os momentos de adversidade, de modo a retornar ao seu estado saudável e produtivo.   



Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=M3rhCabFuuI






quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Por que não buscar terapia? O papel do estigma e sintomas psicológicos em universitários

Resenha por Brenda Fernanda

Baptista, M. N., & Zanon, C. (2017). Why not seek therapy? The role of stigma and psychological symptoms in college students. Paidéia (Ribeirão Preto), 27(67), 76-83. doi:10.1590/1982-43272767201709

Ainda que a opção por buscar terapia possa trazer benefícios e reduzir o sofrimento psicológico, alguns fatores podem funcionar como barreiras neste processo, como, por exemplo, o estigma (pessoal e advindo dos outros), o medo da autoexposição, entre outros. O presente estudo investigou quais são as variáveis descritas na literatura como preditoras de busca por terapia, bem como a associação entre essas variáveis e a estigmatização de sintomas depressivos, ansiosos e de estresse.
Muitas vezes as pessoas deixam de procurar ajuda porque acreditam que podem resolver seus problemas sozinhas ou pensam que a terapia não vai atingir o efeito esperado. Além disso, muitos se preocupam também com o estigma associado àqueles que fazem terapia, sendo esta uma das principais barreiras para a busca de ajuda terapêutica.
Participaram do estudo 272 estudantes universitários do curso de Psicologia, sendo 81,2% da amostra de mulheres e 52,5% provenientes de instituições particulares. Os instrumentos utilizados estavam relacionados com as temáticas de estigma, atitudes e crenças relacionadas à busca por ajuda psicoterapêutica, bem como escalas sobre depressão, ansiedade e estresse.
Observou-se que sentimentos como vergonha, auto-culpabilização e inadequação social desempenham um papel importante na dificuldade de pedir ajuda, o que pode significar que pessoas com essas características apresentem maiores dificuldades nas relações interpessoais e, uma vez que a terapia demanda um relacionamento íntimo, de troca de informações, torna-se mais difícil para tais indivíduos buscá-la.
Os resultados indicaram que as intervenções para aumentar a busca de terapia devem se concentrar no desenvolvimento de uma atitude positiva em relação à procura de ajuda psicoterapêutica, de modo a desmistificar possíveis estigmas quanto ao papel do psicólogo ou da terapia, uma vez que existe a crença de que só se procura ajuda profissional quando se está ‘louco’ ou com sérios problemas. Pessoas ‘normais’ e saudáveis também passam por problemas e às vezes necessitam de ajuda para enfrentar tais situações, e não há nada de errado nisso. 

domingo, 14 de janeiro de 2018

Saúde Mental na universidade e a necessidade de discuti-la

Postado por Brenda Fernanda

Diante das diversas notícias e evidências que têm sido veiculadas acerca do sofrimento psíquico dos estudantes, torna-se fundamental abrir a discussão para a necessidade de cuidado com a nossa saúde mental. Existem diversos fatores que influenciam na ausência de busca por ajuda ou tratamento, mas a falta de conhecimento e a estigmatização sofrida por portadores de transtornos mentais são alguns deles. A intervenção da psicologia nesses casos é essencial, tanto no que diz respeito à psicoeducação, prevenção e promoção de saúde, quanto no que concerne ao suporte ao indivíduos já adoecidos.

     Fonte da imagem: Drama Universitário

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Instituído o Janeiro Branco em Sergipe

Postado por Brenda Fernanda

A página do Conselho Regional de Psicologia de Sergipe (CRP-19) divulgou a notícia de que Janeiro agora integra o calendário oficial de eventos do Estado como mês dedicado à realização de ações educativas visando a difundir a importância da prevenção e promoção da Saúde Mental. No Brasil, o Estado de Sergipe é o segundo a instituir o Janeiro Branco.
A campanha do Janeiro Branco foi criada com o intuito de evidenciar a necessidade de se discutir aspectos relacionados à nossa saúde emocional e psicológica, e possui o objetivo de proporcionar maior discussão e visibilidade acerca do tema da Saúde Mental, bem como facilitar o acesso à população sobre informações que dizem respeito à importância do cuidado com nossa saúde psicoemocional.


Janeiro agora integra o calendário oficial de eventos do Estado de Sergipe como mês dedicado a realização de ações educativas para a difusão da importância da prevenção da saúde mental.  A Lei Nº 8.257, de 18 de Julho de 2017, proposta pela Deputada Estadual Ana Lúcia Menezes, foi sancionada pelo vice Governador Belivaldo Chagas e publicada no Diário Oficial do Estado em 25 de julho de 2017.
A lei estimula ações de mobilização em torno do tema, ainda tabu para sociedade, e incentiva atividades integradas com o intuito de chamar atenção para os cuidados com a saúde mental em todas as etapas da vida como condição para viver satisfatoriamente em sociedade.
Além disso, sugere a instalação em prédios públicos estaduais, inclusive na Assembleia Legislativa, de iluminação em branco e aplicação do símbolo da campanha ou em sua sinalização, de forma a remeter atenção ao tema durante o mês de janeiro.
A lei estabelece ainda, diretrizes para ações Integradas envolvendo a população, órgãos públicos, instituições públicas e privadas, visando ampliar o debate sobre o programa sobre ponto de vista social e Educacional estimulando o desenvolvimento de ações programas e projetos na área de educação e prevenção.
No Brasil, o Estado de Sergipe é o segundo a instituir o Janeiro Branco. No mês de maio de 2017, o governo de Pernambuco incluiu as atividades de promoção à saúde mental no calendário estadual.  Outros 17 municípios elegeram o mês de janeiro para chamar atenção para prevenção e cuidados à saúde mental: Rio Branco (AC), Matriz de Camaragibe (AL), Vitória de Santos Antão (PE), São Paulo (SP), Maringá (PR), Itaguaí (RJ), Cajazeiras (PB), Juiz de Fora (MG), Itumbiara (GO), Goiânia (GO), Campinas (SP), Uberlândia (MG), Campo Grande (MS), Flores da Cunha (RS), Manaus (AM), Sombrio (SC) e Teresina (PI).  Projetos da mesma natureza tramitam, ainda, em casas legislativas em diversos Estados e municípios brasileiros.