Resenhado por Brenda Fernanda
Silva,
S. A., Lucena, K. D. T., Deininger, L. S. C., Coelho, H. F. C., Vianna, R. P.
T., & Anjos, U. U. (2015). Análise da violência doméstica na saúde das
mulheres. Journal of Human Growth and
Development, 25(2), 182-186. doi:10.7322/jhgd.103009
O artigo se inicia conceituando a violência
contra a mulher como danos causados à saúde física e mental da vítima, não estando
ligada apenas à violência física, mas também à violência psicológica e à ideia
de submissão, culturalmente enraizada nas relações de gêneros, em que o homem se
comporta como ser dominante e a mulher um ser inferior. Nesse sentido,
ressalta-se que a violência doméstica traz prejuízos para a saúde, vida social
e psíquica dessas mulheres, constituindo-se como um problema de saúde pública
de grande magnitude no mundo inteiro.
A pesquisa de campo exploratória e descritiva,
com abordagem qualitativa, foi realizada no município de João Pessoa, com 406
mulheres maiores de 18 anos. Utilizou-se como instrumento entrevista contendo questões
abertas que avaliaram o entendimento das mulheres em relação à violência contra
a mulher, os tipos de violência conhecidos, se já foram vítimas de algum tipo
de violência e se perceberam algum agravo à saúde após os episódios de agressão.
Como resultado, observou-se que 40% das
mulheres afirmaram ter sofrido violência. Com relação aos tipos de violência,
67% relatou ter sofrido violência psicológica e 33% violência física e
psicológica. No que concerne às consequências à saúde percebidas após o ato de
violência, as respostas relacionaram-se a insegurança, estresse, depressão, dificuldades
em novos relacionamentos e até mesmo dificuldades no sono. Algumas mulheres
atribuíram sintomas físicos à violência sofrida, tais como: dores de cabeça,
desconfortos na coluna cervical, náuseas frequentes, tonturas e picos hipertensivos.
Mulheres que sofrem violência doméstica apresentam
tanto consequências psicológicas quanto físicas a curto e longo prazo. Além dos
sintomas supracitados, outras variáveis podem ser agregadas, como a redução da
qualidade de vida e comprometimento do sentimento de satisfação com a vida, o corpo,
a vida sexual e os relacionamentos interpessoais. Nesse sentido, discute-se
sobre a necessidade de discussão sobre a violência doméstica tanto nos serviços
de saúde quanto na comunidade, a fim de que tanto profissionais quanto o
público em geral possa compreender o fenômeno. Além disso, é imprescindível a
intervenção frente aos casos de violência contra a mulher, visando à promoção
melhor enfrentamento diante das consequências da violência sofrida, bem como
dando visibilidade aos agravos e dialogando sobre a emancipação de gênero e o
empoderamento das mulheres.
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