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quinta-feira, 11 de julho de 2019

Contribuições da Psicologia do Envelhecimento para as práticas clínicas com idosos


Batistoni, S. S. T.(2009). Contribuições da Psicologia do Envelhecimento para as práticas clínicas com idosos. Psicologia em Pesquisa - UFJF, 3(02), 13-22.
Resenhado por Iracema R.O. Freitas

A psicologia do envelhecimento tem por objetivo compreender os processos posteriores à vida adulta, como a cognição, relações sociais, afetos, metas desenvolvimentais e adaptação. Anteriormente, a psicologia seguia um modelo que restringia a comparação etária (jovens e idosos), no qual a velhice era apenas considerada como um estágio desenvolvimental, e em que se faziam necessárias estratégias de adaptação, integração e aceitação da morte. Após um refinamento metodológico, adotou-se o paradigma life-span de compreensão do desenvolvimento humano, considerando a heterogeneidade intra e interindividual do envelhecimento, as influências socioculturais, socieconômicas, psicossociais e biológicas que atuam ao longo de toda a vida do individuo.
O processo de envelhecimento tem mobilizado várias áreas da psicologia como a psicologia do desenvolvimento, a psicologia social, a psicologia clínica e a psicologia do trabalho e das organizações, que têm buscado revisar e atualizar formas de atuar a fim de atender às demandas advindas dessa fase da vida. Os avanços dessas áreas favoreceram outras áreas voltadas para atenção ao idoso, como por exemplo, a gerontologia, que pôde se beneficiar do saber psicológico. A psicologia cognitiva, a psicologia da aprendizagem e a psicometria vêm buscando descrever e explicar tanto os processos de declínio, quanto os de manutenção, bem como o desenvolvimento em determinados domínios psicológicos específicos da velhice.
O artigo apresenta uma revisão teórica acerca de alguns avanços a respeito da relação entre envelhecimento e psicologia, além das implicações clínicas tanto para a psicologia quanto para a gerontologia. Segundo os autores, as práticas psicológicas receberam a contribuição teórica de quatro modelos clássicos, são eles: (1) a teoria SOC – teoria da seleção, otimização e compensação de Baltes; (2) a teoria da seletividade socioemocional, (3) a dependência aprendida, e (4) o construto de qualidade de vida na velhice de Lawton. No campo clínico, o paradigma life-span enfatiza a necessidade dos psicólogos se familiarizarem com as mudanças cognitivas, problemas de vida diário dos idosos, características psicopatológicas e metodologias de avaliação que tornem o cuidado mais preciso e eficaz.
A psicologia da saúde compreende que, para que haja um acompanhamento da população idosa, torna-se necessário observar certas peculiaridades, tais como os contextos em que vivem, por exemplo, se são institucionalizados ou não, as limitações decorrentes de desgastes físicos naturais ou decorrentes de doenças crônicas, a condição de saúde mental e outras variáveis que possam ser relevantes para o atendimento clinico.

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