A saúde de professores universitários da Paraíba

Resenhado por Mariana Menezes

Coêlho, R. D. F. N., de Sousa, F. L., & Coêlho, I. N. (2016). A saúde de professores universitários no sertão nordestino–Brasil: Investigando suas características clínico-comportamentais. Mneme-Revista de Humanidades, 17(38), 83-102.

A profissão docente é considerada uma das mais antigas em todo o mundo. No entanto, a categoria enfrenta muitos problemas para exercer o seu trabalho. Algumas das dificuldades enfrentadas pelos professores dizem respeito à imposição de metas produtivistas, sobrecarga, prolongamento e intensificação da jornada de trabalho e precarização das condições de trabalho. Tais fatores parecem estar diretamente ligados à danos para a saúde física e mental dos docentes.
Nesse sentido, essa pesquisa buscou avaliar a saúde de professores efetivos de uma Instituição Federal de ensino localizada no sertão da Paraíba através da análise de características clínico-comportamentais e da qualidade de vida (QV).
Participaram do estudo 240 docentes sendo que 81,3% tinham menos de 50 anos, 52,2% eram do sexo masculino e 60% eram brancos. Os instrumentos utilizados foram: Questionário Sociodemográfico, Medical Outcomes Study 36, Escala de Resiliência e Entrevista Diagnóstica M.I.N.I Plus (Mini Internacional Neuropychiatric Inerview).
Os resultados indicaram que: 1. A população de professores estudada apresentou alta pontuação em todos os domínios de Qualidade de Vida. 2. Maior tempo na docência esteve relacionado com maior comprometimento nos domínios Estado Geral de Saúde e Capacidade Funcional. 3. Foi evidenciada alta pontuação para resiliência nos professores avaliados. 4. Episódio Depressivo Maior (EDM), Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e Transtorno Misto de Ansiedade e Depressão foram os transtornos mais frequentes. 5. Resiliência e QV não se mostraram associadas aos transtornos mentais.
A elevada qualidade de vida pode ter explicação no nível de escolaridade da amostra, pois devido ao conhecimento, os professores poderiam estar menos vulneráveis a problemas climáticos e sociais característicos do sertão nordestino, ou seja, estariam menos vulneráveis às condições ambientais e sociais adversas próprias da região capazes de afetar a QV. Além disso, outra possível explicação para os resultados encontrados pode ser o uso de estratégias de enfrentamento ante aos acontecimentos adversos da vida.

Portanto, visando à criação de programas de suporte aos professores universitários do nordeste, a pesquisa promoveu melhor conhecimento a cerca da saúde desses profissionais uma vez que contribuiu para a detecção de aspectos que podem comprometer a saúde deles. 

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