Health-related quality of life in preschool children with Type 1 diabetes


Postado por Ariane de Brito



A relação entre saúde e qualidade de vida em crianças pré-escolares com diabetes tipo 1 foi investigada no presente artigo em comparação com crianças sem a doença. Sabe-se que a qualidade de vida em relação a saúde deve ser monitorada como parte do resultado do tratamento de crianças com diabetes tipo 1 e por esse motivo procurou-se descrever essa relação com os aspectos de tratamento com insulina e o controle glicêmico das crianças.
Participaram do estudo 24 crianças diabéticas tipo 1, sendo 12 meninas e com idade média de 4,5 anos, e 27 crianças sem a doença, entre as quais 14 serão meninas e com média de idade de 4,6 anos. Os critérios de inclusão foram: ter idade superior a 7 anos, ter diabetes há no mínimo 3 meses e ser paciente da clínica de diabetes pediátrica de Gotemburgo. Os pais das crianças autorizaram previamente a participação delas na pesquisa, e estas foram informadas sobre o estudo verbalmente.
Sobre os instrumentos foi utilizado o Pediatric Quality of Life Inventory 4.0 Generic Core Scales, instrumento que avalia a qualidade de vida relacionada a saúde e validado numa amostra de crianças suecas. As crianças diabéticas ainda responderam o Pediatric Quality of Life Inventory 3.0 Type 1 Diabetes Module Scales. Ambos os questionários são indicados para crianças com idades entre 2 e 18 anos (grupos etários: 2-4, 5-7, 8-12 e 13-18 anos), mas, para crianças de 2 a 4 anos, apenas relatos dos pais são incluídos.
Além disso foram medidos os níveis de hemoglobina glicada (HbA1c) utilizando o DCA Vantage (Siemens Healthcare Diagnostics Inc., Tarrytown, NY, USA), a altura e o peso das crianças, as memórias do glicosímetro enviados em intervalos e os dados sociodemográficos dos pais e da criança. Para análise de dados foram realizados os testes estatísticos ANOVA e Qui-quadrado através do programa estatístico SPSS v.19. O nível de significância adotado em todas as análises foi de p <0,05.
Quanto aos resultados, observou-se que crianças diabéticas com idade menor que 7 anos apresentaram menores índices de qualidade de vida relacionada a saúde quando avaliada pelos pais em comparação com a avaliação feita pelos pais das crianças do grupo controle. A diferença foi ainda maior em crianças menores de 5 anos. Entre os pais de crianças com diabetes tipo 1, 22,0% avaliaram a qualidade de vida do filho no nível de preocupação.
Houve correlação entre a qualidade de saúde específica para diabetes e de vida, tanto com a autoavaliação por parte da criança (r = 0,75, p = 0,01; n = 10) e, com a avaliação feita pelo pai (r = 0,77, p = 0,0004, n = 23), confirmando a validade convergente do instrumento. As crianças diabéticas tipo 1 apresentaram significativamente menor qualidade de vida relacionada à saúde do que as crianças sem a doença, tendo ocorrido o mesmo resultado entre as avaliações dos pais de ambos os grupos. Mesmo com a estratificação do grupo por faixa etária (< 5 anos e ≥ 5 anos), o resultado permaneceu estatisticamente significativo.
Não foram observadas correlações significativas entre os aspectos de tratamento (modo de administração de insulina, número de valores de glicose no plasma, HbA1c, hiperglicemia, hipoglicemia, variabilidade glicêmica ou IMC) com a qualidade de vida relacionada a saúde. Também não houve diferenças entre qualidade de vida e escolaridade dos pais, condição de migrante ou coabitação dos pais, entre as crianças diabéticas.

De modo geral, os dados sugerem que a qualidade de vida relacionada com a saúde atual das crianças muito mais jovens (< 5 anos) com diabetes merece atenção, especialmente de como a percepção dos pais pode afetar a adaptação da criança à condição e a vida cotidiana. Apesar do estudo ter sido realizado uma amostra considerada pequena, o grupo controle utilizado foi muito semelhante em idade e em distribuição por sexo com o grupo de estudo. Novos e maiores estudos são necessários para a investigação de possíveis correlações entre fatores socioeconômicos e fatores relacionados ao tratamento e qualidade de saúde de vida em crianças com diabetes tipo 1.

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