Prevalencia de trastornos de ansiedad y depresión en una muestra de personas mayores residentes en la comunidad.

Resenhado por Laís Santos


Cerrato, M. I.,, Benítez, N. ,R., Baltar, L. A. &,&, González, M. M. (2001). Prevalencia de trastornos de ansiedad y depresión en una muestra de personas mayores residentes en la comunidad. MAPFRE MEDICINA, 12,19-25.

Os transtornos de ansiedade são transtornos comuns em todas as faixas etárias. Com relação à população idosa, eles parecem ser mais comuns que os transtornos de humor, ao contrário da crença de alguns profissionais a respeito. Porém, faltam estudos de caráter epidemiológico que analisem a população idosa, a fim de dar um parecer mais conciso acerca da prevalência dos transtornos de ansiedade nessa população.
Um estudo realizado com idosos estimou que 17,0% dos homens e 21,5% das mulheres apresentavam ansiedade em um nível grave, necessitando, assim, de intervenção. Em uma revisão sistemática de vários estudos epidemiológicos, conclui-se que 10,0% a 20,0% dos idosos apresentam sintomas expressivos de ansiedade.
Entre os transtornos de ansiedade, o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é certamente o mais comum entre os idosos. A principal característica do TAG é a de corresponder a uma preocupação exagerada e incontrolável sobre diversos temas do dia-a-dia, ou seja, não há um foco específico.
Desse modo, o presente estudo buscou identificar a prevalência de ansiedade em um grupo de idosos selecionados por amostragem aleatória. Buscou, também, ressaltar a importância dos transtornos de ansiedade e dos vários distúrbios que podem estar associados a eles, bem como, o sofrimento acarretado na vida desses sujeitos.
            Assim, a amostra foi composta por 109 idosos, 41,3% homens e 58,7 % mulheres. Os dados foram coletados, em sua maioria, no Clube de Pessoas Idosas Reina Sofía, lugar que concentra todas as atividades organizadas para os idosos, localizado em Majadahonda, Espanha.  Os outros sujeitos que por algum motivo não puderam ser entrevistados no Clube, foram entrevistados em suas residências. AAs entrevistas foram realizadas de modo individual. Todos responderam a uma entrevista geral, a fim de coletar dados sociodemográficos; a uma entrevista semi-estruturada, baseada nos critérios diagnósticos do DSM-IV; a um Inventário de Preocupação Penn (PSWQ) e a Escala de Depressão Geriátrica, assim como ao mini exame do estado mental (MEC), a fim de excluir possíveis indivíduos com distúrbios cognitivos.
            Os resultados apontam que os três transtornos de ansiedade com maior prevalência foram o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) 7,2%; fobia específica 4,2% e transtorno do pânico com agorafobia 1,0%. Além disso, 4,4% da amostra atendeu aos critérios do DSM-IV, pelo menos em um transtorno de ansiedade ou estado humor. Mais especificamente, 11,3% apresentavam um ou mais transtornos de ansiedade e 8,2% apresentavam algum transtorno de humor.
             O transtorno com maior comorbidade é o TAG, com uma taxa de 57,1% de comorbidade com depressão. Além disso, 4,1% de indivíduos apresentaram ansiedade sub-clínica e outros 6,2% depressão sub-clínica. Desse modo, entende-se que os índices significativos de ansiedade e depressão sub-clínica revelam que há um sofrimento expressivo na vida desses sujeitos.

            Por fim, esse estudo nos revela que tanto os problemas emocionais, em geral, quanto à ansiedade, em particular, podem gerar problemas mais graves na vida desses idosos. Além disso, é evidente a relação próxima da ansiedade crônica e da depressão, ratificando a ideia da existência da comorbidade entre ansiedade e depressão. Em suma, ainda faltam estudos que dêem um panorama mais específico quanto à incidência de ansiedade de modo geral. Assim, com a existência de estudos mais concisos, poderá se criar novos mecanismos de prevenção e tratamento mais eficazes e mais adequados para as especificidades da população idosa.

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