Fatores relacionados à saúde da mulher no puerpério e repercussões na saúde da criança.
Resenhado por Laís Santos
Andrade,
R. D., Santos, J. S., Maia, M. A. C., & Melo, D. F. (2015). Fatores relacionados à saúde da mulher no puerpério
e repercussões na saúde da criança. Escola Anna Nery, 19(1), 181-186. doi: 10.5935/1414-8145.20150025
O puerpério é um período de intensas transformações
físicas e psíquicas na vida da mulher. Ele compreende o período de seis a oito
semanas após o parto e se subdivide em três etapas de acordo com o espaço
temporal: imediato (1º ao 10º dia), tardio (11º ao 45º dia) e remoto (após o
45º dia). Com isso, a mulher precisa ser assistida de modo integral, visando à
sua totalidade, considerando assim, o contexto familiar e social no qual está
inserida. Por sua vez, os profissionais de saúde, cientes da importância dessa
fase, devem ofertar um cuidado de qualidade, visando abranger as necessidades
da mãe.
O artigo buscou refletir sobre a relação de alguns
fatores associados à saúde da puérpera e suas repercussões na saúde da criança,
através de uma revisão bibliográfica das publicações entre os anos de 2008 a
2012 contidas na base de dados do Ministério da Saúde e na plataforma SciELO. O
texto reflete a temática a partir de quatro temas.
O primeiro
deles é a impossibilidade de separar o cuidado da mãe e da criança. Além de o
puerpério ser um período importante para se trabalhar a prevenção de doenças e
a mortalidade das mães e crianças, é também um momento propício para se atentar
às adversidades às quais as famílias estão suscetíveis. Entre essas
adversidades, dá-se destaque as dificuldades socioeconômicas, tão presentes em
países subdesenvolvidos como o Brasil.
O outro aspecto ressaltado são os desafios do
aleitamento materno (AM). De acordo com o Ministério da Saúde, o AM deve ser
exclusivo no período de seis meses e aplicado como um complemento alimentar até
os dois anos ou mais. Contudo, a realidade brasileira mostra que apesar do alto
número de campanhas de conscientização, o índice de amamentação ainda está
muito abaixo do padrão esperado. Nesse período, a influência de fatores como a
adaptação à inclusão de mais um membro a família, conselhos diversos sobre o
modo correto de se amamentar a criança e influências ambientais, podem
interferir no período de aleitamento da criança.
O terceiro ponto é a importância do planejamento
familiar. Ressalta-se que um intervalo inferior a dois anos entre os partos
pode gerar riscos à próxima gestação. Associado a isto, acredita-se que as
famílias com menor renda são aquelas que tendem a ter o maior número de filhos
entre intervalos menores, aumentando os custos e diminuindo a possibilidade de
consumo, bem estar e qualidade de vida dessa família.
O último ponto se refere às taxas de morbidade das
mães e das crianças. Mesmo diante da redução das taxas de mortalidade infantil,
ainda existe relativa disparidade quanto às regiões brasileiras e as classes
sociais. Boa parte das taxas de mortalidade das mães e dos bebês pode ser
contornada diante de um serviço de qualidade durante o período puerpério, tanto
por profissionais do hospital quanto dos serviços de atenção primária e de
atenção secundária à saúde.
Em suma, o texto chama a atenção do leitor para a
importância do período puerpério em relação à saúde da mulher e
consequentemente às repercussões na saúde da criança. Conforme enfatizado, o
puerpério envolve tanto transformações físicas quanto psíquicas, exigindo assim
uma atenção multifacetada, que abranja a maior quantidade de aspectos
possíveis. À psicologia, cabe voltar o seu olhar para esta questão e produzir
conhecimento fundamentado e adequado que subsidie essas intervenções,
otimizando o bem estar da mulher, da criança e de todo o ceio familiar destas.
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