Bebês e crianças podem sofrer com doença mental, se não receberem tratamento

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Postado por Danielle Alves Menezes

Bebês e crianças podem sofrer graves distúrbios de saúde mental, mas em geral não são uma população suscetível de receber tratamento. Atitude contrária poderia evitar o surgimento de problemas no desenvolvimento, de acordo com pesquisa publicada pela American Psychological Association (APA). O perfil que associa idade mais tenra, pobreza e histórico de abuso enfrentam maior risco.
Uma barreira aos cuidados de saúde mental para crianças pequenas é “a difundida, mas equivocada, impressão de que as crianças não desenvolvem problemas de saúde mental e são imunes aos efeitos de traumas, de acordo com pesquisadores Joy D. Osofsky, PhD, da Universidade Estadual da Louisiana, e Alicia F. Lieberman, PhD, da Universidade da Califórnia, em San Francisco.
Contrariamente às crenças tradicionais de que as crianças não podem ter problemas de saúde mental “porque eles não têm vida mental”, até mesmo crianças pequenas podem reagir ao significado das intenções e emoções, pois elas têm suas próprias intenções rudimentares e emoções, de acordo com um artigo de Tronick e Marjorie Beeghly, PhD, da Wayne State University. O trauma pode ser um fator significativo no desenvolvimento de problemas de saúde mental, por isso os autores incentivam mais estudos sobre o impacto da vida cotidiana e interações contínuas entre crianças e pais ou outros cuidadores.
“As crianças elaboram sentido sobre si mesmas e sobre sua relação com o mundo de pessoas e coisas,”  afirmam Tronick e Beeghly, e quando essa “apropriação se dá de maneira danosa, pode levar ao desenvolvimento de problemas de saúde mental”. “Algumas crianças podem desenvolver o sentido de impotência e desesperança, podendo se tornar apáticas, deprimidas e retraídas. Outras podem se sentir ameaçadas pelo mundo e, por isso, tornarem-se hiper vigilantes e ansiosas.
Porque a saúde mental na primeira infância é alvo de poucos estudos, muitas vezes é difícil para os pais ou programas infantis encontrar suporte quando necessário, de acordo com Osofsky e Lieberman. Entretanto, muitas vezes esse cuidado não consegue ser ampliado pelo fato de que “as crianças mais novas, desde o nascimento até 5 anos de idade, sofrem desproporcionalmente altas taxas de maus tratos com consequências a longo prazo para a saúde física e mental, saúde pediátrica e os cuidadores raramente identificam ou procuram serviços de saúde mental”, de acordo com Osofsky e Lieberman. O estudo cita o Departamento de Saúde e Serviços Humanos estatísticas de 2008 e 2010 do Estados Unidos mostrando que 79,8% das crianças que morreram por conta de abuso e negligência tinham menos de 4 anos de idade, e que o primeiro ano de vida é o mais perigoso. O documento também examina o impacto da pobreza e salienta que estudos anteriores revelaram que “uma em cada cinco crianças em situação de pobreza tem um distúrbio de saúde mental diagnosticável”.
Com o objetivo de solucionar a questão, pesquisadores recomendam, sobretudo, melhora de estratégias de rastreio precoce para bebês e crianças com a finalidade de detectar problemas de saúde mental (como distúrbios de relacionamento, depressão e problemas de auto-regulação) e formar profissionais na área da saúde mental, pediatria, entre outras relacionadas para reconhecer os fatores de risco.



Fonte: http://www.apa.org/news/press/releases/2011/02/babies-mental-illness.aspx

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