Experiências Adversas na Infância e Tentativas de Suicídio em Adultos com Obesidade Mórbida.
Resenhado por Marcelle Mota
Maia, A. C. & Silva,
S. (2010). Experiências adversas na infância e tentativas de suicídio em
adultos com obesidade mórbida. Revista de
Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 32, 69-72.
A
relação entre transtornos alimentares e tentativas de suicídio foi corroborada
por diversos autores. De acordo com a literatura nos grupos de sujeitos com
transtornos alimentares de 13 à 31% dos sujeitos apresentam também como comportamento
distorcido e tentativas de suicídio. Apesar da seriedade do assunto, este tema
ainda é pouco abordado e debatido na prática clínica.
A
obesidade mórbida apesar de não se encontrar no DSM-IV - Manual de Diagnóstico
de Estatística das Perturbações Mentais - os fatores psicológicos estão
presentes neste crescente problema de saúde pública. No caso de mulheres obesas
a associação entre obesidade e tentativas de suicídio é ainda mais forte. Seja pelo estigma da obesidade ser mais forte entre as mulheres, seja pelos
fatores de riscos serem diversos entre ambos os sexos.
Este
artigo teve como objetivo a caracterização das adversidades da ontologia dos
sujeitos e as tentativas de suicídio entre um grupo de obesos mórbidos candidatos
à cirurgia bariátrica. A
pesquisa em questão se utilizou do instrumento o Questionário da História
de Adversidade na Infância, a coleta de dados foi na região norte de Portugal e
a análise desses dados foi realizada pelo software Statistical Package for the
Social Sciences (SPSS).
Diante dos resultados, o estudo obteve uma
prevalência de 25% dos sujeitos referente à tentativas de suicídio, sendo que
75% deste grupo já tentou mais de uma vez e é composto predominantemente por
mulheres. Percebeu-se também uma alta prevalência de adversidade na infância
destes sujeitos, cerca de 50%. As
adversidades consideradas neste questionário estão enquadradas nas categorias:
contra os indivíduo, apresentam ambiente familiar disfuncional e negligência
física e emocional.
O estudo corrobora com a
literatura ao verificar uma associação significativa entre tentativas de
suicídio e obesidade. A partir desta pesquisa percebe-se a necessidade do
acompanhamento médico e psicológico de forma longitudinal. A obesidade é um
problema de saúde frequente e crescente devendo-se ter uma atenção e cuidado especializado. O apoio psicológico, portanto, é de
suma importância no manejo adequado nas experiências e adversidades das pessoas
obesas na superação aos problemas derivados do estigma de ser muito acima do
peso ideal. As possíveis consequências deste estigma,
está a auto estima baixa que muitas vezes está atrelada a transtornos
depressivos.
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