Estado de Pernambuco possui os índices mais altos de depressão do Nordeste
Postado
por Brenda Fernanda
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, Pernambuco apresenta os índices mais altos de depressão da região
Nordeste, com aproximadamente 434 mil pessoas diagnosticadas. A notícia pontua
alguns sintomas do transtorno depressivo, como humor deprimido, perda do prazer
e interesse pelas atividades cotidianas, redução ou aumento do apetite, insônia
ou excesso de sono, bem como presença de pensamentos negativos, diminuição da
capacidade de concentração, memória e atenção. Ressalta-se que a depressão é
uma enfermidade que pode acometer pessoas de qualquer idade, sendo mais
recorrente durante a adolescência. Deve-se destacar a importância da
intervenção, tanto psicológica quanto psiquiátrica, nos casos de depressão,
visto que esta é uma doença que causa sofrimento e incapacidade social e física
e, em seus casos mais graves, pode levar até à morte.
Fonte:
http://cremepe.org.br/2016/07/31/estado-e-campeao-de-depressao-no-nordeste/
De acordo com o IBGE, o Estado é campeão no número de pessoas acometidas por depressão no Nordeste. São 434 mil pernambucanos diagnosticados. Os jovens, a partir dos 18 anos, são os alvos mais comuns, já que a doença costuma ter os primeiros episódios na adolescência ou até mesmo na infância.Da lista de sintomas, dois são definidores no quadro da doença: o humor deprimido e a perda do prazer. “Alguns chegam a sofrer de desorientação por desinteresse. Não sabe que dia é, que momento do mês. Uma baixa na serotonina e uma série de fatores hormonais cognitivos, contamina a forma de pensar. A pessoa pensa sempre negativamente. Acredita que tudo de ruim vai acontecer a ela”, detalha o presidente da Associação Pernambucana de Psiquiatria, Everton Sougey.Os pacientes também podem ter uma redução de apetite, em 70% dos casos, ou aumento, nos outros 30%. Além dos sintomas físicos, há a sensação de ansiedade e angústia.Na lista dos sintomas cognitivos, há a diminuição da capacidade de concentração, memória e atenção.O diagnóstico, explica, começa com o descarte de doenças clínicas que geram cansaço físico, insônia e desânimo. “A depressão pode ser confundida com viroses, como a mononucleose, ou como hipotireoidismo. Mas os sintomas não passam com o descanso. E quando se faz uma análise detalhada da vida do paciente encontra se algum indício da origem desse mal-estar. É uma análise clínica completa com estudos complementares.”Na pele
Do primeiro bullying à tentativa de suicídio se passaram menos de 15 anos. Os apelidos inventados pelos próprios irmãos minavam a autoestima dele e o faziam acreditar que era incapaz de qualquer felicidade. De ter amigos. Chegou a passar cinco dias sem sair do quarto, negligenciando a higiene e a alimentação. Foi encontrado no chão do quarto, inconsciente, depois de a depressão levá-lo a ingerir mais de 50 comprimidos para dormir. Francisco*, hoje com 39 anos, começou a sentir os efeitos da depressão na adolescência.Tirava boas notas na escola e era paquerado, mas não sentia que ele era suficiente. “Eu notava os olhares, mas não me sentia bonito, não me sentia capaz. Quando comecei a minha primeira faculdade foi que a situação ficou mais séria. Me sentia constantemente mal, como se fosse desmaiar. Era uma dor que não tinha lugar no corpo”, explicou.Procurou um neurologista, e passou a tomar um estabilizador de humor, mas não houve resultado. As emoções variavam sem razão e ele chorava por motivos banais. Posteriormente, teve ajuda psiquiátrica. Remédios para dormir e cápsulas de serotonina foram incorporados à sua rotina. “O começo é doloroso, o psiquiatra vai direto na ferida. Não é fácil. É muito importante ter paciência, respeitar seu momento e sentimentos, porque a melhora é progressiva. A terapia e os medicamentos permitem que você se supere aos poucos.”Dez anos depois da tentativa de suicídio, Francisco, recuperado, enxerga a doença e a cura como definidores da pessoa que se tornou. “Foi uma época escura, mas importante e eu faço questão de não esquecer. Naquele dia morreu quem precisava morrer para que eu renascesse como alguém mais seguro e confortável comigo mesmo”, refletiu. “Procurar um profissional de saúde é importante, porque muitos não têm uma segunda chance, como eu tive.”Everton Sougey reconhece o sentimento de Francisco como uma etapa comum entre os pacientes que se curam. “As pessoas se sentem voltando à vida quando os sintomas da depressão passam. É como se diz: só sabe quem passa”, conta.
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