Relações entre Autoestima e Sentido de vida: Estudo com amostragem domiciliar em Aracaju (SE)
Resenhado por Catiele Reis
Santos,
L.C., & Faro, A. (2015). Relações entre autoestima e sentido de vida:
Estudo com amostragem domiciliar em Aracaju (SE). Clínica e Cultura, 4(11),
54-69.
Conceitua-se a autoestima como a
avaliação positiva ou negativa que o indivíduo faz de si mesmo. Pode-se dizer
que a autoestima é um processo de autovaloração que envolve tanto a esfera
afetiva (sentimento), quanto a esfera cognitiva (pensamento), resultando em um
comportamento (ação) que objetiva a afirmação desse autovalor. Destaca-se a
importância do estudo da autoestima em momentos que o sujeito precisa
adaptar-se a um novo contexto, pois em contextos de alteração do status
adaptativo, a autoestima sofre o impacto dessas experiências, funcionando tanto
como moderador do ajustamento (aumentando ou reduzindo o impacto do estressor),
quanto sendo afetada pelo desfecho do enfrentamento (modificação da relação
self-percebido e ideal). Paralelamente à importância do estudo da autoestima
por seu valor adaptativo, outros fenômenos podem fazer parte desse escrutínio
da capacidade de ajustamento, sendo um deles o sentido de vida. Assim, o
presente estudo buscou: 1. Conhecer a distribuição social da autoestima e do
sentido de vida em uma amostra representativa da população, domiciliar e de
adultos; 2. Analisar as relações entre esses construtos e variáveis componentes
do perfil sociodemográfico e clínico dos participantes, e 3. Identificar as
principais variáveis associadas à autoestima e ao sentido de vida na amostra
pesquisada.
A amostra desse estudo foi composta por
646 indivíduos adultos entre 18 e 65 anos, residentes de 15 bairros na cidade
de Aracaju (SE), sendo que a amostra final alcançou margem de confiabilidade em
95%. Para avaliação da autoestima, aplicou-se a Escala de Autoestima de
Rosenberg, disponibilizada em Hutz e Zannon (2011) e para a avaliação do
sentido de vida foi utilizada a versão reduzida do Teste de Propósito de Vida
(PilTest-12), desenvolvido incialmente por Crumbaugh (1968), com 20 itens, e
adaptado em versão brasileira por Aquino (2009). Administrou-se também um
questionário Sociodemográfico.
Observou-se que houve associação entre
autoestima e sentido de vida, e em tal associação é estatisticamente esperado
que a significância se dê nos dois casos (com a autoestima ou o sentido de vida
como variável dependente). Entretanto, o presente estudo não aprofundou as
análises em vias de definir a possível retroalimentação da associação ou
direção causal, permitindo apenas a conclusão de associação de dupla-via entre
os construtos. Assim, sugere-se que sejam conduzidos futuramente estudos
longitudinais, por exemplo, para fins de aprofundamento da avaliação das relações
entre os construtos. Outra sugestão para novos trabalhos se direciona ao
mapeamento de doenças e situações produtoras de variabilidades adaptativas,
tais como contextos estressores específicos a determinados grupos.
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