Estratégias de enfrentamento em pacientes com dor neuropática

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 Gonsalves, I. M., & Lucena, B. B. de. (2021). A relação entre o uso do Instagram e o comportamento compulsivo por compras. Brazilian Journal of Development, 7(6). doi: https://doi.org/10.34117/bjdv7n6-651

 

Resenhado por Ariana Moura

 

A compra compulsiva pode ser compreendida como o comportamento de compra incontrolável e repetitivo que leva ao estresse e traz prejuízos ao indivíduo. As pessoas com comportamento de compra compulsiva costumam comprar objetos e materiais em quantidades maiores do que o necessário, possivelmente, nunca serão utilizados. Esse comportamento costuma comprometer o tempo, as finanças e as relações sociais. O Instagram, por sua vez, é uma rede social na qual os usuários compartilham fotos e vídeos com pessoas próximas, entretanto, a plataforma tornou-se um meio comercial, no qual diversas empresas e marcas possuem perfis e divulgam seus produtos de modo interativo com seu público-alvo, estabelecendo um mecanismo de venda com ferramentas que aumentam a probabilidade de compra por parte do consumidor. 

O objetivo da pesquisa foi identificar a prevalência do comportamento compulsivo por compras e os fatores a ele relacionados e verificar como o Instagram se configura como uma ferramenta de consumo para adultos jovens. A amostra foi composta por 180 sujeitos, com idades entre 18 e 25, entre homens e mulheres. Para a coleta de dados utilizou-se um Questionário sociodemográfico e de uso do Instagram desenvolvido pelos próprios autores e a Escala Richmond para avaliar a presença de comportamentos característicos do comprar compulsivo. A análise qualitativa dos dados se deu a partir da análise de conteúdo de Bardin e os dados quantitativos foram analisados pelo software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).

Os resultados qualitativos indicaram que o Instagram tem funcionado como ferramenta para o aumento da visibilidade profissional, possibilidade de ter mais voz/influência, para comprar o que não precisa e influência para compras relacionada à desregulação emocional.  A maioria dos participantes (92,7%) relatou que já se sentiu influenciado a comprar algo que viu nessa rede social. Destes, 11,2% apresentaram comportamento de compra compulsiva na escala Richmond, estando este comportamento associado a possuir renda própria (p = 0,03) e o comportamento de comprar para se sentir melhor consigo mesmo (p = 0,01).

Além disso, viu-se que o Instagram foi considerado como um importante mediador dos hábitos de consumo dos participantes. Também foi possível perceber que muitos usuários utilizam o Instagram como espaço de liberdade de exposição e para divulgação de seus conteúdos profissionais, considerando a rede social como um espaço de aproximação entre usuários, e entre empresas e possíveis clientes.

Este estudo, no âmbito do comportamento compulsivo por compras, pode contribuir para o desenvolvimento da Psicologia da Saúde, uma vez que, este comportamento ainda não apresenta classificação nosológica que facilite o diagnóstico e a ascensão do Instagram como plataforma de difusão muito importante para o mercado consumidor.

 Em virtude disso, essa pesquisa se mostra relevante, podendo trazer contribuições ao meio acadêmico ao preencher lacunas na compreensão dos fenômenos contemporâneos que serão abordados.

 

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