Self-esteem and Mental Health in early adolescence: development and gender differences


Resenhado por Luana Santos

Bolognini, M., Plancherel, B., Bettschart, W. & Halfon, O. (1996). Self-esteem and Mental Health in early adolescence: development and gender differences. Journal of Adolescence, 19, 233-245.

O presente artigo avaliou a autoestima na adolescência, no que diz respeito à percepção do sujeito e a avaliação do apoio social em seu ambiente. Trata-se de um estudo longitudinal de uma população geral (N = 219) realizado entre 1990 e 1993 com sujeitos com as idades de 12, 13 e 14 anos em Lausanne, Suíça. Buscou-se responder às seguintes questões: Buscou-se responder às seguintes questões: Há uma mudança global na autoestima durante o início da adolescência? Em caso afirmativo, a maneira em que o jovem se percebe varia de acordo com o ambiente social e relacional? Quais são as diferenças entre meninos e meninas no desenvolvimento da autoestima? Qual é a relação entre a autoestima e saúde mental?
Participaram do estudo 111 meninas e 108 meninos, com idade média da primeira avaliação 12, 5 anos. Para tal estudo foram utilizados vários questionários de autorrelato, de duração de aproximadamente 2 horas e validados em francês, a saber: escala de percepção de competência de Harter, avaliação de suporte social de Vaux e um questionário de saúde mental criado pelo próprio centro de pesquisa.
Quanto às diferenças específicas de acordo com gênero, os resultados mostram que as meninas tendem a ter uma autoestima mais baixa que os meninos, independentemente dos domínios considerados. As diferenças são mais significativas em relação à aparência e ao  desempenho atlético. Em relação a mudanças ao longo do tempo, não encontrou-se  nenhuma significativa, considerando uma autopercepção global. A análise fatorial sublinhou o fato de que a autoestima das meninas é mais global e menos diferenciada por domínio, enquanto os meninos separaram a parte escolar e comportamental de sua experiência do social, tendo mais especificidade na autovaloração. E, ainda, a autoestima global parece tem mais influência sobre o nível de humor depressivo em meninas do que em meninos. Em relação à avaliação entre autoestima e saúde mental, obteve-se correlação significativa  maior para as meninas do que para meninos e especialmente alta para autoestima global.
Que respostas os resultados sugerem para as questões colocadas no início, então? Autoestima não parece evoluir de forma significativa durante o início da adolescência, particularmente com referência a questões como "sentir-se satisfeito com a vida que está levando" e "sentir-se satisfeito consigo mesmo", embora isso não seja tão aplicável a autoestima em áreas específicas, cujas mudanças acontecem entre as idades de 12 e 14 anos nas áreas de competência social e escolar e aparência. Alterações na área de competência social pode ser o resultado da crescente importância das relações entre pares nesta fase da vida e, consequentemente, o aumento da autocrítica. Quanto à autoestima na área de competência escolar, os resultados apontam para uma percepção mais positiva da habilidade escolástica, aos 14 anos de idade em todos os 3 tempos.

Enfim, os resultados apontam para um importante papel desempenhado pela autoestima na saúde mental, na qual mais problemas em relação a ansiedade a humor depressivo foram mencionados por meninas. No entanto, a diferença deve ser interpretada com cautela, pois estamos olhando para problemas internalizantes, cuja literatura já confirma maior prevalência em meninas.

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