Impact of tuberculosis on the quality of life.
Resenhado
por Luana Santos
Dhuria,
M., Sharma, N., & Ingle, G. K. (2008). Impact of tuberculosis on the quality of life. Indian Journal of Community Medicine,
33,
58-59.
A tuberculose é
problema de saúde pública e seu controle tem sido alta prioridade no setor de
saúde. O que é visto é que, além dos sintomas físicos, doentes com tuberculose
também enfrentam problemas de natureza social e econômica, o que justifica uma
avaliação abrangente desses pacientes considerando o impacto global da doença
sobre a saúde e a vida de cada um, por exemplo, avaliando percepção de
bem-estar concomitantemente às avaliações clínicas e bacteriológicas de rotina.
Neste estudo,
participaram pacientes com tuberculose de categoria I, II e III com idades
entre 20 e 65 anos, sendo excluídos aqueles que apresentaram alguma comorbidade
respiratória diferente da tuberculose ou qualquer outra doença crônica
conhecida e diagnosticada, o que poderia afetar a qualidade de vida. Um grupo controle
foi selecionado a partir da população geral das áreas atendidas após o
cruzamento para a idade, sexo e status sócioeconômico. Um total de 90 casos que
preencheram os critérios de inclusão foram entrevistados no próprio centro de
estudo nos primeiros três dias de
inscrição, utilizando um questionário pré-concebido, pré-testado sobre dados
sóciodemográficos, a percepção sobre a sua qualidade de vida usando WHOQoL BREF
(versão Hindi) que é uma escala de 26 itens, concebida pela OMS, que tem quatro
domínios (saúde física, psicológico, relações sociais e ambiente). Os dados
foram analisados utilizando software SPSS para Windows. Para a comparação
entre as médias dos grupos, foi utilizado o teste t independente, utilizando-se
os escores médios para os diferentes domínios. A qualidade de vida geral foi
avaliada através de perguntas específicas.
Do total de 90
pacientes com tuberculose que foram incluídos no estudo, 56,7% (n = 51) eram do sexo masculino e 43,3% (n = 39) eram do sexo feminino, sendo que
48,9% (n = 44) pertenciam à categoria
I de tuberculose, 30% (n = 27) à
categoria II e o restante (11%, n =
10) à III. A maioria (70%, n = 63)
dos pacientes tinha faixa etária entre 20 e 39 anos de idade [Média (M) = 31,19; Desvio Padrão (DP) = 10,25]. Quase metade (48%, n = 43) dos pacientes eram analfabetos.
O perfil sóciodemográfico dos controles era comparável ao dos casos e não houve
nenhuma diferença significativa.
Os pacientes com
tuberculose tiveram escores médios significativamente mais baixos que os grupos
controles tanto para qualidade de vida geral quanto para seus domínios. Os
domínios mais afetados foram o físico e o psicológico, sendo o domínio com
maior pontuação o domínio social (M =
14,3; DP = 2,50). Percebeu-se que a
diferença média de pontuações para os casos de tuberculose e os controles foi
altamente significativa para todos os domínios e para qualidade de vida. Além
disso, a qualidade de vida dos pacientes com tuberculose foi menor do que os
controles e todos os domínios de qualidade de vida foram afetados pela
tuberculose. As mulheres apresentaram uma pontuação média mais baixa (M = 11,67; DP = 1,26) do que os homens (M
= 11,85; DP = 1,66) para qualidade
de vida geral.
Os cuidados em saúde
para serem abrangentes no verdadeiro sentido devem incluir não só os
indicadores de mudanças na frequência e gravidade da doença, mas também uma
estimativa de bem-estar. Neste estudo, os pacientes com tuberculose tinham escores
médios significativamente mais baixos para qualidade de vida geral e seus
domínios. A tuberculose é uma doença com implicações sociais, voltar maior
atenção para essas implicações permitiria que os profissionais de cuidados de
saúde concebam intervenções pertinentes para melhorar a qualidade de programas interventivos
e preventivos.
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