Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Habilidades sociais, possibilidades terapêuticas para pacientes com Parkinson na clínica escola FisioIguaçu
Resenhado por
Brenda Fernanda
Figueiredo, A., V.,
& Oliveira, M. S. (2016). Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC):
Habilidades sociais, possibilidades terapêuticas para pacientes com Parkinson
na clínica escola FisioIguaçu. Sustinere,
4(2), 287-304.
A
TCC, em função de sua composição estruturada, objetiva e direcionada para
solução de problemas com base na modificação de crenças e comportamentos, tem
sido bem sucedida no que diz respeito a atender as demandas da saúde. O
Parkinson, enquanto uma doença neurodegenerativa, recorrente e progressiva,
pode ocasionar uma cadeia de sintomas graves, incluindo aspectos psicológicos.
A depressão é um dos acometimentos que pode advir do Parkinson, afetando
significativamente a qualidade de vida dos portadores da doença.
No
que diz respeito às habilidades sociais, é sabido que o desempenho social
adequado está fortemente relacionado com a qualidade de vida. Desse modo,
pode-se dizer que o repertório precário de habilidades sociais interfere nas
relações interpessoais, estando associado a uma gama de transtornos psicológicos,
dentre eles, a depressão. Assim, faz-se importante avaliar aspectos das
habilidades sociais em pacientes com perdas significativas em diversas esferas
cognitivas e motoras, atentando para a possível relação entre o declínio destas
capacidades com o desejo pelo isolamento e a perda pelo prazer. Alguns estudos
trazem como resultados a correlação entre as deficiências em habilidades
sociais e a depressão.
O
presente estudo foi realizado com sete indivíduos diagnosticados com Parkinson,
sendo utilizado o BDI (Inventário de Depressão de Beck) para mensurar a
severidade da depressão. Também foi utilizado o IHS (Inventário de Habilidades
Sociais), instrumento de autorrelato para aferir o repertório de habilidades
sociais. Além disso, trabalhou-se também com a psicoterapia grupal e a
psicoeducação.
Os
resultados obtidos na presente pesquisa apontaram que o treino das habilidades
sociais como estratégia da Psicoterapia reduziu em 86% o nível de depressão nos
pacientes portadores de Parkinson e, consequentemente, houve melhora na
qualidade de vida. Outro ponto importante evidenciado foi o de que a
experiência grupal foi extremamente positiva para os participantes. Os autores
ressaltam que, ao longo das sessões, verificou-se um aumento gradativo da
confiança, que se expressavam sem inibição e algumas vezes se emocionavam uns
com os outros. Dentre as estratégias utilizadas para diminuir os níveis de
depressão, foi aplicada uma técnica de relaxamento, sendo observada eficácia do
procedimento em todos os participantes.
Diante
dos resultados obtidos, pode-se observar o quanto aspectos psicológicos,
cognitivos e emocionais podem influenciar a qualidade de vida de pacientes
acometidos pela Doença de Parkinson, bem como o modo com que as estratégias da
psicologia podem promover melhor adaptação e enfrentamento à situação do
adoecimento.
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