Psicologia da Saúde e Psicologia Positiva: Perspectivas e Desafios

Postado por Joelma Santos Araújo

Calvetti, P. Ü., Muller, M. C., & Nunes, M. L. T. (2007). Psicologia da saúde e psicologia positiva: Perspectivas e desafios. Psicologia: Ciência e profissão, 27(4), 706-717.

 Os aspectos psicológicos positivos do indivíduo vêm sendo recentemente estudados frente ao processo saúde-doença pelas áreas da Psicologia da Saúde e Psicologia Positiva. Essa interface é comum principalmente em outros países, visto que no Brasil os estudos são mais escassos. A Psicologia da Saúde, com seu enfoque interdisciplinar, centra-se na atenção primária, secundária e terciária, objetivando a promoção, prevenção e tratamento da saúde. Esta área parte da perspectiva biopsicossocial, que compreende os processos biológicos, sociais e psicológicos do ser humano como aspectos que influenciam mutualmente o desenvolvimento humano, interferindo, assim, no processo saúde-doença.
 A Psicologia Positiva, é uma área recente que teve sua primeira publicação em 2000. O foco é em aspectos potencialmente sadios do indivíduo, os quais se referem às variáveis subjetivas, como bem-estar e satisfação, esperança, otimismo e felicidade. No processo saúde-doença estão envolvidos fatores de risco e proteção. Os fatores de risco referem-se à eventos negativos que aumentam a chance de a pessoa desenvolver problemas físicos, psicológicos e sociais. Já os fatores de proteção são aqueles que melhoram ou influenciam as respostas individuais. Dentre os fatores de proteção da saúde associados à Psicologia Positiva, destaca-se a resiliência, que diz respeito à como a pessoa interpreta os acontecimentos da vida, e se refere à capacidade de se recuperar psicologicamente de uma situação estressora de forma flexível e versátil. Outro fator de proteção estudado é a espiritualidade, que também pode ser considerada uma forma de enfrentamento.
No Brasil há escassos estudos sobre a espiritualidade, de modo que os que existem são relativos ao processo saúde-doença e à validação de instrumentos. Os estudos nesse tema são mais prevalentes no cenário internacional, relacionando essa temática ao tratamento de doenças crônicas, melhora de quadros clínicos graves, recuperação de pós-cirúrgico, qualidade de vida e inventários de espiritualidade. Outros fatores protetivos também estudados são: bem-estar subjetivo, otimismo, felicidade, autodeterminação, esperança, criatividade, habilidades interpessoais e a fé.
Diante do exposto, percebe-se que a interface entre a Psicologia Positiva e Psicologia da Saúde se dá nos aspectos positivos que proporcionam melhor resposta dos indivíduos frente às doenças que apresentam. Ademais, pode-se dizer que os estudos de ambas as áreas se referem ao processo saúde-doença, focando nos fatores protetivos da saúde e promotores de qualidade de vida. 





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