Impacto na autoestima de mulheres em situação de violência doméstica atendidas em Campina Grande, Brasil
Resenhado por Brenda Fernanda
Guimarães, R. C. S., Soares, M. C. S., Santos, R. C., Moura, J. P., Freire, T. V. V., & Dias, M. D. (2018). Impacto na autoestima de mulheres em situação de violência doméstica atendidas em Campina Grande, Brasil. Revista Cuidarte, 9, 1988-97.
A violência sofrida pela mulher muitas vezes ultrapassa o aspecto físico, ocasionando também danos à saúde mental. Tal consequência tem sido relatada em muitas situações pela diminuição da autoestima, podendo ser considerada, por muitos profissionais, como silenciosa, repercutindo de forma avassaladora no que se refere aos agravos à saúde da mulher. Essa violência, muitas vezes velada, origina-se de uma construção sociocultural que gira em torno da desigualdade entre os gêneros, fato que se apresenta como o principal responsável pela naturalização da violência, visto que existe uma cultura de valores enraizada em que a mulher deve ser submissa ao homem.
As agressões sofridas causam um sofrimento que vai além das lesões corporais, de modo que a vítima pode carregar consigo marcas subjetivas que muitas vezes ultrapassam o próprio impacto das lesões físicas. Em função do sofrimento e dos agravos psicológicos ocasionados pela violência, bem como do resgate da autoestima de mulheres vitimadas pela violência de gênero; e diante da necessidade de se discutir de forma mais aprofundada sobre como cuidar de mulheres em situação de violência, o objetivo do presente estudo foi investigar o impacto na autoestima de mulheres vítimas de violência.
A pesquisa, de natureza qualitativa, foi realizada na Delegacia Especializada de Assistência à Mulher, no município de Campina Grande (PB). Participaram da pesquisa 11 mulheres que denunciaram violência na delegacia. Foram realizadas oficinas psicoeducativas e os instrumentos utilizados para coleta de dados foram entrevistas semiestruturadas e diários de campo. Os dados foram analisados através da análise de conteúdo de Bardin.
A partir da questão norteadora 'Quais as repercussões para a saúde da mulher após a violência sofrida?', obtiveram-se como resultado as categorias 'Impacto na Saúde da Mulher', 'Impacto na autoimagem e perda da identidade feminina' e 'Submissão e perda da liberdade'. Na primeira categoria, havia relatos referentes aos danos causados à saúde física e mental, como depressão e insônia. Quanto ao impacto na autoimagem e perda da identidade feminina, observou-se nos discursos a diminuição da autoestima pelas mulheres que vivenciaram a violência. Além disso, muitas mulheres se sentiam diminuídas diante das lesões e cicatrizes que carregavam no corpo, o que indica que embora muitas marcas se apaguem com o tempo, o sofrimento e o medo da violência persistiam. Por fim, em relação à última categoria, observou-se que a maior parte das mulheres que sofriam violência e prestavam queixas em delegacias, o ato de violência era decorrente de um sentimento de posse e dominação masculina por parte do agressor, gerando sofrimento e submissão para as vítimas.
Por fim, ressalta-se a importância de se desenvolver estratégias e políticas que identifiquem precocemente casos de violência doméstica contra a mulher, bem como ofertem melhor articulação com a rede de assistência, a fim de prevenir o surgimento de novos casos e os impactos negativos desencadeados por esse fenômeno, tanto em caráter individual quanto social.
A violência sofrida pela mulher muitas vezes ultrapassa o aspecto físico, ocasionando também danos à saúde mental. Tal consequência tem sido relatada em muitas situações pela diminuição da autoestima, podendo ser considerada, por muitos profissionais, como silenciosa, repercutindo de forma avassaladora no que se refere aos agravos à saúde da mulher. Essa violência, muitas vezes velada, origina-se de uma construção sociocultural que gira em torno da desigualdade entre os gêneros, fato que se apresenta como o principal responsável pela naturalização da violência, visto que existe uma cultura de valores enraizada em que a mulher deve ser submissa ao homem.
As agressões sofridas causam um sofrimento que vai além das lesões corporais, de modo que a vítima pode carregar consigo marcas subjetivas que muitas vezes ultrapassam o próprio impacto das lesões físicas. Em função do sofrimento e dos agravos psicológicos ocasionados pela violência, bem como do resgate da autoestima de mulheres vitimadas pela violência de gênero; e diante da necessidade de se discutir de forma mais aprofundada sobre como cuidar de mulheres em situação de violência, o objetivo do presente estudo foi investigar o impacto na autoestima de mulheres vítimas de violência.
A pesquisa, de natureza qualitativa, foi realizada na Delegacia Especializada de Assistência à Mulher, no município de Campina Grande (PB). Participaram da pesquisa 11 mulheres que denunciaram violência na delegacia. Foram realizadas oficinas psicoeducativas e os instrumentos utilizados para coleta de dados foram entrevistas semiestruturadas e diários de campo. Os dados foram analisados através da análise de conteúdo de Bardin.
A partir da questão norteadora 'Quais as repercussões para a saúde da mulher após a violência sofrida?', obtiveram-se como resultado as categorias 'Impacto na Saúde da Mulher', 'Impacto na autoimagem e perda da identidade feminina' e 'Submissão e perda da liberdade'. Na primeira categoria, havia relatos referentes aos danos causados à saúde física e mental, como depressão e insônia. Quanto ao impacto na autoimagem e perda da identidade feminina, observou-se nos discursos a diminuição da autoestima pelas mulheres que vivenciaram a violência. Além disso, muitas mulheres se sentiam diminuídas diante das lesões e cicatrizes que carregavam no corpo, o que indica que embora muitas marcas se apaguem com o tempo, o sofrimento e o medo da violência persistiam. Por fim, em relação à última categoria, observou-se que a maior parte das mulheres que sofriam violência e prestavam queixas em delegacias, o ato de violência era decorrente de um sentimento de posse e dominação masculina por parte do agressor, gerando sofrimento e submissão para as vítimas.
Por fim, ressalta-se a importância de se desenvolver estratégias e políticas que identifiquem precocemente casos de violência doméstica contra a mulher, bem como ofertem melhor articulação com a rede de assistência, a fim de prevenir o surgimento de novos casos e os impactos negativos desencadeados por esse fenômeno, tanto em caráter individual quanto social.
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