A influência da mídia nos transtornos alimentares e na autoimagem em adolescentes

 

Copetti, A. V. S., & Quiroga, C. V. (2018). A influência da mídia nos transtornos alimentares e na autoimagem em adolescentes. Revista de Psicologia da IMED, 10(2), 161-177. https://doi.org/10.18256/2175-5027.2018.v10i2.2664

 

Resenha por Brenda Fernanda

 

A anorexia e a bulimia nervosa são transtornos alimentares (TAs) que possuem origem complexa e multifatorial na qual os adolescentes constituem o grupo de maior ocorrência destes transtornos. Em função da globalização, da utilização exacerbada das mídias sociais e da mudança do padrão estético corrente, é comum que as pessoas busquem e idealizem uma imagem corporal magra, o que pode interferir de forma negativa no comportamento alimentar. Em decorrência da vulnerabilidade mental no período da adolescência, a exposição ao padrão estético “imposto” pela mídia e seu potencial risco para desencadeamento de TAs, este artigo objetivou discutir a forma como a mídia, com foco na internet, e o padrão estético atual podem influenciar no desenvolvimento de TAs em mulheres adolescentes. Constituiu-se de uma revisão narrativa da literatura, na qual foram pesquisadas referências publicadas entre 2012 e 2017 nas bases de dados Scielo, Scopus e Google Acadêmico, utilizando os termos adolescent, anorexia nervosa, bulimia nervosa, communications media e self concept, em diferentes combinações.

Os pontos discutidos pela revisão foram: características de vulnerabilidade à mídia na adolescência, influências da mídia no desenvolvimento dos transtornos alimentares e abordagens de tratamento. De modo geral, observou-se que a mídia promove o consumo e orienta regras e padrões a serem seguidos. A magreza tem sido entendida como um reforçador de status e ascensão social, competência e atratividade sexual. Ao considerar que a adolescência é uma fase de construção e consolidação da identidade, as jovens constituem-se como público vulnerável ao bombardeamento de imagens e introjeções de que tipo de corpo é considerado bonito. A mídia interfere sobre o modo como a população pensa e se comporta. Portanto, compreende-se que a insatisfação das adolescentes com sua imagem é possivelmente desenvolvida pelo corpo idealizado e perfeito disseminado pela mídia. As redes sociais, ainda que indiretamente, podem influenciar na baixa autoestima e necessidade de enquadrar-se ao padrão de beleza. A busca por esse corpo pode levar à alteração no comportamento alimentar e, consequentemente, ao desenvolvimento de TAs.

De acordo com a revisão, a Terapia Cognitivo Comportamental e os grupos psicoeducativos com a participação familiar têm evidências de sucesso no tratamento de alguns TAs. Destacou-se, também, a importância de que mais estudos sejam realizados na área. Em conclusão, n que diz respeito ao tratamento dessas condições, destaca-se a importância de se identificar possíveis fatores de risco para que a intervenção adequada seja realizada. Este é um dos papéis da Psicologia da Saúde.

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