Comportamento sexual em adolescentes brasileiros, Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE 2012)
Postado por
Iracema R. O. Freitas
Campos, M. O., Nunes, M.
L., Madeira, F. C., Santos, M.G.,
Bregmann, S.R., Malta, D. C., Giatti, L.,
& Barreto, S. M. (2014). Comportamento
sexual em adolescentes brasileiros, Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar
(PeNSE 2012), Revista Brasileira de Epidemiologia, 17, S116-S130. doi:
10.1590/1809-4503201400050010
Estudos realizados no mundo tem relacionado à precocidade
da vida sexual ao sexo desprotegido. O
inicio da atividade sexual tem ocorrido entre os 15 e 19 anos, o que implica em
algumas variáveis que precisam ser discutidas a fim de promover a iniciação
sexual segura, afastando os adolescentes do sexo desprotegido que se configura
como comportamento de risco por expor essa população a problemas como, gravidez
de risco, DST-HIV e outros.
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) coletou
dados em uma amostra nacional com 107.468 alunos sendo 52,5% do sexo feminino.
O questionário sobre comportamento sexual que continha questões sobre a idade
da primeira relação sexual, número de parceiros, uso de preservativos. Além
disso, um questionário sócio-demografico e o trabalho da escola sobre
orientação a respeito do HIV, DST, preservativos e temas afins, também foi
aplicado. Além de questões relacionadas a fatores comportamentais de risco,
tais como uso de álcool, tabagismo e experimentação de outras drogas.
O
objetivo da pesquisa foi de conhecer o perfil da saúde sexual e reprodutiva dos
estudantes. Para análise de dados foram utilizados o teste χ2 de Pearson[PC1] ,
a regressão logística multinomial e o
software Stata (versão 11).
Os
resultados mostraram que 28,7% dos estudantes já tiveram relação sexual alguma
vez na vida, sendo esse percentual de 40,1% nos meninos e 18,3% nas meninas,
com maior prevalência de sexo sem uso de preservativo na última relação sendo 7,9%
entre os meninos e 4,8% entre as meninas, 30,9% dos estudantes de escolas
públicas e 18% de escolas privadas declararam que tiveram relação sexual. A região
Norte apresentou o maior percentual de estudantes que relataram relação sexual
(38,2% ) e o Nordeste teve 24,7%, ou seja, a menor taxa.
Ao
considerar as estatísticas que apontam que cerca de um em cada três estudantes
já tiveram relação sexual , as variáveis levantadas na pesquisa constataram a
necessidade de iniciar a educação sexual e reprodutiva antes da 9ª série, para
que haja uma preparação para essa iniciação.
Isso porque o não uso de preservativos e métodos contraceptivos, expõe
os adolescentes a riscos como a gravidez indesejada, que compromete o desenvolvimento sexual e
emocional, além de estar associada ao abandono da escola e piores oportunidades de emprego.
Outros
problemas foram discutidos na pesquisa, dentre eles estão o papel da escola
como protetora frente a comportamentos sexuais de risco, a família como
formadora de uma postura saudável na iniciação sexual e as desigualdades
sociais como marcadores de comportamento sexual. Profissionais da saúde, da
escola e familiares são corresponsáveis pela promoção do bem estar e saúde
sexual dos adolescentes. O trabalho consiste em informar e apoiar essa
população respeitando as suas peculiaridades.
[PC1]Existe?
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