Post-traumatic growth as positive personality change: Evidence, controversies and future directions
Postado por Brenda Fernanda
Jayawickreme,
E., & Blackie, L. E. R. (2014). Post-traumatic growth as positive personality change:
Evidence, controversies and future directions. European Journal of Personality, 28, 312-331.
doi: 10.1002/per.1963
Recentemente, tem crescido o interesse em investigar
sobre a forma como eventos traumáticos podem funcionar como catalisadores para
mudanças positivas na vida. O presente estudo volta-se para o construto do
crescimento pós-traumático, que discorre acerca das mudanças psicológicas que
acontecem como resultado da luta frente a experiências desafiadoras na vida. Ainda
que existam algumas discordâncias sobre o modo como o crescimento
pós-traumático se manifesta na vida de um indivíduo, acredita-se que este
ocorra através de pelo menos cinco formas: na melhora da relação com o outro,
na identificação de novas possibilidades de vida, no aumento da percepção sobre
a força pessoal, no crescimento espiritual e maior apreciação da vida.
As principais teorias sobre o crescimento
pós-traumático o definem como uma mudança de personalidade, em decorrência das profundas
transformações cognitivas pelas quais o indivíduo passa, alterando também seus
padrões de comportamento. Os autores ressaltam que essa área ainda sofre de
limitações metodológicas e, em função disso, descreveram algumas formas como a
ciência da personalidade pode ser enriquecida pelo estudo desse fenômeno.
Algumas evidências são apresentadas sobre o construto,
tanto no que diz respeito ao crescimento pós-traumático como um resultado
valioso em si mesmo – mensuração de que tal variável de fato existe e sua
prevalência –, como em pesquisas que demonstram os importantes resultados promovidos
pelo crescimento pós-traumático para o ajustamento do indivíduo. Em relação à
primeira opção, existem provas consideráveis de que muitos indivíduos relatam
ter experimentado ao menos uma mudança positiva após eventos traumáticos, geralmente
demonstrando relacionamentos interpessoais mais fortes e mais íntimos. No que
concerne ao potencial resultado clínico significativo do crescimento pós-traumático
autorrelatado, foi observado que estudos individuais que incluíram medidas de
saúde mental e física revelaram evidências misturadas e inconsistentes, com
relações positivas, negativas e nulas entre medidas de crescimento
pós-traumático e saúde mental e física relatadas.
Ao longo do texto, os autores discorrem sobre a
conceituação do crescimento pós-traumático, mecanismos associados a este
construto, mensuração de tal variável, evidências empíricas sobre ele,
limitações quanto a seu estudo, explicações alternativas para o crescimento, o
que se tem aprendido com as pesquisas, aspectos do construto relacionados à
personalidade e a forma como o estudo de tal variável pode enriquecer o campo
da psicologia da personalidade. Por fim, discutem sobre a necessidade da
realização de mais pesquisas, bem como da maior elaboração destas, focando
principalmente em aspectos metodológicos.
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