Intervenções comportamentais para o transtorno de escoriação: Revisão de artigos publicados em periódicos de saúde
Richartz, M., Gon, M. C. C., & Zazula, R. (2017). Intervenções comportamentais para o transtorno de escoriação: Revisão de artigos publicados em periódicos de saúde. Revista Brasileira de Análise do Comportamento, 13(2), 28-39. http://doi.org/10.18542/rebac.v13i2.5903
Resenha por Brenda
Fernanda
O
transtorno de escoriação é caracterizado pelos comportamentos excessivos de
arranhar, ferir ou esfolar a pele. A vivência do transtorno pode desencadear
sofrimento emocional e prejuízos na vida social das pessoas acometidas. É
considerado um problema dermatológico, por afetar a pele, mas também é
entendido como uma condição psiquiátrica, sendo objeto de estudo da área. O
presente artigo consistiu em revisão bibliográfica da literatura, realizada em
periódicos da saúde, objetivando intervenções realizadas em indivíduos com o
transtorno supracitado. As bases de dados consultadas foram a PsycINFO, a Web
of Science, PubMed/MEDLINE e BVS, com os descritores: ‘escoriação’, ‘neurotic
excoriation’ ou ‘psychogenic excoriation’, combinados ao termo ‘behavioral
treatment’. Dezoito artigos foram recuperados, catalogados e analisados
qualitativamente, com base nos objetivos, métodos empregados e resultados das
intervenções.
A
maioria dos estudos foi realizada com adultos, sendo as estratégias e métodos
da terapia de reversão de hábitos (TRH) (10 dos 18 artigos) a mais utilizada. A
TRH é uma técnica comportamental que objetiva diminuir a frequência de
comportamentos repetitivos, sendo composta por cinco componentes a serem
treinados: conscientização, relaxamento, resposta concorrente (realização de
padrão de comportamento oposto ao comportamento-problema), apoio social e
generalização. Os demais estudos adotaram técnicas da terapia de aceitação e
compromisso e da terapia cognitivo-comportamental (TCC). As intervenções demonstraram
ser efetivas para garantir a redução da frequência da escoriação, mas houve
dificuldade na manutenção dos resultados na avaliação de seguimento.
No
que diz respeito ao delineamento das pesquisas, seis estudos utilizaram
delineamento de sujeito único, seis de grupo e um de linha de base múltipla e
linha de base com reversão. Cinco estudos não apresentaram dados empíricos
sobre a intervenção e foram considerados relatos de caso. O número de sessões
nos estudos variou de uma a 40 e o tempo de duração variou entre 30 minutos e
uma hora.
A
presente revisão tem relevância para a psicologia da saúde pois identifica
possíveis intervenções a serem realizadas em pacientes com alguma condição
clínica, visando à melhor qualidade de vida e redução no impacto psicoemocional
ocasionado pela doença. Tendo em vista o fato de que o transtorno de escoriação
causa grande sofrimento para os indivíduos acometidos, é de suma importância
que tais ações sejam realizadas para proporcionar a eficácia do tratamento
dermatológico, bem como para melhorar o quadro psicológico.
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