Gênero e saúde: O cuidar do homem em debate.

10 years ago
Resenhado por Catiele Reis


Alves, R.F., Silva, R.P., Ernesto, M.V., Lima, A.G.B., & Souza, F.M. (2011). Gênero e saúde: o cuidar do homem em debate. Psicologia: teoria e prática, 13(3), 152-166.        

            A presente pesquisa teve como objetivo analisar o modo como os homens cuidam da própria saúde, além de compreender a percepção deles sobre o modo como ambos os sexos cuidam da própria saúde. Para isso, foram entrevistados 82 homens sub-dividos em dois grupos com características sociodemograficas similares: um dos grupos costuma frequentar as unidades Básicas de Saúde da Família de Campina Grande. Já o outro grupo, embora cadastrados, não frequentavam e foram contatados com a ajuda de agentes de saúde.
Assim, o estudo relatado aqui trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico que usou como instrumentos um questionário sociodemográfico e uma entrevista de pautas.
Foram analisados diversos aspectos relacionados ao universo masculino e os cuidados com saúde. Percebeu-se que as práticas preventivas não fazem parte do cotidiano masculino fazendo com que eles acabem procurando os serviços de saúde apenas quando a doença já está instalada. Um dos motivos para isso pode ser devido ao postos de saúde não priorizarem o atendimento masculino, mesmo sendo uma prerrogativa do Ministério da Saúde.
A identificação de elementos psicossociais que levam os homens a não procurarem a um primeiro momento o serviço de saúde pode ser a chave para a construção de uma cultura de prevenção, visto que a mudança no modo de tratar a própria saúde perpassa pelo conhecimento desses elementos.
Dessa forma, o artigo visto aqui narra alguns elementos psicossociais que levam o homem a não procurar os serviços de saúde. De modo geral os homens estão presos a concepções machistas de que é um grupo invulnerável e forte. Ambos os grupos acreditam que cuidar da saúde é um comportamento tipicamente feminino e mesmo o grupo que frequenta as unidades básicas o fazem devido a um problema já instalado, mantendo maus hábitos de saúde como fumar, maus hábitos alimentares e sedentarismo.
No grupo que não frequenta as unidades de saúde, as dificuldades ainda é maior, pois tem que transpor sentimentos como medo, timidez e vergonha para procurarem os serviços de saúde. Esse grupo acredita que o serviço de saúde não deve acolher os homens. De acordo com essa questão os autores salientam a necessidade dos postos de saúde propor formas de atrair um público diferente como os homens em idade ativa.
Portanto, pensa-se existir um caminho muito longo a ser percorrido para transpor as barreiras responsáveis pelos comportamentos e atitudes negativas dos homens em relação a sua própria saúde. O primeiro passo do caminho é conhecer os aspectos psicossociais que influenciam os homens na hora de decidir pela procura dos serviços de APS para depois procurar estratégias que atraiam esse público para os serviços de saúde.

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