Imagem corporal e transtornos alimentares entre adolescentes

Resenhado por Laís Santos
 

Zordão, O.P., Barbosa, A., Parisi, T. S.A., Grasselli, C. S. M., Nogueira, D. A., & Silva, R. R. (2015). Associação da imagem corporal e transtornos alimentares em adolescentes de Minas Gerais (Brasil). Nutrición Clínica y Dietética Hospitalaria, 35(2), 48-56. doi: 10.12873/352pizetta
A adolescência é um período marcado por grandes transformações, de cunho físico, psíquico e social. O culto exacerbado por um corpo ideal, muito presente na sociedade ocidental, pode estar atrelado ao aumento da insatisfação com a imagem corporal, podendo comprometer diversos âmbitos da vida dos sujeitos, como o físico e o cognitivo. O padrão exposto nas mídias, modelos de corpos magros, por vezes se distancia do corpo dos pré-adolescentes cujas formas ainda estão em definição.
A percepção corporal está atrelada aos transtornos alimentares ao passo em que muitos adolescentes buscam por um modelo ideal, semelhante ao apresentado na mídia. Este tipo de transtorno tem crescido nos últimos anos, exigindo maior atenção dos profissionais da saúde. A procura desmedida pelo corpo ideal faz com que muitos sujeitos, principalmente os adolescentes, se arrisquem em dietas inadequadas e extremamente restritivas, podendo então causar vários danos à saúde física e psíquica destes. Assim, o objetivo deste artigo foi avaliar a relação entre a distorção da imagem corporal e os transtornos alimentares entre adolescentes do sexo feminino da cidade de Alfenas, Minas Gerais. A amostra foi composta por 335 adolescentes de escolas da rede pública, cujas faixas etárias variaram dos 10 aos 19 anos. Os instrumentos utilizados foram o Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26), a escala de figuras de silhuetas e um questionário de anamnese clínica.
Os resultados da escala de figuras de silhuetas apontaram que 48,4% das adolescentes apresentavam insatisfação quanto ao excesso de peso. Quanto ao EAT-26, 23,28% das entrevistadas se mostraram suscetíveis ao desenvolvimento de distúrbios de conduta alimentar. 28,4% das meninas que apresentavam distorção da imagem corporal também se mostraram predispostas ao desenvolvimento de distúrbios da conduta alimentar.
Em suma, os resultados encontrados mostram que a maioria das meninas apresentava uma auto percepção da imagem corporal destoante com o estado real. As que demonstraram maior insatisfação também tiveram maior percepção de sobrepeso e obesidade. O estudo revelou ainda a relação entre a distorção da imagem corporal e a suscetibilidade de desenvolver algum distúrbio de conduta alimentar. Por fim, a aparência física é um ponto extremamente importante para a formação da identidade entre este público. Com isso, evidencia-se a necessidade de mais estudos que abordem os motivos relacionados à insatisfação corporal entre os adolescentes, a fim de subsidiar estratégias direcionadas ao público em questão, levando em consideração as particularidades dessa fase do desenvolvimento.


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