Escala de Expectativa/Esperança quanto ao futuro e orientação para a vida

Resenhado por Edryenne Amaral


Morais, L.M., & Mascarenhas, S.A.N. (2010). Avaliação da escala de expectativa/esperança quanto ao futuro e orientação para a vida e seus efeitos sobre o rendimento acadêmico dos estudantes do IEAA/Ufam-Brasil. Revista Amazônica, 4(1), 19-27.

O advento da Psicologia Positiva ocasionou o estudo mais aprofundado dos aspectos salutogênicos da experiência humana, como por exemplo, a esperança, a resiliência, a criatividade e a felicidade. A esperança, por sua vez, objeto de estudo da teoria construída por Snyder, em 1994, define-se como a capacidade percebida de localizar caminhos rumo aos objetivos desejados e por pensamentos baseados nas motivações necessárias para utilizar esses caminhos. Snyder (1994) também propõe a esperança como algo totalmente aprendido, sendo assim, de acordo com esta teoria, a esperança não possui influências hereditárias. Por sua vez, as autoras atribuem importância ao contexto escolar para a construção do sentimento de esperança dos indivíduos, e entendem que esse ambiente  possui uma influência significativa, já que a esperança é  aprendida nos âmbitos familiar, social e escolar.
A partir da definição do que é esperança, é possível percebê-la como um pensamento esperançoso  que contribui significativamente para a superação dos obstáculos inerentes ao cotidiano, pois ela possibilita uma interpretação mais positiva da realidade ao auxiliar o indivíduo a enxergar as vantagens e o lado positivo dos acontecimentos. No mais, compreende-se que conquistar e preservar o sentimento de esperança é fundamental para a promoção das metas e objetivos na vida de quaisquer seres humanos, pois indivíduos esperançosos possuem maior probabilidade de enfrentar as dificuldades cotidianas. Dito isto, o objetivo do artigo foi verificar a relação entre a esperança/expectativa quanto ao futuro e orientação para a vida e o rendimento acadêmico de estudantes do Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente (IEAA-UFAM).
O  estudo realizado foi quali-quantitativo, transversal e com amostra de 300 estudantes s, com idades variadas e dos cursos das áreas de exatas e educação. O instrumento utilizado foi a Escala de Expectativa/Esperança quanto ao Futuro e Orientação para a Vida de Snyder et. al. (1991), traduzida e adaptada por Pais-Ribeiro, Pedro e Marques (2006) para o português de Portugal. A escala é composta por 12 itens, dos quais 4 são distratores (3, 5, 7 e 11); 4 itens propõem-se a medir o fator iniciativa (2, 9, 10 e 12); e os outros 4 propõem-se a medir o fator caminhos (1, 4, 6 e 8). As repostas são dadas em uma escala do tipo likert de oito pontos, em que 1- totalmente falsa e 8-totalmente verdadeira.
De acordo com os dados encontrados, observou-se  que  60,0%dos estudantes (n = 180) consegue encontrar caminhos positivos para as suas ações diárias, sendo  justificado a partir dos indicadores de esperança positivos e significativos estatisticamente. No que tange ao fator iniciativa, pode-se afirmar que os estudantes possuem um perfil positivo em relação às iniciativas pessoais, isto é explicado a partir das respostas positivas às afirmações obtidas em  60,0% da amostra.

A análise descritiva possibilitou evidenciar que os estudantes entrevistados estão desenvolvendo expectativas/esperanças positivas em relação ao futuro, pois os valores das médias das respostas encontram-se acima de 5,0. Ademais, em relação à análise inferencial, o teste estatístico  ANOVA mostrou que existe uma relação significativa entre expectativa/esperança quanto ao futuro e rendimento acadêmico, observado nos parâmetros psicométricos do item 9 (Minha experiência de vida preparou-me para o futuro) da escala (F = 2,436; p<.01). Conforme o exposto neste artigo, a esperança revela-se um importante fator para o enfrentamento das adversidades e auxílio na interpretação positiva das experiências da vida. Isto contribui para a construção de uma vida mais saudável e funcional para o indivíduo. 

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