Esperança e orientação positiva diante de problemas estão associadas ao baixo risco de suicídio

Resenhado por Laís Santos


Chang, E.C., Yu, E.A., Kahle, E.R., Jeglic, E.L., & Hirsch, J.K. (2013). Is doubling up on positive future cognitions associated with lower suicidal risk in latinos? A look at hope and positive problem orientation. Cognitive Therapy and Research, 37(6), 1285–1293. doi: 10.1007/s10608-013-9572-x


  A população latina é o grupo de maior crescimento nos Estados Unidos, correspondendo a aproximadamente 50,5 milhões de cidadãos, o que representa um aumento de 43,0% desde o ano de 2000. Contudo, apesar de tamanho aumento, no campo científico, ainda há poucos estudos com este público, principalmente acerca do suicídio. Estima-se que o suicídio é a terceira maior causa de mortes entre jovens latinos com idades dos 15 aos 24 anos. Além de escassa a produção sobre os riscos do suicídio entre este público, os poucos estudos existentes, priorizam a avaliação de fatores preditores negativos, em detrimento de pesquisas que mensuram fatores protetivos contra o suicídio.
   Nesse sentido, a literatura aponta que a esperança e as orientações positivas frente a problemas são importantes fatores preditores positivos de ajustamento psicológico. Acredita-se então que, quanto maior o nível de esperança e quanto mais o sujeito se orienta positivamente diante de problemas, menor a chance deste cometer suicídio. Todavia, ainda há poucos trabalhos que avaliam a relação direta de ambos, especialmente em relação à população latina.
    Assim, o estudo em questão, avaliou a esperança e orientação positiva quanto aos problemas como fatores preditores ao risco de suicídio. A amostra foi de 155 sujeitos, 76,1% mulheres (n = 118), com idades dos 18 aos 46 anos. Os resultados revelaram que a esperança e as orientações positivas acerca dos problemas se correlacionaram positivamente. Observou-se que a esperança associou-se negativamente aos níveis de desesperança e ao risco de suicídio. Em geral, 37,0% (n = 57) apresentaram algum comportamento suicida (ideação, planejamento ou tentativa), e 5,8% (n = 9) relataram ter tentado suicidar-se.
     Em suma, os resultados apontam a relação negativa da esperança e das orientações positivas diante de problemas e o suicídio.  Em outras palavras, quanto maior o nível de esperança e quanto mais positivamente orientado frente às adversidades, menor a probabilidade de realizar o suicídio. Pesquisas como esta reforçam demais estudos que avaliam a ação de outros construtos, a exemplo do otimismo e crenças de autoeficácia, como fatores protetivos acerca de doenças, ajustamento psicológico e qualidade de vida da população.

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