Apoio social à mulher mastectomizada: um estudo de revisão
Resenhado
por Edryenne Amaral
Ambrósio,
D. C. M.; Santos, M. A. (2015). Apoio Social à mulher mastectomizada: um estudo
de revisão. Ciência e Saúde Coletiva, 20(3),
851-864. doi: 10.1590/1413-81232015203.13482014.
Ambrósio e
Santos (2015) apresentam algumas maneiras para compreender o suporte social, uma
delas é a definição proposta pela Teoria do Suporte Social, a qual postula que
o suporte social é um processo por meio do qual um indivíduo maneja seus
recursos para atender às suas carências sociais. Subdivide-se as dimensões do
suporte social em: instrumental – assistência direta e prática na realização de
atividades concretas; cognitivo – reforço positivo e escuta do suporte fornecido
por alguém; informacional – obter conselhos e informações úteis para enfrentar
as situações; e emocional – percepção de ser cuidado por alguém disponível
afetivamente. A literatura indica que o suporte social possui efeito direto no
bem-estar subjetivo e proporciona a recuperação das condições de saúde.
Por
conseguinte, o estudo do suporte social em mulheres mastectomizadas é relevante
para possibilitar uma maior compreensão e intervenção no fenômeno. Por isso, o
objetivo do estudo foi analisar a colaboração da produção científica nacional e
internacional sobre o suporte social percebido por mulheres diagnosticadas com
câncer de mama.
Os autores
realizaram uma revisão integrativa na literatura com os descritores: neoplasias
da mama, relações familiares, apoio social e família. O período escolhido para
a busca de estudos foi entre 2000 e 2010, isto já constituiu um critério de
inclusão na revisão, alguns dos outros foram: Estudos que abordassem o suporte
social da perspectiva da paciente e estivessem disponíveis integralmente em
periódicos de base de dados recuperáveis. As bases utilizadas foram a PsycINFO,
Lilacs e MedLine, e apenas doze artigos foram qualificados para a revisão,
sendo que desses, oito são internacionais e centrados maioritariamente nas
áreas de Enfermagem e Medicina. A sistematização dos estudos possibilitou a
constituição de quatro categorias temáticas, que são: percepção do apoio
familiar; apoio social percebido, percepção do apoio educacional, e necessidade
de aprimoramento da pesquisa e da assistência às mastectomizadas e suas
famílias.
Estudos
sugerem que o apoio social fornecido pela família pode auxiliá-las a enfrentar
a nova dinâmica de vida imposta pelo diagnóstico e suprir alguma carência
emocional, como também pode auxiliá-las a lidar com os sentimentos disfóricos
que experienciam com o diagnóstico, por exemplo, os que surgem em consequência
da perda de um símbolo de sua sexualidade e feminilidade. O apoio também pode
vir com o auxílio nas tarefas domésticas, pois as mulheres mastectomizadas têm
algumas limitações em decorrência da cirurgia. Mas, as mastectomizadas que não
possuem uma rede de apoio familiar minimamente suficiente, possuem na família
um fator que pode contribuir para o aumento do estresse e redução nas condições
de saúde.
Quanto ao
apoio social percebido, as mastectomizadas podem ter benefícios com a participação
em outros grupos de apoio psicossocial, pois a socialização das vivências se
constrói como uma forma da manutenção da autoestima e na procura por auxílio.
No mais, as equipes de saúde que assistem essas mulheres precisam prover os
serviços adequados para as suas necessidades, e isto inclui o suporte
psicológico, assistência social e orientações direcionadas para a sexualidade.
Por fim, os estudos
utilizados pelos autores na revisão fazem sugestões de como aprimorar a
assistência às mastectomizadas e às suas famílias, como também continuar a
realizar pesquisas a fim de compreender melhor a interface entre o suporte
social e o câncer de mama.
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