Suporte social é fundamental para pacientes enfrentarem a hemodiálise
Postado por Catiele Reis
O Suporte Social é conhecido como
uma das estratégias utilizadas por pessoas acometidas por algum tipo de doença
como uma forma de amenizar os efeitos estressores decorrentes da patologia.
Estudos mostram que um Suporte Social, quando positivo, tende a diminuir os
índices de ansiedade e depressão de pessoas com doenças crônicas, contribuindo
assim, para uma melhoria na qualidade de vida dessas pessoas. A notícia abaixo mostra
o resultado de uma pesquisa em que se constatou a importância desse tipo de
estratégia na vida de pessoas com problemas renais crônicos, submetidos ao
tratamento de hemodiálise.
A hemodiálise é invasiva e altera radicalmente o cotidiano dos pacientes com problemas nos rins. Por isso, a enfermeira Daniela Comelis Bertolin, mestranda da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, estudou como cada tipo de pessoa enfrenta o estresse causado por esse tratamento, a fim de auxiliar os profissionais de saúde a orientarem seus pacientes e entenderem como eles se comportam frente a essa diferente realidade. Uma das conclusões de Daniela é que o acompanhamento por parte da família, amigos ou companheiros é um dos fatores mais importantes para enfrentar a doença e o tratamento. Outros estudos mostram que esse acompanhamento reduziu os índices de depressão e mortalidade, contribuindo para uma melhora da qualidade de vida do paciente. “A doença e o tratamento são estressantes, pois restringem os hábitos de vida, podem ocasionar cansaços e outras dificuldades físicas, distúrbios do sono, falta de apetite, além de prejudicar ações do dia-a-dia, como limpar a casa, locomoção, e a pessoa ficar dependente das sessões de hemodiálise por toda vida”, analisa a enfermeira. Dessa maneira, o apoio das pessoas ao redor (familiares e profissionais da saúde) é fundamental para que o paciente consiga enfrentar os problemas decorrentes da hemodiálise.Enfrentamentos Com os questionários respondidos por 107 pacientes do Instituto de Urologia e Nefrologia de São José do Rio Preto, além do suporte social, percebeu-se que outros dois fatores os influenciam a enfrentar o estresse do tratamento. Atividades ligadas ao lazer, ou seja, pessoas que conseguiam um tempo para se divertir e fazer o que gostavam encaravam melhor as dificuldades. Outro fator é a religião, que a literatura associa a uma estratégia chamada reavaliação positiva, na qual o paciente procura enxergar um lado bom no que parece ser muito ruim.De maneira geral, pode-se dizer que há o predomínio de esforços focados em lidar mais com o emocional do que com a parte prática dos problemas. “Mas particularizando, as mulheres usam mais as estratégias de enfrentamento que os homens. Outros estudos mostram que os homens tendem a reclamar mais dos estressores físicos, enquanto as mulheres são mais preocupadas com a emoção”, explica Daniela. Os resultados também indicaram que os pacientes que conseguiam continuar trabalhando sofriam menos de depressão do que aqueles que eram obrigados a saírem dos empregos (o que muitas vezes leva a crises financeiras), e aqueles que praticavam esportes tinham mais autocontrole e lidavam melhor com seus próprios sentimentos. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, em 2007 havia cerca de 66.800 pacientes em hemodiálise no Brasil. A enfermeira decidiu estudar apenas os maiores de 18 anos com insuficiência renal crônica terminal (na fase final da doença, com menos de 10% de funcionamento do rim) e que estavam sujeitos ao tratamento por pelo menos seis meses.
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