Quando a ansiedade torna-se uma doença?


Resenhado por Rafael Matos

D’el Rey, G.J.F. (2005) - Quando a ansiedade torna-se uma doença? Integração: Ensino, Pesquisa e Extensão. 11, 379-382.

O presente texto traz ponderações gerais acerca da ansiedade e em especial sobre o transtorno de ansiedade generalizada. Quanto a este é mostrado pelo autor noções sobre definições, possíveis causas e tratamento.
A ansiedade é definida como um estado emocional que faz parte do espectro normal das experiências humanas, uma vez que se sentir ansioso é uma experiência comum a qualquer ser humano. Este é dotado de um equipamento biológico e psicológico, o qual é acionado diante de situações específicas que exigem uma atitude mais incisiva e imediata. Entretanto, faz-se necessário para que este estado seja considerado normal que logo após estas situações, a pessoa deixe de sentir-se ansioso.
Destarte, a ansiedade pode ser entendida como um componente necessário para a sobrevivência e adaptabilidade do sujeito. No entanto, possui um limiar em que no extremo está os transtornos de ansiedade. Considerando o que foi  dito no parágrafo anterior, se mesmo depois de ter passado a situação, a pessoa permanecer em estado constante de ansiedade, este fato pode ser um indicativo de que a mesma esteja passando por algum transtorno de ansiedade. Desta forma é possível falar sobre duas categorias de ansiedade: uma normal, desejável e adaptativa e outra patológica, inadaptativa e prejudicial à qualidade de vida.
Segundo os autores, a ansiedade possui quatro componentes que estão presentes em sua manifestação, a saber: manifestações cognitivas (pensamentos de que a situação terá um desfecho negativo, levando a apreensão), manifestações comportamentais (inquietações, comportamentos de evitação diante da situação), manifestações somáticas (tensão muscular) e manifestações emocionais (vivência subjetiva de desprazer e/ou desconforto).
Além das manifestações, a ansiedade é classificada em diversos transtornos: transtornos de ansiedade sem especificação, transtorno de pânico com ou sem agorafobia, agorofobia sem história de transtorno de pânico, fobia social, fobia específica, transtorno de estresse agudo, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno de ansiedade devido a uma condição física ou uso de substância psicoativa e transtorno de ansiedade generalizada.
Este último é o mais detalhado no presente texto, sendo caracterizado pela persistência dos sintomas de ansiedade durante numerosas situações da vida. No que concerne a sua causa ainda não está clara. Existem evidências de que fatores biológicos tenham sua parcela na origem deste transtorno, entretanto, não se tem pesquisas conclusivas quanto a isso. Pesquisadores tem mostrado que fatores ambientais têm um peso maior que os biológicos.
O transtorno de ansiedade generalizada por está contido na categoria de ansiedade patológica merece tratamento, uma vez que este é capaz de causar danos à saúde do indivíduo. Estudos têm mostrados que a terapia da abordagem cognitiva comportamental tem sido eficaz na maioria das pessoas com estes transtornos. Suas técnicas de reestruturação cognitiva, relaxamento muscular progressivo, treinamento de habilidades sociais mostra-se eficazes na maioria dos casos, em outros casos é comum o uso conjunto de farmacoterapia. 
Um grande empecilho para o tratamento ainda é o fato deste transtorno ser encarado como uma fraqueza pessoal e/ou falta de vontade, devendo ser enfrentado pelos indivíduos.Quando diagnosticado e tratado é demonstrado uma substancial melhora nos sintomas deste transtorno, o que possibilita uma melhora na qualidade de vida do sujeito.


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