The future of Self-esteem
Resenhado por
Luana Santos
Owens, T., & Stryker, S. (2001). The future of
Self-esteem. In T. Owens, S. Stryker & N. Goodman (Orgs.), Extending Self-esteem theory and research:
sociological and psychological currents (pp. 1-9). New York: Cambridge
University Press.
The
future of Self-esteem é o primeiro capítulo do livro Extending Self-esteem theory and research: Sociological
and psychological currents, que busca fazer um exame profundo do conceito de
autoestima, ampliando o entendimento sobre o mesmo e explicando-o com foco nos
trabalhos de Morris Rosenberg.
Owens e Stryker
introduzem autoestima como um conceito incompreendido e desapropriado, visto que
é onipresente e, entretanto, tem sido pouco estudado cientificamente. Assim, o
presente capítulo visa a, especificamente, introduzir o tema e delinear a
importância do seu estudo científico.
O discurso típico sobre
a relação entre autoestima e problemas sociais e emocionais é uma via dupla. Se,
por um lado, autoestima elevada dá uma garantia às pessoas contra os efeitos
nocivos decorrentes de muitos problemas da vida, por outro, autoestima baixa
torna as pessoas mais suscetíveis a influências negativas. É como se quanto
maior a autoestima maior a ocorrência de comportamentos mais socialmente
aceitáveis, e vice-versa. A premissa é simples, se amar um objeto faz com que
queiramos protegê-lo, o mesmo vale pra nós mesmos, pois a autovaloração que
tivermos vai nortear o quanto nos esforçaremos para nossa proteção.
Ainda assim, as ligações
entre autoestima e comportamento carecem de melhores explicações, visto que
existem controvérsias em torno do construto, por exemplo o fato de
pesquisadores colocarem a autoestima em seus estudos como uma variável
explicativa e depois encontrarem-na como um preditor fraco. Há ainda a falta de
argumentos sobre como a autoestima deve ser empregada, quantos e que tipos de
dimensões possui, e quão necessários são cada uma delas, ou ainda se deve
empregar-se concepções gerais ou específicas das suas funções. Para os autores,
o desinteresse no estudo da autoestima entre alguns pesquisadores é, em parte,
função da sua própria popularidade.
William James, em 1890,
foi quem primeiro delineou o conceito de autoestima a partir do seu estudo
sobre self, e desde então o construto é abordado por outros grandes nomes como
Bandura, Copersmith, Gergen, Wylie e Rosenberg, entre outros. Porém, a
popularização do conceito talvez tenha enfraquecido sua abordagem no meio
científico, já que o mau entendimento do conceito leva a diversas aplicações
ingênuas da teoria e métodos, e culmina na falsa crença de que autoestima é uma
variável de pouca importância.
Enfim, é justamente por
todas as falácias em torno da autoestima que os autores propõem ampliar e
entender melhor o conceito, subdividindo o livro em cinco sessões que abrangem
vários aspectos relacionados ao construto: o quadro geral, questões conceituais
e metodológicas, contextos sociais e curso de vida, desigualdades sociais e
problemas sociais, sessões de 1 a 5, respectivamente.
O livro, como um todo,
é uma importante fonte de dados para estudantes ou profissionais que buscam
aprofundar estudos sobre autoestima, permitindo, no decorrer da narrativa, uma
visão global e, ao mesmo tempo, específica tanto dos pontos fortes e das
lacunas que ainda existem no seu estudo, além de ser um roteiro bem elaborado dos
aspectos que norteiam o construto.
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