Body dissatisfaction and adolescent self-esteem: Prospective findings.


Resenhado por Luana Santos.

Tiggemann, M. (2005). Body dissatisfaction and adolescent self-esteem: Prospective findings. Body Image, 2, 129-135.

     William James trazia em 1890 o estudo do self como uma temática importante na psicologia, discutindo que a insatisfação em um domínio particular teria um impacto na autoestima global do indivíduo. Essa concepção perdura até hoje, principalmente em relação às mulheres, com base na ideia que a insatisfação com o peso e preocupação com a aparência são fatores crescentes na sociedade em geral. Tiggemann foca em seu estudo as consequências potenciais de uma avaliação negativa do corpo para a visão global de si mesmo.
     Seu estudo objetivou estudar prospectivamente a relação entre insatisfação corporal e autoestima em meninas. Para isso participaram 242 meninas estudantes de 12 escolas de ensino médio do Sul da África, que responderam o instrumento da pesquisa duas vezes no período de 2 anos. O instrumento, um questionário intitulado “Sobre você”, foi aplicado em dois tempos – 1 e 2, e possuia medidas de peso (IMC), insatisfação corporal (sobrepeso percebido, insatisfação a partir da associação/comparação com uma figura de uma silhueta humana, satisfação com o peso) e autoestima global.
     Os resultados das correlações mostraram que a insatisfação corporal inicial se relacionava com a autoestima nos dois tempos. Do mesmo modo, autoestima inicial se relacionava à insatisfação corporal em ambos tempos. Porém, nas análises de predição (regressão controlada pelas variáveis do tempo 1), encontrou-se basicamente que aspectos do tempo 1 relacionados à peso e insatisfação corporal foram preditores de mudanças na autoestima, mas não o contrário. Ou seja, as meninas que tinham maior percepção de sobrepeso tinham maior vulnerabilidade a possuir menores níveis de autoestima.
     Importante ressaltar que uma das maiores limitações do estudo foi a medida do IMC, visto que além de ter sido calculado baseado em medidas de autorrelato, também houve uma elevada quantidade de missings na variáveis peso e altura (n = 76). Entretanto, o estudo é um bom parâmetro de investigação longitudinal para medida das variáveis a que se propôs, e seus resultados mostram a importância de concentrar esforços em pesquisas semelhantes, com vistas a aplicações práticas de avaliação e intervenção.

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