Transtornos de ansiedade em mulheres: gênero influencia o tratamento?
Resenhado por Marcelle Leite
Kinrys, Gustavo & Wygant, Lisa E. (2005). Transtornos de ansiedade em mulheres: gênero influencia o tratamento? Revista Brasileira de Psiquiatria, 27 (2), 43-50.
O transtorno de ansiedade na população geral tem uma predominância de aproximadamente 28,8% ao longo da vida. Nas pesquisas o grupo de mulheres aparece de modo frequente como um grupo com maior risco de ansiedade e maior gravidade de sintomas, entretanto as causas são ainda desconhecidas. Entre as possibilidades estão os fatores genéticos, ambientais e hormonais. O artigo em questão visa uma revisão literária sobre o transtorno de ansiedade em mulheres e suas características singulares. Entre as características das mulheres está inclusive na sua relação com os fármacos, sendo interessante estudos sobre métodos de tratamentos mais adequado para este grupo.
O Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais IV (DSM IV) divide o transtorno de ansiedade em quatro tipos. O TAG —Transtorno de Ansiedade Generalizada, define-se por ansiedade relacionada a eventos e atividades genéricos, com alta frequência e por um período mínimo de seis meses. As mulheres tem o dobro de chance de apresentarem TAG em contraposição com os homens. Os outros são: Transtorno do pânico, Agorofobia, Fobia social, Transtorno de Estresse Pós-Traumático e o Transtorno obsessivo-compulsivo. Entre todos os tipos existe nos estudos uma prevalência de mulheres e também tem o seu início mais cedo, com exceção do Transtorno Obsessivo Compulsivo.
Nos estudos percebeu-se uma ligação entre certos momentos da vida de uma mulher com a frequência, no caso de gravidez e no período pré-menstrual existe um aumento em contraposição com a menopausa onde há uma diminuição de diagnósticos de ansiedade. Ratificando assim os fatores hormonais entre os motivos.
O fato de diversas amostras epidemiológicas, segundo o estudo, indicarem uma prevalência de pelo menos uma vez e meia maior da mulher em satisfazer os critérios de transtornos ansiosos, já evidencia uma necessidade de maior atenção ao grupo. Além de apresentarem uma maior freqüência de comorbidade psiquiatra. As causas desta prevalência são diversas e imprecisas, necessitando de maiores estudos, para inclusive verificar quais variáveis influenciam mais.
As psicoterapias podem ser utilizadas em conjunto com outros tratamentos para diminuir o sofrimento destas e aumentar a qualidade de vida. A influência desta precisa ser estudada com aprofundamento , para que seja melhor aproveitada em mulheres com transtorno de ansiedade .
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