Como ajudar a criança a lidar com a morte
Postado por Beatriz Reis
A temática do luto ainda pode ser
considerada como um tabu na atualidade. O relato de muitas pessoas que
vivenciam tal experiência confirmam o fato de que vivemos numa sociedade que hegemonicamente
não sabe lidar nem com as próprias perdas nem com a experiência de luto de
outras pessoas. Entre as faltas de habilidade para lidar com tal temática, a
maneira como falar com as crianças sobre a experiência de luto está entre as
mais frequentes. Pensando sobre a importância de envolver a criança em uma das
questões mais próprias da vida, a saber a morte, O Instituto de Psicologia 4
Estações lança mão de um texto que traz dicas de como abordar a criança no
momento em que se explica sobre a morte de alguém próximo à ela. Considerando
que o luto é algo inerente à existência humana e frequentemente presente no
contexto e na prática da Psicologia da Saúde, consideramos tais dicas de grande
importância. Vale conferir!
Link: http://www.4estacoes.com/pdf/como_ajud_crianca.pdf
Contando para a criança
A temática do
luto ainda pode ser considerada como um tabu na atualidade. O relato de muitas
pessoas que vivenciam tal experiência confirmam o fato de que vivemos numa
sociedade que hegemonicamente não sabe lidar nem com as próprias perdas nem com
a experiência de luto de outras pessoas. Entre as faltas de habilidade para
lidar com tal temática, a maneira como falar com as crianças sobre a
experiência de luto está entre as mais frequentes. Pensando sobre a importância
de envolver a criança em uma das questões mais próprias da vida, a saber a
morte, O Instituto de Psicologia 4 Estações lança mão de um texto que traz
dicas de como abordar a criança no momento em que se explica sobre a morte de
alguém próximo à ela. Considerando que o luto é algo inerente à existência
humana e frequentemente presente no contexto e na prática da Psicologia da
Saúde, consideramos tais dicas de grande importância. Vale conferir!
Link: http://www.4estacoes.com/pdf/como_ajud_crianca.pdf
Contando para a criança
Quando uma
morte ocorre, alguém com quem a criança tenha uma história de confiança e
envolvimento deve contar para ela. Isso a assegura de que ela não está sozinha
e de que há outras pessoas para lhe prover proteção e cuidado. Esta informação
deve ser dada imediatamente para a criança, em linguagem simples e direta. Você
diz: “O vovô, papai, mamãe, ou João morreu”. Pode ser difícil de dizer,
especialmente sem lágrimas. Não há problema que a criança experiencie seu luto
juntamente com o próprio luto. Você a está ensinando a lidar naturalmente com
seus sentimentos quando você não esconde os seus. Quando você pode dizer “Estou
muito triste porque o papai morreu”, “Estou bravo porque mamãe não está mais
aqui para cuidar de nós”, você está ensinando um recurso para a criança que irá
perdurar para sempre. Após contar que um ente querido morreu, você precisa
explicar o que acontecerá depois, o velório e o funeral. A criança terá muitas
dúvidas. O que ela irá querer saber dependerá de sua idade e experiência prévia
com a morte. Geralmente crianças pré-escolares não entendem que a morte é
final; podem perguntar: ”Quando vovó vai voltar?”. Entre cinco e dez anos
crianças começam a entender que a morte é irreversível, mas acreditam que
somente pessoas velhas e vítimas de acidentes morrem. Se uma pessoa
relativamente jovem morre, irá entender o porquê. Após os 10 anos a criança
começa a entender que a morte é parte da ordem natural das coisas e que as
pessoas morrem em todas as idades, por diversas razões. É importante responder
as questões o mais simples e honestamente possível. Evite utilizar metáforas.
Se você diz para uma criança pequena “O vovô está dormindo para sempre”, por
exemplo, ela pode ficar com medo de dormir. Crianças comumente concluem que de
alguma forma causaram a morte. Podem pensar “Eu fui mau, então minha mãe me
abandonou”, ou “Eu desejei que minha irmã morresse e isso aconteceu”. Diga para
a que ela não tem culpa pelo que aconteceu.
Reações da criança à perda
A criança pode
negar inicialmente que a morte ocorreu. Pode tornar-se agressiva e culpar os
demais pela morte, ou ter raiva da pessoa que morreu, por deixá-la. Pode
sentir-se culpada por não ter sido “boa” para a pessoa que morreu e ficar
deprimida. Ainda que a criança possa aparentemente não estar sofrendo, expressa
sua dor de modos mais sutis, como regredir e começar a chupar o dedo, molhar a
cama e agir como bebê. Pode ficar hostil com os colegas ou tratar seus
brinquedos com violência. Pode desejar ou temer morrer.
Ajudando a criança a lidar com a perda
Como os
adultos, a criança precisa enlutar-se para aceitar que a perda ocorreu e
continuar com sua vida. Seu filho irá tomar o seu exemplo, por isso não tenha
medo de expressar seu próprio luto. Chore e deixe que seu filho chore com você.
Não diga a seu filho que “seja forte, não chore”. Esta é uma situação triste, e
a criança precisa expressar sua tristeza. Converse com seu filho e o encoraje a
falar também. Mostre que é permitido falar sobre a pessoa que morreu. Mesmo se
a criança seja muito pequena para falar sobre a morte, você pode compartilhar
seus sentimentos. O carinho irá confortar a criança que sente a angústia na
família, mesmo que ela não entenda o que aconteceu. Crianças cercadas pela
tristeza precisa ser reassegurada de que é amada. É uma boa ideia levar a
criança ao funeral, mas não a force a ir. Crianças como os adultos precisam
dividir sua dor. O funeral permite que as pessoas se juntem e expressem seus
sentimentos. A criança deve receber uma explicação detalhada do funeral antes
de decidir se quer ir. Lembre-se que a relação da criança com o falecido não
acabou, somente mudou. Após o funeral mantenha fotos e outras lembranças do
falecido para conversar sobre elas com a criança. Isto irá ajudar a formar um
novo tipo de vínculo da criança com a pessoa que morreu.
Autora da matéria: Luciana Mazorra Santos
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