Efeito de um programa de treinamento funcional sobre a ansiedade e autoestima de idosas
Oliveira, D. V.,
Campos, R. S., Antunes, M. D., Batista, R. P. R., & Nascimento Júnior, J.
R. A. (2019). Efeito de um programa de treinamento funcional sobre a ansiedade
e autoestima de idosas. Revista Brasileira de Psicologia do
Esporte, 9(1).
Resenhado por Franciely Santos
A fase de envelhecimento é natural e
inevitável, pois é parte do desenvolvimento do indivíduo. Essa fase é
marcada por grandes modificações, sejam elas biológicas, sociais
e/ou psicológicas. Dentre as mudanças biológicas estão a diminuição
da força, da resistência e da
flexibilidade e uma das alternativas para que haja um processo mais
equilibrado é a realização de atividades físicas. A prática
de exercícios é recomendada também para redução de
ansiedade e sintomas depressivos, principalmente nas idosas,
acarretados pelas mudanças do envelhecimento, que
afeta negativamente a autoestima.
Tratou-se de uma pesquisa
quase-experimental e o objetivo foi analisar os efeitos de um programa
funcional sobre a ansiedade e autoestima de idosas. Os instrumentos utilizados
foram: um questionário
sociodemográfico, a Escala de Autoestima de Rosenberg (EAR) e o Inventário de
Ansiedade Geriátrica (GAI).
A amostra foi composta por 19 idosas,
com idade entre 60 e 72 anos. As participantes foram divididas em dois
grupos, um grupo controle (GC) com nove idosas que não realizaram as
atividades físicas e o grupo experimental (GE) contando com 10, as mesmas
foram sujeitas a realização das atividades, treinamento funcional. O
treinamento funcional é uma modalidade de atividade física provida de uma
sistematização, e é voltado para as necessidades da vida diária dos idosos.
Neste estudo, aderiu-se a uma frequência de treino duas vezes na semana,
ao decorrer de quatorze semanas, ou seja, 28 dias de
atividades.
Nos resultados, em se tratando da
análise do perfil sociodemográfico das participantes, não houve diferença
significativa entre os dois grupos. Tanto no GE quanto no GC, boa parte das
idosas dispunham de menos de 70 anos, tomava mais de três
tipos de medicamentos, era aposentada e analfabeta ou não concluiu o
ensino fundamental. Os dados obtidos destacaram que houve efeito
significativo da efetuação da intervenção sobre os níveis de
ansiedade e autoestima constatado nas idosas. Quando observado os
níveis pré e pós treinamento, viu-se que no GE obteve uma redução da
ansiedade e aumento na autoestima, enquanto que no GC, teve aumento na
ansiedade e manutenção no grau autoestima.
Dessa forma, considerando as mudanças que ocorrem na etapa do envelhecimento, ressaltando ainda que as mulheres são as que mais sofrem com elas, as mesmas apresentam níveis altos de ansiedade e baixa autoestima. O tema do estudo se faz de muita relevância para Psicologia, em virtude tanto do aumento da população idosa quanto dos desafios dessa fase. A Psicologia da Saúde pode contribuir com pesquisas com esse público, visando obter evidências sobre os mecanismos de enfrentamento que podem ser utilizados e adaptados a cada realidade, visto que, pode haver idosos com alguma limitação física ou com baixa renda, o que impossibilita a procura por locais especializados.
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