Explorando coping e otimismo como preditores de burnout acadêmico e performance entre estudantes universitários
Exploring coping and optimism as predictors of
academic burnout and performance among university students
Vizoso, C., Arias-Gundín, O.,
& Rodríguez, C. (2019). Exploring coping and optimism as predictors of
academic burnout and performance among university students. An International Journal of Experimental
Educational Psychology, 39(6), 768-783. https://doi.org/10.1080/01443410.2018.1545996
Resenhado
por Luana C. Silva-Santos
Associado
à exposição contínua ao estresse, o burnout
é uma síndrome caracterizada por sintomas físicos e mentais. Além disso,
implica em exaustão emocional e baixa autoeficácia, independente do campo
profissional. No âmbito acadêmico, por vezes percebe-se um desequilíbrio entre
a quantidade de atividades estruturadas obrigatórias que os estudantes têm que
cumprir e sua capacidade real de conseguir, o que cronicamente pode levar à
percepção de sobrecarga característica do burnout.
Neste contexto, tem-se o coping como
um importante fator de proteção, quando as estratégias empregadas são
adaptativas. Dado que o esgotamento está relacionado ao estresse crônico, as
pessoas que são incapazes de lidar com estresse ou que empregam estratégias de coping desadaptativas são mais
suscetíveis ao burnout. Outro fator
importante é o otimismo, tido como um preditor de enfrentamento adaptativo,
dado que reflete as expectativas positivas generalizadas sobre o futuro. Assim,
Vizoso, Arias-Gundin e Rodríguez (2019) objetivaram analisar a relação entre as
dimensões do burnout acadêmico e
desempenho acadêmico e sua dependência de coping
e otimismo.
Para
tanto, um modelo causal foi testado via Modelagem de Equações Estruturais, com
as seguintes hipóteses: o desempenho acadêmico será previsto por esgotamento
acadêmico (ou seja, predito negativamente por exaustão emocional e cinismo, mas
predito positivamente por eficácia acadêmica); burnout acadêmico será negativamente previsto por enfrentamento
adaptativo, mas previsto positivamente por enfrentamento mal-adaptativo (ou
seja, o enfrentamento adaptativo irá prever negativamente exaustão e cinismo,
mas irá predizer positivamente a eficácia, enquanto o enfrentamento
mal-adaptativo irá predizer positivamente a exaustão e o cinismo, mas predirá
negativamente a eficácia); o burnout
acadêmico será previsto negativamente pelo otimismo (ou seja, otimismo irá
prever negativamente a exaustão e o cinismo, mas irá predizer positivamente a
eficácia). Os dados foram coletados de uma amostra de 532 alunos espanhóis de
graduação. Os participantes completaram uma bateria de questionários, incluindo
o Life Orientation Test – Revised
(LOT-R) para avaliar o otimismo, Coping Strategies
Inventory (CSI) para a medição do coping,
o Maslach Burnout Inventory – Student
Survey (MBI-SS) para avaliar o burnout
acadêmico (exaustão, cinismo e eficácia) e a média de notas para avaliar o
desempenho acadêmico.
Os
resultados mostraram que o burnout
acadêmico estava direta e positivamente associado ao enfrentamento desadaptativo,
mas explicado direta e negativamente pelo enfrentamento adaptativo. Além disso,
a exaustão emocional foi significativa e negativamente prevista pelo otimismo.
Finalmente, o desempenho acadêmico foi significativamente previsto pelo burnout acadêmico. Em conclusão, os
resultados sugerem que tanto o enfrentamento adaptativo quanto o otimismo
ajudam a prevenir o burnout acadêmico
e, portanto, afetam positivamente o desempenho acadêmico. Tais resultados
implicam em intervenções e pesquisas futuras são discutidas, enfatizando a
importância do coping e do otimismo em
situações estressoras que envolvem o âmbito acadêmico e seu papel no ajuste da
qualidade de vida relacionada à saúde naquele momento de vida do indivíduo.
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