Associação entre transtornos alimentares, suicídio e sintomas depressivos em universitários de cursos de saúde
Nascimento, V. S.
D., Santos, A. V. D., Arruda, S. B., Silva, G. A. D., Cintra, J., Pinto, T. C.
C., & Ximenes, R. C. C. (2019). Associação entre transtornos alimentares,
suicídio e sintomas depressivos em universitários de cursos de saúde. Einstein
(São Paulo), 18. doi:
10.31744/einstein_journal/2020AO4908
Resenhado por Franciely Santos
A constante insatisfação pessoal e baixa
autoestima estão ligadas a comportamentos alimentares prejudiciais à saúde com
o objetivo de redução de peso. A valorização do corpo padrão e esbelto, cada
vez mais intensificada nas redes sociais leva os indivíduos, principalmente as
mulheres, a se engajarem em práticas não saudáveis com o intuito de atingirem o
corpo ideal. Tais comportamentos alterados podem levar aos transtornos
alimentares que têm origem multifatorial, apresentam altos índices de
mortalidade e incapacidade, além de aumentar os riscos de suicídio e taxas de
depressão.
O estudo teve como objetivo
identificar sintomas de transtornos alimentares e suas possíveis relações com
sintomas depressivos e risco de suicídio em universitários de cursos de saúde.
A pesquisa ocorreu no interior de Pernambuco, com uma amostra de 271
participantes e ocorreu no período de três meses. Foi utilizado um questionário
socioeconômico, o Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26- Eating Attitudes
Test-26), o Bulimic Investigatory Test of Einburgh (BITE), a Mini
International Neuropsychiatric Interview (MINI) e a Escala de Hamilton -
Depressão (HAM-D - Hamilton Depression Rating Scale).
A amostra foi composta
maioritariamente por mulheres (62%), eram de classe relativamente baixa 43,9%,
7,4% da amostra apresentaram sintomas de transtornos alimentares e 29,1%
tiveram sintomas de bulimia nervosa. Em se tratando do risco de suicídio, 5,5%
pontuaram risco alto de suicídio, além disso, 17,3% apresentaram sintomas de
depressão maior. Ao realizarem as associações entre as variáveis, observou-se
que os escores de risco de suicídio e sintomatologia de transtornos alimentas
tiveram uma correlação positiva de 0,20 com o p = 0,001. A correlação
positiva também foi encontrada entre o risco de suicídio e os sintomas de
depressão maior, além de haver diferença estatística para o risco de suicídio
em indivíduos com sintomas de bulimia nervosa.
A intensa exposição nas redes sociais
e o culto ao corpo perfeito aumentam nas pessoas o desejo de emagrecer, além do
medo de ganhar peso, que podem levar às
mesmas a adotarem comportamentos não saudáveis, sem acompanhamento
profissional. Essa insatisfação com o corpo está associada aos transtornos
alimentares, sintomas depressivos e risco de suicídio, como os dados apontaram.
Ou seja, os universitários que apresentaram sintomas de transtornos alimentares
e sintomas depressivos, apresentam maiores chances de risco de suicídio.
É notório o impacto do padrão de beleza sobre
os jovens universitários. A Psicologia da Saúde pode criar estratégias específicas
para grupos diferentes, a depender dos fatores que cercam cada indivíduo,
levando em consideração o contexto e as possibilidades, visando aumento da
autoestima e da aceitação desses jovens. Estudos futuros podem priorizar esses
dois construtos e suas relações com os trantornos alimentares, sintomas
depressivos e suicídio.
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