Influência da mídia nos Transtornos Alimentares em adolescentes: Revisão de literatura

 

Lopes, P. A., & Trajano, L. A. S. N. (2021). Influência da mídia nos Transtornos Alimentares em adolescentes: Revisão de literatura. Research, Society and Development, 10(1), e20910111649. http://doi.org/10.33448/rsd-v10i1.11649


 

Resenha por Brenda Fernanda

 

Os transtornos alimentares (TA) são desordens que impactam no comportamento alimentar, ocasionando ingestão      desregulada de alimentos e consequente comprometimento da saúde física e mental. A adolescência é uma fase do desenvolvimento marcada por diversas alterações físicas e mentais. A construção da identidade é um dos processos que acontecem neste momento, sendo o pertencimento a grupos um fenômeno também fundamental nesta etapa da vida. Nesse contexto, não estar dentro dos padrões pode acarretar a exclusão social, portanto, os adolescentes constituem público vulnerável ao desenvolvimento de TA de base, que podem levar a transtornos psicológicos como a depressão e a ansiedade.

As mídias sociais funcionam como difusores de informações, bem como reproduzem os padrões a serem seguidos pela sociedade. A internet mostra quem são os modelos e quais são as atitudes necessárias para se “chegar ao sucesso”, e quem não se identifica com esses modelos automaticamente está fora do padrão estabelecido, tornando-se mais propenso à insatisfação corporal e a um possível impacto no comportamento alimentar. Os adolescentes são expostos diariamente nas redes sociais a exercícios em excesso, procedimentos estéticos, cirurgias plásticas, fotos alteradas, restrição de doces, exposição de corpos magros e corpos musculosos. Não fazer parte desse padrão pode ser um grande fator causador de sofrimento.

O presente estudo consistiu em uma revisão integrativa da literatura, buscando nas bases de dados eletrônicas PubMed, LILACS e SciELO, no período de 2010 a 2020, os descritores “eating disorders”, “media” e “adolescents”. Dos 35 artigos encontrados que continham os desfechos de interesse dessa revisão, restaram 27 para análise. Os estudos foram divididos em dois grupos: um grupo contendo 23 artigos que analisaram os descritores com base em testes validados ou em questionamentos pessoais, e o outro composto por 4 artigos que avaliaram o comportamento dos adolescentes em redes sociais como Instagram, Twitter e Facebook.

Os resultados apontaram maior prevalência dos TA em adolescentes do sexo feminino, bem como a persuasão e subversão das mídias de massa sobre um público sem poder de reflexão crítica. As mulheres, principalmente as mais jovens, sofrem maiores influências das mídias de massa, em especial, pela falta de experiência. No geral, observaram-se nos estudos altos níveis de perfeccionismo, insatisfação corporal, foco excessivo na imagem, perda de peso e baixa autoestima, fatores esses que contribuíram diretamente para o surgimento de TA.

Tal estudo se mostra relevante para a Psicologia da Saúde pois evidencia fatores de risco para o adoecimento físico (TA) e psicológico (transtornos depressivos e ansiosos associados). Identificar tais fatores é de fundamental importância para que intervenções adequadas sejam realizadas com o público-alvo, neste caso, adolescentes.



Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.