Entenda a Síndrome de Burnout, um dos mais Altos Níveis de Estresse

20:21
Postado por Grasielle Rocha

A Síndrome de Burnout como foi definida no noticiário, surge do desgaste físico e mental do trabalhador em consequência dos problemas de trabalho. Isso mostra a realidade da vida cotidiana das pessoas. É normal o indivíduo absorver os problemas de trabalho e levar para sua vida pessoal, surgindo desgaste físico e mental que o leva a ter mais problemas com as pessoas ao seu redor e principalmente com sua saúde. Não basta ser o esgotamento físico e mental, mas também o surgimento de estresse, ansiedade e que pode levar a um estado depressivo. Hoje em dia, as pessoas que sofrem de transtornos mentais comuns procuram ajuda de psicólogo e psiquiatra, e grande parte delas usam medicamentos como: ansiolíticos e antidepressivos. Porém, a realidade nos mostra o quanto está crescendo o número de pessoas que sofrem desses distúrbios e estão dependentes de remédios.




Em poucas palavras, a Síndrome de Burnout pode ser definida como um estado de esgotamento físico e mental em consequência de fatores ligados ao trabalho. A expressão inglesa “to burn out” significa “queimar-se, consumir-se por completo” e foi muito empregada em décadas passadas no esporte para referir-se a atletas que já tinham dado tudo o que podiam e não conseguiam mais manter o desempenho. Os primeiros estudos sobre esse problema foram feitos pelo psicólogo alemão radicado nos Estados Unidos Herbert J. Freudenberg, ainda nos anos 70. De lá para cá, não só o número de trabalhos científicos sobre o assunto se multiplicou, como também os casos identificados: segundo uma pesquisa publicada pela International Stress Management Association do Brasil (ISMa-BR), cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros são vítimas da síndrome, considerada por muitos especialistas como o nível mais alto do estresse.
Prejuízo duplo
Evidentemente, a primeira e maior vítima do burnout é o profissional. Os sintomas podem ser físicos, que vão desde um “simples” cansaço até infarto do miocárdio; comportamentais, como impaciência e agressividade; e psíquicos, como falta de memória, fadiga crônica e estado depressivo. Por outro lado, também as empresas perdem, uma vez que terão funcionários pouco produtivos, além da possibilidade de licenças médicas. Estima-se que o Brasil tenha um prejuízo de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB, ou a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) anualmente devido à improdutividade relacionada ao burnout.
Vítimas Preferenciais
Teoricamente, profissionais de todas as áreas estão sujeitos ao burnout. No entanto, estudos indicam que os mais afetados pelo problema são médicos e enfermeiros, seguidos de professores, psicólogos, assistentes sociais, policiais e bombeiros. Em comum, à exceção dos professores, são profissões que colocam o indivíduo em contato com outros, em geral, em situações desconfortáveis, de sofrimento e até morte. O fato de se sentir impotente diante de situações desesperadoras acaba gerando um estresse difícil de ser controlado, uma vez que a cada dia tudo pode se repetir.
Sintomas mais comuns
- Fadiga, apatia e desânimo constantes, mesmo quando se está de folga ou em férias;
- Irritabilidade, falta de concentração e baixo rendimento no trabalho;
- Baixa autoestima, insônia, palpitações, dores de cabeça e desordens gastrointestinais;
- Comportamento agressivo com os colegas de trabalho;
- Relacionamento cada vez mais distante com amigos e familiares;
- Uso de medicamentos ou bebidas alcoólicas para relaxar;
- Sensação de estar sobrecarregado(a) de trabalho o tempo todo;
- Vida sexual insatisfatória;
- Falta de perspectivas em relação ao futuro e sensação de que o trabalho não é recompensado como deveria;
Prevenção
O primeiro passo para se curar do burnout é reconhecer que sofre com o problema e buscar tratamento com um psicólogo, psiquiatra ou assistente social. Mas, tal como acontece com outras modalidades de estresse, o ideal é prevenir-se e evitar que o problema atinja o nível que exija tratamento.
Veja algumas atitudes que ajudam a evitá-lo:
- procure estreitar os laços familiares e de amizades fora do trabalho;
- pratique atividades físicas ou um esporte que lhe dê prazer;
- se possível, faça algum trabalho voluntário;
- se possui crença religiosa, dedique um pouco mais de tempo à sua religião;
- faça alguma terapia que proporcione relaxamento, como yoga ou tai chichuan, por exemplo;
- se a insatisfação com a profissão é muito grande, atualize o currículo e, se possível, arrisque uma mudança para alguma área que realmente goste;
- busque o autoconhecimento e respeite seus limites físicos e mentais;
- evite ao máximo levar trabalho para casa, especialmente nos finais de semana, que devem ser dias de descanso total;
- cuide da alimentação, evitando alimentos gordurosos e industrializados, bem como excessos, principalmente de bebidas alcoólicas;
- sempre que possível, dê uma pausa no trabalho, nem que seja para tomar um copo de água apenas e aproveite para fazer alongamentos, respirar fundo e dar uma relaxada de leve.
Workaholism
Nem sempre a causa da Síndrome de Burnout está na profissão em si, mas no indivíduo. Mais especificamente, no comportamento diante do trabalho. A situação tem até um termo específico: workaholism, um trocadilho em língua inglesa com as palavras work (trabalho) e alcoholism (alcoolismo). Assim, pode ser traduzida por vício em trabalho e descreve um dos comportamentos que mais geram o burnout. Em geral, o workaholic é perfeccionista, tem uma grande paixão por sua profissão e cobra muito de si mesmo (e dos colegas de trabalho). A princípio, parece ser algo positivo, pois é um indivíduo altamente produtivo. No entanto, devido a esse envolvimento intenso, quando há risco de perda do emprego ou os resultados esperados não são alcançados, o trabalhador se torna uma vítima potencial de burnout. O impacto de uma notícia negativa será sempre maior para esse tipo de pessoa, por isso, é preciso estar atento aos sintomas, que são bem subjetivos e silenciosos. Em geral, quando o workaholic chega ao extremo, já é tarde demais.

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.