Transtorno de Ansiedade na infância como preditor de psicopatologia em adultos
Resenhado
por Rafael Matos
Gonçalves, D., & Heldt, E. (2009). Transtorno de Ansiedade na
infância como preditor de psicopatologia em adultos. Revista Gaúcha Enfermagem,30,:
533-541.
O presente texto
objetiva investigar os transtornos de ansiedade diagnosticados na infância
enquanto agentes preditivos de psicopatologias na vida adulta. Para alcançar
tal objetivo fora realizado pelos autores uma revisão sistemática de estudos
publicados nos últimos dez anos, utilizando para tanto pesquisas nas seguintes
bases de dados SciELO, LILACS, Adolec e PubMED. Em seguida foram selecionados
10 artigos que se apresentaram condizentes aos critérios de inclusão
estabelecidos.
A ansiedade é
definida como uma emoção ou sentimento comum a todos os indivíduos,
caracterizada por um desconforto ou tensão provocado pela antecipação do
perigo. Evolutivamente representa uma condição de sobrevivência, uma vez que
alerta para uma ameaça eminente, preparando o indivíduo para uma reação.
Contudo, quando esta se mostra de forma desproporcional ao estímulo
apresentado, aqui se fala de ansiedade patológica.
Segundo o
DSM-IV-TR, a ansiedade patológica é definida como transtornos de ansiedade, os
quais são agrupados em: Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno
Obsessivo Compulsivo (TOC), Fobia Específica (FE), Transtorno do Pânico (TP),
Transtorno de Ansiedade de Separação (TAS), Transtorno de Estresse
Pós-Traumático (TEPT) e Fobia Social (FS).
A ansiedade
patológica atinge grande parte da população tanto adultos quanto crianças. Em especial,
em crianças e adolescentes, a prevalência dos transtornos de ansiedade é
estimada em torno de 13%. Aliado a esta alta taxa de prevalência, contribui
para o agravamento do panorama em questão, o fato de que a ansiedade patológica
etiologicamente é descrita como um fenômeno multifatorial, incluindo fatores
tanto genéticos quantos ambientais não delineados especificamente.
No presente
texto, como resultado, depois de realizada a revisão sistemática, os autores
evidenciaram que em todos os artigos analisados, os transtornos de ansiedade na
infância são preditores de psicopatologias na idade adulta, apresentando-se de
forma crônica, porém episódica e flutuante.
Dentre os
transtornos de ansiedade presentes na infância foi descoberto que o transtorno
de ansiedade de separação é mais o comum. Quanto às psicopatologias na idade
adulta a ele relacionado encontra-se em maior proporção a depressão e o
transtorno do pânico.
Como medida interventiva os autores
apontam que atualmente os transtornos de ansiedade na infância são tratados por
meio de uma abordagem multimodal, incluindo, a saber: Terapia
Cognitivo-Comportamental (TCC), Psicoterapia Dinâmica, uso de fármacos, em
especial os inibidores seletivos de receptação de seratonina, orientação aos
pais, bem como intervenções em todos os familiares.
Desta
forma, por meio deste estudo, pode-se depreender a importância existente na
detectação precoce de sinais e sintomas da ansiedade patológica por parte de
profissionais da saúde que lidam com este público, visando após esta descoberta
gerar subsídios para intervenções precisas, minimizando assim as manifestações
de psicopatologias na vida adulta.
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