O suicídio no contexto psiquiátrico.
Resenhado por Alexsandra Macedo
Teng,
C., T., & Pampanelli, M. B. (2015). O suicídio no contexto psiquiátrico. Revista Brasileira de Psicologia,
02(01).
O presente artigo
descreve o comportamento suicida a partir da visão da psiquiatria, relatando
que em mais de 90% dos casos de suicídio, é possível detectar no individuo
algum diagnóstico psiquiátrico implícito. No campo da saúde mental a terapêutica
parte do princípio de proporcionar uma vida funcional e com comportamentos mais
adaptativos e não no aspecto direto de luta contra a morte; o que torna o
suicídio um enlace perturbador na atividade psiquiátrica.
Estudos anteriores
observaram o impacto econômico causado pelo suicídio, que é responsável por 49% das mortes por
causas externas e representa a 4ª maior causa de morte na faixa etária de 10 e
24 anos. Nos homens as tentativas são mais letais e nas mulheres, mais
frequentes. Verificou-se que as tentativas de suicídio geram alto custo
hospitalar e que são de 10 a 40 vezes maior que o número de suicídios.
Traços de agressividade,
impulsividade e raiva são tidos como importantes fatores de risco crônico de
suicídio. Indivíduos com doenças clínicas como síndromes dolorosas crônicas,
epilepsia, lesões neurológicas centrais, HIV e alguns tipos de câncer
apresentam maior frequência de comportamento suicida. Ressalta-se, também, o
impacto do contexto cultural, social e econômico do suicídio, percebido na
heterogeneidade e nas múltiplas variáveis envolvidas neste comportamento. A
depressão é uma das patologias mais associadas ao suicídio.
As evidências bioquímicas
do suicídio não são completamente compreendidas. Sabe-se que existe uma importante relação com
os neurotransmissores serotonina, noradrenalina e dopamina, assim como fatores
genéticos relacionados aos marcadores de serotonina. Constatando-se a alta
porcentagem de uma morbidade psiquiátrica nos casos de suicídio, verificou-se o
impacto do tratamento medicamentoso na diminuição de risco deste comportamento,
já que a maioria dos pacientes que o cometeram não estava sob o tratamento
adequado de sua doença. Acredita-se que o tratamento dos sintomas depressivos
através de antidepressivos diminua o risco de suicídio.
O suicídio é uma questão
de saúde pública, tanto pela alta prevalência de doenças psiquiátricas, como
pelo fato de onerarem o sistema de saúde, especialmente devido a suas
consequências. Nessa perspectiva, a OMS e alguns países desenvolveram
estratégias preventivas para melhor abordarem esses pacientes, englobando ações
de caráter individual como o tratamento de pacientes psiquiátricos, e ações de
caráter público Como o controle de posse de armas de fogo, controle de
disponibilidade de substâncias tóxicas e reportagens cuidadosas na imprensa.
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