Cuidados paliativos na infância e psicologia baseados em evidência.
Postado por Danielle Alves Menezes
Heleno, L. A., S. (2013). Cuidados paliativos em pediatria. Evidências. Recuperado de https://www.esenfcvpoa.eu/wp-content/uploads/2017/01/7..pdf em 29/08/2017
Cuidados
paliativos prestados a crianças em fase de doença terminal é um momento bastante
delicado para elas, ante aos desafios que surgem, e principalmente para os
pais, pois será uma memória que permanecerá para sempre. Por essas razões, os
cuidados paliativos na pediatria devem partir de uma equipe preparada e que
contribua para redução de sofrimento físico e psicológico de ambos, o que só poderá
ocorrer na existência de conhecimento
efetivo e baseado em evidências.
Os cuidados
paliativos devem ser proporcionados a todas as crianças em que o tratamento
médico não foi capaz de alterar significativamente o quadro ou foi mesmo
ineficaz no combate à doença ou à sua progressão e que mais cedo ou mais tarde
levará à morte da criança. Entretanto, não se restringem aos últimos dias de
vida, sendo empregados desde o momento em que não se observa melhora do quadro,
ajudando à criança e família a viver com toda a integridade um momento tão
complexo em suas vidas.
A tabela anexada
abaixo resume de forma interessante práticas multidisciplinares possíveis e que
tiveram efetividade quando utilizadas na pediatria:
Tabela 1: Plano de cuidados paliativos para crianças
e pais
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Problemas
físicos
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Dor e outros
sintomas?
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• Criar e
implementar um plano de tratamento farmacológico e não farmacológico;
• Fornecer aos
pais medicação em S.O.S. para usar em casa;
• Discutir o
plano de cuidados com especialistas em cuidados paliativos sempre que
necessário.
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Problemas
psicossociais
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Medos e
preocupações?
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• Responder às
dúvidas, medos e preocupações com honestidade;
• Assegurar
que a criança/pais não se sintam abandonados;
• Atender às
preocupações da restante família e irmãos;
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Estilos de
coping e comunicação?
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• Ajustar o
plano de cuidados mediante os estilos de coping e comunicação da
criança/pais;
• Comunicação
com a criança consoante o seu estado de desenvolvimento cognitivo;
• Explicar o
conceito de morte tendo atenção à percepção que a criança tem;
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Experiências
anteriores com a morte,
outros eventos
traumáticos, p.e. abuso
de
substâncias, tentativas de suicídio?
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• Modificar o
plano de cuidados baseado nas experiências anteriores;
• Encaminhar
para profissionais especializados na área da saúde mental se necessário;
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Recursos de
suporte na perda e luto?
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• Elaborar um
plano de follow-up após a morte;
• Assegurar
que a criança/pais não se sintam abandonados;
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Problemas
espirituais
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Esperança,
sonhos, valores, sentido da
vida, papel do
assistente espiritual, o
que pensam
sobre a morte?
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• Possibilitar
a presença de um assistente espiritual se a criança/pais o desejarem;
• Estar
disponível para explicar ao assistente espiritual qual o problema da criança
e as necessidades
desta e sua família;
• Conceder à criança/pais
tempo para refletirem sobre o sentido da vida e desta experiência;
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Plano de
cuidados
avançado
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Quem são os
decisores?
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• Identificar
os principais intervenientes nas decisões dos cuidados;
• Comunicar as
decisões tomadas a toda a equipe.
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Entender a
trajetória da doença?
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• Providenciar
toda a informação necessária;
• Estabelecer
um consenso relativamente à trajetória da doença e dos cuidados;
• Identificar
o impacto da doença na capacidade funcional e na qualidade de vida;
• Prevenir
processos de luto complicados;
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Objetivos dos
cuidados?
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• Estabelecer
objetivos realistas e concretizáveis, com o fim último de promover a qualidade de
vida da criança;
• Comunicar
todos os objetivos a toda a equipe
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Cuidado no
final de vida?
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• Criar e
implementar um plano de intervenções que reflitam escolhas específicas mediante a
progressão da doença (p.e. ordem DNR);
• Delinear
alguns procedimentos a efetuar próximo da hora da morte e após (como
controlar
sintomas exacerbados, p.e. hemorragias; quem fica acompanhar a
criança; a
quem telefonar, etc.)
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Problemas
da prática
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Coordenação e
comunicação da
equipe de
cuidados de saúde?
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• Identificar
um coordenador da equipe de cuidados e quem está disponível 24h/dia para atender
estas crianças/famílias;
• Recrutar
novos profissionais se os atuais membros da equipe de saúde não conseguirem
corresponder às necessidades (p.e. especialista em cuidados paliativos);
• Elaborar um
plano de informação dos cuidados disponível para toda a equipe;
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Preferências
no local de prestação dos
cuidados?
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• Assegurar, independentemente do local (casa ou hospital), que as preferências e desejos
sejam alcançados o mais próximo destes objetivos;
• Criar e
implementar um plano de cuidados adequado ao local da morte, incluindo contatos
frequentes e como se irá proceder à certificação do óbito;
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Ambiente em
casa e na escola?
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• Visitar a
escola e programar um plano de educação e apoio aos pares das crianças, em
conjunto com associações de intervenção locais;
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Condições
funcionais atuais e futuras?
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• Providenciar
e fornecer à criança/pais as ajudas técnicas (nebulizador, cadeira de rodas,
colchão antiúlceras de pressão, cama articulada, etc.) e humanas (assistência
domiciliar, enfermeiros, médicos e assistente social);
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Encargos
financeiros da família?
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•
Disponibilizar as ajudas sociais existentes através da Assistência Social ou
de outras entidades e apoios disponíveis pela comunidade.
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