Intervenção psicológica em familiares enlutados na oncologia pediátrica

Postado por: Renata Elly B. Fontes

No Brasil, o câncer é considerado a segunda causa de mortalidade entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Apesar dos diagnósticos e meios de tratamentos para o câncer terem sido aprimorados, para o câncer infantil o tratamento ainda é prolongado e os métodos invasivos, afetando assim no desenvolvimento cognitivo e físico das crianças e gerando implicações no ambiente familiar.
Geralmente o foco da família no ambiente hospitalar é a cura e o tratamento e não o processo de luto, sendo assim, quando a criança morre produz um significativo impacto emocional, pois há uma quebra da ordem cronológica esperada pelos pais.
 A revisão de literatura buscou responder à questão: “Qual é o status do conhecimento produzido sobre as intervenções psicossociais destinadas a familiares que enfrentam a perda de um filho por câncer? ”, através de estudos qualitativos e quantitativos sobre a prática profissional de 2002 a 2013.
A revisão apontou que a literatura sobre o luto é vasta, mas trabalhando a intervenção para o luto ainda é escassa, isso pode acontecer porque o luto é considerado uma ação esperada e isso inibe estudos sobre intervenção.
Os estudos mostram a importância de trabalhar o tema do luto ainda no processo de adoecimento da criança, pois facilita a elaboração da perda pelos familiares, mostrando também a importância do acompanhamento após a perda durante os primeiros dois anos de luto.
As intervenções encontradas nos estudos foram individuais, grupais, familiares e comunitárias, mas estende-se também para trabalhar as questões culturais, sociais e espirituais que envolvem o tema do luto. Apesar da maioria dos estudos defenderem uma abordagem multiprofissional para o cuidado paliativo, não é mencionado em muitos a presença do psicólogo nas equipes oncológicas pediátricas.

Arruda-Colli, M.N.F., Perina, E. M., Mendonça, R. M. H., & Santos, M. A. (2015). Intervenção psicológica com familiares enlutados em oncologia pediátrica: revisão da literatura. Psicologia: teoria e prática17(2), 20-35. 

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